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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Histórico! Épico! Galo Campeão da Copa do Brasil 2014!

Um novo Atlético, com futebol, espírito e gana de vencedor!

Blog do Atleticano Chico Maia - 26 de novembro de 2014 às 23:16 
 
Parecia que o Atlético é que precisava fazer três gols no Cruzeiro. Tomou as iniciativas ofensivas desde o início, marcou de forma implacável, principalmente as laterais cruzeirenses, desperdiçou oportunidades incríveis e mesmo depois de fazer 1 a 0 não procurou segurar o resultado porque sabia que se fizesse isso entraria no jogo que o Cruzeiro mais gosta.
Foi o sétimo confronto entre eles este ano, a quarta vitória alvinegra e três empates.
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Foto: SuperFC/OTempo
Nesta conquista da Copa do Brasil é preciso reverenciar os jogadores, mas o chapéu precisa ser tirado em homenagem ao Levir Culpi. Do que ficou do Cuca, apenas o Victor não precisou sofrer melhoras; os demais jogadores, todos trocados ou melhor aproveitados e mais motivados. Começando pelo principal ídolo da massa, Diego Tardelli, que é outro jogador, muito mais produtivo. Mesma situação do Marcos Rocha. Leo Silva virou capitão; o jogador certo na função certa. Sério dentro e principalmente fora de campo. Jemerson, um achado na base, assim como o Carlos e apostas que deram certo como o Douglas Santos e Rafael Carioca.
Dátolo foi outra conquista. Passou por uma metamorfose através do Levir que superou Ronaldinho em assistências e fez com que o R10 se tornasse uma saudosa lembrança, mas sem fazer falta, já que não vinha jogando muita coisa. Lançou jogadores da base como Dodô; Eduardo, posicionou melhor o Marion e soube revezar Leandro Donizete, Josué e Pierre nos jogos e momentos certos; deu moral para o Luan e conseguiu montar um elenco durante a temporada, conquistando títulos, coisa quase impossível, em função do calendário.
Uma despedida com chave de ouro do presidente Alexandre Kalil do seu vitorioso mandato. Ele acertou ao levar o primeiro jogo para o Independência, onde o time fez 2 a 0, uma vantagem ótima nesta disputa, contra um adversário também da prateleira de cima, como foram Flamengo, Corinthians e Palmeiras.
Kalil merece. Ele faz questão de dizer que gostaria de entrar para a história como o segundo melhor presidente da vida mais que centenária do Galo, mas superou o até então melhor, Elias, o pai dele. Diferentemente daqueles tempos ele assumiu o Galo quebrado, desmoralizado, sem time e devendo quase três meses de salários. Organizou o clube, o tornou novamente respeitado, conquistou títulos inéditos como a Libertadores, Recopa e Copa do Brasil. Títulos conquistados e comemorados dentro do Mineirão, além de dos campeonatos estaduais.
E acabou com a “Faixa de Gaza”, como era chamada a política interna do Atlético. Elegerá seu sucessor, Daniel Nepomuceno, como candidato único no próximo dia dois.
A torcida, que nunca falhou, fez de novo o papel dela, no Mineirão, no Independência e nas ruas!
CAM






















As viradas "impossíveis" só são possíveis para o Galo. Que campeão incontestável!

Mauro Cezar Pereira, blogueiro do ESPN.com.br, em Belo Horizonte (MG)
Veio o Palmeiras e o Atlético eliminou. E o fez sem dificuldades, ganhando em casa e também fora, não houve qualquer cerimômia.
Chegou o Corinthians e o Galo perdeu por 2 a 0 em São Paulo. Tomou outro gol no quinto minuto do jogo de Belo Horizonte, mas virou: 4 a 1. Impossível? Não, não era nada impossível.
E veio a vez do Flamengo, tradicional rival (ou inimigo?) de velhos duelos. Nova derrota por 2 a 0 longe de casa, outro tento sofrido no Mineirão e mais uma virada para 4 a 1. Épico. Mais do que épico.
Decisão contra o Cruzeiro. Primeiro jogo no Independência, mando do Galo e 2 a 0 bem convincente. Era a vez do maior rival tentar aquilo que o Atlético conseguira duas vezes. O aparentemente impossível.
O roteiro se repetiu até o momento em que Diego Tardelli fez seu primeiro gol na Copa do Brasil. A vantagem que corintianos e rubro-negros tiveram antes agora era dos atleticanos. Ficou nisso.
O Galo faturou a Copa do Brasil de forma tão incontestável, mas tão incontestável, que nem o mais fanático cruzeirense poderá discordar. Domínio em 180 minutos e 3 a 0 no placar agregado. Como dizer o contrário?
Roteiro perfeito e um triunfo final sem drama, sem sustos, diferente das viradas de 4 a 1 e dos jogos malucos da Libertadores conquistada. E com mais justiça do que nunca.


Obrigado, time de torcedores. Obrigado sempre

Agora não se pode mais cantar 'EU SEI que você treme' - eu sei, nós sabemos, o Brasil inteiro sabe, a Espanha, a França, a Itália, todos sabem!


O Galo ganhou. E, como no minuto que se seguiu ao pênalti desperdiçado pelo Baggio do Paraguai na Libertadores de 2013, eu me pego a beliscar a mim mesmo: “Meu Deus, o Galo ganhou, o Galo ganhou!” E me dou conta, enfim, de que o mundo sobreviveu àquela conquista – e de que a vida, como no samba do Gonzaguinha, é bonita, é bonita e é bonita!

Eu tinha 8 anos quando o Galo jogou a final de 1980 e meu pai saiu comigo pra comprar uma bandeira nas Lojas Bakana. Durante 33 anos eu esperei o título que nunca vinha, contabilizando fracassos extraordinários e dores indizíveis. Mudei de cidade, tive um filho, casei, separei, casei, meu cabelo ficou grisalho, tive cinco cachorros. Nunca, jamais em ano algum, passei um rèveillon sem a camisa do Galo. Quanto mais Deus judiou da gente, mais atleticano me tornei – eu e todos os atleticanos do mundo.

Depois do primeiro milagre de Victor, chutando pra longe a lógica que sempre nos condenava ao fracasso, fui acometido por uma profunda dúvida existencial: o que seria de mim se a gente ganhasse? O que seria do atleticano que comeu o pão que o diabo amassou quando lhe fosse oferecido o caviar paraguaio naquele dia 25 de julho que tenho hoje tatuado no braço?

Perguntava a mim mesmo se poderia haver outros objetivos em nossas vidas que chegasse perto daquele acontecimento que se avizinhava: casar uma filha? Ganhar um Prêmio Esso de Jornalismo? Fazer mais um filho? Em minha alma carcomida por Wrights e Simons, pela injustiça divina e a estatística que só não funcionava ao nosso favor, o êxtase da vitória se misturou à melancolia daqueles que passam a vida sem objetivar nada, como ébrios vagais depois que a festa acabou.

Ainda no Salomão, bebendo a vitória impossível na companhia do Bolivar, do Eduardo Ávila e de tantos outros, achei que só me restava sair dali e caminhar até a Califórnia. Não o Bairro Califórnia, onde, dizem, estará o novo estádio do Galo (Califórnia über alles!). Pensei mesmo foi em me tornar um andarilho, subindo a pé até o Hemisfério Norte, como um louco que perdeu o lugar no mundo.

Depois da conquista, o Horto esvaziou. No Marrocos, perdi pela primeira vez sem sofrer, aplaudindo aqueles penetras do Raja na festa da Fifa. E na Recopa, ganhei pela primeira vez sem deixar escapar uma única lágrima, apesar da vitória épica – a primeira que o meu filho pôde ver in loco, entre os loucos da Galoucura que tanto amo (ou amava?).

Tinha algo de podre no reino da Dinamarca – alguma coisa não ornava mais na Igreja Universal do Reino do Galo. A conquista, suprema ironia, era a nossa derrota. E eu nem podia mais botar a culpa em Deus, como faz o Christopher Hitchens em suas bíblias ateístas, porque até meu ateísmo tinha ido por água abaixo.

Pois é, mas tenho uma flâmula que carrego comigo desde os 10 anos, em que se lê: “Bom mesmo é ser atleticano” – e o que estava guardado pra gente nem o mais otimista dos fanáticos nem o mais patológico dos torcedores poderia imaginar. A Massa, que tantas vezes salvara o Atlético de simplesmente desaparecer, dessa vez foi salva pelo Galo – por seu elenco de torcedores, por Levir Culpi, pelo nosso Kalil, pelo Gropen, pelo Lásaro, pela Adriana, pelo Domênico, pelo Maluf, pelo Carlinhos Neves, pelo Rodrigo Lasmar, pelo Belmiro. Até morrer, o atleticano deve agradecer a cada uma dessas pessoas por trazer de volta o atleticano que há em cada um de nós e vagava ébrio por aí em busca de suas Califórnias perdidas.

Em época de vacas magras, o atleticano ensinou aos seus pernas de pau que é preciso ter raça, é preciso ter gana sempre. E a despeito de esses serem versos de Maria, Maria, ele tava ali pra mostrar que “quem traz na pele essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida”.

Dessa vez, eu sentei desanimado no sofá quando o Corinthians abriu o marcador sobre o meu Galo, prenunciando mais uma eliminação para o time oficial, de Lula e da Rede Globo. Mas o que vi foi o Edcarlos, quem diria, fazer o 4 a 1 e correr pra torcida como ele nunca correu pra lugar algum em toda a sua existência.

E o Pequetito, cruzeirense que já me fizera chorar tanto com sua narração na defesa de Victor contra o Tijuana, é culpado por essas lágrimas que escorrem agora, neste exato momento em que transcrevo o Gonzaguinha que ele resolveu citar naquela hora: “Somos nós que fazemos a vida, como der, ou puder, ou quiser, sempre desejada, por mais que esteja errada. Ninguém quer a morte, só saúde e sorte”. Êh, Galo, eu te amo demais...

Depois, contra o Flamengo, nosso maior algoz, foi como se toda a justiça do mundo tivesse sido feita finalmente, naquele novo e inacreditável 4 a 1. No jogo anterior, eu tinha ido ao Twitter mandar o Dátolo “tomar no c...” e sugerido que ele nunca mais vestisse a camisa do Atlético. Deveria haver Lei Seca para usuários de redes sociais.

Dátolo e Luan, amigos do peito, autores do terceiro e do quarto gol contra o time oficial da CBF e da Globo, ensinaram pra Massa que nada disso é milagre – é Atlético Mineiro, o time de coração desses dois para todo o sempre. A gente gritou “Eu acredito”, eles nos devolveram a classificação “épica” capaz de encerrar a carreira dessa bonita palavra, daqui pra frente apenas um verbete em O Pai dos Burros – dicionário de lugares-comuns e frases feitas, do cruzeirense Humberto Werneck.

Eu pensava que apenas o Tardelli e os meninos vindos da base torciam de verdade para o Galo. Mas não há um jogador nesse elenco que não morrerá com a bandeira do Atlético sobre o seu caixão, a exemplo de R10. O Mineirão não é mais nosso salão de festas – é a Casa do Baile. A superioridade do Galo nos dois “clássicos de todos os clássicos” tem uma única razão de ser: aqui não tem jogador, aqui é todo mundo 100% Galoucura.

Agora não se pode mais cantar “EU SEI que você treme” – eu sei, nós sabemos, o Brasil inteiro sabe, a Espanha, a França, a Itália, todos sabem! Antes das finais, isso era apenas uma provocação, ainda que os números estivessem a favor da tese. Agora, meu caro Werneck, é um fato científico.

O Galo campeão é algo tão monumental, transcendental e maravilhoso, que pudemos também comprovar outra tese, a de que o sonho do cruzeirense é gritar Galo. Na madrugada de quinta, o Tibete Azul presente à Casa do Baile não se aguentou: tão logo deu-se o apito final, saíram todos do armário, celebrando o nosso título. Vocês são bem-vindos! Há sempre espaço para mais um fiel na Igreja Universal do Reino do Galo. Pode vir com a gente, porque bom mesmo é ser atleticano.

Contra o Corínthians:

Foi como o pênalti de Riascos. Foi lindo demais

O Mineirão, palco preferencial da nossa desgraça, virou de uma hora pra outra um amuleto da sorte

postado em 18/10/2014 12:00 Fred Melo Paiva /Estado de MinasJUAREZ RODRIGUES/EM/D.A PRESS

Não fui ao jogo contra o Corinthians e não me arrependo. Cético das coisas de Deus, devoto exclusivo de São Victor, sou um crente da Teoria do Caos e do Efeito Borboleta. Se um inseto que bate a asa lá no Nepal pode acabar provocando um tufão na Califórnia, meu deslocamento até o estádio certamente tinha potencial pra mudar o regime dos ventos e o resultado do jogo. Ainda bem que eu não fui. Porque nada, absolutamente nada, poderia ter sido diferente naquela noite mágica de quarta-feira.

Entre 1977 e 2013, o atleticano comeu o pão que o diabo amassou. Eu tenho impressão de que Deus, no caso de existir, de repente olhou lá de cima e disse: “Quem é esse pessoal que a gente esqueceu aqui nesse canto?”. A que um de seus assessores, São Pedro ou São Paulo, respondeu: “Uai, são os atleticanos! Estão nesse limbo desde 1971, quando o Telê prometeu caminhar até Congonhas e pegou um táxi”.

O sósia de Karl Marx deu-se conta então do ocorrido: “Mas, rapaz, não era pra tanto...”. Diante do equívoco, fomos libertados em julho do ano passado. E desde então, apesar de alguns pesares, a justiça divina nos devolve com juros e correção o sofrimento do passado.

O pagamento da fatura não vem apenas com títulos, que, como bem sabemos, são preferências de cartórios e simpatizantes que trocariam tudo pela sorte de gritar Galo ao primeiro sinal de um copo quebrado na cozinha. “Não basta ganhar”, matou a charada minha amiga Elen Campos Munaier. “Tem de fazer história.”

O que o Galo faz desde 30 de maio de 2013, o Dia de São Victor do Horto, é História com H maiúsculo. Ganhamos a mais bela Libertadores de todas. Choramos abraçados aos nossos algozes no Marrocos, em um congraçamento mágico que “apenas” os 20 mil que lá estiveram são capazes de entender. Levantamos uma Recopa “num jogo que tem tudo para ser cultuado por gerações e gerações de torcedores”, nas palavras do acossador de candidatos Willian Bonner no Jornal Nacional.

O Mineirão, palco preferencial da nossa desgraça, virou de uma hora pra outra um amuleto da sorte. Que coisa! Começou ali, se Deus quiser, a derrocada épica do Cruzeiro diante de um Galo terrorista, atacando de Carlos, o Chacal. Mas se aquilo lhe pareceu um momento especial, ficou pequeno perto do que se deu por lá na quarta-feira.

Foi como o pênalti de Riascos. Foi lindo demais. Gritei sozinho, na solidão da minha sala, esse grito de “Eu acredito” que me arrepia até o pelo do nariz. Foi no dia que nasceu minha sobrinha, Helena – que se fosse minha filha se chamaria Edcarla. Entre o quarto gol e o apito final, me fechei no quarto com um dedo em cada ouvido, certo de que é assim que se enfarta. Mas o revés, meu amigo, não nos acontece mais: é muito juro, é muita correção.

Ao fim, veio a Dancinha do Mano abrilhantar nosso salão de festas. Já testei e recomendo: pode-se dançá-la no ritmo de um reggaezinho malemolente. Ou antes do banho matinal, peladão, no lugar do alongamento ou do yoga. Funciona.

Obrigado, Tardelli, Guilherme, Luan, Edcarlos. Obrigado, Levir e o time todo. Obrigado, Mano. Obrigado pelo capítulo épico na mais bonita história de amor e superação do esporte mundial. E digo aos descrentes do Brasileirão: enquanto houver Dedé, há esperança.
A dancinha do Mano Menesis foi histórica e virou piada
Contra o Flamengo:

A história vai passar de novo na nossa frente

Confesso, atleticano descrente, que não apenas creio no milagre: eu acredito é no milagre dos milagres!









postado em 01/11/2014 12:00 Fred Melo Paiva /Estado de Minas







Mauricio Val/VIPCOMM
Peço ajuda ao atleticano descrente: como é possível não acreditar? Porque, juro, eu gostaria mesmo é de já ter jogado a toalha, tanto na Copa do Brasil como no Brasileirão. E agora, em vez de pensar em Atlético 90% do tempo em que estou acordado, meu córtex cerebral ficaria liberado para processar outros assuntos, como o trabalho e a família, relegados a 10% da minha cabeça animal.

O problema é que eu vi Riascos ir pra bola, e Victor de bico isolar. Vi Deus derrubar o disjuntor no Horto, vi o gol de Guilherme, e aquele terço na marca da cal. Vi a derrota em Assunção, e a testada de Leo Silva aos 42 do segundo tempo. Vi El Tanque derrapar, e o Roberto Baggio do Paraguai nos dar o título impossível, aquele que me fez jogar fora o epitáfio que eu planejava desde a final de 1999: “Vim, vi e perdi”. (Deixo este para Júlio César, o goleiro.)

Como é que eu faço agora pra não acreditar, se outro dia mesmo teve a Recopa e, de novo, aquele estilo Dilma de vencer só depois de 90% dos votos apurados? De novo, nesse Mineirão que só dava azar, e que agora é o palco principal da nossa fortuna.

Qual é a mágica, atleticano descrente, pra não botar uma fé depois daqueles 4 a 1 contra o Corinthians? Depois daquilo, meu amigo, eu tô acreditando é em tudo – segredo de Fátima, CIA matando o Kennedy, capa da Veja, duende, disco voador, reforma política, tudo.

Você pode me dizer que o Guilherme estava em campo jogando o fino da bola, e que agora não estará mais. Sim, é verdade. Mas eu te pergunto, então, atleticano descrente: com Guilherme ou sem Guilherme, você acha normal um gol de Edcarlos? Aos 40 do segundo tempo? Com uma estranha chifrada que faz a bola bater em sua própria coxa e depois na trave, antes que o Caixa pudesse enfim gritar o “caixa” mais sinistro de sua vida? Com a autoridade do ateu, posso lhe garantir que foi coisa de Deus.

E embora ateu, começo a acreditar que alguma coisa tá guardada pra nós mais uma vez. Confesso, atleticano descrente, que não apenas creio no milagre – eu acredito é no milagre dos milagres! No Dátolo livrando-se do espírito de Emerson Conceição e reencarnando R49. No Jô pedindo o hino no Fantástico, obination style, e em mais um do Leo, nosso testa de ferro.

Tô crendo em um novo 4 a 1, meu amigo! Porque o Flamengo tinha só duas chances de matar o jogo no Maraca, onde 7 mil atleticanos engoliram 35 mil flamenguistas no gogó: ou ganhava de 1, ou metia 5. Escolheu fazer 2 a 0, coitado, nosso mais mítico placar. Chego a achar que São Victor pegaria aquele pênalti. Mas como santo que entende das providências lá de cima, deixou entrar por querer – ele sabe que o 2 a 0 é a senha no caixa eletrônico de Deus.

Eu estava no sofá da sala quando Victor pegou o pênalti. Nunca mais cometo esse desatino. E por isso recomendo ao atleticano descrente que vá logo comprar o seu ingresso, porque a gente precisa da sua garganta, da veia estufada do seu pescoço – e você mesmo não vai se perdoar por ter ficado de fora da sessão de descarrego. Vem logo, meu chapa, todo mundo junto, petralhas e coxinhas, para exorcizar mais esse encosto! Sai, José Roberto Wright! Sai, José de Assis Aragão! Sai, que a história vai passar de novo na nossa frente. 

Duzentos milhões em ação

"De agora em diante, fica permitido ao atleticano suspender a pensão da ex-mulher, dar o cano no condomínio do prédio, vender a própria mãe. Vende e não entrega, dane-se! A única coisa proibida é duvidar do Galo"



postado em 08/11/2014 12:00 / Fred Melo Paiva /Estado de Minas







Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Eu bem que tentei ajudá-lo, atleticano descrente, abrindo-lhe os olhos para o milagre que estava por vir. Sugeri que comprasse logo o seu ingresso, porque a história ia passar de novo na nossa frente. E uma coisa, meu amigo, é você ter visto o assassinato do Kennedy no sofá de casa; outra, bem diferente, é ter parado pra chupar um picolé em Dallas pouco antes de uma carcaça craniana sobrevoar seu próprio chifre.

É verdade que o ingresso ficou caro. Mas esse Atlético nos obriga a apertar o famoso botão do “dane-se”, como dizem os dubladores da TV. Dane-se tudo! De agora em diante, fica permitido ao atleticano suspender a pensão da ex-mulher, dar o cano no condomínio do prédio, vender a própria mãe. Vende e não entrega, dane-se! A única coisa proibida é duvidar do Galo.

Nesses últimos dois dias, tudo se falou e escreveu na tentativa vã de explicar o que se passa com esse Atlético. Mas não há explicação que resista a qualquer lógica, e eu já estou sinceramente ficando com vergonha de ser ateu. Se algo de sobrenatural acontecer na decisão contra o Cruzeiro, eu volto pro catecismo de onde fugi. Juro por Deus.

Eu nunca mais imaginei sentir a emoção que tinha experimentado na final da Libertadores de 2013, naquela hora em que o Baggio paraguaio desperdiçou sua cobrança. Com o perdão do meu filho, de quem cortei o cordão umbilical com a tesoura oferecida pelo médico, aqueles segundos que se seguiram ao pênalti ocupam o primeiro lugar no ranking dos momentos mais felizes da minha vida. Quarta-feira o nascimento do Francisco, há sete anos, perdeu mais uma posição na tabela. Desculpa, Kikinho, é o Galo que faz isso com a gente.

Nenhum outro torcedor do Brasil é capaz de entender o fato de o Atlético não ter colocado a estrela da Libertadores sobre o seu escudo. O cruzeirense, cujo distintivo parece a penteadeira do Rei Momo, menos ainda. Pergunto a vocês, que não têm a sorte de torcer para o Atlético: o que são os títulos diante desses dois 4 a 1 que nem o Alzheimer será capaz de apagar?

Se o Ibope saísse às ruas, o Atlético teria hoje a maior torcida do Brasil. Porque nem o mais insensível dos corintianos nem o mais fanático dos flamenguistas pode ter torcido contra o Galo depois do terceiro gol, anotado por Jesus (o primeiro nome do Dátolo). Jesus tinha sido crucificado no primeiro jogo e ressuscitou no último. Não me causará estranheza se subir aos céus, levitando sobre os cruzeirenses, depois de levantarmos a taça no dia 26.

O fato é que, por mais desalmado que possa ser o sujeito, é humanamente impossível torcer contra o Atlético. Seria como desejar um final feliz pra Carminha na novela – não rola. Por isso eu tenho pra mim que não foi o Luan o cara do quarto gol – foram 200 milhões de brasileiros que empurraram aquela bola pra dentro, incluindo José Roberto Wright e os cruzeirenses todos que têm o grito de Galo entalado na garganta. Obrigado a todos vocês por acreditarem junto com a gente!

Agora, vem a briga pelo título – a peleja do diabo com o dono do céu. Na última vez que o Cruzeiro ganhou do Atlético no Horto, Kennedy tava vivinho da Silva (foi morto em 1963). Não há favorito – a não ser, claro, que nos seja oferecida uma missão impossível. Aí, meu amigo cruzeirense, pode preparar o lombo, porque aqui o raio cai é 10 vezes no mesmo lugar.



A narração da Rádio Globo carioca entrou para a história e virou piada em tudo quanto é canal de televisão 





Aqui é um debate na rádio/TV carioca, de entendidos do futebol, antes do jogo soltando algumas pérolas como "24 vezes" " Isso acontece uma vez a cada 10 anos" "Quantos raios que você quer que caia no mineirão?"


 Contra o Cruzeiro, o mais fácil dos adversários:

A hora é de calçar as chuteiras da humildade

"O cruzeirense não aprende - leva duas na corcova, fora o baile e a freguesia, e segue arrotando superioridade"





postado em 15/11/2014 11:30 / Fred Melo Paiva /Estado de Minas



Juarez Rodrigues/EM/D.A Press


A grande vantagem do Atlético sobre o Cruzeiro na finalíssima da Copa do Brasil nada tem a ver com os dois gols marcados no Horto. A maior das vantagens é que o atleticano, tendo sofrido o que sofreu, é um sujeito desprovido de arrogância. E mesmo levitando feliz sobre o milho ao fim do primeiro jogo, ainda encabulado com o destino dos sabugos, passava batido por um vendedor de faixas anunciando o Galo campeão.

Em 1985, disputando a prefeitura de São Paulo, o favorito Fernando Henrique Cardoso sentou-se na cadeira do mandatário para uma foto de jornal. Claro que o Jânio ganhou a eleição – e ainda mandou desinfetar o assento antes de colocar nele o seu traseiro. Se FHC fosse atleticano, não sentaria no trono antes da hora nem pra passar um fax.

O cruzeirense é o oposto – fia-se em seus títulos como se fosse um conde ou um barão do século 19. Até que vem um 15 de novembro como hoje, nego instaura a República, e aquela fleuma toda vai pro saco.

Ainda assim, o cruzeirense não aprende – leva duas na corcova, fora o baile e a freguesia, e segue arrotando superioridade. Mesmo ciente de que a contagem histórica mostra que, se quiser ver o Cruzeiro à frente do Atlético algum dia, deve fazer como Roberto Marinho e Michael Jackson e começar a dormir dentro de uma daquelas bolhas que prometem prolongar a vida até os 200 anos. Mas, como se vê nesses dois casos, nem assim é garantido.

Fábio de Costas é o melhor representante dessa arrogância. Saiu de campo na quarta-feira dizendo que "cada um tem o estádio que merece" – sugeria, assim, ser o Cruzeiro maior que o Atlético. Dou-lhe um desconto, porque não deve ser fácil passar 90 minutos com uma multidão no cangote lembrando que "eu vi o gol do Vanderlei, e o Fábio lá de costas a chorar". Mas, meu caro, que culpa temos nós se você deixou o retrovisor em casa naquele dia?

Nesses tempos em que já ando duvidando do meu próprio ateísmo, fazendo três vezes o sinal da cruz antes de cada tempo do jogo e deixando umas oferendas aos pés da minha estátua de São Victor, começo a crer piamente no castigo de Deus. O cruzeirense acha que o homem lá em cima não viu toda aquela comida sendo desperdiçada e apenas o sabugo tendo alguma serventia. O cruzeirense espera ser perdoado por sua arrogância em 26/11, o dia do juízo final. Só não contava com os 2 a 0, a senha para o atleticano falar com Deus no Disque Denúncia.

Isso tudo pra dizer, amigo atleticano: não caia nessa falácia. Se te ocorrer a ideia de comemorar antes da hora, corra para o chuveiro e tome um banho frio. Se achar que pode ser conveniente adquirir a faixa de uma vez, com desconto, saiba que isso é coisa do diabo e que ela virá como roupa de brechó, repleta de encosto. Resista! Calce as chuteiras da humildade e ofereça-se para catar no gol da pelada. Até o apito final, no dia 26, o atleticano não é maior que ninguém – e agradece a Deus o fato de ter um estádio pra jogar, seja ele qual for.

Atlético volta a vencer o Cruzeiro, faz a festa da reduzida torcida no Mineirão e conquista a taça

Time alvinegro se impõe como visitante, faz 1 a 0 e ganha a Copa do Brasil
























postado em 26/11/2014 23:56 / Vicente Ribeiro /Superesportes











EM/D.A Press
O Atlético é o novo campeão da Copa do Brasil. O time alvinegro voltou a vencer o Cruzeiro, agora no Mineirão, por 1 a 0, na noite desta quarta-feira, e conquistou o título inédito. Diego Tardelli, aos 47min do primeiro tempo, inflamou a reduzida torcida do Galo no estádio, ao completar de cabeça para as redes de Fábio e garantir o triunfo. Além do troféu, os atleticanos asseguraram presença na Copa Libertadores pelo terceiro ano consecutivo.

No placar agregado, o Atlético levou a melhor por 3 a 0, já que vencera o primeiro duelo, no Independência, por 2 a 0. O time celeste vinha de uma grande conquista, o tetracampeonato brasileiro, mas nem isso aumentou a motivação dos jogadores, que não repetiram as boas exibições e a regularidade da competição nacional. O final foi de festa para os 1,8 mil torcedores atleticanos, que se sentiram em casa, mesmo com o Mineirão tomado de azul e branco.

Tardelli decide nos acréscimos

Mesmo com o Mineirão repleto de Cruzeirenses, a pequena torcida do Atlético fez barulho. E contagiou o time, que mostrou muita personalidade em campo, tocando bola e marcando firme. O time alvinegro poderia ter conquistado boa vantagem no primeiro tempo, se não tivesse desperdiçado tantos contragolpes. Já a equipe estrelada não teve o mesmo ímpeto do duelo contra o Goiás, no qual ganhou por 2 a 1 e garantiu o tetracampeonato brasileiro.

O time celeste cedeu muitos espaços pelas laterais, já que precisava atacar a todo instante para tirar a vantagem do arquirrival, adquirida no primeiro duelo, vencido pelo Galo por 2 a 0, no Independência. E o Atlético foi inteligente, soube tocar bem a bola e explorar as laterais. Nem a perda de Luan, que deixou o campo substituído por causa de lesão, aos 31min, diminuiu o ritmo dos alvinegros. Maicosuel entrou e manteve o nível, sempre caindo pela direita, nas costas de Egídio.

O Cruzeiro teve uma única chance, com Ricardo Goulart, que dominou a bola na área e chutou mal, fraco, à direita de Victor. Do lado atleticano, vieram as grandes oportunidades, sempre em estocadas rápidas pelos flancos. Mas faltou caprichar no último passe e também na conclusão. Aos 47min, no último lance da etapa inicial, o Galo não desperdiçou. Depois de escanteio cobrado pela esquerda, Dátolo mandou novamente para a área e Diego Tardelli, livre, testou sem chance para Fábio: 1 a 0. Festa da reduzida torcida alvinegra no Mineirão.

Galo administra no 2º tempo

Mesmo com a grande desvantagem, a torcida celeste deu uma força na volta para o segundo tempo. O grito de incentivo, no entanto, não mexeu com os jogadores. O Cruzeiro atacava, mas perdia a bola com facilidade e ainda se expunha aos contragolpes do Atlético, que não aproveitava até por displicência em alguns momentos. O Galo poderia ter ampliado logo no início da etapa final, quando Douglas Santos escapou pela esquerda, foi ao fundo e cruzou. Maicosuel não alcançou.

Além da pouca inspiração, o ataque celeste tinha um duro adversário a superar. O sistema defensivo do Atlético funcionou muito bem: uma zaga firme e os volantes se superando na marcação. O técnico Marcelo Oliveira mexeu, trocando William por Dagoberto, na tentativa de incendiar a equipe. Em ótima oportunidade, Ricardo Goulart dominou na área e chutou na rede, mas pelo lado de fora. O Galo, por sua vez, era só tranquilidade. Seguia tocando a bola e a torcida até gritou ‘Olé’.

A partir dos 23min, a torcida do Galo tomou conta do Mineirão. Com cânticos provocativos, o já famoso ‘Maria eu sei que você treme...’ foi entoado à exaustão. E até mesmo quando o Cruzeiro tocava a bola, os atleticanos vaiavam. A impressão era que o Galo jogava em casa. Os celestes responderam com a comemoração ao quarto título do Brasileiro: ‘Tetracampeão’. Um show à parte, já que dentro de campo o panorama não mudou.

Marcelo Oliveira mexeu novamente, trocando Ceará por Julio Baptista. Uma nova tentativa de aumentar o poder de fogo da equipe, com um homem mais forte na área. A expulsão de Leandro Donizete, aos 39, só serviu para tumultuar um pouco o fim da partida. Os climas ficaram exaltados, mas só dentro de campo. Com o apito final do árbitro, a comemoração foi dupla. De um lado, o título inédito da Copa do Brasil. Do outro, já que os cruzeirenses não deixaram barato, festa para o tetracampeonato brasileiro.

CRUZEIRO 0 X 1 ATLÉTICO

CRUZEIRO
Fábio; Ceará (Júlio Baptista, 33min/2ºT), Leo, Bruno Rodrigo e Egídio; Henrique (Willian Farias, intervalo) e Nilton; Everton Ribeiro, Ricardo Goulart e Willian (Dagoberto, 16min/2ºT); Marcelo Moreno
Técnico: Marcelo Oliveira

ATLÉTICO
Victor, Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Leandro Donizete, Rafael Carioca (Pierre, 26min/2ºT), Luan (Maicosuel, 31min/1ºT) e Dátolo; Diego Tardelli (Eduardo, 42min/2ºT) e Carlos
Técnico: Levir Culpi

Gol: Diego Tardelli (ATL, aos 47min/1ºT)
Cartões amarelos: Dátolo, Leonardo Silva, Maicosuel, Rafael Carioca e Luan (ATL); Bruno Rodrigo, Willian (CRU)
Cartão vermelho: Leandro Donizete (ATL, 39min/2ºT)

Motivo: 2º jogo da final da Copa do Brasil
Local: Mineirão, em Belo Horizonte
Data: 26 de novembro, quarta-feira
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP)
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Emerson Augusto de Carvalho (SP)
Público e renda: 39.786 pagantes e R$ 7.855.510,00

Com vinho e namorada em casa, Kalil comemora título e alfineta rival: 'Eterno freguês'

Presidente brinca com conquista inédita da Copa do Brasil pelo Atlético













postado em 27/11/2014 00:58 /Redação /Superesportes











Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
Alexandre Kalil não foi ao Mineirão assistir à decisão da Copa do Brasil. De casa, viu o Atlético vencer o Cruzeiro por 1 a 0 e ficar com o título. A última conquista como presidente alvinegro tem uma comemoração bem modesta, com a namorada Ana e um vinho. Contudo, ele não deixou de provocar o rival celeste.

“Sei que o momento deles é muito dolorido. Então vou respeitar a dor da torcida do Cruzeiro, que é virar esse freguês eterno do Atlético”, disse Kalil à rádio Itatiaia, por telefone.

Foi o terceiro título inédito da gestão Kalil, que teve a Copa Libertadores 2013 e a Recopa Sul-Americana 2014. Agora, ele se prepara para deixar a presidência para seu vice, Daniel Nepomuceno.

“A diretoria toda está no Mineirão. Estão de parabéns e Deus nos reservou muita coisa. Dia três não sou mais presidente do Atlético. Era praticamente meu último jogo importante. Deixo uma Copa do Brasil e uma vaga na Libertadores. Tenho certeza que terei um lugar, mesmo que pequeno, no coração dessa torcida. Esse é meu salário, o que ganhei no Atlético”, comenta Kalil.

Questionado se dormiria com a taça, como já aconteceu em outras conquistas, Kalil brincou. Disse que estava em casa com um vinho e a namorada e não queria ser incomodado. “Não quero taça não. Já abri um vinho e não quero que ninguém me amole”, disse, aos risos.

Apesar das brincadeiras, Kalil fez questão de pregar que ocorra uma comemoração de título em paz em todo o estado: "Que a torcida agora comemore em paz, soltando foguete e depois indo para casa. Toda mãe quer receber seu filho. Não sou politicamente correto não. Mas as mães esperam seu filho em casa".











Kalil diz que fica marcado na história do Atlético-MG: 'Vou respeitar a dor do nosso freguês'

ESPN.com.br com agência Gazeta Press 
Divulgação
Alexandre Kalil cutucou o Cruzeiro após o título
Alexandre Kalil cutucou o Cruzeiro após o título

Sempre polêmico, o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, não compareceu ao Mineirão nesta quarta-feira, mas comemorou bastante a conquista da Copa do Brasil, fechando o ciclo como mandatário máximo do clube. O dirigente diz ter certeza que será lembrado por ter dado o título da Libertadores e da Copa do Brasil de presente aos atleticanos.












"Estou muito emocionado, este foi praticamente meu último jogo no comando do clube. O meu salário é dar esse título para a torcida. Deixo o time com uma Libertadores e uma Copa do Brasil. Tenho certeza que deixei um espaço no coração dos atleticanos, por menor que ele seja", disse Kalil em entrevista à Rádio Itatiaia.
Normalmente, Kalil costuma alfinetar o arquirrival após as vitórias do Atlético-MG, mas dessa vez, o dirigente foi mais contido nas declarações. Kalil afirma que respeita a dor do adversário, porém, citou que o Cruzeiro é freguês do Atlético-MG, antes de pedir paz nas comemorações dos torcedores, que já ocupam a praça sete, tradicional ponto de comemoração das torcidas mineiras.
"Não vou gozar os cruzeirenses, sei que o momento é dolorido para eles. Vou respeitar a dor do nosso freguês. Vamos comemorar em paz, tem muita mãe esperando os filhos em casa", declarou.
Kalil deixa a presidência do Atlético-MG no início do mês de dezembro.

Galo é campeão da melhor das Copas do Brasil











Juca Kfouri

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As conquistas do Galo numa são simples, assim iguais às dos outros.
As do Galo sempre têm alguma coisa de diferente.
O Galo foi o primeiro campeão brasileiro, em 1971, e assim sempre será lembrado apesar de, recentemente, alguns revisionistas quererem alterar a história.
Para ganhar sua primeira Libertadores, no ano passado, o Galo teve que virar jogos impossíveis e um goleiro pegando pênalti no segundo final de jogo para evitar a eliminação.
Agora nesta Copa do Brasil não foi diferente.
Ou melhor, o Galo foi novamente diferente.
Porque tomou da boca o doce que corintianos e flamenguistas já saboreavam no Mineirão.
E, ontem, com requintes de crueldade, diante do rival Cruzeiro que acabara de comemorar o bicampeonato brasileiro, mandou no jogo, mas fez questão de só marcar seu gol já no derradeiro minuto do primeiro tempo, para desafiar os esfalfados adversários a fazer o mesmo que o Galo fizera: 4 a 1.
Não deu, é claro que não deu.
Além do mais, vale repetir que nunca antes na história deste país uma decisão de Copa do Brasil envolveu tanto interesse, sem se dizer que dela participaram todos os melhores times do país.
O Galo é um baita campeão da Copa do Brasil.
E, mais uma vez, diferente.


Galo confirmou que é o dono do melhor futebol do país no momento; congratulo a nação atleticana pela conquista da Copa do Brasil

De Vitor Birner
O título da Copa do Brasil foi para o time que jogou melhor futebol do país nos últimos meses.
O Cruzeiro tinha que atacar, empurrar o Galo para o campo de defesa e criar chances para fazer os gols que precisava para ser campeão.
Mas o Atlético fez isso no 1° tempo com enorme superioridade.
Marcou a saída de bola com muita intensidade, jogou para balançar a rede, criou algumas chances e as desperdiçou até Diego Tardelli,  de cabeça, nos acréscimos, enlouquecer de alegria os pouco mais de 1800 torcedores do time no arena mineira e milhões pelo Brasil.
Pareceu até que precisava mais da vitória que o anfitrião do clássico.
Não há como discutir se fez jus ao título.
A campanha épica, com viradas impressionantes diante do Corinthians e Flamengo, e encerrada no último capítulo com a manutenção da invencibilidade na temporada diante do maior adversário e conquista do primeiro troféu disputado pelos gigantes das Minas Gerais em nível nacional, fala mais por si do que qualquer palavra escrita neste ou em outro espaço.
Congratulo todos os envolvidos pela empreitada de sucesso!
Tardelli, o líder técnico, Luan importante foi para o time chegar à decisão e símbolo da campanha, Levir Culpi que reorganizou a equipe durante a temporada, a direção que o apoiou na hora de afastar jogadores indisciplinados e todos outros boleiros e cientistas campeões do torneio.
Dátolo, São Victor, Carlinhos Neves, Marcos Rocha, Carlos ….
A nação atleticana comemora o fato de terem honrado a camisa forte, vingadora e de novo campeã!






Hasta la vitória, siempre!


por Fred Kong

Leonardo Silva levantou o troféu e toda arrogância foi, finalmente, castigada.

Fala, raça!

Quando eu me ajoelhei no Mineirão para  agradecer aquela vitória épica sobre o Corinthians, não fazia a menor idéia do que o destino ainda nos reservava. Naquele momento, me bastava aquilo: eu tava com a alma lavada, sentia que 99 fora vingado e tava tudo certo. Aí veio o Flamengo com aquela marra toda de quem se acha superior, munido da confiança de quem sabe que se não for na bola vai ser no apito e confesso que pensei no pior. Outra vez terminei o jogo de joelhos, no chão de concreto, enquanto a Massa festejava no Gigante da Pampulha: o Galo havia sido heróico novamente. Confesso que já não sabia se éramos um time de futebol ou cobradores do SPC/SERASA vestidos de preto e branco, correndo atrás daqueles que insistiam e fugir de suas obrigações. Tomado pela alegria, decretei que uma parte da dívida rubro-negra estava quitada e que o restante do saldo devedor poderia ser parcelado, ad aeternum, tipo o Refis. E fomos para a final.

A diferença é que naquele instante, não me contentava mais com a simples vitória. Eu sabia que poderíamos mais. E eu comecei a desejar mais, como um faminto que já olha para o segundo prato de comida sem nem mesmo ter terminado o primeiro. Eu tinha fome de vitória e sede de vingança. Mais do que nunca, eu desejei ser campeão.

Aí destino aprontou mais uma vez e colocou o cruzeiro na nossa reta. O maior clássico de todos os tempos, o tira-teima do futebol nacional, o jogo entre as duas melhores equipes do país, o oásis do futebol mineiro. Nunca antes o Galo e seu maior rival haviam se enfrentado numa decisão dessas. Nunca antes estiveram em estado de graça ao mesmo tempo. Nos últimos dois anos, Atlético e CEC jogaram o fino da bola, dominaram o futebol continental e tupiniquim. Todos questionavam qual deles era melhor, coisa difícil de responder dados os parâmetros de comparação. Em 2014, os deuses do futebol colocaram os dois frente a frente e essa pergunta foi, finalmente, respondida.

O futebol mais vibrante, apaixonante e empolgante do país foi também o mais técnico e eficiente. Dois jogos, duas vitórias. Inquestionável. Como um rolo compressor, passamos por cima do esquadrão celeste como se estivéssemos enfrentando uma Tombense da vida, em jogo treino. A superioridade foi tamanha que Victor, acostumado a operar milagres nas grandes decisões, não precisou fazer nenhum nessa final. Na moral? Foi mais fácil do que imaginei, o que só confirma o que eu, você, o cara da BHTrans e o Brasil inteiro já sabíamos: é jogo contra o Galo, elas tremem mesmo.

Aqui é Galo, mané.


Crônicas sobre o título.



A saga da torcida que ensinou a todo o país o poder do "EU ACREDITO"


Rir sobre a campanha do Atlético na Copa do Brasil 2014 - Charges e Piadas!

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Três jogos completos, as três festas no Mineirão(nosso salão de festas): o 4x1 contra o Corinthians, o 4x1 contra o Flamengo e o 1x0 contra o Cruzeiro.





quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O Mercado de notícias - Filme/Projeto do gaúcho Jorge Furtado.

Site oficial: http://www.omercadodenoticias.com.br
FaceBook: http://pt-br.facebook.com/omercadodenoticias

Crítica publicada no site CineDica : http://www.cinedica.com.br/Critica-do-Filme-O-Mercado-de-Not%C3%ADcias-372643667.php

Século XVII. Como seria o Século XVII?!? Já imaginou? Será que podemos achar ainda atual alguma coisa de uma época que não tinha celular (nem telefone), não tinha TV a cabo(nem TV... nem rádio..) e dizer que parece que foi escrito hoje? E dizer que podemos descrever a realidade de hoje?! Impossível! 
Principalmente se o assunto for comunicação social e mídia!! Nada escrito no século XVI vai servir para hoje, vê lá!!

Como diria Caetano Veloso: Ou não?

O que você conhece do século XVII? Nada? Mentiroso! Conhece sim! William Shakspere nasceu no século XVI e morreu no século XVII. 
Na época que o teatro era o maior entretenimento das pessoas ele escreveu Romeu e Julieta, Macbeth, Hamlet, entre outros. Autor da eterna frase :"Ser ou não ser, eis a questão!"

Aí você vai me dizer: Legal! Os textos de Shakspere sobrevivem até hoje, é disso que está falando? 

Não! William Shakspere tinha um concorrente! Chamado Ben Jonson. Até o filme "O Mercado de notícias" eu acreditava que o século XVII era formado por um palco, o William Shakspere e sua platéia... Vai ver é porque não tinha chegado até mim nenhuma outra notícia dessa época(e nem eu fui atrás para saber mais).
Mas não... Existia vida inteligente além desses palcos... e bastante inteligente!
Autor de mais de 30 peças teatrais, Ben Jonson se tornou um dos homens de maior cultura de seu tempo, chegando a merecer títulos honorários das Universidades de Oxford e Cambridge. 
A inglaterra passava por um momento crítico. A prensa foi inventada em meados do século XV, para impressão da bíblia, mas naquela época já estava sendo usada para impressão de notícias da atualidade.
E em sua peça "The Staple of the News" ele discutia sobre o papel, a função e a forma com que a prensa espalhava suas notícias para os ingleses.

Questões sobre financiamento do veículos, relacionamento com as fontes, viés político, manipulação de fatos, papel social dos jornalistas e interesses doutrinários das notícias divulgadas já foram notadas por ele e discutida na peça... 

Nossa! Tudo isso estava na peça do século XVII? 
Independente do veículo, da forma e conteúdo, propagar notícias sempre foi uma nessecidade, sempre teve objetivos e sempre possuiu vícios. Até hoje.

Jorge Furtado usa a peça como pauta para entrevistar 13 jornalistas e traçar um quadro de como anda hoje todas aquelas questões que preocupava Ben Jonson no século XVII.
Traçar um quadro? Quadro de Picasso? Pablo Picasso também é tratado no Filme... 

Você poderia dizer: Credo! Esse filme só tem velharia!...
Que nada Picasso já é do Século XIX... E os fatos debatidos referente a ele são do Século XXI... 
Poderia estar na listagem de filmes sobre o tema Viagens no tempo...

Tome cuidado. O filme possui um viés. Ele posiciona-se claramente em um certo espectro da política brasileira, que pode não ser a sua.

Bom, é melhor assim do que você ver uma notícia sem saber que por baixo dos panos, por trás das cortinas, tem o claro interesse de te doutrinar e te transformar em gado, massa de manobra. 
Isso existe? No século XXI? Acha que não? Então você está precisando assitir o documentário...

Sabe, acho que é isso. Hoje refletindo sobre tudo o que vi no filme, percebo que a maior preocupação do diretor gaúcho não é a mídia, os jornalistas ou os veículos de comunicação.
Sua maior preocupação é Doutrinar o público. Tirar viseiras. Abrir olhos e mentes.Tanto que não é só um filme, é um projeto que inclui a peça, o site, o filme!...

Esse ultimo parágrafo retirei do site http://www.omercadodenoticias.com.br/

"Acredito que um documentário, para ser durável – e ele deve ser, mais que uma notícia -, tem que ser útil, no sentido de iluminar um tema, uma atividade, uma época. Deve servir de elemento deflagrador de debates, instigar novas pesquisas, despertar nos espectadores aquilo que o Umberto Eco chama de “espírito de decifração”.
“O Mercado de Notícias” debate critérios jornalísticos, e este é o seu sentido e o sentido da peça de Jonson. É também uma defesa da atividade jornalística, do bom jornalismo, sem o qual não há democracia."


O que é?


O roteiro do documentário “O Mercado de Notícias” tem como linha condutora a peça homônima do dramaturgo inglês Ben Jonson (1572- 1637), “The staple of news”. A peça de Jonson foi encenada pela primeira vez em 1626, em Londres, e esta é sua primeira tradução para a língua portuguesa, feita por mim e pela professora Liziane Kugland. A peça é uma crítica bem humorada a uma atividade recentemente criada, uma novidade em Londres: o jornalismo.
O Mercado de Notícias, o filme, traça um painel sobre mídia e democracia, incluindo uma breve história da imprensa, desde o seu surgimento, no século 17, até hoje, destacando seu papel na construção da opinião pública, seus interesses políticos e econômicos.
O documentário enfatiza dois aspectos destacados na peça de Ben Jonson: o primeiro o debate sobre a credibilidade da notícia, que inevitavelmente contraria e favorece interesses; o segundo é a necessidade constante e crescente de informações, a demanda por notícias que acaba por se tornar entretenimento.
Além dos trechos da peça e de pequenos documentários sobre a história do jornalismo, o filme traz entrevistas com treze grandes jornalistas brasileiros. Estas entrevistas, onde os profissionais compartilham suas experiências e percepções acerca da profissão – presente, passado e futuro – estão também disponíveis aqui no site, em versões ampliadas.
Acredito que um documentário, para ser durável – e ele deve ser, mais que uma notícia -, tem que ser útil, no sentido de iluminar um tema, uma atividade, uma época. Deve servir de elemento deflagrador de debates, instigar novas pesquisas, despertar nos espectadores aquilo que o Umberto Eco chama de “espírito de decifração”.
“O Mercado de Notícias” debate critérios jornalísticos, e este é o seu sentido e o sentido da peça de Jonson. É também uma defesa da atividade jornalística, do bom jornalismo, sem o qual não há democracia.

Jorge Furtado
Diretor e Roteirista


O Mercado de Notícias é um documentário sobre jornalismo e democracia.

O filme traz os depoimentos de treze importantes jornalistas brasileiros sobre o sentido e a prática de sua profissão, as mudanças na maneira de consumir notícias, o futuro do jornalismo, e também sobre casos recentes da política brasileira, onde a cobertura da imprensa teve papel de grande destaque.
O surgimento do jornalismo, no século 17, é apresentado pelo humor da peça “O Mercado de Notícias”, escrita pelo dramaturgo inglês Ben Jonson em 1625. Trechos da comédia de Jonson, montada e encenada para a produção do filme, revelam sua espantosa visão crítica, capaz de perceber na imprensa de notícias, recém-nascida, uma invenção de grande poder e grandes riscos.

Ficha técnica

O Mercado de Notícias (HD, 94 min, 2014)

Roteiro e Direção: Jorge Furtado
Produção Executiva: Nora Goulart
Montagem: Giba Assis Brasil
Direção de Fotografia: Alex Sernambi / Jacob Solitrenick
Direção de Arte: Fiapo Barth
Figurinos: Rosângela Cortinhas
Som Direto: Rafael Rodrigues
Música: Leo Henkin
Pesquisa: Bibiana Osório
Direção de Produção: Nicky Klöpsch
Assistente de Direção: Janaína Fischer
Coordenação de Finalização: Bel Merel
Estúdio de Som: Kiko Ferraz Studios
Animações: Rocket
Finalização: Cubo Filmes
Masterização DCP: Mistika
Site: Dobro Comunicação
Estratégia de Comunicação Digital: Zé Agripino e Babi Sonnewend

* Projeto selecionado no Edital de Apoio à Produção de Obras Audiovisuais Cinematográficas do Gênero Documental nº 05, de 2011, do Ministério da Cultura.

O MERCADO DE NOTÍCIAS


Um painel sobre mídia e democracia, incluindo uma breve história da imprensa, desde o seu surgimento, no século 17, até hoje. O papel da imprensa na construção da opinião pública, seus interesses ideológicos, políticos e econômicos. A história da imprensa será ilustrada pelo humor da peça “O Mercado de Notícias” (The staple of news, 1625), de Ben Jonson*, uma comédia sobre o surgimento do jornalismo. Trechos dos ensaios e da encenação da peça serão intercalados com documentários sobre a história da mídia e sobre casos recentes da política brasileira, onde a imprensa tem papel de grande destaque.

Ao traçar um painel sobre a história da mídia no Brasil e no mundo, o documentário pretende enfatizar dois aspectos destacados na peça de Ben Jonson. O primeiro é um debate sobre a credibilidade da notícia, que inevitavelmente contraria e favorece interesses. O segundo é a necessidade constante e crescente de informações, a demanda por notícias que acaba por se tornar uma espécie de entretenimento.

As entrevistas realizadas para o documentário, assim como a leitura dramática do texto de Ben Jonson, será disponibilizada ao público, na íntegra, no site do filme.


*Ben Jonson (Westminster, 11 de Junho de 1572 — Londres, 6 de Agosto de 1637) foi um dos grandes dramaturgos da Renascença inglesa, contemporâneo de Shakespeare. Entre suas peças mais conhecidas estão Volpone e O Alquimista. Jonson também foi ator e professor, um dos homens de maior cultura de seu tempo.

Jorge Furtado e Liziane Kugland são autores da primeira tradução da peça de Ben Jonson para a língua portuguesa. Em sua tradução, mantiveram as músicas, as rimas dos trechos em verso e adaptaram as paródias e referências a pessoas reais da época de Jonson, que eram bem conhecidas por sua platéia, para um contexto reconhecível ao público brasileiro de hoje, mantendo a ação na Inglaterra do século XVII.

Entrevista completa dos jornalistas


Demetrio Giuliano Gianni Carta é jornalista, editor, escritor, e pintor ítalo-brasileiro. Chegou ao Brasil em 1946, aos 13 anos. Prestou vestibular para Direito, mas abandonou o curso antes de se formar. Em 1950, aos 15 anos, cobriu para jornais italianos os preparativos para a Copa do Mundo de Futebol no Brasil. Foi tradutor na agência de notícias Ansa e, depois, já em 1956, passou uma temporada na Itália, como redator dos jornais La Gazeta del Popolo, de Turim, e Il Messaggero de Roma.
De volta ao Brasil, dirigiu as equipes de criação de importantes publicações da imprensa brasileira como Quatro Rodas, o Jornal da Tarde, Veja, IstoÉ e CartaCapital, da qual ainda é diretor de redação. Foi colunista do jornal Folha de S.Paulo em dois períodos: entre 1976 e 1977 e entre 1981 e 1982. Manteve um blog no portal iG – o Blog do Mino, direto da Olivetti –, de 2006 a 2008. Retomou o blog ainda em 2008, alocado no siteda revista CartaCapital, mas acabou por descontinuá-lo.
Ganhou dois Prêmios Esso de Jornalismo, o primeiro em 1964, pela matéria São Paulo, publicada em Quatro Rodas; o segundo em 1968, pela matéria Casamento de Pelé, publicada no Jornal da Tarde. Recebeu, em 2006, na Itália, o Premio Borgo Val di Toro, instituído para homenagear e prestigiar italianos que fazem sucesso fora do país.
É autor dos livros O Castelo de Âmbar (Record, 2000), A Sombra do Silêncio (Francis, 2003), Histórias da Mooca, Com as Bênçãos de San Gennaro (Berlendis & Vertecch, 1982), O Restaurante Fasano e a Cozinha de Luciano Boseggia, em parceria com Rogério Fasano (DBA, 1996) e O Brasil (Record, 2013).
É doutor honoris causa pela Faculdade Cásper Líbero (SP), título que lhe foi entregue em maio de 1998.

Dedica-se também à pintura, tendo realizado mostras individuais em Milão (1957), no Museu de Arte de São Paulo (1975, 1983 e 1994), em Londres (1993) e na Antuérpia (1995), entre outras.



Bob Fernandes, natural de Barretos (SP), é descendente de baianos e foi na Bahia que iniciou sua carreira e passou uma grande parte de sua vida. É formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia.
Trabalhou entre 1978 e 1979 na Rádio Jornal do Brasil. Entre 1979 e 1982, foi repórter da sucursal da revista Veja no Nordeste, e escreveu colunas para o jornal Tribuna da Bahia. Entre 1983 e 1986 foi repórter do Jornal do Brasil, em Brasília. Foi sub-editor da Revista Status em São Paulo.
Em 1988, foi repórter da Folha de S. Paulo, na sucursal de Brasília. Entre abril de 1989 e dezembro de 1991 foi diretor da sucursal da revista IstoÉ, em Brasília, tornando-se correspondente da revista nos Estados Unidos entre 1992 e 1993. Nessa época cobriu as eleições presidenciais entre George Bush e Bill Clinton. Dos EUA, foi para a Angola cobrir a guerra civil do país. Também cobriu diversas Copas de Mundo e Olimpíadas.
De volta ao Brasil, foi repórter especial da Folha de S. Paulo até se tornar um dos fundadores da revista Carta Capital, em 1994. Foi editor da revista por dois anos e seu editor-chefe por oito, tendo saído dessa revista em dezembro de 2005.
Atualmente é editor-chefe do site Terra Magazine e comentarista de política do Jornal da Gazeta, na TV Gazeta, e da Rádio Metrópolis, de Salvador.

É co-autor de O complo que elegeu Tancredo (Editora JB, 1985), junto com Ricardo Noblat, Gilberto Dimenstein. José Negreiros, e Roberto Lopes; e autor de Bora Bahêeea!, a história do Bahia contada por quem a viveu (Editora DBA, 2003), da coleção Camisa 13


Fernando Rodrigues nasceu em 1963 e formou-se em jornalismo na Universidade Metodista de São Paulo, em São Bernardo do Campo, em 1985. Entre 1986 e 1987, fez mestrado em jornalismo internacional na City University, em Londres, no Reino Unido.
Na Folha de S.Paulo desde 1987, foi repórter, editor de Economia, correspondente em Nova York (1988), Tóquio (1990) e Washington (1990-91). Na sucursal de Brasília da Folha desde 1996, assina a coluna Brasília, na página 2 do jornal, às quartas e sábados. Mantém uma página de política no UOL desde o ano 2000 com informações estatísticas e analíticas sobre eleições, pesquisas de opinião e partidos políticos. Em 2007 recebeu uma fellowship da Fundação Nieman, na Universidade Harvard (Cambridge, MA, nos Estados Unidos).
É autor dos livros Políticos do Brasil (Publifolha, 2006), Racismo Cordial (Ática, 1994) e coautor de Os Donos do Congresso – A Farsa na CPI do Orçamento (Ática,1995), vencedor do Prêmio Jabuti de Livro-reportagem 1995.
Ganhou 4 prêmios Esso: Prêmio Esso de Jornalismo de 1997 (reportagem sobre a compra de votos na votação da emenda da reeleição); Prêmio Esso de Melhor Contribuição à Imprensa em 2002 (reportagens e o banco de dados Controle Público, que tem mais de 6.000 declarações de bens de políticos); Prêmio Esso de Melhor Contribuição à Imprensa em 2003 (relato sobre venda reportagem na mídia do Estado do Paraná) e Prêmio Esso de Melhor Contribuição à Imprensa em 2006 (livro e site Políticos do Brasil). O trabalho Controle Público (que atualmente é o Políticos do Brasil) também foi premiado em 2002 com o Líbero Badaró de Webjornalismo e com o Prêmio para Internet da Fundación Nuevo Periodismo Internacional, presidida pelo escritor colombiano Gabriel García Márquez.
Renata Lo Prete nasceu em São Paulo. Formou-se em jornalismo pela USP. Desde 1986, trabalhou na Folha de S. Paulo, onde exerceu, entre outras funções, as de repórter da Ilustrada e de política, correspondente em Nova York, editora de ciência, editora da Primeira Página e ombudsman. Ainda no jornal, editou, a partir de 2003, a coluna Painel Político.
Em 2005, fez as entrevistas com o então deputado Roberto Jefferson que revelaram o esquema do mensalão. Por esse trabalho, recebeu o Grande Prêmio Esso de Jornalismo.
Em 2011, estreou como comentariata na GloboNews. Em 2012, transferiu-se para o canal, onde atualmente é editora de política do Jornal das Dez.
Luís Nassif teve seu primeiro contato com o jornalismo aos 13 anos, editando o jornal do Grupo Gente Nova, em sua cidade natal, Poços de Caldas (MG). Em 1969, passou no vestibular de jornalismo da ECA-USP e começou a trabalhar profissionalmente em 1970, como estagiário da revista Veja. Em 1974, tornou-se repórter de Economia da revista. No ano seguinte, ficou responsável pelo caderno de Finanças. Em 1979, transferiu-se para o Jornal da Tarde. Lá criou a seção Seu Dinheiro, primeira experiência de economia pessoal da imprensa brasileira, e o caderno Jornal do Carro.
Em 1983, mudou-se para a Folha de S.Paulo, onde criou a seção Dinheiro Vivo e participou do projeto de criação do Datafolha. Criou em 1985 o programa Dinheiro Vivo, na TV Gazeta, e a partir dele fundou, em 1987, a Agência Dinheiro Vivo, que desde então veicula na internet informações de Economia e Negócios. Foi comentarista econômico da TV Bandeirantes e da TV Cultura de São Paulo. Também atuou no rádio, como um dos apresentadores do Jornal Gente, na Bandeirantes de São Paulo. Em 1987 saiu da Folha, por pressão do então Ministro da Justiça Saulo Ramos. A saída deu-se seis meses após receber o Prêmio Esso, por denúncias contra Saulo.
Retornou ao veículo em 1991 como colunista de Economia, função que exerceu até 2006. Desde 2005 mantém o Blog do Nassif (hospedado em vários portais), em que escreve sobre os mais variados assuntos, incluindo críticas à própria imprensa. Atualmente apresenta o programa Brasilianas.org, na TV Brasil, que discute políticas públicas aliando TV e internet.
Autor dos livros: Menino do São Benedito e outras crônicas (Ed. Senac, 2001); O jornalismo dos anos 90 (Ed. Futura, 2003); e Os Cabeças-de-Planilha (Ediouro, 2007), sobre a economia nos governos de FHC.
Geneton Moraes Neto nasceu no Recife (PE), em 1956. Iniciou a carreira de repórter com 16 anos, no Diário de Pernambuco. Formou-se em Jornalismo na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), em 1977. Entre 1975 e 1980, foi repórter da sucursal Nordeste do jornal O Estado de S. Paulo. Participou do movimento de cinema Super-8 de Pernambuco. Passou uma temporada em Paris, em 1980/1981, estudando Cinema na Sorbonne.
De volta ao Brasil, entrou na TV Globo Nordeste (PE) em 1981 como repórter e editor. Em 1984/85, outra temporada europeia, dessa vez como editor freeelancer no escritório da Rede Globo em Londres. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1985 como editor do RJTV. Em maio de 1986, tornou-se editor-executivo do Jornal da Globo. Em 1987, passou a colaborar regularmente com o caderno Idéias, do Jornal do Brasil, com entrevistas com escritores brasileiros e estrangeiros.
De volta à Globo em 1988, trabalhou na edição do programa Pequenas Empresas, Grandes Negócios. Entre 1990 e 91, foi editor-executivo do Jornal Nacional. Em seguida, foi para o Fantástico e em 1994 passou a editor-chefe do programa.
Em 1995, novamente em Londres, atuou no escritório da TV Globo. Em, seguida, trabalhou como correspondente em Londres do jornal O Globo e da Globonews, além de gravar e editar regularmente entrevistas para o programa Milênio.
Retornou ao Brasil em 1998, quando fez parte da equipe do programa Muvuca, comandado por Regina Casé. Em setembro do mesmo ano, voltou a ocupar o cargo de editor-chefe do Fantástico. Em 2006, abriu mão do posto de editor-chefe do Fantástico e passou a se dedicar exclusivamente à reportagem.Transferiu-se para a Globonews em 2009, onde passou a entrevistar personalidades de várias áreas para o programa Dossiê Globonews. Com as entrevistas com os generais Newton Cruz – ex-chefe do SNI – e Leônidas Pires Gonçalves – ex-chefe do DOI-CODI e ex-ministro do Exército – , ganhou o Prêmio Embratel de Telejornalismo, em 2010.
Dirigiu os documentários: Canções do exílio – a labareda que lambeu tudo (2010, para o Canal Brasil), e, pela Globonews, Garrafas ao Mar – a Víbora Manda Lembranças (2012), com entrevistas gravadas ao longo de vinte anos de convivência com o jornalista Joel Silveira; e Dossiê 50 – Comício a Favor dos Náufragos (2013), com gravações feitas com todos os onze jogadores que enfrentaram a Uruguai na decisão da Copa de 1950, no Maracanã.
É autor dos livros: Caderno de Confissões Brasileiras – Dez depoimentos, palavra por palavra (Comunicarte, 1983); Cartas ao Planeta Brasil (Revan, 1988); Hitler-Stalin: o Pacto Maldito (Editora Record, 1990) e Nitroglicerina Pura (Record, 1992), em parceria com Joel Silveira; Dossiê Drummond (Globo, 1994 e 2007); Dossiê Brasil: As histórias por trás da história recente do Brasil (Objetiva, 1997); Dossiê 50: um repórter em busca dos onze jogadores que entraram em campo para serem campeões do mundo em 1950, mas se tornaram personagens do maior drama da história do futebol brasileiro (Objetiva, 2000 e Editora Maquinária, 2013); Dossiê Moscou: Um repórter brasileiro acompanha o desfecho da mais fascinante reviravolta política do século XX: O dia em que começou a busca por uma nova utopia (Geração Editorial, 2004); Dossiê Brasília: os segredos dos presidentes (Globo, 2005); Dossiê História (Globo, 2007); e Dossiê Gabeira: o filme que nunca foi feito (Globo, 2009).
Em 2012, recebeu da Academia Brasileira de Letras a Medalha João Ribeiro, concedida a personalidades que se destacam na área da cultura.
José Roberto de Toledo é jornalista, formado pela ECA/USP em 1986. É um dos fundadores da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, da qual é o atual presidente.
É colunista de política do jornal O Estado de S.Paulo, em cujo portal mantém o blog Vox Publica. Criou e coordena o Estadão Dados, primeiro núcleo de jornalismo de dados da imprensa brasileira. É também comentarista do telejornal RedeTV News e entrevistador do programa É Notícia.
Trabalhou por 13 anos na Folha de S.Paulo, onde atuou como editor da coluna Painel de 1991 a 1996, e como repórter especial de 1996 a 2000. Criou e foi editor-chefe do Jornal do Terra, no portal do mesmo nome, de 2002 a 2006.
Pioneiro das técnicas de Reportagem com Auxílio do Computador (RAC) no Brasil, dá cursos sobre o tema no Brasil e no exterior para instituições como: Knight Center for Journalism in the Americas, Abraji, ECA-USP, FGV e redações como Rede Globo, Folha de S.Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo, entre outras.
Co-autor de Era FHC: um Balanço (Editora Cultura, 2002), Persuasão e Marketing Eleitoral (Konrad Adenauer, 2000) e organizador da série de livros SP21 para a Editora Brasiliense.
Paulo Moreira Leite é jornalista desde os 17 anos, tendo começado a carreira na editoria de Esportes do Jornal da Tarde (SP). Estudou Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP/SP).
Depois de trabalhar cinco anos no Jornal da Tarde, foi para a Folha de S.Paulo, onde ficou pouco mais de um ano. Em seguida, foi para a revista Veja e lá desempenhou as funções de redator-chefe e correspondente em Paris. Morou dois anos na capital francesa. Em duas passagens, somou 17 anos na revista.
Em 1999, foi contratado pela Gazeta Mercantil para ser correspondente em Washington. Dois anos depois, em setembro de 2001, assumiu o cargo de diretor de redação da revista Época e, depois, do Diário de S.Paulo. Também foi repórter especial de O Estado de S.Paulo, em Brasília e, durante oito meses, vice-presidente da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. Atuou também no portal iG e retornou à Época em 2008, onde foi repórter especial e colunista.
Em janeiro de 2013, assumiu a direção da sucursal da revista IstoÉ em Brasília.
É autor dos livros A mulher que era o general da casa – Histórias da resistência civil à ditadura (Arquipélago, 2012) e A Outra História do Mensalão (Geração, 2013).
Janio de Freitas iniciou como jornalista no Diário Carioca. Desde então foi diagramador, repórter, fotógrafo, redator, editor e reformador de jornais (Jornal do Brasil, Correio da Manhã e Última Hora-RJ, nestes dois últimos como diretor-geral). Trabalhou também nas revistas Manchete e O Cruzeiro. Como colunista do jornal Folha de S.Paulo, criou uma modalidade de comprovação de fraudes em concorrências de obras públicas, revelando e anulando licitações de bilhões de dólares.
Recebeu numerosos prêmios no Brasil e no exterior, como o Prêmio Internacional de Jornalismo Rei de Espanha. Entre outros, recebeu também a Medalha Chico Mendes, concedida aos que se destacam na luta pelos direitos humanos e por uma sociedade mais justa.



Cristiana Lôbo nasceu em Goiânia (GO), em 1958. Estudou Comunicação Social na Universidade Federal de Goiás (UFG). Ainda estudante, começou a escrever para a Folha de Goiás. Em 1978, foi contratada como estagiária, para a editoria de Política.
Em 1979, foi para a sucursal do jornal O Globo, em Brasília, onde ficou dois anos cobrindo vários Ministérios. Em 1984, passou a fazer a cobertura do Congresso Nacional. Dois anos depois, tornou-se assistente de Tereza Cruvinel e passou a escrever na coluna Panorama Político do jornal O Globo. Em 1992, trabalhou com Ricardo Boechat. Nesse mesmo ano, assumiu uma coluna no jornal O Estado de S.Paulo, onde ficou até 1998. Em seguida, passou para a Globo News, e desde então comanda o programa Fatos e Versões, que trata dos bastidores da política em Brasília.
Por cobrir o Palácio do Planalto durante muito tempo, já acompanhou várias viagens de presidentes, como a de João Baptista de Figueiredo à África, a de José Sarney à China, a de Fernando Collor à Portugal e a de Fernando Henrique Cardoso à Índia.

Em 2011, sagrou-se finalista do Prêmio Comunique-se na categoria Jornalista Nacional Mídia Eletrônica, por sua atuação na Globo News.


Leandro Fortes formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e construiu a sua carreira em Brasília (DF).
Trabalhou para o Correio Braziliense e foi correspondente na capital federal dos jornais O Estado de S.Paulo, Zero Hora, Jornal do Brasil e O Globo. Atuou também na revista Época, na TV Globo, na Agência Brasil, e foi comentarista da Voz do Brasil, da rádio Nacional.
Foi repórter correspondente da revista CartaCapital, em Brasília, durante oito anos – período em que manteve um blog referência em cobertura política, na versão digital da revista. Deixou a publicação em novembro de 2013 e assumiu na agência digital Pepper Interativa como consultor para a produção de conteúdo.
É o criador da Escola Livre de Jornalismo, em Brasília, e do curso de Jornalismo Online do Serviço Nacional do Comércio do Distrito Federal (Senac/DF).
Publicou os livros Cayman – O dossiê do medo (Record, 2002); Fragmentos da Grande Guerra (Record, 2004); Jornalismo Investigativo (Contexto, 2005) e Os Segredos das Redações – O que os jornalistas só descobrem no dia a dia (Contexto, 2008). Participou também como coautor dos livros O Brasil no Contexto (Contexto, 2007), organizado por Jaime Pinsky; Políticos ao Entardecer (Cultura Editora Associados, 2007), organizado por Ney Figueiredo; e Reportagem, Pesquisa e Investigação (Editora Insular, 2012), organizado por Rogério Christofoletti e Samuel Lima.



Maurício Dias é formado em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e atua como jornalista desde o início da década de 1970.
Trabalhou nas revistas Veja (1972/1981) e IstoÉ (1981/1994), nessa última como chefe da sucursal do Rio de Janeiro. Na TV Educativa do Rio de Janeiro foi apresentador de programas políticos nos anos de 1987 e 1988.
Foi Editor de Política do Jornal do Brasil entre 1994 e 1998, editor da coluna Informe JB, entre 1998 e 2000, e editor-chefe do Jornal do Brasil, de 2000 a 2002. Integrou o quadro de comentaristas políticos da GloboNews no período de 1998 a 2000.
Atualmente é Editor Especial e colunista político da revista CartaCapital.

É autor do texto do documentário Jango, como quando e porque se depõe um presidente (Direção de Sílvio Tendler, 1984) e dos livros: A Mentira das Urnas – Crônica sobre dinheiro e fraudes nas eleições (Record/2004); Relatório da Cia – Che Guevara – Documentos inéditos dos arquivos secretos, junto com Mario J. Cereghino (Ediouro/2007); e Entrevistas – Raymundo Faoro, A Democracia Traída – Organização e Notas (Ed. Globo/2008 – a sair).


Raimundo Rodrigues Pereira nasceu em 1940, no município de Exu, sertão pernambucano. Iniciou a carreira aos 12 anos, quando foi cronista esportivo, num serviço de auto-falantes no interior de São Paulo. Seu primeiro grande sonho foi ser jogador de futebol.
Na universidade, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) entre 1960 e 1964, foi diretor e cronista de uma publicação interna, que fez certo sucesso entre a estudantada e até, por azar, entre as famílias dos militares que moravam por perto. Em 1964 foi preso e expulso do ITA, por causa do trabalho no jornal, que era muito debochado, anarquista. Quando saiu da prisão, viveu uns tempos de dar aulas, formou-se em Física pela Universidade de São Paulo (USP), mas acabou achando um emprego de repórter, por sinal com um amigo seu, a quem dava aulas de matemática e que depois se tornaria professor na Unicamp, o Ítalo Tronca, na ocasião editor de O Médico Moderno, uma revista especializada.
Integrou a equipe que lançou a revista Veja, dirigiu os jornais Opinião e Movimento, a enciclopédia e o jornal Retratos do Brasil. Foi, também, repórter da revista Realidade, da Ciência Ilustrada, da revista IstoÉ e do Jornal da Tarde.
Criou a Oficina da Informação, projeto que surgiu, em meados de 1997, apenas com um site de informações diárias na Internet e que em 2001 passou a editar também a revista mensal Reportagem. Desde 2007 é supervisor editorial da revista mensal Retrato do Brasil.

Autor do livro Escândalo Daniel Dantas – Duas Investigações (Editora Manifesto, 2010).

ENTREVISTA / JORGE FURTADO

O jornalismo e o mercado de notícias

Por Norma Couri em 19/08/2014 na edição 812(Observatório da imprensa)


O Mercado de Notícias, a peça, tem 389 anos, escrita por um contemporâneo de Shakespeare, Ben Johnson, três anos depois do nascimento do primeiro jornal em Londres.
O Mercado de Notícias, o filme, acaba de estrear com trechos da peça montada pelo diretor gaúcho Jorge Furtado e depoimentos de 13 jornalistas. Peça e depoimentos entrecortados, parece que Ben Johnson é contemporâneo, vive aqui ao lado.
A profissão mais antiga do mundo, tirando aquela, é representada e relatada no documentário com as mesmas qualidades e defeitos de quase quatro séculos atrás. A manipulação da informação, a relação promíscua do jornalista com a fonte, as fofocas, o jornalismo de celebridades, o jornalista interferindo, às vezes alterando, às vezes intermediando o encontro do leitor e o fato.
É o primeiro documentário do cineasta que não terminou nenhuma das faculdades que cursou, incluindo as de Jornalismo e de Medicina, que entre direção e roteiro acumula cerca de 50 títulos na filmografia de curtas, longas e séries de TV, além de nove livros. Ilha das Flores, de 1989, uma obra-prima sobre um lixão frequentado por porcos e humanos, ganhou o Urso de Prata no festival de Berlim, e os outros filmes, duas dúzias de prêmios.
Mas por que logo agora que a profissão como a conhecemos quase despenca, e muda os contornos para alguma coisa desconhecida, Jorge Furtado resolveu tratar dela?
O documentário ouviu Janio de Freitas, Mino Carta, José Roberto Toledo, Fernando Rodrigues, Bob Fernandes, Cristiana Lobo, Geneton Moraes Neto, Leandro Fortes, Luis Nassif, Maurício Dias, Paulo Moreira Leite, Raimundo Pereira e Renata Lo Prete.
E cita, por exemplo, Millôr Fernandes: “Jornalismo é oposição, o resto é armazém de secos e molhados”; Jorge Luis Borges: “Jornalismo é um museu de miudezas efêmeras”; o historiador britânico Arnold Toynbee, sobre a cobertura política: “Quem não gosta de política está condenado a ser governado por quem gosta”; o editor-chefe da revista People Richard Stolley, sobre matérias que atraem o público: “Jovem é melhor do que velho, rico é melhor do que pobre, bonito é melhor do que feio, música é melhor do que cinema, qualquer coisa é melhor do que política e nada é melhor do que uma celebridade morta”.
Furtado mantém atualizado o site www.omercadodenoticias.com.br, onde estão as entrevistas, a peça completa em inglês e português e a pesquisa de oito anos ao custo de R$ 660 mil bancados pelo Ministério da Cultura e a Casa de Cinema de Porto Alegre. Mas não perca o filme.
Aqui, a entrevista que Furtado concedeu ao Observatório:

Qual a sua impressão sobre o futuro do jornalismo hoje?
Jorge Furtado – Sou bem otimista.
Por quê?
J.F. – Depois de passado esse vendaval da internet, essa confusão que é o novo jornalismo, Twitter, Facebook, sites, blogs e tal, vai acontecer de novo o que aconteceu com a invenção da imprensa. O jornalismo sempre existiu. O soldado que chegou correndo de Maratona, para avisar às mulheres que tinham vencido os persas, era um repórter. Muito antes da imprensa já existia jornalismo – manuscrito, cartas, diários.
A peça fala nos barbeiros...
J.F. – É, e os nobres, eles paravam na praça, subiam no banquinho e contavam “está acontecendo isso e isso”, as pessoas se juntavam e iam para os barbeiros, contavam tudo o que ouviram e os barbeiros passavam adiante a história. Normalmente aumentando... o que os jornalistas também fazem (risos). Jornalismo sempre existiu, mas a invenção da imprensa trouxe uma explosão de notícias, jornais impressos, gazetas, revistas, notícias vendidas a granel, folhas soltas mesmo. Misturavam relatos verídicos e completamente fantasiosos, antigos. Podia ter acontecido há cinco anos, ano passado... E onde estava a credibilidade? Em quem vou acreditar? Assim os jornais foram obrigados a se estabilizar. É o que vai acontecer agora.
É impressionante a contemporaneidade da peça.
J.F. – Quando critica “são noticias saídas todos os sábados escritas por gente que não sai de casa...”, parece que estão falando das revistas de hoje!
O Paulo Moreira Leite comenta sobre repórter que não vai mais para a rua, cita Euclydes de Cunha na guerra de Canudos, “ele não foi para a rua, foi para o sertão”.
J.F. – Mas depois desse oba-oba vai haver depuração. Quando a internet começou a crescer em 1990 parecia que o jornalista era dispensável. Todo mundo tem Twitter e Facebook, para que cursos de jornalismo? Os jornais se encheram de colaboradores falando do café da manhã, “fui ver o filme, achei bacana”... Não, aguarde que nós vamos voltar, não para o papel, mas para quem tem credibilidade.
Foi o Leandro Fortes quem falou no filme: “Jornalismo é uma coisa muito nobre para acabar”. E o Raimundo Pereira: “Com essa confusão toda, o melhor para se acreditar ainda é o jornalão burguês porque tem 100 repórteres, 10 editores, departamento comercial...”
J.F. – Ele disse, mas acrescentou: “Eu não sou um dos maiores admiradores da burguesia”. E atrás dele tinha uma parede de Lênin que ia do teto ao chão. Imagine, ele é o último esquerdista; depois que morreu o [Oscar] Niemeyer ficou o Raimundo (risos).
O que você acha disso?
J.F. – Papel não tem sentido. Estão cortando uma árvore, pegando tinta, imprimindo o rolo, encadernando, botando num caminhão, andando pelas cidades, atravancando o trânsito, para chegar lá em casa um negócio que já li na noite anterior na internet.
A não ser o jornal dê ao leitor um plus.
J.F. – É o que o Janio de Freitas acha, ele diz que “o jornal tem que pensar o que tem de fazer para ser interessante. Já enfrentou a rádio, a televisão, e continuou. O jornal tem que pensar em si mesmo”. Pode ser que o jornal se reinvente, como aconteceu com a história em quadrinhos, [que] estão crescendo em papel, na internet não é legal de ver.
Para isso vai ser necessário algo fundamental...
J.F. – ... o profissional jornalista, tanto faz que seja no papel ou no digital.
Logo agora que Gilmar Mendes acabou com a necessidade do diploma?
J.F. – Só que as faculdades voltaram mais fortes, mais equipadas com TV e rádio, melhores do que quando entrei em 1981 na [Universidade] Federal [do Rio Grande do Sul, em] Porto Alegre. Sabe por quê? Os jornais descobriram: onde é que eu vou achar vocês?
Ou seja, as faculdades implantaram a tecnologia e estão mais fortes. Mas não ficou uma defasagem em relação à produção teórica?
J.F. – É do que eu sinto falta, não só no jornalismo, mas no cinema. A gente não tem roteiristas porque falta leitura. O Geneton Moraes Neto diz isso: “Não existe exceção à regra, só sabe escrever bem quem lê”.
A Lygia Fagundes Telles disse outro dia que “quem está em processo de extinção não é o livro, é o leitor”.
J.F. – O Geneton fala: “O jornalista tem que investir em si mesmo, ler”. Jornalista não pode ser só um copiador de internet, copia-cola, tem de relacionar, filtrar.
Quem é o bom roteirista de cinema hoje no Brasil?
J.F. – O [Fernando] Bonassi, o Marçal [Aquino], o João Falcão, o George Moura, Guel Arraes e o Claudio Paiva, por exemplo. E poucas mulheres, a Adriana Falcão... Mas o Brasil hoje produz muito, 100 filmes por ano...
Não é só dramaturgia que falta, é teatro, é interpretação, que o naturalismo da televisão está matando.
J.F. – O realismo predomina na televisão. Eu até tento quebrar. Fiz uma série na Globo com a Fernanda Montenegro, Doce de Mãe, com 14 episódios. E faço experiências a toda hora – por exemplo, a série em versos Decamerão. Gosto de experimentar, mesmo na televisão, coisas não realistas. O problema é que com o realismo as pessoas se identificam rápido.
Ainda bem que temos bons documentaristas...
J.F. – O [Eduardo] Coutinho, mestre de todo mundo, inclusive do João Moreira Salles, que é o maior cineasta brasileiro hoje.
Eles são de uma geração que ainda lia.
J.F. – Como eu, 55 anos. Sou a última geração de leitores, devo ter uns 8 mil volumes, tive de comprar um apartamento só para os livros que não param de crescer. Eu me identifico muito com o Borges: ele chegava numa livraria, pegava um livro e dizia: “Ai, gostaria tanto de levar para casa esse livro... mas é um livro que eu já tenho!” (risos). Sou leitor compulsivo. E como Borges também não sou inimigo de gêneros. Só tenho umas obsessões. Shakespeare em primeiro lugar, Borges, claro, Montaigne, Fernando Pessoa... Gosto de poesia, João Cabral, Carlos Drummond. Leio poesia e sei muitas de cor porque leio até decorar... Se fosse profissão eu seria leitor!
Oito mil volumes... então você lê no papel!
J.F. – Claro, gosto de anotar à caneta; na internet, só noticia, coisa rápida.
Entrando na Pecúnia, personagem que financia o jornal na peça O Mercado de Notícias, não é no cinema que você ganha dinheiro.
J.F. – De jeito nenhum. Eu vivo da televisão.
E de publicidade?
J.F. – Fiz publicidade por quatro anos, nos anos 1980. Eu fazia a TV Educativa do Rio Grande de Sul, TVE hoje. Programas especiais, um curta, quando fiz o segundo, O dia em que Dorival encarou a guarda, o filme foi para Gramado e pedi autorização ao meu chefe para ir ao festival. Ele negou. Eu disse que iria de qualquer jeito. Voltei de Gramado com oito Kikitos e uma justa causa: fui demitido porque faltei uma semana. O filme ganhou o Festival de Gramado.
Só por curiosidade, quem era o diretor?
J.F. – Era um jornalista (risos), Cândido Norberto. Eu tinha um filho de dois anos, minha primeira mulher Eliana estava grávida de seis meses de nossa segunda filha, Júlia. [Jorge Furtado é casado há 25 anos com Nora Goulart com quem teve Alice.] Fui fazer publicidade. Nos primeiros seis meses ganhei mais do que no resto da minha vida até então.
Não tinha, digamos, conflitos internos?
J.F. – Claro, fazia comercial de banco, filmando de madrugada porque o banco tinha de estar fechado, 50 pessoas lá dentro, e acontece aquela cena clássica do casal chegando e cumprimentando o gerente, gerente sorridente. E eu pensava: quando vou ao banco o cara está sorrindo, as pessoas rindo dentro do banco, felizes? Isso não existe. Pensava: o que eu estou fazendo aqui? Mas tinha eu pagar as contas. Fazia publicidade mas não larguei os meus curtas. Fiz o Barbosa, Ilha das Flores – e este foi o que “Madalena” foi para o Ivan Lins (risos).
Ganhou todos os prêmios no Brasil e em Berlim. E o tema seria uma coisa chatérrima...
JC – Foi um convite de um professor da universidade para fazer um documentário sobre separação de lixo. Fui conhecer os lugares de lixo da cidade, e ele me mostrou um lugar onde as pessoas utilizam produto orgânico para alimentar os porcos e depois abrem para os humanos. Com a repercussão, o [diretor Walter] Avancini me chamou para a Globo; depois que ele saiu o Guel Arraes me convidou e era o que faltava para largar a publicidade.
Você largou a Pecúnia. O Janio de Freitas falou no seu filme sobre o negócio da publicidade os repórteres, os jornalistas...
J.F. – ... acham estão ali para fazer jornalismo, não é...
...você está é fazendo dinheiro, aumentando a tiragem, e depois tem que atrair publicidade. Aí alguém lembrou: mas como o jornal sobrevive sem publicidade?
J.F. – Não sobrevive. Vai ter publicidade, com ou sem papel.
E o jornalista, como sobrevive? ONGs? O Geneton clama pela Nossa Senhora do Perpétuo Espanto (risos), já que os jornalistas perderam a capacidade de se espantar...
J.F. – O cara tem que achar o espaço para o jornalismo dele. Todos os jornalistas que entrevistei, a maioria com uma carreira longa, todos vivem de jornalismo. Um tem blog, outro escreve em jornal, outro faz TV, alguns rádio. Se viram, podem gravar em casa um programa de rádio com o próprio celular. Se começa a ter viewers, agentes entrando lá todo dia, o Google começa a subir e você fica interessante para colocar anúncio.
Não é muito fácil você ser bom jornalista, seu próprio patrão, bom em captar anúncios, especialista em gerir as finanças do seu negócio, ainda mais no jornalismo virtual.
J.F. – Segundo o Geneton, nesse momento existem vários economistas pensando em como sustentar o jornalismo na era digital. O Luis Nassif tem uma página na internet com mais de 100 mil entradas por dia. Quem confia no IVC que dá a circulação dos jornais e revistas? Na internet isso é auditado digital e instantaneamente. O anunciante sabe: esse blog aqui fala sobre sanduíches e tem 50 mil entradas por dia, eu fabrico mostarda, vou botar o meu anúncio lá.
Mas é mais fácil para os anunciantes quando o blog ou site é dirigido, para as farmácias, vestuário, economia...
J.F. – O Nassif tem anúncio da Caixa Econômica, de banco, carro... Você pode não saber quem entra num site como UOL ou Terra, grandes portais, tem desde menino querendo ver futebol, mulher pelada, tem de tudo. Agora, num site dirigido como o do Nassif, são pessoas adultas, interessadas em política, um grupo formador de opinião. Por isso, no lançamento do meu documentário fizemos a mídia dirigida. Quem são as pessoas que se interessam por jornalismo? Escolas de jornalismo, faculdades de jornalismo, professores de jornalismo. Foi publicidade direta para um público mais quente.
O jornalismo não vai morrer?
J.F. – Não. Imagina.
O que vai morrer são os jornais?
J.F. – Como a gente vai viver sem jornalismo? Eu coleciono até manchetes esdrúxulas como “O luxo da Fifa na Bahia vê abismo em 3km com jegue e casa”. Entendeu alguma coisa? (risos). “Morador de rua é condenado à prisão domiciliar” (mais risos). E o jornalismo endocrinológico? Emagreça, vamos engordar, comer bem, não coma manteiga, coma manteiga... Tem uma frase assim: “Celebridades são pessoas conhecidas por serem famosas” (risos). Só esta dava um filme inteiro e as celebridades tomaram conta das bancas.
Na banca onde antigamente a gente ficava em dúvida sobre que jornal comprar, agora no Rio só tem O Globo.
JC – Pois é, tinha o Movimento, o Pasquim, o Opinião... o que não era nada perto dos anos 1940 e 50, quando o Rio tinha 17 jornais diários. Porto Alegre tinha o Diário de Notícias, o Correio do Povo, o Jornal da Tarde, a Folha da Manhã. Hoje tem a Zero Hora. Você chega em Paris e tem jornal de esquerda, de direita, de centro, de extrema esquerda, do Partido Comunista, jornal de todas as tendências. Os jornais brasileiros são todos iguais e você fica em dúvida: o que está por trás? Nos Estados Unidos, o New York Times, por exemplo, declara “nós apoiamos o candidato tal” e publica tudo de todos os partidos no noticiário para o leitor escolher, mas sua posição fica definida nos editoriais.
Aqui você tem de ser um leitor muito bom para saber.
J.F. – Eu espero que o filme sirva para educar os leitores. Coloquei uma frase, um dos lemas do Pasquim: “Se você não está em dúvida é porque foi mal informado”.
E, como o Janio de Freitas disse, “tomara que os jornais não dispensem os jornalistas”.
J.F. – E ele diz uma frase que encerra o filme: “O jornalismo depende do jornalista”.
***
Norma Couri é jornalista

Entrevista com Jorge Furtado, por Daniel Nolasco e Felipe Fernandes 
O documentário utiliza vários recursos narrativos para traçar um painel histórico e crítico do jornalismo e da notícia. Gostaria que você comentasse como se deu o processo de realização do filme.

O projeto nasceu de um sentimento de que o jornalismo brasileiro entrou o século 21 em crise, uma crise decorrente da revolução digital, que transformou tudo, e também da transformação política vivida pelo país, com uma nova força política chegando ao poder e com a grande imprensa assumindo, pela primeira vez em sua história, um papel fortemente oposicionista. O diploma de jornalismo deixou de ser obrigatório, os jornais se encheram de colaboradores não-jornalistas, houve queda na audiência dos grandes veículos, queda de circulação, o fim de alguns jornais e revistas, e uma profusão de mídias e redes sociais. Tudo isso fez muita gente acreditar que o jornalismo estava com os dias contados. A mim, pareceu que o momento exigia a valorização da profissão, com seus critérios técnicos e seus compromissos éticos. Na busca por entender o que estava acontecendo, fui estudar a história do jornalismo e encontrei a peça de Ben Jonson, The staple of news, escrita em 1625, que retratava um momento semelhante ao atual. A invenção de uma nova tecnologia, naquela época a imprensa de tipos móveis, fez explodir o volume de informação circulante e também transformou profundamente as estruturas de poder, com o fortalecimento da classe política, do parlamento e de uma burguesia com poder crescente, contrapondo-se ao poder da nobreza. Fiz a tradução da peça com Liziane Kugland e fiquei espantado com a atualidade das críticas e observações de Jonson sobre a imprensa recém nascida. Usei a peça como guia para uma pauta de entrevistas com grandes jornalistas brasileiros.

Há no filme uma clara discussão do poder e influência da notícia sobre a política ou como o jornalismo interfere no destino político do país. Qual a sua opinião sobre a forma que a grande imprensa brasileira aborda o governo atual?

Uma das principais funções da imprensa é ser crítica aos governos, todos os governos. A questão é que a imprensa tem grandes interesses econômicos e políticos, e é muito mais crítica aos governos que se opõem ou limitam estes interesses, como é o caso dos governos Lula e Dilma. É impossível negar que a imprensa foi muito mais generosa com os governos militares e neoliberais e muito mais crítica aos governos populares. Muitas vezes, as denúncias contra os governos populares foram publicadas com grande alarde e pouquíssimo rigor nas apurações e verificação das fontes, enquanto as denúncias contra os governos neoliberais eram tímidas, cautelosas e logo abafadas e esquecidas.

Em O Mercado de Notícias, vemos muito mais da sua relação com os atores da peça do que com os jornalistas escolhidos para o filme. Como foi o processo de escolha dos jornalistas?

Sim, o importante no caso dos jornalistas era lhes dar voz, falar sobre o seu ofício, já que são, ironicamente, uma categoria sem-mídia, pois há pouquíssimo espaço para a discussão deste tema. Escolhi jornalistas de vários veículos, jornalistas cujo trabalho eu acompanho faz tempo, nos quais reconheço capacidade e honestidade intelectual, e que sabia terem opiniões diferentes sobre vários dos temas tratados. Meu objetivo principal era provocar dúvidas e estimular o debate. No caso dos atores, como sempre faço, o trabalho é coletivo. Teatro é jogo, parceria.

Como você avalia a atualidade do texto da peça original de Ben Jonson?


Jonson era um grande comediante, dramaturgo e também um sábio moralista. Queria transformar o mundo a partir do palco. Ele tem como princípio – explicitado na epígrafe do poeta Horácio que usa para sua peça – a ideia de que o poema (o texto, a peça) deve, ao mesmo tempo, divertir e ensinar: “O poema ensina ou delicia. Ou ambos, e este é o que vicia”. Sua peça tem uma moral clara, é didática, fala, entre outros temas, do bom senso no uso da riqueza (pecúnia): “Nem escrava de prazeres tolos, nem feitora de desejos justos”. Jonson critica a futilidade dos que querem aparecer nos jornais a qualquer custo, dos interesses políticos e econômicos por trás das notícias, da notícia como entretenimento de quem busca novidade sem critério, da fofoca e da maledicência como um prazer cruel, dos “panfletos escritos por quem não sai de casa, sem uma sílaba de verdade”. Tudo isso me parece, infelizmente, bastante atual.


Estreia: 'O mercado de notícias' discute pecados do jornalismo atual

Documentário é inspirado em peça escrita por Ben Jonson no século 17.
Trechos de encenação são intercalados a depoimentos de 13 jornalistas.

Neusa Barbosa Do Cineweb, via Reuters*
Cena de 'O mercado de notícias' (Foto: Divulgação)Cena de 'O mercado de notícias' (Foto: Divulgação)
Sempre muito original, o cineasta Jorge Furtado (“Saneamento básico: O filme”) foi buscar numa peça teatral da Inglaterra elisabetana do século 17 um paralelo para estabelecer uma perspectiva histórica para a aguçada discussão sobre critérios, falhas e importância da imprensa no Brasil em seu novo documentário, “O mercado de notícias”.
O filme estreia em dez cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Salvador, João Pessoa, Santos e Juiz de Fora.
Concorrente na seção principal do Festival É Tudo Verdade e multipremiado no Cine PE, em Recife, o filme de Furtado empresta o título da própria peça – “O mercado de notícias”, de Ben Jonson (1572-1637) -, que surge no mesmo momento histórico em que começam a circular os primeiros jornais.
Já ali se estabelecem os desafios da própria atividade, a partir da constatação de que não há fatos brutos na natureza. Todo e qualquer acontecimento, então, é passível de seleção, análise, interpretação. Portanto, também de erros jornalísticos.
Dentro dessa discussão, o documentário debate a própria essência do jornalismo, ou seja, a obrigação de escolher o que publica ou não, o que cobre ou não, a necessidade de encontrar a novidade, de revelar histórias, equilibrando essa urgência com outra, não menos crucial: a da própria sobrevivência econômica e comercial.
Um aspecto que leva alguns a apostarem no sensacionalismo e, em última análise, no antijornalismo, para garantir altas tiragens e grandes receitas publicitárias.
Entre outros riscos implícitos à atividade, os jornalistas sempre dependem das fontes e elas, como se sabe, não raro têm seus interesses – que precisam ser “filtrados”, como observa no filme Geneton Moraes Neto.
Há uma indiscutível atualidade na discussão proposta por “O mercado de notícias” no Brasil atual, em que a imprensa tantas vezes pauta o debate político. Sempre foi assim? Depoimentos lembram que, até o golpe de 1964, havia uma identificação entre jornais e partidos – cada um tinha o seu.
Depois, praticamente todos se unem na resistência ao regime autoritário, que finalmente atingiu os interesses gerais, pela censura. Depois da redemocratização, em 1985, tornam-se não raro, muito conservadores.
Diretor da revista “Carta Capital”, o veterano Mino Carta não se esquiva de definir: “A mídia brasileira é um partido político”. E o que é pior, não se aceita como agente político, escondendo-se por trás de uma suposta isenção, ao mesmo tempo em que elege escândalos e personagens a quem crucificar impiedosamente e outros de quem oculta ou relativiza os pecados.
Menciona-se ainda outras mazelas, como erros crassos e trágicos - sendo o caso da Escola Base o maior da memória recente, talvez. Outros são lembrados: o “quadro de Picasso”, denunciado numa repartição do INSS, que não passava de um pôster, desses que se compram em qualquer museu; e a famosa “bolinha de papel” da última campanha presidencial do candidato José Serra.
Se tivesse sido feito mais recentemente, certamente o documentário poderia incluir a cobertura catastrofista que precedeu a Copa do Mundo.
Saindo de um modelo de documentário dependente exclusivamente de entrevistas, Furtado intercala as conversas com treze experientes jornalistas brasileiros com trechos de uma encenação da própria peça, a partir de uma tradução feita por ele mesmo e pela professora Liziane Kugland.
O recurso permite uma certa leveza, porque permite a inserção de comentários cínicos pertinentes aos tópicos em debate.
Para quem, no fim de contas, tiver a impressão de que Furtado é contra o jornalismo, ele mesmo contra-argumenta, defendendo, no material de divulgação, que seu filme é “uma defesa do bom jornalismo, sem o qual não há democracia”.
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb







O Mercado de Notícias

Por Marcelo Coelho
21/08/14 16:55


Sou naturalmente suspeito para comentar “O Mercado de Notícias”, documentário de Jorge Furtado sobre os problemas da imprensa brasileira.
Fiquei bastante embaraçado com uma das principais “descobertas” do filme: uma matéria escandalosamente errada que saiu na “Folha” há anos, apontando a existência de um quadro de Picasso na parede de um corredor burocrático do INSS.
Não era um Picasso autêntico, evidentemente, e a ideia da notícia –mostrar o descaso do poder público com o próprio patrimônio—caía por terra.
Não me lembro de ter visto a reportagem, que saiu com foto e tudo. O suposto quadro de Picasso era a reprodução de uma obra razoavelmente famosa, de um museu em Nova York, e quero imaginar que eu teria reconhecido o engano. Só agora, passados anos da notícia, saiu na “Folha” um “erramos” sobre o caso.
É um dos momentos mais interessantes do filme, ainda que incômodos para quem é da Folha.
Mas “O Mercado de Notícias” (veja horários no Guia da Folha) não se dedica muito ao divertido recenseamento dos deslizes jornalísticos. O principal do filme –e aqui surge um segundo motivo para minha suspeição ao comentá-lo—está numa série de entrevistas com jornalistas, seja os da grande imprensa (Fernando Rodrigues, Renata Lo Prete, Cristiana Lôbo), seja os que a criticam (Mino Carta, Luis Nassif, Raimundo Pereira).
Para quem é jornalista, muitos dos temas abordados nessas entrevistas trazem pouca novidade. “Existe imparcialidade?” “Existe liberdade de expressão nos grandes jornais?” “Os interesses econômicos prevalecem sobre a verdade?” “O que é verdade?”
Há opiniões radicais, e outras menos, sobre isso. Talvez para o público mais amplo seja interessante ouvir tantos jornalistas expondo seus pontos de vista. De minha parte, acho que tudo termina abstrato demais, com frases que tendem à exposição de princípios ou de julgamentos já consolidados.
Talvez sabendo desse risco, Jorge Furtado entremeia os depoimentos com cenas da montagem de uma peça, intitulada justamente “O Mercado de Notícias”, escrita por Ben Jonson (1572-1637). É outra descoberta muito boa do diretor –além do caso Picasso. A comédia mostra um jovem perdulário que se envolve na empreitada de comprar e vender “notícias”, (“novidades”?) numa época anterior à da consolidação dos jornais tais como os entendemos hoje.
Vendo a peça e pensando nos jornais de hoje, pode-se sempre traçar aquele gênero de paralelos que leva uma pessoa a dizer: “puxa, já naquela época, hein!” Mas a aproximação não é das mais esclarecedoras, e novamente escapamos do concreto, do real, para um plano de julgamentos mais ou menos fáceis.
Como a perspectiva adotada é sempre a da generalidade, é um alívio quando se vê Luis Nassif, por exemplo, apontar um caso específico de miopia jornalística. Ele se refere à excessiva atenção dos jornais com respeito às oscilações do mercado financeiro, e de que modo se deu pouca importância a uma queda violentíssima na venda de máquinas agrícolas, em 2008 se não me engano.
Mais exemplos como esse enriqueceriam o filme de Furtado.
Sem dúvida, o grande exemplo, que “O Mercado de Notícias” recalcou, não é o das máquinas agrícolas. Metade dos entrevistados, mais ou menos, considera que os jornais perseguem o governo do PT, e teria longas considerações a fazer sobre o caso do mensalão.
Imagino que um filme sobre “os problemas da imprensa” sequer teria sido feito nos tempos de Fernando Henrique, quando choviam denúncias contra os tucanos.
A vontade implícita deste documentário é colocar em questão uma imprensa que foi duríssima contra Lula. Por que não falar disso de uma vez? Curiosamente, o tema do mensalão foi recalcado, abafado, suprimido (auto-censurado?) em “O Mercado de Notícias”. Por esse cuidado do diretor, que talvez tenha querido parecer “apartidário e independente”, o filme me pareceu ficar girando na periferia de seu assunto real.


Documentário "O Mercado de Notícias" debate o papel da imprensa

Com uso de encenações e entrevistas com jornalistas renomados, diretor Jorge Furtado espelha nos dias de hoje a atualidade de questões éticas da profissão observadas por um dramaturgo inglês no século 17

08/04/2014 | 18h59
Documentário "O Mercado de Notícias" debate o papel da imprensa Fabio Rebelo/Divulgação
Foto: Fabio Rebelo / Divulgação
Manipulação da informação, papel do jornalista como intermediário entre o fato e o leitor, relação promíscua com as fontes e embate entre a notícia relevante e a futilidade mundana. Em 1625, a imprensa dava seus primeiros passos, e essas questões já inquietavam o dramaturgo inglês Ben Jonson, que as abordou de forma crítica na peça teatral cômica O Mercado de Notícias (The Staple of News no original).
O cineasta Jorge Furtado traz a discussão para 2014 no documentário O Mercado de Notícias, adicionando a ela o debate em torno das transformações impostas pelo processo de apuração, produção e consumo da notícia nas plataformas digitais. Furtado destaca o quanto a visionária observação lançada no começo do século 17 por Jonson ainda pauta a visão sobre a imprensa no século 21.
Ainda sem previsão de estreia nos cinemas, o longa-metragem foi filmado em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília entre dezembro de 2012 e junho de 2013. No circuito de festivais, a carreira tem início nesta quarta-feira, na programação do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade, em São Paulo. A produção da Casa de Cinema de Porto Alegre também foi selecionada para o Cine PE — Festival de Recife, no final do mês.
O Mercado de Notícias surgiu no horizonte de Furtado pelo cruzamento de duas fontes de grande interesse do diretor: o teatro elisabetano e o jornalismo. Jonson (1572 — 1637) foi contemporâneo de Shakespeare e um dos homens mais iluminados de seu tempo. A peça foi encenada pela primeira vez em 1626, em Londres.
— É incrível que um texto escrito apenas três anos depois de o primeiro jornal inglês começar a circular (o semanário A Current of General News) traga as mesmas discussões que temos hoje — diz Furtado, que assina a primeira tradução da peça para o português com a professora Liziane Kugland.
A estrutura de O Mercado de Notícias combina a encenação da peça de Jonson no palco de Theatro São Pedro — no elenco, estão nomes como Evandro Soldatelli, Mirna Spritzer, Irene Brietzke, Janaína Kremer, Nelson Diniz, Zé Adão Barbosa, Marcos Contreras, Sérgio Lulkin, Elisa Volpatto e Eduardo Cardoso — e depoimentos de 13 renomados jornalistas brasileiros, como Janio de Freitas, Geneton Moraes Neto, Mino Carta, Raimundo Pereira, Luis Nassif e Bob Fernandes.
— Busquei jornalistas ligados à cobertura política e conhecidos nacionalmente —  explica o diretor. — Antes das entrevistas, mandei a todos o texto da peça, como forma de costurar nas conversas a percepção do Ben Jonson sobre a imprensa no século 17 com a deles hoje — explica Furtado.
O documentário tem início com a reunião dos atores gaúchos na sede da Casa de Cinema, em março de 2013. Segundo Furtado, eles foram chamados sem saber o trabalho que teriam pela frente. Assim, é apresentado o trabalho em construção, com o diretor explicando ao elenco a proposta do projeto, a história de Jonson e o texto que será trabalhado dali em diante.
O tom ácido do dramaturgo inglês dialoga com o estilo de humor que o diretor brasileiro consagrou em filmes como O Homem que Copiava (2003) e Saneamento Básico (2007) — no segundo semestre, Furtado lança Beleza, drama de ficção rodado no interior do Estado — e, em especial, com suas produções para a televisão. Outra característica narrativa de Furtado, os hiperlinks carregados de informações enciclopédicas e curiosas, consagrada por ele a partir do curta Ilha das Flores (1989), aparece de forma criativa em O Mercado de Notícias. Ajuda a traçar a linha histórica da evolução da imprensa e a amarrar a competente encenação dramatúrgica e as entrevistas com os episódios emblemáticos da imprensa nacional pinçados por ele para ilustrar o processo, por vezes nebuloso, que move as engrenagens do mercado de notícias.
 Um desse casos é a da Escola de Base, ocorrido em São Paulo, em 1994. Na ocasião, os donos e funcionários de uma escola infantil foram acusados de abuso sexual de crianças. A denúncia, que se mostraria falsa, ganhou manchetes sensacionalistas de jornais e revistas que, posteriormente, trataram em tímidas notas de rodapé da inocência dos acusados que tiveram suas vidas arruinadas.
Esse debate sobre a ética jornalística e sobre o poder que a imprensa tem — ou se atribui ter — de bancar polícia, juiz e carrasco entra na discussão com os entrevistados. Em síntese, o saldo da conversa sublinha firmamentos basilares do ofício que não deveriam ser ignorados tanto no velho papel quanto, sobretudo, na velocidade imposta pelo noticiário online: apurar com rigor; duvidar sempre; ter bem claro o que é jornalismo e o que é propaganda; caçar notícia na rua; cultivar fontes confiáveis e delas filtrar a informação dos interesses pessoais, políticos e econômicos; e se empenhar para que redação e departamento comercial permaneçam como áreas distintas.

E depois de radical transformação do jornalismo imposta pela internet, que faz de qualquer cidadão um potencial repórter, é unânime a percepção de ser ainda maior a responsabilidade do bom jornalista na missão diária de separar o joio do trigo 
nesse universo de informações abundantes, instantâneas e pulverizadas.

O próprio Furtado lança na discussão episódios emblemáticos que ele mesmo decidiu apurar. Um deles é sobre o a pintura A Mulher em Branco, de Pablo Picasso, cuja reprodução colocada na parede de uma repartição do INSS, em Brasília, foi tratada como obra original pela Folha de S. Paulo em reportagem de 2004. O diretor mostra no filme a pintura verdadeira, pertencente ao acervo do Metropolitan, em Nova York, durante uma retrospectiva de Picasso que visitou no museu Guggenheim, quando esteve na cidade para a cerimônia do Emmy que premiou o trabalho de Fernanda Montenegro no especial Doce de Mãe, em novembro passado.
— Descobri que essa reprodução pertencia ao acervo do pintor Tomás Santa Rosa e foi dada com pagamento de uma dívida com o INSS. Mas quem avaliou e por quanto? — questiona ele, que, assim como alguns leitores, alertou o jornal do erro, não reparado e repetido em reportagem seguinte.
Outro episódio mostrado por Furtado é do bolinha de papel que atingiu o então candidato à presidência em 2010 José Serra. Na ocasião, o objeto chegou a ser descrito pela imprensa como uma pedra, o que teria justificado a ida do político ao hospital para realizar uma tomografia. Analisando imagens da cena captadas por diferentes equipe de TV, Furtado aplica na imagem um efeito de brilho e contraste e mostra que o possível suspeito de arremessar a bolinha poderia ser um segurança do próprio Serra:
— Eu não sou jornalista. Qualquer um poderia ter feito isso que fiz, pois essas imagens estão todas disponíveis na internet;
Mais informações sobre o filme e sobre o material pesquisado por Furtado estão sendo disponibilizadas no site do filme, que terá atualização semanal com novos conteúdos.


 Nota na Veja-SP :
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
O documentário mescla teatro filmado com depoimentos. Entre as entrevistas com treze jornalistas, há a encenação de O Mercado de Notícias, escrita pelo dramaturgo inglês Ben Jonson, em 1625. Indicado aos estudantes de jornalismo, o filme pretende colocar o papel do profissional na berlinda e apontar imprudências cometidas pela  imprensa, a exemplo do caso da Escola Base, em 1994. Se há bate-papos relevantes com Geneton Moraes Neto, Janio de Freitas e José Roberto de Toledo, a “intromissão” de cenas da peça atravanca a fluência narrativa. Estreou em 7/8/2014.

   Documentário ‘O Mercado de Notícias’ estreia no Canal Brasil

Publicado em Terça, 18 Novembro 2014 15:43

Dirigido por Jorge Furtado, o documentário 'O Mercado de Notícias' ganhou espaço no Canal Brasil. Com roteiro que tem como base a peça homônima do dramaturgo inglês Ben Jonson (1572- 1637), 'The staple of news', o filme conta com depoimentos de 13 jornalistas sobre a profissão e as mudanças na maneira de consumir notícia. Casos recentes em que a imprensa teve grande papel também fazem parte do longa.
Bob Fernandes, Cristiana Lôbo, Fernando Rodrigues, Geneton Moraes Neto, Luis Nassif, Mino Carta, Renata Lo Prete, Janio de Freitas, José Roberto de Toledo, Leandro Fortes, Mauricio Dias, Paulo Moreira Leite e Raimundo Pereira foram os profissionais escolhidos pala falar sobre o assunto. Para compor o filme, Furtado traduziu a peça de Ben Jonson e a encenou pela primeira vez no Brasil. A história teatral de 1626 traz, de maneira bem humorada, crítica a uma atividade recentemente criada em Londres: o jornalismo.
Além da peça, Furtado escolheu quatro casos reais para produzir o documentário: "Escola Base em São Paulo, cujos administradores foram acusados de pedofilia e massacrados pela mídia para depois serem inocentados; o evento da bolinha de papel lançada sobre o candidato José Serra na corrida presidencial de 2010; a crise da tapioca do ministro Orlando Silva, que usou o cartão corporativo para comprar uma tapioca de R$ 8,00; e o caso do Picasso do INSS, no qual um importante jornal do país publicou uma reportagem dizendo que havia um quadro do pintor espanhol na sede do INSS, em Brasília, quando na verdade se trava de uma simples gravura".
Vencedor do Prêmio de melhor documentário no Cine PE pelos júris oficial e popular, 'O Mercado de Notícia' teve sua primeira exibição no Canal Brasil na noite de segunda-feira, 17. O telespectador pode assistir novamente no domingo, 23, às 13h30. Para conhecer o projeto, basta acessar este link.



A peça de teatro: 


TV Brasil:
O Espaço Público desta semana entrevista o cineasta Jorge Furtado. Com obras bem conhecidas no cinema e na televisão, aos 55 anos de idade, ele já dirigiu 28 filmes e conquistou 14 prêmios, dentro e fora do Brasil. Combiando crítica social e bom humor, seus filmes costumam abordar grandes problemas brasileiros.

O Espaço Público fala da carreira deste diretor premiado e do seu mais novo filme "Mercado de Notícias", um documentário sobre o jornalismo, onde ele discute erros e acertos de uma atividade que acompanha a existência de homens e mulheres desde o início da sociedade industrial. O programa discute a função do jornalismo como garantia para o funcionamento dos regimes democráticos e debate o papel das redes sociais na democratização dos meios de comunicação.
O Espaço Público é apresentado pelo jornalista Paulo Moreira Leite. Também participam da entrevista o jornalista Florestan Fernandes Júnior e a professora da Universidade de Brasília (UnB), Marcia Marques, profissional com passagem por grandes jornais do país.








Especial: É tudo um assunto só!

Outro dia discutindo sobre as manifestações do dia 15, sobre crise do governo e a corrupção da Petrobrás eu perguntei a ele se tinha acompanhado a CPI da Dívida Pública. Então ele me respondeu: Eu lá estou falando de CPI?! Não me lembro de ter falado de CPI nenhuma! Estou falando da roubalheira... A minha intenção era dizer que apesar de ter durado mais de 9 meses e de ter uma importância ímpar nas finanças do país, a nossa grande mídia pouco citou que houve a CPI e a maioria da população ficou sem saber dela e do assunto... Portanto não quis fugir do assunto... é o mesmo assunto: é a política, é a mídia, é a corrupção, são as eleições, é a Petrobras, a auditoria da dívida pública, democracia, a falta de educação, falta de politização, compra de votos, propina, reforma política, redemocratização da mídia, a Vale, o caso Equador, os Bancos, o mercado de notícias, o mensalão, o petrolão, o HSBC, a carga de impostos, a sonegação de impostos,a reforma tributária, a reforma agrária, os Assassinos Econômicos, os Blog sujos, o PIG, as Privatizações, a privataria, a Lava-Jato, a Satiagraha, o Banestado,  o basômetro, o impostômetro, É tudo um assunto só!...




A dívida pública brasileira - Quem quer conversar sobre isso?


Escândalo da Petrobrás! Só tem ladrão! O valor de suas ações caíram 60%!! Onde está a verdade?

A revolução será digitalizada (Sobre o Panamá Papers)

O tempo passa... O tempo voa... E a memória do brasileiro continua uma m#rd*

As empresas da Lava-jato = Os Verdadeiros proprietários do Brasil = Os Verdadeiros proprietários da mídia.

Desastre na Barragem Bento Rodrigues <=> Privatização da Vale do Rio Doce <=> Exploração do Nióbio

Sobre o mensalão: Eu tenho uma dúvida!

Trechos do Livro "Confissões de um Assassino Econômico" de John Perkins 

Meias verdades (Democratização da mídia)

Spotniks, o caso Equador e a história de Rafael Correa.

O caso grego: O fogo grego moderno que pode nos dar esperanças contra a ilegítima, odiosa, ilegal, inconstitucional e insustentável classe financeira.


A PLS 204/2016, junto com a PEC 241-2016 vai nos transformar em Grécia e você aí preocupado com Cunha e Dilma?!

A PEC 241. Onde as máscaras caem.

Uma visão liberal sobre as grandes manifestações pelo país. (Os Oligopólios cartelizados)


Depoimento do Lula: "Nunca antes nesse país..." (O país da piada pronta)
(Relata "A Privataria Tucana", a Delação Premiada de Delcidio do Amaral e o depoimento coercitivo do Lula para a Polícia Federal)


Seminário Nacional - Não queremos nada radical: somente o que está na constituição.

Seminário de Pauta 2015 da CSB - É tudo um assunto só...

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Questão de opinião: Maioridade penal a partir de 16 anos: seria uma boa?
Questão de Opinião: Financiamento de campanha: Público X Privado X Empresarial.
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Sobre o caso HSBC (SwissLeaks):

Acompanhando o Caso HSBC I - Saiu a listagem mais esperadas: Os Políticos que estão nos arquivos.

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Acompanhando o Caso HSBC VIII - Explicações do presidente do banco HSBC no Brasil

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Sobre o caso Operação Zelotes (CARF):

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Acompanhando a Operação Zelotes II - Globo (RBS) e Dantas empacam as investigações! Entrevista com o procurador Frederico Paiva.

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Acompanhando a Operação Zelotes VII (CPI do CARF) - Vamos começar a comparar as reportagens das revistas com as investigações...

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Acompanhando a Operação Zelotes X (CPI do CARF): No meio do silêncio, dois tucanos batem bico...

Acompanhando a Operação Zelotes XI (CPI do CARF): Tarólogo bocudo dá corpo à versão da Veja.

Acompanhando a Operação Zelotes XII (CPI do CARF): Nem tudo é igual quando se pensa em como tudo deveria ser...

Acompanhando a Operação Zelotes XIII (CPI do CARF): APS fica calado. Meigan Sack fala um pouquinho. O Estadão está um passo a frente da comissão? 

Acompanhando a Operação Zelotes XIV (CPI do CARF): Para de tumultuar, Estadão!

Acompanhando a Operação Zelotes XV (CPI do CARF): Juliano? Que Juliano que é esse? E esse Tio?

Acompanhando a Operação Zelotes XVI (CPI do CARF): Senhoras e senhores, Que comece o espetáculo!! ("Operação filhos de Odin")

Acompanhando a Operação Zelotes XVII (CPI do CARF): Trechos interessantes dos documentos sigilosos e vazados.

Acompanhando a Operação Zelotes XVIII (CPI do CARF): Esboço do relatório final - Ainda terão mais sugestões...

Acompanhando a Operação Zelotes XIX (CPI do CARF II): Melancólico fim da CPI do CARF. Início da CPI do CARF II

Acompanhando a Operação Zelotes XX (CPI do CARF II):Vamos poupar nossos empregos

Acompanhando a Operação Zelotes XXI (CPI do CARF II): Entrando no mérito da questão: Ágio Interno.
Acompanhando a Operação Zelotes XXII (CPI do CARF II): Só ladrões de galinhas...
Acompanhando a Operação Zelotes XXIII (CPI do CARF II): Quem faz/fez contabilidade criativa no Brasil?!

Sobre CBF/Globo/Corrupção no futebol/Acompanhando a CPI do Futebol:

KKK Lembra daquele desenho da motinha?! Kajuru, Kfouri, Kalil:
Eu te disse! Eu te disse! Mas eu te disse! Eu te disse! K K K

A prisão do Marin: FBI, DARF, GLOBO, CBF, PIG, MPF, PF... império Global da CBF... A sonegação do PIG... É Tudo um assunto só!!

Revolução no futebol brasileiro? O Fim da era Ricardo Teixeira. 

Videos com e sobre José Maria Marin - Caso José Maria MarinX Romário X Juca Kfouri (conta anonima do Justic Just ) 

Do apagão do futebol ao apagão da política: o Sistema é o mesmo


Acompanhando a CPI do Futebol - Será lúdico... mas espero que seja sério...

Acompanhando a CPI do Futebol II - As investigações anteriores valerão!

Acompanhando a CPI do Futebol III - Está escancarado: É tudo um assunto só!

Acompanhando a CPI do Futebol IV - Proposta do nobre senador: Que tal ficarmos só no futebol e esquecermos esse negócio de lavagem de dinheiro?!

Acompanhando a CPI do Futebol V - Andrew Jennings implora: "Dont give up"! (Não desistam)!
Acompanhando a CPI do Futebol VI - O Romário é centro-avante ou um juiz?! 

Acompanhando a CPI do Futebol VII - Uma questão de opinião: Ligas ou federações?!

Acompanhando a CPI do Futebol VIII - Eurico Miranda declara: "A modernização e a profissionalização é algo terrível"!

Acompanhando a CPI do Futebol IX - Os presidentes de federações fazem sua defesa em meio ao nascimento da Liga...

Acompanhando a CPI do Futebol X - A primeira Liga começa hoje... um natimorto...

Acompanhando a CPI do Futebol XI - Os Panamá Papers - Os dribles do Romário - CPI II na Câmara. Vai que dá Zebra...

Acompanhando a CPI do Futebol XII - Uma visão liberal sobre a CBF!

Acompanhando a CPI do Futebol XIII - O J. Awilla está doido! (Santa inocência!)

Acompanhando a CPI do Futebol XIV - Mais sobre nosso legislativo do que nosso futebol



Acompanhando o Governo Michel Temer

Acompanhando o Governo Michel Temer I