O
desastre da Seleção Brasileira na Copa do Mundo pode servir a uma causa
nobre: é a hora de democratizar a CBF e dar adeus a Marin e seus
amigos. Agora todos vão debater sobre o que, afinal, aconteceu. Foi um
apagão? Um momento excepcional ou uma expressão de problemas
estruturais? Resposta do jogador Paulo André, líder do Bom Senso FC: “O
buraco é mais embaixo”.
A direção da CBF é uma máfia composta por
homens que pensam no futebol apenas como negócio e promovem tenebrosas
transações. São protegidos pelo Ministério dos Esportes que não faz nada
pelo Esporte e cujas ações irregulares já foram denunciadas inúmeras
vezes. A corrupção corre solta, vai desde a venda dos jogadores, dos
ingressos, passa pelos programas do Ministério dos Esportes, até o
superfaturamento das obras nos estádios. Estádios que custaram bilhões
e, segundo Dilma, só abrigam a “elite branca” do país.
Os clubes,
quase falidos, pedem perdão das dívidas tributárias e o governo acena
com um sim, numa verdadeira irresponsabilidade fiscal. Ao mesmo tempo,
muitos dos dirigentes dos clubes endividados estão milionários. Uma
verdadeira casta que enriquece com o futebol. E ela não faz parte da
torcida, faz apenas grandes negócios, sonega impostos, não paga dívidas
trabalhistas e lava dinheiro com a compra e venda de atletas.
Alguns
poucos jogadores ganham milhões, mas a grande maioria ganha uma miséria
e, às vezes, nem recebe o salário. Não há incentivo para o futebol de
base e nem para os craques ficarem no Brasil. O Bom Senso FC, a
verdadeira Seleção Brasileira, tem denunciado e apresentado propostas
que têm sido ignoradas pelos dirigentes e pelo governo.
A situação
do nosso futebol ilustra alguns dos problemas estruturais do sistema
político brasileiro. Vivemos o apagão da política? Ou, ainda mais do que
isso, é o Sistema que está todo errado?
As manifestações de junho
do ano passado geraram promessas em meio ao susto das elites dirigentes
diante da força da multidão. Promessas engavetadas e que agora voltam à
baila pela boca dos candidatados, como se eles não fossem responsáveis
pela situação atual. Aécio, Eduardo Campos e Dilma, os três candidatos
do sistema que comanda o Brasil, insistem em fazer de conta que não têm
responsabilidade nenhuma no surgimento, no agravamento ou na
continuidade das mazelas do Brasil.
Depois da derrota vexatória do
Brasil para a Alemanha a presidente Dilma falou da necessidade de
reformar o futebol, assim como já havia falado em meio às manifestações
de junho de 2013, sem levar adiante, do plebiscito para a reforma
política. Fala e vai falar mais, na campanha, que o Brasil precisa disto
ou daquilo, como se o PT não fosse governo há 12 anos nem o responsável
por ter dado estabilidade à dominação burguesa durante todos estes
anos! A única resposta concreta aos protestos e à insatisfação do povo
são as promessas vazias. E para quem não acredita nelas, a repressão da
polícia e a prisão de ativistas.
A situação econômica não é
diferente. Os bancos lucraram R$ 70 bilhões no ano passado e também são
verdadeiras máfias, parasitas que nada produzem e só sugam dinheiro do
povo, seja através dos juros da dívida pública, seja através dos juros
cobrados dos correntistas. Com o BNDES o governo concede generosos
empréstimos a juros subsidiados para as empreiteiras e grandes empresas.
As primeiras superfaturam obras que até desmoronam, como em BH, e as
empresas quebram e demitem, como o império de Eike Batista – um
escândalo de proporções trilionárias – ou o JBS/Friboi, que acaba de
anunciar demissões em São Paulo depois de ser uma das que mais recebeu
dinheiro do BNDES.
O anunciado fim da miséria e saída de milhões
da pobreza é uma grande falácia. Basta andar pelas nossas cidades para
perceber. Tem gente miserável jogada nas calçadas e tem gente pobre para
todo o lado que se olhe. Mas para o governo basta uma renda mensal de
R$ 70,00 por mês para sair da miséria e de R$ 240 para sair da pobreza.
Valores que, somados, talvez não cubram um único jantar dos burocratas
que fazem estes cálculos.
O aumento da violência é resultado
direto da desigualdade social e do abismo que separa as castas que vivem
no luxo da maioria que batalha a sobrevivência. A resposta dos governos
é o encarceramento em massa da juventude pobre e negra que lota os
presídios, verdadeiras masmorras e escolas do crime. A dita guerra às
drogas é uma verdadeira guerra aos pobres que discrimina e mata
Amarildos, Cláudias e tantos anônimos. Neste sistema prospera até a
homofobia, uma deformação de caráter provocada por uma sociedade doente.
Na sombra de um PT que se entregou para as oligarquias de Sarney,
Collor, Maluf, etc, cresce a direita e o fundamentalismo religioso,
penal e econômico.
Na Europa, onde a crise joga milhões no
desemprego, até o nazismo renasce. Mas também se fortalece uma esquerda
coerente. Os exemplos mais avançados são a Grécia e a Espanha, dois dos
países mais atingidos pela crise e nos quais, através da Syriza e do
Podemos, uma alternativa de esquerda prospera inclusive eleitoralmente.
Não precisamos chegar neste nível de crise para que a esquerda coerente
também ganhe peso de massas no Brasil.
Nossa proposta tem sido
classificada como radical. Sim, somos radicais na medida em que o Brasil
necessita de mudanças radicais, que desestruturem as máfias que
comandam a política, o futebol, a economia. Nossa proposta é mais que
radical. É subversiva. Queremos subverter esta verdadeira desordem que
possibilita que a política, a economia e até o futebol sejam dominados
por estas variadas máfias e seus sócios, os bancos , as empreiteiras, os
“mercados”. Queremos enfrentar e derrotar este Sistema.
Lutamos
por uma democracia real, na qual os direitos do povo não sejam objeto de
negociatas a serviço do grande capital. Não é encarcerando em prisões
imundas que vamos salvar nossos jovens do narcotráfico, mas sim
oferecendo oportunidades e futuro. Educação, saúde e transporte não
podem ser tratados como mercadorias. Devem ser assegurados como direitos
de todos. Ninguém deveria ter que pagar um plano de saúde, ou morrer
numa fila do SUS; pagar uma escola particular ou estudar numa caindo aos
pedaços; ou ainda deixar de pegar um ônibus por falta de dinheiro. E,
ao mesmo tempo, arcar com uma alta carga tributária da qual o retorno
que recebe é totalmente desproporcional ao que é pago.
É possível
garantir estes direitos, desde que se derrube o balcão de negócios que
domina a política e se enfrente os interesses das minorias que se
beneficiam deste sistema. Temos que virar a mesa! É possível conquistar
mais direitos se tivermos coragem e coerência. Queremos a oportunidade
de mostrar ao povo brasileiro que temos esta coragem e coerência, assim
como tivemos lá atrás, quando rompemos com o governo para seguir lutando
por nossas idéias e bandeiras e seguir construindo uma esquerda digna
deste nome.
Além de radicais, alguns também dizem que somos
utópicos. E somos. Entendemos a utopia como as possibilidades concretas
que estão latentes na realidade e ainda não se desenvolveram plenamente.
A chamamos de utopia concreta. Esta utopia concreta nos leva a seguir
caminhando, mesmo quando o Sistema conspira contra nós. Acreditamos que através da ação coletiva podemos contribuir para que a utopia se realize.
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FICHA TÉCNICA ALEMANHA 1 X 0 ARGENTINA Copa do Mundo 2014 - Final Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro-RJ Data: 13 de julho de 2014, domingo Horário: 16h (horário de Brasília) Público: 74.738 torcedores Árbitro: Nicola Rizzoli (ITA) Assistentes: Renato Faverani e Andrea Stefani (ambos ITA) Cartões amarelos: Schweinsteiger e Howedes (ALE); Mascherano e Aguero (ARG) ALEMANHA (4-1-4-1):
1. Neuer (7), 16. Lahm (7,5), 20. Boateng (8), 5. Hummels (6) e 4.
Höwedes (4); 7. Schweinsteiger (7); 13. Thomas Muller (6,5), 23. Kramer
(5) (9. Schürrle 30 do 1º (8)), 18. Kroos (5) e 8. Ozil (5) (17.
Mertesacker 14 do 2º da prorrogação (sem nota)); 11. Klose (6) (19.
Gotze 42 do 2º (8)) Técnico: Joachim Löw
ARGENTINA (4-4-1-1):
1. Romero (6,5), 4. Zabaleta (6,5), 15. Demichelis (5,5), 2. Garay (7) e
16. Rojo (6); 8. Enzo Pérez (6,5) (5. Gago 40 do 2º (5,5)), 6. Biglia
(6,5), 14. Mascherano (6,5) e 22. Lavezzi (6,5) (20. Aguero, intervalo
(6)); 10. Messi (6,5); 9. Gonzalo Higuain (5,5) (18. Palacio 31 do 2º
(6)) Técnico: Alejandro Sabella Homem do jogo FIFA: Gotze Homem do jogo PVC: Boateng
60% x 40%
PRÊMIOS
Vice, Lionel Messi leva prêmio de melhor jogador da Copa e mantém "maldição"
Desde Romário, em 1994 um campeão não leva o prêmio de melhor da Copa
João de Andrade Neto e Cassio Zirpoli Enviados Especiais
Rio
de Janeiro - Ainda não foi dessa vez que a Argentina saiu da fila de
títulos mundiais. Mas dessa vez, não há como reclamar do seu principal
jogador. Eleito quatro vezes o melhor jogador do mundo, o atacante
Lionel Messi foi eleito o Bola de Ouro da Copa do Mundo do Brasil, mesmo
com a derrota na final para a Alemanha, por 1 a 0. Talvez, o troféu
mais amargo da sua vida.
Com
isso, segue a “maldição” da Bola de Ouro. Desde Romário, em 1994, um
jogador premiado como o craque da Copa não vence o Mundial. Desde então,
Ronaldo, em 1998, Kahn, em 2002, Zidane, em 2006, haviam conquistado o
prêmio como vice-campeões. Messi entra nessa lista. Na Copa de 2010, na
África do Sul, a honraria coube a Forlán, quarto colocado com o Uruguai.
Além
do título, a Alemanha também teve o melhor goleiro da Copa do Mundo do
Brasil. Manuel Neuer foi eleito. Assim como Messi, foi ovacionado ao
receber a premiação. Diferentemente do presidente da Fifa, Joseph
Blatter e da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, sempre vaiados quando
apareciam nos telões do Maracanã.
Premiações
Goleiro - Manuel Neuer (Luva de Ouro)
Lionel Messi (Bola de Ouro)
Thomas Müller (Bola de Prata)
Arjen Robben (Bola de Bronze)
James Rodríguez (Chuteira de Ouro - Artilheiro)
Paul Pogba (Revelação)
Colômbia (Fair Play)
Texto do Juca Kfouri sobre o Balanço da copa do Mundo
Copa do Mundo no Brasil: um primeiro balanço
Juca Kfouri
O que é pior, o vira-latismo ou o puxa-saquismo?
Se o primeiro se confundir com espírito crítico certamente o segundo é pior, porque mera bajulação.
Comecemos
pelo começo: a imagem do Brasil depois da Copa é muito melhor do que,
com carradas de motivos, se imaginava antes dela.
Fez-se, em resumo, um bom anúncio do país.
Porque houve a festa que se imaginava que haveria nos estádios e não houve a tensão prevista fora dele.
Por
incrível que possa parecer, Joseph Blatter, o poderoso chefão da Fifa,
tinha razão: a sedução do futebol falou mais alto, ainda mais porque,
paradoxalmente, se a Copa não apresentou nenhuma seleção inesquecível,
mostrou jogos formidáveis, como uma homenagem ao país que já foi o do
jogo bonito.
Repita-se para suavizar o que virá a seguir: o Brasil
ganhou a 20a. Copa do Mundo da Fifa e ainda por cima prendeu gente dela
que há décadas atenta contra a economia popular, um legado inestimável,
exemplar, digno de ser aplaudido de pé assim como a hospitalidade
nacional.
Tamanhas vitórias não escondem as derrotas e aqui não se fará nenhuma menção, além desta, à goleada alemã.
Por
falar nisso, em alemães, nossa Copa foi muito melhor que a da África do
Sul, mas não foi, como organização, melhor que a de 2006.
Claro,
da Alemanha se espera perfeição e a Alemanha esteve perto disso. Do
Brasil esperava-se uma catástrofe e o Brasil ficou longe disso.
Contudo,
na Alemanha não foram construídos elefantes brancos como os de Manaus,
Cuiabá, Natal e Brasília, cujas contas jamais serão pagas a não ser que
ocorra mais um milagre brasileiro.
Lá não morreram tantos
trabalhadores, nem caiu viaduto com duas mortes, nem se desalojou tantas
famílias, nem nada custou tanto a ponto de a nossa Copa ter superado o
custo dos três últimos torneios e nenhum estádio foi invadido por
torcedores como o Maracanã pelos chilenos. Tampouco faltou luz no jogo
de abertura.
Esquecer tais fatos em nome da imagem externa é que é o verdadeiro vira-latismo, como se a aprovação estrangeira nos bastasse.
É
verdade sim que o governo federal, um mês antes de a Copa começar,
partiu em busca de empatar um jogo que perdia por 4 a 0 e que conseguiu
vencer, digamos,por 6 a 5 — o que exige elogios ao ataque assim como
críticas à defesa.
Ocorre que há quem queira fazer apenas elogios e
outros que só desejam criticar, todos movidos ou por cegueira
partidária ou por outros interesses.
Não se trata de negar o
sucesso da Copa, mas de dizer que poderia ser melhor.Tudo, aliás, sempre
pode ser melhor, por melhor que tenha sido.
Trata-se de não
esquecer o quanto custou em vidas e dinheiro, em desalojamentos e
atrasos, em remendos de última hora, uma porção de coisas para as quais
os estrangeiros não estão nem aí, mas que devem preocupar os que estão
aqui e que, enfim, pagarão a conta.
Porque outro legado da Copa é a
consciência de que megaeventos são muito bons para quem os promove e
para as celebridades que gravitam em torno,mas não são necessariamente
bons para quem os recebe, razão pela qual será excelente se os próximos
forem submetidos à consulta popular.
O turista que veio não se
hospedou nos melhores hotéis nem comeu nos melhores restaurantes,
preferiu albergues ou sambódromos, lanchonetes ou churrasquinhos de
gato.
Até mesmo os aeroportos inconclusos (o de Brasília é
simplesmente espetacular, registre-se) suportaram bem a carga,entre
outras razões porque o movimento foi menor que o normal neste período.
Em
resumo: o Brasil ganhou a Copa de virada e o resultado pode ser
considerado excepcional, digno de comemoração para irritação dos
vira-latistas.
Mas não foi de goleada como bimbalham os puxa-sacos.
Além do mais, se o jogo acabou para o mundo, segue correndo no nosso campo.
A um custo que ainda será mais bem apurado.
O Vexame Brasileiro
Da Anatomia de uma derrota à autópsia de uma campanha. O Brasil sofre a maior derrota em cem anos de seleção
PVC se diz 'triste' e dispara: 'Seria melhor perder a final da Argentina por 2 a 1'. Veja!
O
estupendo livro Anatomia de uma Derrota recebeu um título primoroso do
jornalista Paulo Perdigão, em 1986. Para o vexame na semifinal de 2014, a
palavra não é anatomia, mas autópsia. Houve de tudo para explicar a
derrota. E há também uma reflexão a fazer sobre o futebol brasileiro
depois da maior goleada sofrida pela seleção em cem anos.
A
escalação de Bernard ajudou a pressionar nos primeiros nove minutos, mas
abriu o meio-de-campo. A seleção brasileira usava muito as pernas e
pouco a cabeça, no início da partida. Felipão pensou em usar as entradas
em diagonal com Bernard no setor de Höwedes. Esqueceu-se de vigiar o
melhor armador da Alemanha: Toni Kroos.
O craque do jogo e do time
chega à final com chance de ser eleito o melhor da Copa, se a Alemanha
for vencedora. A atuação contra o Brasil foi impecável. Primeiro o
cruzamento para o gol de Thomas Muller - falha coletiva da defesa e
também de David Luiz.
Depois, o passe para clarear a jogada em que
Miroslav Klose marcou pela 16a vez em Copas do Mundo e tornou-se o
recordista, à frente de Ronaldo.
E então, dois gols, primeiro em
um tiro da entrada da área, depois finalizando uma jogada de pelada.
Ambos em erros de Fernandinho, de atuação péssima e abatido depois da
primeira falha.
Sofrer quatro gols em seis minutos é raro,
Acontece por causa de abalo emcional, mas também por questões táticas. O
meio-de-campo do Brasil ficou aberto, escancarado.
Felipão tem
razão em tentar manter a serenidade. O futebol brasileiro precisa ter.
Acalmar-se, colocar a bola no chão, discutir sobre o que está se
passando. E lembrar-se para sempre que o reinício precisa acontecer
depois da pior derrota em cem anos. O pior dia da seleção brasileira
exige que se faça a autópsia. SEMIFINAIS 8/julho/2014 BRASIL 1 x 7 ALEMANHA
Local:
Mineirão (Belo Horizonte); Juiz: Marco Rodriguez (México); Gols: Thomas
Muller 10, Klose 22, Kroos 23, Kroos 25, Khedira 29 do 1º; Schurrle 23,
Schürrle 33, Oscar 45 do 2º; Cartão amarelo: Dante
BRASIL (4-2-3-1):
12. Júlio César (4,5), 23. Maicon (4,5), 4. David Luiz (4), 13. Dante
(4,5) e 6. Marcelo (4); 17.Luiz Gustavo (4) e 5. Fernandinho (2) (8.
Paulinho , intervalo (3,5)); 20. Bernard (4), 11. Oscar (4) e 7. Hulk
(3,5) (16. Ramires, intervalo (4)); 9. Fred (3) (19. William 24 do 2º
(3,5)). Técnico: Luiz Felipe (2)
ALEMANHA (4-1-4-1): 1. Neuer (7,5),
16. Lahm (7,5), 20. Boateng (7), 5. Hummels (7,5) (17. Mertesacker,
intervalo (7)) e 4. Höwedes (7); 7. Schweinsteiger (7,5); 13. Thomas
Müller (8,5), 6. Khedira (7) (14. Draxler 31 do 2º (7)), 18. Kroos (9) e
8. Ozil (7); 11. Klose (8) (9. Schürrle 12 do 2º (8)). Técnico: Joachim
Löw (8)
Homem do jogo FIFA - Kroos
Homem do jogo PVC - Kroos
51% x 49%
Nem sempre é melhor ser quarto do que ser sexto colocado. O Brasil 2014 revela a contradição dos números
Voltar à semifinal de uma Copa
do Mundo depois de doze anos seria bom. Talvez o primeiro passo para
voltar à decisão daqui a quatro anos. Mas o sentimento não é esse. Foi
muito pior o quarto lugar de 2014 do que o sexto lugar de 2010 ou o
quinto lugar de 2006. Não foi bom!
A melancólica apresentação
contra a Holanda na decisão de terceiro e quarto lugares mostra isso. O
Brasil sofreu o primeiro gol quando subiu sua marcação para pressão e a
bola lançada pelo goleiro Cillessen produziu o contra-ataque que
terminou com pênalti -- na verdade, falta fora da área vista como
pênalti pelo árbitro argelino.
Não importam nem sequer os erros de
arbitragem e o segundo gol ter começado com impedimento. De novo, a
seleção falhou. Errou passes, não teve criatividade, não conseguiu
penetrar na defesa holandesa, ofereceu sua defesa à velocidade de
Robben, o melhor da partida.
Já se falou sobre repensar. É o que deve acontecer.
Há,
no entanto, lembranças do que se falou antes importantes para achar o
tom certo entre o desespero e a esperança. Nunca uma seleção chegou ao
título com suas principais referências aos 22 anos. Nem o Brasil de
1958, porque Didi foi, aos 29, o melhor jogador da Copa, não Pelé aos
17.
Daqui a quatro anos, Neymar e Oscar terão 26 anos. Podem ser
referências melhores pela idade, desde que o time chegue mais sólido,
mais seguro.
O Brasil não acabou. A Copa sim. A melancolia e a
certeza de que é preciso fazer um trabalho melhor ainda vai permanecer
por um bom tempo. 12/julho/2014 BRASIL 0 x 3 HOLANDA
Local:
Mané Garrincha (Brasília); Juiz: Djamel Haimoudi (Argélia); Público:
69.349; Gols: Van Persie (pênalti) 2, Blind 15 do 1º; Wijnaldum 45 do
2º; Cartão amarelo: Thiago Silva, De Guzman, Oscar, Fernandinho, Robben
BRASIL
(4-2-3-1): 12. Júlio César (5,5), 23. Maicon (5), 3. Thiago Silva
(5,5), 4. David Luiz (5) e 14. Maxwell (5,5); 17. Luiz Gustavo (5,5) (5.
Fernandinho, intervalo (5)) e 8. Paulinho (5,5) (18. Hernanes 12 do 2º
(6)); 16. Ramires (5) (7. Hulk 28 do 2º (4,5)), 11. Oscar (6) e 19.
William (5); 21. Jô (4). Técnico: Luiz Felipe
HOLANDA (3-4-1-2): 1.
Cillessen (6,5), 3. De Vrij (6,5), 2. Vlaar (7) e 4. Martins Indi (5,5);
15. Kuyt (5,5), 20. Wijnaldum (6), 16. Clasie (6,5) (13. Veltman 45 do
2º (sem nota)) e 5. Blind (6,5) (7. Janmaat 25 do 2º (6,5)); 8. De
Guzman (5,5); 11. Robben (7) e 9. Van Persie (6,5). Técnico: Louis Van
Gaal
Homem do jogo FIFA - Robben
Homem do jogo PVC - Robben
57% x 43%
Felipão manda o hexa para o inferno, ele e sua trupe são os grandes vilões desta Copa - Mauro Cézar Pereira
"Brasil foi uma grande bagunça por conta do desconhecimento do que é o futebol hoje"
Luiz
Felipe Scolari é um técnico obsoleto. Não é novidade, mas quando este
blogueiro disse isso, após a vitória nos pênaltis sobre o Chile — clique
aqui
e confira —, muitos concordaram e outros tantos preferiram atacar,
agredir, ofender. Seguidores cegos como os de uma seita qualquer.
Incapazes de ver o que está diante dos próprios olhos. Não, naquela
ocasião não disse nada de especial.
Era uma mera e óbvia
constatação diante dos seus fracos trabalhos no Chelsea, de onde foi
demitido, e no Palmeiras, cujo rebaixamento deixou encaminhado quando
perdeu o emprego. E na seleção, onde seus equívocos foram inúmeros e não
haveria cortina-de-fumaça capaz de escondê-los para sempre. Como a
balela de que jogadores de caráter são emocionalmente fracos, que
empurrou para segundo plano o trabalho ruim feito no dia-a-dia, que
ficava mais evidente nos jogos.
O
maior problema jamais foi emocional, e sim técnico e tático. Isso só
não era evidente para quem não queria ver ou preferia proteger o
treinador. Como se fosse possível fazê-lo. O time frágil, sem
estrutura, sem padrão, sem nada! Vivendo da falsa glória denominada Copa
das Confederações, que o Brasil também ganhou antes das Copas de 2006 e
2010, quando sequer chegou às semifinais.
Desta vez a seleção
cebeefiana avançou, está entre as quatro melhores, mas talvez fosse mais
interessante nem ir tão longe. A Alemanha humilhou os brasileiros. Uma
derrota que lembra a final da Copa de 1998, quando os franceses pararam
nos 3 a 0 graças à incompetência dos pífios atacantes que atendiam pelos
nomes de Guivarc'h e Dugarry. O problema vivido por Ronaldo ainda é
utilizado para maquiar os motivos daquele massacre nas imediações de
Paris. Foi perdida uma chance de mudar
No Mineirão vimos um novo
choque de realidade, como o massacre do Barcelona sobre o Santos. Um
time técnico, bem treinado, entrosado diante de um adversário mal
escalado, que cedeu os espaços desejados pelos alemães. A forma como o
técnico da CBF colocou seu time em campo evidenciou desconhecimento do
futebol atual, do adversário, falta de estratégia, de treinamento, de
tudo.
Como ocorreu com Muricy Ramalho nos 4 a 0 do Barça sobre os
santistas na final do Mundial da Fifa, em 2011. "Professores"
supervalorizados como Scolari precisam ser questionados, como os
cartolas que os contratam. Marín e Del Nero chamaram Felipão para atuar
como escudo, contando com seu enorme e inegável carisma. O homem errado,
no lugar errado, na hora errada. Treinador e dirigentes são sócios no
desastre.
Ônibus que transporta os jogadores brasileiros na Copa do Mundo e a frase: chegando?
Em
campo Neymar e Thiago Silva poderiam diminuir a humilhação, não evitar a
derrota. Mas esses 7 a 1 podem trazer algo de bom. Primeiro porque
temos a chance de banir essa forma tosca e ultrapassada de jogar,
apoiada em desgastados discursos sobre motivação e outras muletas que já
não bastam para manter um time de pé. Isso não é o bastante, mesmo com
ótimos jogadores que o país revela.
Luiz Felipe Scolari disse
antes do duelo com a Colômbia: "Gostou, gostou. Se não gostou, vai para o
inferno". Foi para onde ele mandou o hexa que, ao contrário do que
sinaliza a frase no ônibus que leva os atletas, não está chegando. Sim, a
Alemanha exorcizou o futebol brasileiro, cabe a cada um de nós fazer o
possível para que eles jamais retornem. Felipão e sua trupe são os
grandes vilões desta Copa. Que ele e Parreira não voltem. Frases da Copa para não esquecer: "A CBF é um exemplo para o Brasil. É o Brasil que deu certo, que dá certo", Carlos Alberto Parreira, antes do Mundial "É
só olhar o time que nós temos. Temos a zaga mais cara do mundo. Temos
jogadores experientes, com qualidade, respeitados no futebol
internacional, jogando em casa. Somos favoritos, sim", Parreira, na primeira entrevista coletiva "Aquelas declarações do Parreira foram espetaculares", Luiz Felipe Scolari, sobre o favoritismo atribuído pelo colega de CBF, mais de um mês depois "Gostou, gostou. Se não gostou, vai para o inferno", Scolari, depois do jogo com o Chile "Eu fiz aquilo que eu acho que é o mais correto e o melhor", Scolari, na coletiva após os 7 a 1
Piadas sobre o Vexame Brasileiro:
A Revolução do futebol Alemão nos últimos 12 anos - Após perderem a final da copa 2002 para o Brasil
Flávio Gomes - quarta-feira, 9 de julho de 2014 - 23:13
NÃO FOI ACIDENTE, DONA LÚCIA
RIO (mirem-se na Alemanha)
– No dia da final da Copa das Confederações, há pouco mais de um ano,
Carlos Alberto Parreira fez um dicurso motivacional antes do jogo e usou
uma frase de efeito para os jogadores que dali a instantes enfrentariam
a Espanha. “Existe uma hierarquia no futebol, e eles foram campeões do
mundo sem enfrentar a seleção brasileira!”, bradou para a turma do
#ÉTóisss.
Ui, quanta valentia.
E aí a seleção foi para cima da Espanha, um time já envelhecido e que
tinha gasto muitas de suas horas em solos brasileiros tomando
caipirinha e comendo putas durante um torneio que não valia nada —
exceto talvez ajudar os branquelos e branquelas de camiseta de 200 paus
da Nike, unhas muito bem pintadas e cabelos loiros, a não se
atrapalharem na hora do sonho intenso e raio vívido, muitas vezes
trocados pelo amor eterno seja símbolo, naquela zona de hino que fala de
coisas incompreensíveis como impávido colosso, florão (flor grande?) da
América, terra garrida, clava forte, verde-louro (é aquele da Ana Maria
Braga?) e lábaro que ostentas.
O time ganhou, os branquelos aprenderam a cantar o hino,
aparentemente, os jogadores passaram a ensaiar os mesmos versos para
cantá-los com os dentes cerrados, e vamos para a Copa do Mundo. Antes,
vamos quebrar também umas vitrines, culpar a Dilma, criar umas hashtags,
#VemPraRua, #NãoVaiTerCopa, reclamar das filas nos aeroportos, bater
umas selfies e escrever #ImaginaNaCopa no Facebook quando atrasar um voo
da TAM para Orlando.
Acelera o filme e chegamos ao final de maio, maio agora, um mês e
meio atrás. Dia de apresentação da seleção em Teresópolis, entrevistas
coletivas, olha só como tudo ficou bonito, olha só a estrutura, os
quartos, as bicicletas ergométricas, os campos de futebol, a sala de
imprensa, as banheiras de hidromassagem, as TVs de LCD, o WiFi
funcionando. Felipão: “Nós vamos ganhar a Copa”. Parreira: “Chegou o
campeão. Estamos com uma mão na taça. A CBF é o Brasil que deu certo”.
Acelera um pouco mais o filme, chegamos ao dia 8 de julho, vulgo
ontem, Mineirão. Como tinham feito nas cinco partidas anteriores, os
jogadores entram em campo um com a mão no ombro do outro, feito minha
classe na Escola Municipal Dona Chiquinha Rodrigues, em 1971, no Campo
Belo, quando eu estava no primeiro ano primário. Cantávamos o hino todos
os dias, mas nunca precisei colocar a mão no ombro de ninguém porque
era sempre o primeiro da fila, por ordem de tamanho.
Tal rotina cumprida por todo um período escolar me permite não
embaralhar versos até hoje, garanto que nunca enfiei a paz no futuro e a
glória no passado depois do formoso céu, risonho e límpido, mas ao
mesmo tempo me privou de decorar de maneira adequada o hino da
independência, porque esse a gente zoava mesmo, eram os cinco filhos do
japonês, cada um deles contemplado com uma desgraça diferente, um era
vagabundo, outro era punheteiro, e o coitado do quinto tinha nascido sem
pinto. Como esse a gente cantava só uma vez por ano, não tinha problema
algum abrir mão daquelas baboseiras de garbo juvenil, grilhões da brava
gente brasileira, e perfídia astuto ardil é a puta que pariu. Na mesma
vida ter de decorar lábaro que ostentas estrelado e ímpias falanges é um
pouco demais, não força a amizade.
Pois que os meninos da CBF, o Brasil que deu certo, adentraram o
gramado em formação de grupo escolar, perfilaram-se, urraram o hino
nacional segurando uma camisa do Neymar Jr. como se fosse a farda de um
soldado abatido em Omaha Beach, enquanto o próprio assistia ao jogo em
sua casa no Jardim Acapulco pingando fotos no Instagram, #ÉTóiss.
Parêntese. No dia anterior, três dos meninos da CBF também colocaram
fotos no Instagram com a hashtag #jogapraele, respondidas, as fotos, com
a hashtag #jogapramim pelo soldado abatido na guerra, Neymar Jr. Todos
eles, Neymar Jr., Marcelo, Willian e David Luiz, receberam quantia não
divulgada da Sadia, patrocinadora da seleção, para a, como se diz hoje,
ação. Foram alguns milhões de curtir & compartilhar
que deixaram os marqueteiros da empresa muito satisfeitos e ansiosos
para saber quantos frangos seriam vendidos no dia seguinte, enquanto os
rapazes rangiam seus dentes gritando pátria amada, Brasil.
Então começou o jogo e foi aquela coisa linda.
Então acabou o jogo e estavam todos atônitos, pasmos, chocados,
passados, desacorçoados, e os câmeras da FIFA se divertiram fazendo
closes de garotinhos com fulecos na cabeça derramando lágrimas no peito
de papai com um TAG-Heuer no pulso. Oh, coitados. E os óculos Prada
embaçados com as lentes melecadas de rímel? Pobres almas.
Acelera a fita e chegamos à coletiva de hoje, sete figuras em
Teresópolis numa mesa, uns dois ou três eu não tenho a menor ideia de
quem fossem, ou sejam, porque continuam sendo alguém. Reconheci
Parreira, Felipão, Murtosa, o médico, acho que o preparador físico.
Tinha um de agasalho, quase um boneco de cera, no centro da mesa tal
qual um Jesus Cristo na última ceia, que entrou mudo e saiu calado, e
portanto não devia ter grande importância.
E o que se viu foi uma demonstração de arrogância, soberba,
prepotência, falta de humildade, um festival de sandices, um arroto
coletivo coroado com a carta da dona Lúcia.
Dona Lúcia é a grande personagem desta Copa do Mundo, e surgiu,
infelizmente, aos 44 do segundo tempo. Teria sido muito divertido saber o
que ela pensava desde o dia 12 de junho, na abertura em Itaquera. Foi
sua carta, na verdade um e-mail, afinal estamos em 2014 e nem dona Lúcia
escreve mais a mão, fecha um envelope, lambe um selo e vai ao correio,
que absolveu toda a CBF, todos os membros da comissão técnica, todos os
jogadores, todos os nossos pecados. Foi a carta de dona Lúcia que
permitiu a Parreira, a quem encarregaram de dar à luz a missiva,
concluir que está tudo perfeito, que ele é perfeito, Felipão também, os
demais da mesa, o futebol brasileiro, a CBF. Afinal, como ele disse há
um ano, há uma hierarquia no futebol. E estamos no topo dessa cadeia. É
nóis, mano. #ÉTóiss.
Bem, vamos a alguns fatos. Foi o pior resultado de uma seleção
brasileira desde o dia em que o Homem de Neandertal deu um bico na
cabeça do cara da tribo vizinha, arrancando-a e fazendo a dita cuja voar
entre duas árvores. Um 7 x 1 numa semifinal de Copa gerou folhas e
folhas de estatísticas, todas elas iniciadas com “nunca”. Nunca isso,
nunca aquilo.
Não me senti envergonhado de nada nem durante, nem depois do jogo.
Quero que a seleção se foda, não dependo dela para viver, torço para a
Portuguesa, e para mim, depois de 1982, tanto faz se a CBF tem um escudo
com quatro, cinco ou dez estrelas. Para mim, a equação é simples: quem
se dá bem quando a seleção ganha? A CBF e os caras que tomam conta dela,
mais um pessoal no entorno, mídia incluída, que se apropria das
vitórias e se refere ao time na primeira pessoa do plural. Acho todos
desprezíveis, então não me importo se ganha, perde, empata, se goleia,
se é goleada. Olho tudo, assim, com o distanciamento e isenção
necessários e torcendo apenas por uma coisa: que um dia tudo mude.
Mude, porque gosto de futebol. Porque olho para a Alemanha e fico
feliz da vida de ver que um projeto feito há não muito tempo dá tão
certo e é baseado apenas em honestidade de princípios, trabalho,
dedicação, metas, filosofia.
Filosofia. Essa é a palavra. Em 2000, a Alemanha fez uma Eurocopa de
merda e não passou da primeira fase. Fritz, Hans, Müller, Klaus e
Manfred se reuniram e decidiram salvar o futebol do país. Para isso, era
preciso mudar tudo. Clubes, ligas, divisões de base, campeonatos,
estádios, distribuição de dinheiro, formação de técnicos, médicos,
preparadores físicos, finanças, tudo. O resultado, óbvio e inevitável,
seria uma seleção forte, mais dia, menos dia.
Os resultados estão aí e não vou me alongar neles. São quatro
semifinais seguidas de Copas, a Bundesliga tem uma média de público
assombrosa, os clubes são saudáveis, vivem decidindo os campeonatos
europeus, é um sucesso. A coisa é tão bem feita e bem pensada, que os
clubes são obrigados até a estabelecer uma filosofia de jogo e aplicá-la
em todas as suas divisões. A distribuição de grana não é a
obscenidade determinada pela TV Globo aqui, por exemplo. Atende a
critérios técnicos, não a planilhas do Ibope. Em resumo, em 14 anos, o
que é quase nada, os caras reconstruíram seu futebol. E o futebol na
Alemanha, com o perdão da expressão, mas não encontro outra melhor, é do
grande caralho.
Enquanto isso, por aqui, ele é infestado por figuras sombrias e
deprimentes, gente ligada ao regime militar, múmias carcomidas,
antiquadas, obsoletas, conservadoras (o treinador é admirador confesso
de Pinochet), adeptas de rituais de guerra, de conceitos bélicos, de
atitudes marciais, gente que não sorri, que dá asco, que,
definitivamente, não tem nada a ver com o futebol que o Brasil um dia
mostrou ao mundo e fez com que o mundo se encantasse por ele. E até hoje
isso acontece. Esse encanto, que é claramente uma herança do passado,
segue tão vivo que a Alemanha, hoje, pediu desculpas ao Brasil.
Não precisava. Essa gente não merece tamanha consideração. A seleção
brasileira não representa nada, a não ser os interesses (pessoais,
muitas vezes; não estou falando só de dinheiro) de meia-dúzia que há
décadas se locupleta com ela. Como explicar a escolha do técnico, por
exemplo? Felipão, nos últimos dez anos, perdeu uma Euro com Portugal
para a Grécia em casa, foi demitido do Chelsea, mandado embora de um
time uzbeque e rebaixou o Palmeiras para a Série B. Prêmio: virou
técnico da seleção brasileira na Copa do Mundo disputada no Brasil.
Hoje, na tal coletiva, brandiu folhas de papel com seu retrospecto e
carga horária de treinos para provar que fez tudo direitinho. Parreira,
figura hedionda e sorumbática, interrompia o abatido treinador a cada
resposta para rebater toda e qualquer crítica e reforçar sua
autoproclamada competência, seu currículo inatacável, seu passado
vitorioso de líder de polichinelo, flexão de braço, distribuição de
coletes e posicionamento de cones.
O futebol brasileiro recebeu alguns recados nos últimos anos. Quando o
Santos tomou duas goleadas do Barcelona, por exemplo. Ou quando o Inter
foi eliminado do Mundial de Clubes por um time africano. E, depois, o
Atlético Mineiro — por uma equipe marroquina. As finais da Libertadores
serão retomadas agora, depois da Copa. Sabe quantos clubes brasileiros
estão entre os semifinalistas? Nenhum. A média de público da Série A é
não menos que ridícula. O campeonato do ano passado acabou num tribunal
fajuto porque a CBF não consegue publicar uma suspensão de jogador num
site. O clube que reclamou dessa iniquidade foi chantageado e ameaçado
de desfiliação e acabou rebaixado, sem ter direito sequer de buscar seus
direitos.
Esse futebol, ontem, levou sete gols da Alemanha. Quatro deles em
seis minutos. E a turma responsável por esse vexame hilariante, hoje,
não desceu do salto. Não assumiu nenhum erro. Não admitiu nenhuma falha.
Não reconheceu suas deficiências. Tratou o resultado como um acidente.
Foi quando surgiu a carta de dona Lúcia. Que termina sua peroração
dizendo que não entende nada de futebol. Talvez por isso os sete da
mesa, mais os que nela não estavam, tenham tentado convencer dona Lúcia
de que foi um acidente.
Mas não foi não, dona Lúcia.
* Ilustro este post, que nem queria escrever, porque
não escrevi nada desta Copa, infelizmente (foi uma Copa riquíssima e
excepcional), com a melhor das capas de jornal que vi hoje. É do
“Extra”, aqui do Rio, que enterra de uma vez por todas o Maracanazo. O
que aconteceu em 1950 foi uma tragédia. O que aconteceu ontem, uma
vergonha. São coisas bem diferentes.
Essa eu já publiquei, mas não custa repetir:
O desabafo de Romário
"Ladrões, corruptos e quadrilheiros!".
Campeão mundial e principal jogador na campanha do tetracampeonato,
Romário detonou a organização do futebol brasileiro após a humilhante
eliminação na Copa do Mundo de 2014
Após a goleada histórica sofrida pelo Brasil diante da Alemanha nas semifinais da Copa do Mundo,
o ex-jogador e deputado federal Romário desabafou. Através das redes
sociais, afirmou que José Maria Marin, presidente da CBF, e seu vice e
sucessor eleito, Marco Polo Del Nero, deveriam estar na cadeia. O
parlamentar fez duras críticas à corrupção e à gestão no futebol
brasileiro, e falou em “falência” do esporte no país. “Passado o luto das primeiras horas seguidas da derrota, vamos ao
que verdadeiramente interessa! Quem tem boa memória, vai lembrar da
minha frase: Fora de campo, já perdemos a Copa de goleada! Infelizmente, dentro de campo, não foi diferente. Ontem foi um dia muito triste para nosso futebol. Venceu o melhor
e ninguém há de questionar a superioridade do futebol alemão já há
alguns anos. Ainda assim, o mundo assistiu com perplexidade esta
derrota, porque nem a Alemanha, no seu melhor otimismo, deve ter
imaginado essa vitória histórica. Porém, se puxarmos da memória, vamos lembrar que nossa seleção já
não vinha apresentando nosso melhor futebol há muito tempo. Jogamos
muito mal. Infelizmente, levamos sete e, por mais que isso cause
mal-estar, devemos admitir que a chuva de gols foi apenas reflexo do
pânico, da incapacidade de reação dos nossos jogadores e da falta de
atitude do treinador de mudar o time. Vivemos uma crise no nosso esporte mais amado, chegamos ao auge
dela. Acha que isso é problema só dos jogadores ou do Felipão? Nem de
longe. Nosso futebol vem se deteriorando há anos, sendo sugado por
cartolas que não têm talento para fazer sequer uma embaixadinha. Ficam
dos seus camarotes de luxo nos estádios brindando os milhões que entram
em suas contas. Um bando de ladrões, corruptos e quadrilheiros! O meu sentimento é de revolta. Estou há quatro anos pregando no deserto sobre os problemas da
Confederação Brasileira de Futebol, uma instituição corrupta gerindo um
patrimônio de altíssimo valor de mercado, usando nosso hino, nossa
bandeira, nossas cores e, o mais importante, nosso material humano,
nossos jogadores. Porque não se iludam, futebol é negócio, business,
entretenimento e move rios de dinheiro. Nunca tive o apoio da presidenta
do País, Dilma Rousseff, ou do ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Que
todos saibam: já pedi várias vezes uma intervenção política do Governo
Federal no nosso futebol. Em 2012, eu apresentei um pedido de CPI da CBF, baseado em um
série de escândalos envolvendo a entidade, como o enriquecimento ilícito
de dirigentes, corrupção, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e
desvio de verba do patrocínio da empresa área TAM. O pedido está parado
em alguma gaveta em Brasília há dois anos. Em questionamento ao
presidente da Câmara dos Deputados, sr. Henrique Eduardo Alves, mas ouvi
como resposta que este não era o melhor momento para se instalar esta
CPI. Não concordei, mas respeitei a decisão. E agora, presidente, está
na hora? Exceto por um vexame como o de ontem, o Brasil não precisaria se
envergonhar de uma derrota em campo, afinal, derrotas fazem parte do
esporte. Mas vergonha mesmo devemos sentir de ter uma das gestões de
futebol mais corruptas do mundo. A arrogância dessa entidade é tão
grande que até o chefe da assessoria de imprensa chega ao absurdo de
bater em um atleta de outra seleção, como fez o Rodrigo Paiva contra um
jogador do Chile Pinilla. Paiva pegou quatro jogos de suspensão e foi
proibido de acessar o vestiário dos jogadores. Este ato foi muito
simbólico e diz muito sobre eles. O presidente da entidade, José Maria
Marin, é ladrão de medalha, de energia, de terreno público e apoiador da
ditadura. Marco Polo Del Nero, seu atual vice, recentemente foi detido,
investigado e indiciado pela Polícia Federal por possíveis crimes
contra o sistema financeiro, corrupção e formação de quadrilha. São
esses que comandam o nosso futebol. Querem vergonha maior que essa? Marin e Del Nero tinham que estar era na cadeia! Bando de vagabundos!!! A corrupção da CBF tem raízes em todos os clubes brasileiros,
vale lembrar que são as federações e clubes que elegem há anos o mesmo
grupo de cartolas, com os mesmos métodos de gestão arcaicos e corruptos
implementados por João Havelange e Ricardo Teixeira e mantidos por Marin
e Del Nero. Vale lembrar, que estes dois últimos mudaram o estatuto da
entidade e anteciparam a eleição da CBF para antes da Copa. Já prevendo
uma possível derrota e a dificuldade que eles teriam de se manter no
poder com um quadro desfavorável. E os clubes? Sim, eles também são responsáveis por essa crise.
Gestões fraudulentas, falta de investimento na base, na formação de
atletas. Grandes clubes brasileiros estão falindo afogados em dívidas
bilionárias com bancos e não pagamentos de impostos como INSS, FGTS e
Receita Federal. E toda essa má gestão que tem destruído o nosso futebol,
infelizmente, tem sido respaldada há anos pelo Congresso Nacional com
anistias e mais anistia destes débitos. Este ano tivemos mais um projeto
desses vexatórios para salvar os clubes. Um projeto que previa que
clubes pagassem apenas 10% de suas dívidas e investissem 90% restante em
formação de atletas. Parece até deboche. Uma soma de aproximadamente R$
4 bilhões ou muito mais, não se sabe ao certo. Corajosamente, o
deputado Otávio Leite, reconstruiu o texto e apresentou uma proposta
honesta estruturada em responsabilidade fiscal, parcelamento de dívidas e
a criação de um fundo de iniciação esportiva, com obrigações claras
para clubes e CBF. Em resumo, a nova proposta além de constituir a Seleção
Brasileira de Futebol e o Futebol Brasileiro como Patrimônio Cultural
Imaterial – obrigava a CBF a contribuir com alíquota de 5% sobre as
receitas de comercialização de produtos e serviços proveniente da
atividade de Representação do Futebol Brasileiro nos âmbitos nacional e
internacional. O tributo também incidiria sobre patrocínio, venda de
direitos de transmissão de imagens dos jogos da seleção brasileira,
vendas de apresentação em amistosos ou torneios para terceiros,
bilheterias das partidas amistosas e royalties sobre produtos
licenciados. O valor seria destinado a um fundo de iniciação esportiva
para crianças e jovens de todo o Brasil. Esses e outros artigos dariam
responsabilidade à CBF, punição à entidades e outros gestores do
futebol, a CBF estaria sujeita a fiscalização do TCU e obrigada a ter
participação de um conselho de atletas nas decisões. Mas este texto infelizmente não foi para a frente. Sete deputados
alemães fizeram os gols que desclassificaram nosso futebol e nos tirou a
chance de moralizar nosso esporte. Estes deputados, como todos sabem,
fazem parte da Bancada da CBF, mudei o nome porque Bancada da Bola é
muito pejorativo para algo que amamos tanto. Gosto de dar os nomes:
Rodrigo Maia (DEM -RJ), Guilherme Campos (PSD-SP), Arnaldo Faria de Sá
(PTB-SP), José Rocha (PR-BA) , Vicente Cândido (PT-SP), Jovair Arantes
(PTB-GO) e Valdivino de Oliveira (PSDB-GO). Essa partida ainda pode ser revertida com a votação do projeto no
Plenário da Câmara. Será que esses sete deputados voltarão a prejudicar
o nosso futebol? O futebol brasileiro tomou uma goleada e a derrota retumbante,
infelizmente, não foi só em campo. Nem sequer tivemos o prazer de jogar
no Maracanã, um templo do futebol mundial, reformado ao custo de mais de
R$ 1 bilhão. Acha que foi porque não chegamos a final? Não. Poderíamos
ter jogado qualquer outro jogo lá. A resposta disso é ganância e
arrogância. É a CBF que escolhe onde o Brasil vai jogar, mas,
obviamente, poderia ter tido interferência do Ministério do Esporte e da
presidência da República, mas nenhum destes se manifestou. Quem levou
com essas escolhas? Para fechar com chave de ouro, a CBF expulsou do vestiário Cafú,
capitão de seleção do pentacampeaonato. Cafú foi expulso do vestiário
enquanto cumprimentava os jogadores ontem. Este é o retrato do nosso
futebol hoje, não honramos a nossa história. Dilma tem sim que entregar a taça para outra seleção. Este gesto
será o retrato do valor que ela deu ao nosso futebol nos últimos anos!
Eles levarão a taça e nós ficaremos com nossos estádios superfaturados e
nenhum legado material, porque imaterial, mostramos para o mundo que
com toda nossa dificuldade, somos um povo feliz”
A Copa de 2010 revolucionou o futebol. E agora, o que fica de 2014?
A Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, elevou a Espanha ao patamar
de referência no futebol. Não por acaso. O time treinado por Vicente Del
Bosque e chefiado dentro de campo por Xavi Hernández e Andrés Iniesta
venceu a Copa na bola, jogando mais, com o tiki-taka, e reproduzindo o
que o Barcelona de Pep Guardiola e Lionel Messi fazia ao varrer a
Europa.
O resultado daquela Copa foram os olhos voltados à
Espanha, ao Barcelona e a Guardiola. Desde então o planeta passou a
encarar o futebol de forma diferente: posse de bola virou o mais
importante princípio, e passes curtos e triangulações viraram
características valorizadas. A bola passou a ser tratada com mais
carinho, afinal se viu que o volante que sabia construir era melhor do
que aquele que só destrói.
Essa Copa, de 2014, também irá
influenciar o futebol de forma diferente, a partir daquilo que deu certo
e daquilo que deu errado. Veja o que essa Copa deixa de legado para o
futebol: 1. Alemanha lidera novo ciclo
O
novo ciclo do futebol mundial será liderado pela Alemanha, pela primeira
vez na história. De 1958 a 1970, obviamente, os olhos do mundo da bola
se voltaram ao Brasil de Pelé, que venceu três de quatro Copas. Depois, a
Holanda de Rinus Michels influenciou o mundo inteiro, mesmo sem título,
de 1970 a 1978. Com Diego Maradona, a Argentina assumiu o protagonismo
até 1990, quando o Brasil voltou aos holofotes com a geração de Romário
até Ronaldo, em 2006. Depois da Espanha, que assim como a Holanda de 74
revolucionou o futebol, a partir de 2014 a Alemanha assume esse papel. 2. O futebol brasileiro ficou pra trás
É incomparável o futebol apresentado pela seleção brasileira e por
outras que se destacaram nessa Copa do Mundo. O futebol brasileiro não
fica para trás em 2014 só por causa da derrota vexatória por 7 a 1 para a
Alemanha, mas por não conseguir superar tecnicamente – com jogadores de
melhor qualidade – equipes como Chile e Colômbia, vizinhos, sem
tradição, sem jogadores tão bons, mas com coletivo muito melhor. 3. A Copa premia o planejamento
Não há mais sorte ou imprevisibilidade capaz de superar o planejamento.
Essa Alemanha começou a ser preparada há 14 anos, em 2000, após o
fracasso do time nacional na Eurocopa daquele ano. O episódio se tornou
marco para uma revolução no futebol alemão, e até o governo do país
atuou nas mudanças. Clubes de primeira e segunda divisão foram obrigados
a implementar categorias de base em programa de estruturação do futebol
nacional. Quem trabalha bem recebe mais incentivo. Deu certo, e o
resultado é o título de 2014. 4. Camisa não ganha mais jogo
Atrelado ao conceito do resultado a partir do planejamento, cai a
máxima de que camisa ganha jogo. Espanha, Itália e Inglaterra caíram na
primeira fase. Três campeãs mundiais não conseguiram impor camisa sobre
trabalho. Portugal também. A Costa Rica foi o exemplo de que, sem
tradição alguma, é possível derrubar gigantes.
O sentimento no
Brasil, em relação ao futebol, não passa nem perto do "Tente outra vez".
Não houve árbitro adversário ou um único personagem de campo apontado
como o grande vilão da queda. Não se pensa que o resultado poderia ser
outro se Brasil e Alemanha refizessem a partida pela semifinal da Copa. O
sentimento é o de que o Brasil não é mais o país de futebol, e agora
precisa se reciclar para voltar ao topo do mundo. 5. Centroavante pra quê?
A Alemanha, que um dia teve Oliver Bierhoff como craque – um
centroavante dos menos técnicos das Copas –, agora venceu a Copa ao
abdicar da referência dentro da área. Mario Götze entrou como falso 9,
em substituição que tirou Miroslav Klose de campo. O jovem, fora da
área, foi responsável pelo título no Maracanã. A alternativa do técnico
Joachim Löw segue o básico de Pep Guardiola, técnico do Bayern de
Munique e determinante influência sobre a Alemanha. Desde que o
Barcelona, com Lionel Messi, passou a jogar sem centroavante, diversas
equipes do planeta adotaram a medida. 6. Ofensividade: palavra de ordem
Essa Copa não premiou, em absoluto, equipes que priorizaram sistemas
defensivos em detrimento de marcar gols. A Argentina, derrotada na
final, se marcou por uma defesa quase impenetrável, mas foi a equipe que
mais atacou durante toda a Copa do Mundo. A Alemanha é o time que adora
a bola e joga para fazer gols: aplicou 7 no Brasil. Além dos
finalistas, a Holanda demonstrou ofensividade em uma equipe que procurou
a todo instante Arjen Robben. Outra que se destacou foi a Colômbia, de
extrema objetividade até a meta adversária.
Brasil teve a maior Copa da história? Só faltou a confirmação dos números
Alemanha e Argentina decidem o título da Copa do Mundo no Maracanã132 fotos
Capitão Philip Lahm levanta a taça do tetracampeonato alemão na Copa do Mundo - Julio Cesar Guimaraes/UOL
O Mundial de 2014 terminou no último domingo no Rio de Janeiro deixando
aos fãs de futebol ao redor do planeta a sensação do testemunho um dos
melhores torneios de todos os tempos. Mas será que o Brasil teve a
melhor Copa da história? Quem responde que sim até conta com alguns
números a favor. No entanto, o apego vem de impressões que as
estatísticas não podem traduzir.
Golaços, vitórias com placar
elástico, reviravoltas nos últimos minutos e, principalmente, futebol
ofensivo. Representantes da imprensa estrangeira apontaram o Brasil 2014
como a melhor Copa da história.
Após uma preparação tumultuada,
cheia de atrasos de obras e atritos políticos com o governo brasileiro,
o presidente da Fifa Joseph Blatter também declarou que esta foi a
melhor Copa em que já esteve.
No meio do torneio, o ídolo Zico
destacou a ofensividade como o grande atrativo do torneio: "essa
mentalidade dos técnicos fez com que os jogadores queiram atacar cada
vez mais, melhora o espetáculo".
Lukas Podolski, o alemão
preferido dos brasileiros, também endossou a tese de melhor Copa: "A
cada dia que passa me encanto mais com esse país lindo. Essa energia
maravilhosa. Realmente não tinha lugar melhor para jogar uma Copa".
Abaixo, a frieza dos números e a Copa muito além deles. Com qual você fica?
A COPA NOS NÚMEROS
Número de prorrogações: recorde
2014: 8 1990: 8
Número de disputa por pênaltis: recorde
2014: 4 1990 e 2006: 4
Média de gols na primeira fase
2014: 2,83 (1954: 5,1) 2002: 2,71
Média de gols no mata-mata
2014: 2,18 (1930: 6,7) 1998: 2,81
Maior goleada
2014: Brasil 1 x 7 Alemanha 1982: Hungria 10 x 1 El Salvador
Maior goleada em jogo entre campeões mundiais
2014: Brasil 1 x 7 Alemanha
Maior goleada em semifinais
2014: Brasil 1 x 7 Alemanha
Média de público
2014: 53.591 (2ª maior) 1994: 68.991
A COPA ALÉM DAS ESTATÍSTICAS
Dramas até o fim
A
bola na trave do suíço Dzemaili deu um susto nos argentinos no último
minuto da prorrogação nas oitavas. Ainda na 1ª fase, a Suíça conseguiu a
virada sobre o Equador nos acréscimos. A Holanda virou sobre o México
no mata-mata com dois gols nos últimos minutos. A Copa teve outros
desfechos emocionantes. O Brasil viveu drama com a bola na trave do
chileno Pinilla no fim do tempo extra nas oitavas
Futebol ofensivo
O
Brasil fez os torcedores do mundo apagarem a impressão de futebol
defensivo das últimas duas Copas. Costa Rica, Argélia e, pasmem, até a
Grécia. Os pequenos que surpreenderam partiram para o ataque. A Costa
Rica foi líder do "grupo da morte" ganhando de Uruguai e Itália. Os
gregos campeões da Europa em 2004 na retranca mostraram uma nova cara.
Alemanha e Holanda também privilegiaram o ataque
Astros brilhando
Depois
de duas Copas apagado, Messi finalmente conseguiu uma apresentação
digna de sua história. O craque fez gol no Maracanã na 1ª fase e levou a
Argentina à final. De resto, Robben fez uma Copa brilhante pela
Holanda. Neymar teve bons momentos até se machucar com gravidade. E se
C.Ronaldo não fez milagres por Portugal, um jovem colombiano despontou.
James Rodríguez terminou como o artilheiro.
Goleiros se destacando
Tim
Howard foi o nome da campanha dos EUA, sucesso até entre celebridades
de seu país. Na derrota para a Bélgica nas oitavas, o goleiro bateu o
recorde de defesas em uma única partida de Copa, com 15 intervenções. A
Costa Rica jogou no ataque, mas foi Navas o destaque da surpresa da
Copa.Tim Krul era reserva na Holanda, mas entrou só para defender os
pênaltis que classificaram o time nas quartas
Recordes
A
marca de maior artilheiro das Copas não pertence mais a Ronaldo. O
alemão Klose conseguiu os dois gols que precisava para superar o
brasileiro e agora tem 16. Por ironia, a virada aconteceu justamente
contra o Brasil. O goleiro colombiano Mondragón agora é o jogador mais
velho a atuar em uma Copa. Com 43 anos, ele bateu o camaronês Roger
Milla ao jogar alguns minutos contra o Japão na 1ª fase
Uma festa para sul-americanos
Argentinos,
chilenos e colombianos invadiram o Brasil para ver a Copa. A Argentina
teve 100 mil fãs em um jogo em Porto Alegre. O Chile fez história ao
bater a campeã Espanha na 1ª fase. A Colômbia chegou às quartas na
melhor campanha da história. Por fim, os hinos a capela. Os brasileiros
já tinham cantado na Copa das Confederações. Desta vez chilenos e
colombianos também fizeram essa festa
Alguns vídeos no youtube Sobre a copa do mundo
Felipe Neto - AS MENTIRAS DA COPA DO MUNDO 2014
Humilhação do Brasil na Copa do Mundo vira evento mais tuitado da história | TecNews