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terça-feira, 14 de abril de 2015

Comentários políticos com Bob Fernandes.

A TV Gazeta não é transmitida para todo território brasileiro, então acho bem útil divulgar os comentários políticos de Bob Fernandes que são bem lúcidos e globais... ops... globais não...

Bolsonaro e Moro vão à CIA/FBI. Brasil entrega Alcântara e promete "biodiversidade". Embraer já foi.




Publicado em 7 de fev de 2018
Nesta terça o FBI estrelou evento em São Paulo. Sobre corrupção, lavagem de dinheiro, fraudes, compliance...  E a Lava Jato.
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Presente Antônio Carlos Vasconcellos Nóbrega, Corregedor-Geral da CGU.
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Presentes Chrstopher Delzotto, Supervisor Especial do FBI, e Leslie Bachchies, do FBI para América Latina.
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Também George McEachern, ex-chefe de combate internacional à corrupção do FBI.
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E Robert Appleton, Chefe de Execuções Governamentais e crimes do colarinho branco do CKR Law. Ex-promotor  do Departamento de Estado dos EUA.
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Evento do escritório norte-americano CKR e da Câmara Internacional do Comércio.
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Empresários, investidores, advogados brasileiros. Proibida a entrada da imprensa. Só imaginem: nossa Policia Federal estrelando evento como esse em território norte-americano.
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No governo FHC, Carlos Costa chefiou o primeiro escritório oficial do FBI no Brasil. Entrevistei-o, para 17 páginas. Chamou a tudo isso "influenciar". Cooptar.
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Dezenove agências de espionagem dos EUA atuando no Brasil, sediados na Embaixada.
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Jack Ferraro chefiava a CIA. Antes dele, Craig Peter Osth,  Bock, Jimmy, e Bramson Brian.
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DAT, a Divisão Anti-Terrorismo da PF, já se chamou CDO e SOIP. Instalação de espionagem eletrônica criada no governo Sarney. Doação da CIA.
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Nos anos FHC, a CIA chegou a ter 15 bases regionais no Brasil. No SOIP/ CDO, a  CIA atuava com a PF em "regime de informação compartilhada".
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Antes de Marcio Thomas Bastos, e Paulo Lacerda chefiando a PF, não havia dinheiro. Mostramos depósitos feitos pela DEA na conta de delegados.
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No hoje DAT, agente brasileiro só trabalhava se submetido ao detector de mentiras. Testes feitos nos EUA. Revelamos os nomes.
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Pós 11 de setembro o Chefe do FBI no Brasil, Carlos Costa, recebeu e recusou uma ordem: grampear, espionar mesquitas e líderes muçulmanos no Brasil.
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Que teve grampeados Palácio da Alvorada e Itamaraty. Biotecnologia, química fina, aço, biopirataria, telecomunicações, energia, entre os alvos.
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Com Obama, escândalo e soubemos: a NSA tentou hackear a Petrobras e grampeou Dilma e Palácio.
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Em 99, chefiando provisoriamente a embaixada, confrontado James Derham foi claríssimo: "Temos o dinheiro, então as regras são as nossas".

Segue o baile. Bom Carnaval.

Bob Fernandes/FBI discute a Lava Jato em São Paulo, com brasileiros, em evento reservado




Publicado em 4 de dez de 2013
Vem aí um novo capítulo da novela político-policial do Brasil. Quem seria o dono do Hotel Saint Peter, onde José Dirceu quer trabalhar?

E José Genoino segue nas manchetes. Ele renunciou ao mandato, e não teria como não estar nas manchetes. O problema é quanto ao que não chega, ou não permanece nas manchetes.

O ministério público requisitou a suspensão de 10 contratos para reforma de trens em São Paulo. O tal escândalo dos trens e metrô.

O promotor Marcelo Milani diz que um pacote de reforma de trens em São Paulo custou mais do que a compra de trens novos.
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Segundo Milani, em 4 dos contratos não houve competição. Só foi apresentada uma proposta por lote. Valor destes 4 contratos? R$ 1 bilhão e 600 milhões.

Cada trem reformado, só o trem, custou 80% do preço de um trem novo, informa o promotor.
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O metrô alega que a reforma de cada trem custou 60%, e não 80% de um novo trem. Vamos ver o fôlego deste escândalo.

Há 8 anos, José Adalberto Vieira da Silva foi preso no aeroporto de Congonhas. Ele era assessor do então deputado no Ceará, José Guimarães. Que é irmão de Genoino.
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Adalberto foi preso com US$ 100 mil na cueca, isso em meio às investigações do "mensalão. Hilário, chocante e monumental escândalo, aquele dos "dólares na cueca".

Adalberto assessorava Guimarães, lá no Ceará. Mas, mesmo sem prova alguma, na repercussão quem pagou a conta foi Genoino.
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Tem gente que não exerce o livre arbítrio. Analisa os outros pelo que carrega dentro de si mesmo, pelo que é.

Quem é assim não aceita que liberdade de escolha e liberdade na crítica possam conviver numa só pessoa.
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Maior cronista do Brasil, Luis Fernando Veríssimo declarou voto no PT por mais de uma vez. E, aos 77 anos, Veríssimo segue dizendo o que pensa. Outro dia ele escreveu:

-Proponho o fim da hipocrisia no julgamento de casos de corrupção no país. Oficialize-se, já, dois sistemas de pesos e medidas diferentes. Um que só vale para o PT... e outro para os outros, principalmente o PSDB.

Como previsível, aplausos de um lado da arquibancada. O outro lado da arquibancada vaiou. Ou fez que não leu. A proposta de Veríssimo provoca reflexão. E a imaginação.

Imagine, cara amiga, caro amigo, que Genoino não está condenado à prisão. E que ele não é deputado, e sim senador.

Imagine que Genoino e um dos seus filhos, que é deputado, têm um helicóptero. E que nesse helicóptero o piloto é preso, pela Polícia Federal, com 450 quilos de cocaína.

Imagine a dimensão, o tamanho da repercussão. Já imaginou?

8 de jun de 2016
Reações ao vazamento dos pedidos de prisão para Sarney, Eduardo Cunha, Renan Calheiros e Romero Jucá. O ministro do Supremo Tribunal, Gilmar Mendes, protestou:

- É processo oculto, pede-se sigilo, mas divulga-se para a imprensa. Isso é grave, brincadeira com o Supremo. Quem faz isso está cometendo crime, certo?

Certíssimo... Mas...centenas de vazamentos ocorreram nos últimos dois anos, nas investigações do "petrolão".

Há três meses, de maneira ilegal foi gravada parte de conversa entre a presidente Dilma e o ex-presidente Lula. Com vazamento ilegal da porção ilegalmente gravada.

À época o ministro Zavaski criticou e cobrou o juiz Moro. O que disse então o ministro Gilmar Mendes sobre o vazamento?

Disse que a divulgação foi "correta" e que importante era discutir o "conteúdo extremamente grave".

Agora Gilmar Mendes diz ser preciso "chamar às falas os responsáveis". Em 2008, preso Daniel Dantas, Gilmar Mendes e o senador Demóstenes Torres (aquele) foram ao Planalto.

Para protestar contra grampos, que não existiram, e chamar "às falas" o presidente Lula.

Paulo Lacerda, que havia modernizado a Polícia Federal, foi demitido da ABIN. O delegado Protógenes seria demitido da PF.

Como previsível, agora, enfim, delações começam a pegar geral. É o que mostra vídeo que não interessa a tantos que pontificam sobre "corrupção".

Blog de Fausto Macedo, do Estadão, flagra o delator Cerveró dizendo no décimo minuto de depoimento online:

-A Odebrecht sempre teve profunda influência (na Petrobras) desde época do (Joel) Rennó...

Prossegue Cerveró:

-Braskem é um dos maiores escândalos criados na época do Fernando Henrique, não foi o Lula que inventou. Essas coisas não são investigadas, é isso é que eu fico impressionado.

E continua: "A Braskem é um escândalo, feita com a Odebrecht".

Nesse exato instante, quem interroga Cerveró interrompe, busca mudar de assunto perguntando: "Passados dois anos..."

Cerveró vira-se para alguém ao lado, franze testa e sobrancelha, balança mãos e cabeça como quem diz "tá vendo?", e conclui:

-... Essas coisas é que chamam a atenção...

Cerveró, entenda uma coisa: isso não vem ao caso.


1 de jun de 2016
A Odebrechet fechou acordo e vai fazer delação premiada. No alvo os grandes partidos, todos.

Citados na Lista da Odebrechet, 316 políticos terão noites de insônia. Essa delação deve chegar ao sítio de Atibaia, cuja propriedade Lula nega.

Ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro segue inocentando Lula nos casos do sitio em Atibaia e do tríplex no Guarujá.

Como, até agora, Léo Pinheiro inocenta o ex-presidente, os que querem Lula preso não aceitam fechar a delação premiada do sócio da OAS.

Já na Operação Zelotes, investigadores acusam Luís Claudio, filho de Lula, de ter recebido R$ 10 milhões ilegalmente.

A Zelotes investiga contribuintes acusados de pagar propina para encolher multas na Receita Federal.

Pela mesma Zelotes, a Polícia Federal indiciou Trabuco, presidente do banco Bradesco. Joseph, dono do Banco Safra, já é réu na Zelotes.

E André, presidente do Grupo Gerdau, também foi indiciado pela PF na Zelotes.

Tudo isso é e foi manchete. Às vezes, quando fato objetivo, exaustivamente apurado, a notícia fala por si mesma.

Outras vezes a notícia vem coalhada de condicionantes: "suposto", "teria", "diz o delator" "segundo fontes" etc.

Se o citado, o delatado for absolvido depois, ou nem mesmo se tornar réu... azar dele. Estrago já feito, lamenta-se e...bola pra frente.

Se a informação vem de uma autoridade, se oficializada ou documentada de alguma forma, o repórter checa até o limite. Garantido por documento ou ofício, segue adiante.

Divide-se, em tais casos, o custo da decisão ética. Já a autoridade que vaza tem, desde o início, a responsabilidade legal pelo vazamento.

Com tantas delações, gravações, vazamentos, prisões e manchetes por corrupção fica até chato tocar nesse assunto.

Nem tanto pelos que, ao menos, têm como se defender. Ainda mais grave é os que não têm como se defender.

Segundo o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias -Infopen- de 607 mil prisioneiros no Brasil, 41% estão presos sem condenação.

Enquanto isso, 7 meses depois, a cassação, ou não, de Eduardo Cunha ficou...pra próxima semana.

30 de mai de 2016
Reunido com bispos, o Papa Francisco disse estar preocupado com "golpes suaves" na América Latina. Sua Santidade referia-se ao Brasil também.

O Papa manifestou tal opinião antes de conhecida parte das conversas gravadas por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro.

As gravações com Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá, são tomografia da derrubada de Dilma Roussef.

O que o PMDB articula nas conversas vazadas é um "acordo". Um "pacto" para derrubar Dilma e fazer "Michel" presidente.

Escancarado na expressão "estancar a sangria", motivo óbvio é tentar conter a Lava Jato, que ameaça todos eles.

Além do desespero de alvos da operação, o que esse converseiro mostra?

Mostra entranhas do topo do Poder. E da Política, do PMDB de Eduardo Cunha -personagem oculto das gravações- depondo Dilma para tentar salvar seus pescoços.

Os vazamentos buscam desobstruir o caminho da Lava Jato em direção a alvos secundários. E alargá-lo rumo ao alvo primordial.

O vazamento das conversas entre Lula e Dilma havia contraído a Lava Jato. Por que ilegal ao menos parte da gravação e o vazamento. E por então ter atiçado as outras ruas.

Ruas cada dia mais ocupadas por oposições que hoje estão adiante de partidos e movimentos sociais tradicionais. Agora oposições ao governo interino.

As gravações de Machado foram em março. O procurador Janot teve acesso ao teor das conversas, e a essa trama, antes do afastamento de Dilma ser autorizado, só em maio?

Governo Temer, terceira semana. Balança o segundo ministro. Como Romero Jucá, vitimado pelo mesmo delator, Sérgio Machado.

Fabiano Silveira, ministro da Transparência, foi gravado aconselhando Renan sobre como driblar a Lava Jato.

A propósito de conselhos... Em editorial, a Folha recomenda a Gilmar Mendes "evitar atitudes que destoem das práticas do judiciário".

O ministro preside o TSE. E a Segunda Turma, que julga processos da Lava Jato.

Sábado à noite Gilmar Mendes foi ao Palácio do Jaburu. Diz o ministro do Supremo que foi discutir com o interino Temer o "orçamento do TSE".

9 de mai de 2016
Começou como farsa, segue como comédia e circo. Que não termine em tragédia.
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Presidente interino da câmara, o obscuro Waldir Maranhão (PP-MA) é mais um farsante, e investigado na Lava Jato.
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Oito dos 10 sucessores de Eduardo Cunha na presidência respondem a processos ou têm condenações. E Cunha é réu, com uma pilha de processos.
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Dos 513 deputados que votaram pelo impeachment, 299 tem ocorrências na Justiça e/ou tribunais de contas.
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Recordemos: os pedidos de impeachment, 37 ao todo, começaram logo depois da eleição. Até as "pedaladas" a cada mês mudavam os motivos.
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Temer também assinou "pedaladas". Anastasia, relator do impeachment no senado, "pedalou" em bilhões quando governador de Minas. Governadores e prefeitos "pedalam".
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Tudo isso é fato. Mas a cada fato que não interessa ao jogo farsesco aplica-se o já célebre " mas não vem ao caso".
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Usando ou não a expressão "golpe", mundo afora se percebe o óbvio: existe impeachment porque existem a Lava Jato e o megadebate sobre corrupção.
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Então, como réus e acusados de roubar julgam quem não foi acusada de corrupção por ato de responsabilidade pessoal? Qual a legitimidade disso? Ou "não vem ao caso"?
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Vários listados para o governo Temer, incluindo o próprio Temer, estão citados na Lava Jato ou similares. "Não vem ao caso"?
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Como o motivo legal para o impeachment pode ser um artifício contábil usado por tantos que estão julgando ou apoiando? Ou "não vem ao caso"?
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Truques e gambiarras se acumulam. A forma como Cunha foi suspenso não está prevista na Constituição. O Supremo, hoje o Poder real, valeu-se de uma gambiarra.
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Há 5 meses já existiam os motivos alegados para afastar Cunha. Mas ele só foi derrubado depois de ter feito o serviço.
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Para a história, inesquecíveis as imagens e manchetes dos que estavam com Cunha. E diante das faixas "Somos milhões de Cunhas" o silêncio cúmplice.
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Farsas antes, hoje comédia e circo de Waldir Maranhão, "O Brevíssimo", & Cia Vamos ao futuro...

18 de abr de 2016
No rosário de erros políticos, econômicos e morais que ajudam a entender a derrota do governo, um é simbólico.

Em 13 anos, Dilma ou Lula jamais convidaram o chamado "povo" para qualquer Reforma ou causa. Salvo para eleições. Ou para salvar o próprio pescoço.

O vazamento das conversas entre Dilma e Lula jogou nas ruas multidões e muitos dos movimentos sociais até então desmobilizados.

Ali, tardiamente, se entendeu o que estava, está a caminho. E que neste domingo se viu num Brasil partido.

Mas, ao contrário de certo senso comum, o Brasil não se partiu agora, ou nas campanhas. O que se se assiste é escancaração de um Brasil desde sempre partido.

Não se partiu agora, País que chegou ao século 21 com uma das piores distribuições de renda do mundo, que não tem esgoto em metade das moradias.

Pais que convive com quase 60 mil homicídios ao ano não foi partido pelo marketing.

A distância entre debate sobre corrupção nas ruas e mídias e o espetáculo grotesco que se viu na Câmara é uma tomografia.

Cheios de razões, milhões clamaram contra corrupção. A Lava Jato investiga corrupção, e sem a Lava Jato não existiria "impeachment".

Mas a autorização para o processo de impeachment não se deu contra ato de corrupção de Dilma.

Pelo contrário. No Congresso, e não apenas, o impeachment foi, é comandado por acusados de grossa corrupção na mesma Lava Jato. E não só.

Justas razões, mas também ódio de classes, profundas ignorância e hipocrisia embalam essa disputa.

Mesmo amparado por mercados e manchetes, cercado por bandos de réus em busca de salvação não será um Temer quem irá colar os cacos desse país partido.

Uma cena, e suas repercussões, resumiram mundo afora o Brasil partido. Messias Bolsonaro homenageou Ustra, torturador na ditadura. Depois xingou Jean Wyllys.

Jean cuspiu na cara de Bolsonaro... Muitos querem discutir só a cusparada. Muitos lamentam que Jean Wyllys não tenha vomitado.

25 de abr de 2016
Nas redes sociais milhões reproduzem e debatem o ator José de Abreu no "Domingão do Faustão".
Perplexidade, pasmo e debate já escancaram: espanto pela raridade, ineditismo da cena.
Cena não num programa eleitoral, humorístico, ou em contraponto num telejornal da Globo.
A propósito de explicar cusparadas em um casal, Abreu deu os nomes de Temer e próximos listados na Lava Jato.
Citando Marco Aurélio Mello, do Supremo, disse: "O impeachment é golpe".
José de Abreu disse o que uma porção do país sempre ouviu, e que outra não ouvia. E o que milhões ouviam, ouvem, mas fazem de conta não ouvir ou saber:
-Cunha é ladrão...
Essa cena resulta, também, de debate que tem acontecido nas Mídias e parlamentos mundo afora. Debate não apenas sobre impeachment e aquela grotesca noitada de votação.
Debate também sobre monopólios, atuação e influência dos meios de comunicação no processo político no Brasil.
Por exemplo: durante romarias às moradias de Temer, como ouvir réus da Lava Jato, ou de outros processos, atacando a "córrupição" sem que se pergunte a tais atores:
-Mas o senhor não é réu também?...A senhora, o senhor, não responde a processos?
Sendo quem são personagens e instituições, esse enredo sempre foi a Crônica de um Desastre Anunciado. Há 8 meses, exatos 226 dias, dissemos aqui:
"Cresce o cerco dos que querem o impeachment de Dilma. Ainda falta coesão entre os que disputam o Poder. E clareza sobre os riscos da operação".
"Riscos internos e externos. Internos porque, passados down e perplexidade virá a realidade: a conta gigantesca e o contra-ataque dos quem tem pressa e fome".
"Risco externo porque derrubar presidente é ato seríssimo. Mancha quem cai, mas pode manchar para sempre quem, mesmo com a mão do gato, derruba".
"Se não for ação estritamente legal, aos olhos da História e do mundo será altíssimo o custo de voltar a portar-se como republiqueta de bananas e golpes".



11 de jan de 2016
Cerveró cita propina de US$ 100 milhões para governo Fernando Henrique Cardoso, na compra da Perez Companc pela Petrobras. A ser provado, como demais delações.
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Prisões espetaculares de megaempresários e políticos, manchetes e coberturas devastadoras...(a depender do político)...
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Fatos e cenas dão a impressão de não existirem tabus para a democracia brasileira. É só impressão.
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Tabus existem, são mantidos por ampla, consensual imposição do silêncio. Há pouco um destes tabus foi debatido pelo canal... "Quebrando o Tabu".
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Entre os debatedores, Fernando Henrique Cardoso. No debate, o tabu Regulação Econômica da Mídia.
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Provocado por Jean Wyllys, Fernando Henrique recordou tentativa de promover lei "antitruste", antimonopólio no setor, quando presidente.
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Seu então ministro das Comunicações, Sergio Motta, fez audiências públicas, chegou a seis minutas de anteprojeto. Tudo foi engavetado. FHC relata por quê:
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-Tentamos, mas é muito difícil porque os interesses são muito grandes, se juntam contra. E agora não são só interesses das grandes empresas...
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Segundo Fernando Henrique, "agora existem os interesses também" de "religiões". Constata o ex-presidente:
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-No Congresso não tem apoio de ninguém...se fica lutando e dando murro em ponta de faca...
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O ex-presidente percebe: a cada tentativa de abordar o tema ressurge a alegação de "ataque às liberdades", de censura.
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Esse é um falso dilema. Censura, autocensura, surgem se não há oxigênio econômico para expor diferentes informações e opiniões, para ter-se pluralidade real.
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Coração do capitalismo, Estados Unidos e Inglaterra têm Regulação e Instituições. Buscam enfrentar monopólios no setor de Mídia.
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Europa ocidental, Austrália, Japão... o chamado "mundo democrático" todo regula o espaço econômico para Mídia.
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Sempre haverá quem queira censura, mas censura não tem apoio da sociedade, não passa no Congresso. O que há é privilégios, e o temor de enfrentar o tema.
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Todos presidentes pós-ditadura não tiveram coragem para promover o debate na sociedade e levar ao Congresso a Regulação Econômica da Mídia.
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Com 5.570 municípios o Brasil é vasto continente.
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Sem regras que impulsionem diversidade, pluralidade de informações, visões, o que se tem e terá é monopólio nas narrativas, um simulacro de democracia.


Publicado em 30 de nov de 2015
Delcídio, senador (PT-MS). André Esteves, banqueiro do BTG Pactual. Marcelo, empreiteiro da Odebrechet. Otávio Azevedo, empreiteiro da Andrade Gutierrez.

Todos presos, submetidos à pressão para delatar. Pelo que vaza, a Andrade Gutierrez pagará multa de R$ 1 bilhão e entregaria dois senadores.

Parece pouco para a empresa de Minas que tem e chegou a tantos braços e bolsos ilustres.

Na Odebrechet, apesar do torniquete, segue a decisão pelo silêncio de Marcelo.

Odebrechet e Andrade Gutierrez são empresas com obras e "relações" em mais de 20 países.

Empreiteira multinacional que expuser seus intestinos e os dos alheios estará liquidada nesse mundo.

Delcídio. Já fez e tem como fazer muito mais estrago. É, era líder do governo Dilma. No governo Fernando Henrique, Delcidio foi diretor de Energia e Gás da Petrobras.

Mesmo não havendo espaço legal, nem empenho e desejo para ir além da Petrobras, PT e aliados do agora, revelar-se como era desde antes serviria à profilaxia.

André, banqueiro, ou ex. Têm relações que banqueiros têm como o Poder aqui e em qualquer canto do planeta. Imagine-se se André contar tudo que sabe, fez e viu.

E perceba-se a diferença no tratamento, nas notícias e opiniões sobre "pulíticus" presos, e quando presos são empresários ou banqueiros.

"Us puliticus" são a Geni. Para "us puliticus" vale todo e qualquer adjetivo, vale plantar qualquer coisa, vale até destruir reputação de quem já não têm.

Para banqueiro, referências reverênciais a "brilho", "audácia", "sucessos", "talentos". E lamentos, perplexidade... ou silêncios.

Desses quatro presos acima citados, um é "pulíticu" e três são dos "Mercados": dois empresários, empreiteiros, e um banqueiro.

Essa diversidade já deveria bastar para se entender de vez o que há de profundo e sistêmico no cipoal que entrelaça a Política e os "Mercados" vários.

Para se entender como fortunas são feitas no entra e sai, no vaivém dessa gente "ixsperrta" que vive da simbiose, do leva e traz entre o Estado e os "Mercados", entre os "Mercados" e o Estado.



Publicado em 26 de ago de 2015
Manchetes nos grandes portais na terça-feira: "Na CPI, Youssef e Costa confirmam propinas para Aécio e Sérgio Guerra".

"Youssef diz que Lula e Dilma sabiam do esquema Lava Jato".

Nada disso está nas principais manchetes de jornais dessa quarta-feira... Empate.... O debate público, alimentado e alimentador de tanto, e tão pouco, é medíocre.

O governo é medíocre e, junto com o país, segue afundando. A aliança de oposição se porta de forma medíocre. Como mostra na Câmara ao votar contra seu próprio ideário.

Nas ruas, em meio a multidões que exercem o direito de se manifestar, essa oposição se deixa comandar por Revoltados e similares, ainda mais medíocres.

O debate público visível reproduz uma lógica que paralisa o país. A lógica binária, do "ou isso, ou aquilo", que há uma década reduz 200 milhões de habitantes a 20 figuras, se tanto.

Nas manchetes, tais figuras se revezam num debate tão imoral quanto a imoralidade: quem roubou, ou rouba, mais. Ou menos.

Dos atores que pontificam sobre corrupção nas manchetes, boa parte não resiste às próprias biografias.

Milhões embarcam nesse alarido redutor de tudo, que é hipócrita e profundamente revelador da dimensão da mediocridade.

Empreiteiros que operam Brasil afora, também junto a governadores e prefeitos, estão presos. No debate público se procura mapear o que há de sistêmico nas ações corruptas e corruptoras? Não.

Cada lado desse mundo binário, e suas torcidas, supõe desmoralizar apenas "O Inimigo". Aos olhos da multidão, avacalham-se mutuamente.

Para tanto, e tão pouco, esse debate conta com estrelas de ocasião. Esse contubérnio de egos produz reveladora tomografia.

Uma gente que buscava o palco anunciando-se de "esquerda" -quando isso era moda- hoje serve, e serve-se à direita mais extrema.

Gente que servia a direita quando isso era modo de vida, agora fatura num arremedo de esquerda.

O país?... Sem um súbito surto de grandeza, individual ou coletiva, não tenhamos ilusões.

Sem romper esse circuito de interesses medíocres, o que se seguirá é apenas mais do mesmo... Mais mediocridade.


Publicado em 24 de ago de 2015
Trabuco, presidente do Bradesco, disse: "A crise política é mais forte que a econômica. Quanto pior, melhor, é melhor para quem? Para o Brasil, não é".

Agora Setubal, dono do maior banco privado do país, o Itaú, opina na Folha: "Pelo que vi até agora impeachment não tem cabimento, e isso criaria instabilidade para a democracia".

Setubal diz: "É muita discussão de Poder pelo Poder e pouca discussão sobre o país."... O que querem principais envolvidos nessa luta pelo Poder?

O vice, Temer, já se coloca. Aécio quer nova eleição. Alckmin sabe que sua chance é 2018... Serra... sempre quer.

Eduardo Cunha e Renan Calheiros querem é salvar o pescoço. E Gilmar Mendes é... Gilmar Mendes.

Ministro do Supremo e TSE, Gilmar quer investigar contas da campanha de Dilma, que recebeu doações legais de empreiteiras que lavaram a jato.

Com voto de Gilmar, e unanimidade, o TSE aprovou as contas em dezembro. As campanhas de Aécio e Eduardo Campos/Marina receberam... das mesmas empreiteiras.

A respeito disso, nem um pio do ministro. Com Eduardo Cunha já citado na Lava Jato, Gilmar Mendes foi à casa de Cunha, e lá discutiu o impeachment.

Isso uma semana antes de Cunha ser acusado de receber propina de US$ 5 milhões. O que disse a respeito o ministro do Supremo? Nada.

O Procurador Janot pede 184 anos de prisão para Eduardo Cunha e devolução de US$ 40 milhões? O que dizem PSDB, DEM, Caiado, Gilmar, panelas e ruas...?

Nas ruas, 5 dias antes, essa oposição atacou a corrupção do PT... e silenciou sobre Cunha e demais. Mais até. Anunciou em cartazes: "Somos milhões de Cunhas".

E Fernando Henrique, demais tucanos e aliados? Silêncio tumular sobre Eduardo Cunha. Que segue presidente da Câmara, pontificando.

Eduardo Cunha e os 40 - milhões de dólares- são solução mágica para livrar o Brasil da corrupção. Mas a corrupção que enfurece; ado PT

A corrupção de todos os demais, secular, é aceitável. Já está no DNA


Publicado em 9 de dez de 2015
A já histórica Carta do vice Temer aceita análises, e memes na internet, infindáveis. Para todos os gostos.

Já o que se viu na também histórica votação secreta na Câmara dos deputados, na terrça-feira, 8, pede linguagem de sarjeta, de bordel.

Microfone desligado para evitar debates, agressões, voto secreto na marra...

...Uma cafajestada, farsa novamente encenada nesta quarta, 9, na Comissão Sem Ética, por óbvio temor a algemas futuras.

O moralismo caolho finge nada ver. Só enxerga, critica, se diz indignado com ladrões do adversário; que têm muitos já presos ou sendo investigados.

A votação secreta elegeu Comissão para avaliar o pedido de impeachment. Um terço dos escolhidos responde, no Supremo Tribunal, por acusações criminais.

Pelos votos ocultados, não pelo banditismo, o Supremo decidiu examinar a legalidade dos atos dessa sessão histórica... E História poderá fazer o senador Delcidio.

O ex-líder do governo Dilma anuncia delação premiada. Na mira o PT, mas não só. Outro delator, Cerveró, fez revelação importante.

A Alston, mesma do escândalo do Metrô em São Paulo, teria pago US$ 10 milhões a Delcídio quando este era diretor da Petrobras. No governo Fernando Henrique.

E Temer "xatiado"... O gesto, que foi de rompimento, mantido pode aglutinar facções do PMDB e assim pavimentar o caminho da presidência para Temer...

...Mas a Carta-Testamento expõe o tamanho real do vice. A escancarada sofreguidão pela cadeira de Dilma.

Segundo muitos, nem sempre a presidente prima pelo trato respeitoso. Gritos, deselegância ou inabilidade multiplicam arestas e desafetos.

Mas isso não explica a Carta. A Carta é explicitação da ânsia pelo Poder, há tempos exposta em frases e sinais melífluos.

Sondagens para um futuro "Ministério Temer" antecedem a Carta... Serra e Meirelles já anunciam e vazam aceitar.

Conversa com Alckmin, promessas de não concorrer em 2018, antecedem a Carta.

Não há gel nos cabelos, gestual linha esfinge ou terno bem cortado que consiga esconder: Temer, Cunha, PMDBs & Oposição Oficial jogam juntos para derrubar Dilma.

Pelo tanto que tentou esconder, mas escancara, a Carta torna-se histórico sincericídio.


Publicado em 21 de set de 2015
Quinze anos de prisão para Vaccari, ex-tesoureiro do PT. Já são 41 os condenados pela Lava Jato.

Quanto a esse escândalo, a Justiça funciona. Há escassez em relação a outros atores.

E há notórios excessos; Gilmar Mendes, ministro do Supremo, segue pré-julgando.

Acusa inclusive a OAB de "conspirar" em favor do PT. Como resposta levou bordoada da Ordem dos Advogados do Brasil nos seguintes termos:

-"Comportamento incompatível" com cargo... "intolerante"..."postura grosseira e arbitrária"... "ato grotesco"... "magistrado que não se fez digno do ofício...".

É conhecida a excelente formação jurídica do ministro. Assim como sua compulsão para antes de julgamentos, e publicamente, condenar adversários.

Gilmar condenou antes do julgamento do "mensalão"; o do PT: "quadrilha", "gansgters", "bandidos".

Agora pré-julga a "cleptocracia", trata a OAB como "aparelho de partido" e ataca quem ouse discordar dos seus pré-julgamentos.

Mas perceba-se: às vezes a crítica de Gilmar Mendes é branda, ou desconhecida, quando não inexistente.

Gilmar foi subsecretario geral da Presidência e Consultor Jurídico no governo...Collor.

A investigação Era Collor/PC levou a mais de 400 empresas e 100 grandes empresários indiciados pela Polícia Federal. Monumental a roubalheira. Além de PC Frias, nem um único preso.

O que diz o ministro Gilmar sobre aquele governo?... "Difícil comparar...tempos diferentes... hoje é mais grave".

Hoje, ao contrário de então, ao menos um dos bandos está condenado e preso.

Gilmar Mendes foi Subchefe na Casa Civil e Advogado Geral da União no governo Fernando Henrique...

Tempos da compra de votos para a emenda da reeleição....da Privatização da Telebras, de célebres diálogos nos grampos do BNDES:

-...vamos agir no limite da irresponsabilidade...consórcios borocoxôs...fazer os italianos na marra...usar a bomba atômica...

Negócio de R$ 22 bilhões, aquele. A "Bomba Atômica" era o presidente Fernando Henrique.... Sem CPI. E nem um preso.

Se conhece opinião de Gilmar Mendes sobre peripécias bilionárias daquele governo, hoje oposição?

Por 17 meses, até a semana passada, Gilmar segurou julgamento das doações empresarias para campanhas eleitorais. Derrotado no Supremo disse: seu ato teve "a mão de Deus".

Alguém precisa informar a Gilmar Mendes: ministro do Supremo é poderosíssimo, mas não é O Ser Supremo. Não é Deus.


Publicado em 28 de set de 2015
Segue o Reality Show da Política. Fatos & Farsas, Tragédia & Comédia...Show pós-moderno, interação multimídia de atores e platéias.

Espetáculo por vezes grotesco, cenas de hipocrisia e cinismo. No sábado, Marta Suplicy filiou-se ao PMDB.

Tendo ao lado Eduardo Cunha e Renan Calheiros, Marta disse querer "um Brasil livre da corrupção". E tratou Sarney como "gigante da política".

E a platéia ainda aplaudiu e pediu bis, em coro: "Marta pra São Paulo e Temer pro Brasil". O vice de Dilma fez a habitual cara de paisagem.

Fernando Henrique opinou na Folha: "Dilma tenta vender a alma ao diabo para governar. E não vai governar, vai ser governada".

Fernando Henrique tem razão. Entregar Saúde e mais quatro ministérios ao PMDB para tentar seguir no Poder é grotesco.

Fernando Henrique sabe o que diz. Fez pactos semelhantes, com os mesmos.

Renan foi seu ministro da Justiça, Eliseu Padilha, dos Transportes, Jáder Barbalho presidiu o Congresso... E muito mais.

Fernando Henrique foi presidente amarrado a ACM e PFL. Duas vezes presidente do Congresso, ACM foi "dono" dos ministérios da Previdência e Minas e Energia.

Pouco antes de morrer, via fax, Sergio Motta aconselhou o amigo: "Presidente, não se apequene...".

Fernando Henrique diz faltar "narrativa convincente" para um impeachment. Mas falta, também, coesão ao PSDB.

Aécio quer pra já. Alckmin sabe que sua chance é 2018. Serra joga para ser com Temer o que Fernando Henrique foi com Itamar.

O PSDB segue votando contra seu ideário, e hesita. Por temer pegadas e DNA na História, espera que seja o PMDB a comandar a derrubada.

Perdendo prefeitos, parlamentares, e Poder, o PT encolhe. Começa a pagar pelos erros.

Teve grandes acertos, mas cometeu erros fundamentais. Inclusive o da corrupção, que com razão sempre criticou nestes adversários.

O PMDB foi à Tv e rádio para seu Reality Show: Eduardo Cunha, Renan, Padilha, Romero Jucá... com Temer, e por Temer, em nome dos "sonhos" e da "verdade".

Não se ouviu nem uma panela.

Publicado em 21 de dez de 2015
O Delator Ricardo Pessoa cita DEM, PR, PMN e PRTB. Teriam recebido 5 milhões da empreiteira UTC. Todos, como demais partidos, negam ou alegam "doação oficial".
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No celular de Eduardo Cunha, mensagem citava R$ 5 milhões da OAS. Para o vice Temer e "A Turma", notórios de um dos PMDBs.
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Vice e " A Turma" negam... "Doação legal" etc. Ex-presidente do PSDB, Eduardo Azeredo enfim, condenado. Vinte anos.
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"Enfim" porque o chamado "mensalão tucano", com o mesmo parça Marcos Valério, foi embrião do chamado "mensalão do PT". Oito anos antes.
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À Polícia Federal, Lula atribuiu a José Dirceu indicações para diretoria da Petrobras... E o STF autorizou quebra de sigilos bancário e fiscal de Renan Calheiros, presidente do Senado.
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Tudo isso noticiado depois do Supremo, basicamente, manter rito de impeachment decidido para o caso Collor. Se a Câmara autorizar processo, a palavra final é no Senado... de Renan.
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O ministro Gilmar Mendes disse ter havido "cooptação" e "bolivarianização" do Supremo. Onde atuam seus colegas ministros.
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Dias antes, inaugurando seu Instituto em São Paulo -sim, o ministro do Supremo tem um Instituto- Gilmar disse que Temer seria "ótimo presidente". Em seu voto, o ministro citou Serra.
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Parodiando Sartre: para Gilmar Mendes, boliviarianos são "Os outros".
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A propósito. O citado Serra manifestou desejo de "ajudar" um hipotético presidente Temer. Em entrevista à Folha, Aécio Neves jogou vinho na jogada.
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Disse: "Nem sequer pensar em cargos", porque o PMDB é parceiro de "várias forças partidárias" que "degradam e assaltam o país".
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Aécio sabe serem "várias" das mesmas forças que governaram, governam e governariam com o PDSB. Ele diz isso por querer eleição em 2016. O que dependeria da queda de Dilma e Temer.
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No auge da crise, a fórceps, Alckmin deu declaração pró- impeachment. Que ele não quer. Porque sua chance é 2018.
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Cai ministro, sobem ministro, dólar e... Star Wars.
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Ciclópicos, estes são fatos. E também circo para torcidas, e derrame de bílis para fígados estressados.

Publicado em 18 de nov de 2015
O PSOL tem 5 deputados na Câmara. Nesta quinta-feira 18, foi notificado pedido de cassação contra mais um deputado do PSOL.

Este é o terceiro pedido de cassação contra deputados do PSOL do Rio de Janeiro em um mês.

Desta vez, representação de Alberto Fraga, do DEM de Brasilia, contra Glauber Braga.

As outras representações são de Paulinho da Força contra Chico Alencar e de João Rodrigues, PSD de Santa Catarina, contra Jean Wyllys.

Alberto Fraga, tenente-coronel da PM, costumeiramente citado como integrante da "Bancada da Bala'.

Para mais informações bastam dois cliques num site de buscas.

Paulinho, que dá Força e Solidariedade a Eduardo Cunha, acusa Chico Alencar por 'quebra do código de conduta'.

Segundo Paulinho, Alencar teria recebido 'doações eleitorais de funcionários de seu gabinete' e usado 'notas frias de empresa falida'.

Chico Alencar disse ter encontrado "25 mentiras, falsidades, afirmações enganosas e impropriedades", na Representação de Paulinho.

Alencar disse também que o Ministério Público já arquivou a investigação sobre notas frias.

Em debate na Câmara, João Rodrigues criticou Wyllys por sua presença e performance no "BBB Brasil" e chamou o deputado do PSOL de "escória do Brasil".

Na resposta em plenário Wyllys referiu-se a "ladrões de dinheiro público", "bandido" e "fascista".

Há pouco Jean Wyllys foi eleito pela terceira vez o melhor deputado pelo site "Congresso em Foco", e apontado pela revista "The Economist" como uma das 50 mais influentes personalidades do mundo no tema diversidade.

Homossexual assumido, Jean Wyllys marca sua atuação pela ampla defesa de direitos e liberdades civis.

Garantias e liberdades que vão da legalização do aborto, regulamentação da maconha, identidade de gênero, à busca da plenitude de direitos para transexuais.

Jean Wyllys incomoda ao expor a matança da juventude negra e o racismo, ao opor-se aos que atacam religiões de origem africana e seus terreiros.

O deputado Rodrigues tem todo o direito de sentir ânsias diante de Jean Wyllys e seu ideário, e de dizer isso.

Da mesma forma, se tem o direito de desconfiar, ou não confiar em ação tão obviamente articulada por parte da Cunholândia.

Como se tem o direito de pensar e dizer algo em sentido contrário.

Essa ação para expulsar da Câmara três deputados do PSOL, Jean Wyllys, Chico Alencar e Glauber Braga, é algo que de imediato remete ao mesmo termo, "escória deste país".

Publicado em 9 de nov de 2015
Protesto paralisa rodovias em 12 estados. Ação de caminhoneiros que se anunciam "independentes" de sindicatos, contrários a aumentos nos impostos e preços de combustíveis e...pela saída de Dilma.

Via WhatsApp, mensagens outras buscam espalhar pânico. Dizem que petroleiros querem provocar desabastecimento de gasolina e gás.

No domingo, 8, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, foi hostilizado em um restaurante em Belo Horizonte.

Ministro responsável pela implantação do Bolsa Família nos governos Lula, de 2004 a 2010, Patrus não tem acusações de corrupção contra si.

"Petista, ladrão, safado, bolivariano", gritaram cidadão, que diz ser empresário, e um amigo. O ministro e um amigo não deixaram pra lá, reagiram. Patrus cobrou:

-Escreva, põe isso no papel para que eu possa processá-lo...

Confrontado, o empresário recuou e confessou: "Sou ladrão, sou corrupto igual ao PT... e sonego para não dar dinheiro para partido ladrão".

Filmada e exposta nas redes sociais, a cena entra para a História como clássico do moralismo caolho e hipócrita. De gente que sonega impostos, rouba, enquanto aponta para corrupção alheia.

Na segunda vez em que foi chamado de "ladrão" o ex-ministro da Fazenda, Mantega não deixou pra lá. Processou, e dois tipos pediram desculpas publicamente.

Na Califórnia, outro tratou a presidente Dilma como "assassina" e "ladra". Repetiu-se o habitual "Deixa pra lá, é só um oportunista..."

Na mesma Belo Horizonte, no velório do ex-senador José Eduardo Dutra, há um mês, vaias, e panfletos pregando:

-Petista bom é petista morto...

Outra vez, "deixa prá lá, são só oportunistas..."

Há semanas, em São Paulo, Eduardo Suplicy e o prefeito ouviram berros:

-...comunista, bolivariano, Haddad vagabundo...

Também o vídeo dessa cena viralizou nas redes sociais. Nos dias seguintes, os registros impressos do fato. Assépticos, acríticos, já que tratavam de "bolivarianos" que devem "ir pra Cuba"... etc.

Isso numa livraria chamada "Cultura". Aquela metáfora se completou com o berreiro se dando próximo a pilhas do livro "Como conversar com um fascista", de Marcia Tiburi.

Então, mais uma vez, o habitual: "Deixa pra lá, são só oportunistas".

Sim, são oportunistas, mas é preciso lembrar: a escalada começa sempre da mesma forma. E já sabemos como termina.


Publicado em 13 de abr de 2015
Que todos se manifestem. Inclusive os que, infiltrados em manifestações, pregam golpe e ditadura militar. Melhor o fascismo exposto do que oculto.

Quando uma agenda conservadora, avançada ou atrasada é votada às pressas no Congresso, é tempo de cada cidadão se manifestar.

Carteira assinada, carteira assinada & terceirizados... ou libera geral e quem conseguir que se vire?

Educação com professores de carreira... ou com professores terceirizados?

Com médicos ou sem médicos, sejam cubanos ou brasileiros? Onze milhões de famílias têm bolsa. Com bolsa-família... ou que se virem?

Com redução penal ou sem? Com PROUNI ou sem PROUNI? Com cota ou sem cota? Privatiza tudo ou não? E com que qualidade e preço nos serviços?

Policia Militar para defender o Estado e patrimônio, como desde sempre... ou para servir aos cidadãos? Polícia pra valer... ou policia de dois mil e poucos reais?

Polícia com lei e respeito... ou com esculacho e bala se o mano é Brown?

Todo morto pela polícia terá nome, rosto e investigação?...Ou isso só vale se o morto tiver endereço e sobrenome nobre?

Escândalo, cobrança e justiça pros milionários que subornaram o CARF e Receita... ou escândalo só existe quando o ladrão não é do Clube?

Presunção de inocência vale pra todo mundo? Ou só quando é do mundo de quem organiza o barulho? Silêncio cúmplice para todos... ou só para poucos?

Valerá a PEC das domésticas... ou aquela empregada que "é-como-se-fosse-da-família" estará no testamento?

Manifestações sempre, e todas. Mas com quentinha... ou sem quentinha? E com ou sem revoltado que reabilita Lombroso?

Manifestação cobrando também empresários, sonegadores, banqueiros e bacanas, ou não?

Manifestação ao lado de quem defende ditadura, tortura e estupro... ou bem longe desses tipos?... E com ou sem achacadores?

Aos 85 anos de vida, as atrizes Fernanda Montenegro e Nathália Timberg podem se beijar? ... Ou devem pedir permissão à audiência, a pastores e bispos?



Publicado em 14 de dez de 2015
Por que as manifestações do domingo, 13, foram muito menores ? Que tal perceber que o Brasil está redescobrindo o Brasil depois de um ano de embates?

Porque não perceber que muitos, mesmo se e quando a favor, não querem vincular-se a um impeachment com processo comandado por acusados de grossa corrupção?

O mesmo entre muitos que são contra o impeachment e que, constrangidos por crimes cometidos em governos do PT, até aqui não têm ido a manifestações.

Quem é do moralismo caolho finge não ver. Mas sabe o significado de Gilmar Mendes, um ministro do Supremo, elogiar Temer publicamente.

Sabe-se que Temer está com Cunha e os seus, e que Renan estará com quem puder ou se dispuser a salvá-lo.

Sabe-se que PSDB, DEM & Cia ficaram, noivaram e na moita seguem com Cunha. E que o PT não o fez por ser o noivo volúvel... e porque o casório seria o fim definitivo.

Mesmo quem quase nada sabe, percebe que só agora, feito o serviço sujo, a vã valentia do jogar no lixo o até há pouco aliado e parça Eduardo Cunha.

Muitos contra o impeachment no mínimo intuem o que foi feito para que o Poder fosse mantido.

Muitos dos a favor do impeachment podem fingir que não, mas sabem o que Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobrás, disse há pouco.

Já sumiu das manchetes, mas o delator contou que US$ 10 milhões em propina foram pagos a Delcidio quando ele era diretor da Petrobras. No governo Fernando Henrique.

Fernando Henrique diz que aquela corrupção, "se houve, não era organizada".

Como diz que não soube da compra de votos para sua reeleição. Como não sabe de rapinagens nas privatizações e em governos do PSDB. Assim como Lula nunca soube.

Sarney, Fernando Henrique, Lula, Dilma... Todos governaram com PMDBs chantageando. Mas nunca souberam, ou disseram: isso é chantagem, é Sistêmico.

Temer fará tudo para ser presidente. Assim o PMDB, ou o "Sistema", terá, ou teria, a presidência da República, do Senado e da Câmara.

O que significaria tanto para o Brasil da Lava Jato?

Publicado em 16 de dez de 2015
As ruas, como é óbvio, podem decidir. Mas, à parte ritual do impeachment sendo definido pelo Supremo, o destino de Dilma presidente depende cada vez mais dos PMDBs e associados.

E os PMDBs estão em guerra.

Tem o PMDB do Temer, o do Eduardo Cunha, o PMDB do Renan e, nos ensina a História, tem o PMDB de uma miríade de anões de todos orçamentos. Com as exceções de praxe.

Ao contrário da rima rica no poema de Drummond, os PMDBs não se amam. Podem terminar se entendendo em parte, a depender do butim, mas hoje guerreiam entre si.

Temer, o vice, quer o lugar de Dilma. Renan, que comanda o Senado, quer salvar o pescoço. Renan já foi ministro da Justiça, de Fernando Henrique.

Portanto, Renan sabe que um presidente nomeia o ministro da justiça, que nomeia o diretor da Polícia Federal. A PF, a depender do comando, pode investigar mais ou menos.

Quem conheceu a PF dos anos 90, início do século 21, sabe dos que estamos falando...Renan e Temer têm o que conversar.

Eduardo Cunha deu a largada no impeachment. Entregue o serviço, tornou-se dispensável. Em uma semana viu acelerar-se seu ingresso na lata de lixo da história.

Por isso, e por tanto, Cunha tem murmurado juras entre seus bem mais de 40. De Cunha, Dilma só pode esperar vingança. De Temer, Dilma sabe só contar com o Latim.

Sarney contava com os PMDBs, e PMDBs sob comando de Ulysses Guimarães. Terminou como terminou. Collor contava com um bando. Que como bando acabou.

Fernando Henrique começou a governar equilibrando-se entre ACM e os seus e os PMDBs. Terminou com os PMDBs em alta. A história registra o que foi o final.

Lula tentou escapar aos PMDBs com o PL, depois PR, de Valdemar da Costa Neto, com o PTB de Robertão Jefferson e, digamos, agrupamentos similares. A conta foi o chamado "mensalão".

No segundo governo, Lula já estava rendido aos PMDBs. De maneira marcante, digitais dos PMDBs estão no chamado "Petrolão". Em companhia de petistas, e figuras de vários outros partidos.

Dilma está onde, com quem e como está. Porque isso, esse processo que se aprofunda, é, tem sido cada vez mais Sistêmico.

Publicado em 18 de jul de 2015
Collor, Casa da Dinda, Ferrari, denúncias, milhões em propina... Já vimos esse filme. Mas nunca é demais recordar...
Aquele filme foi precedido por dois anos de reportagens de capa, e horário nobre, sobre o heroico "Caçador de Marajás" das Alagoas.
Valia, valeu tudo para enfrentar o escalado para o papel de "grande vilão" na primeira eleição direta: Brizola. Não foi Brizola e o resto é história.
Gilmar Mendes fez História em 2008, quando preso o banqueiro Daniel Dantas.
Presidente do Supremo, o ministro produziu dois habeas corpus em 48 horas e uma torrente de críticas à Satiagraha, operação sepultada no rastro de vasta pancadaria.
Gilmar atacou o uso de algemas e o que chamou de "ameaça ao Estado de Direito" e "espetacularização das prisões". Sobre operações da Polícia Federal disse:
-Têm notório caráter de retaliação (...) e de controle ideológico contra juízes, terrorismo lamentável (...) Quem faz isso não é agente público, é gângster...
Citando grampo fantasma, suposta gravação que ninguém ouviu, Gilmar e o então senador Demóstenes Torres chamaram o presidente, Lula, "às falas".
Lula, em gravíssimo erro que viria a custar muito, demitiu da ABIN Paulo Lacerda, o delegado que reestruturou e fortaleceu a Polícia Federal.
Gilmar Mendes não tem se pronunciado sobre a atual onda de prisões espetaculares. Mas as repórteres da Folha, Marina Dias e Natuza Nery, revelaram movimentos de Gilmar.
Na última quinta-feira, 9 , o ministro do Supremo foi até a residência do Presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Presente também o deputado Paulinho, da Força Sindical.
Paulinho, já alvo de 5 inquéritos, tem condenação por improbidade administrativa.
Eduardo Cunha, investigado no escândalo de corrupção na Petrobras, pode vir a ser julgado pelo mesmo Supremo.
Com Paulinho da Força e Eduardo Cunha o ministro do Supremo discutiu, em detalhes, cenários da crise. Inclusive um processo de impeachment da presidente Dilma.
O que diria o ministro Gilmar Mendes sobre...o ministro Gilmar Mendes em tal companhia e tertúlia?


Publicado em 1 de abr de 2015
Numa das suas comissões, a Câmara aprovou a redução da maioridade penal para 16 anos. Vale lembrar: até 2014, metade desse mesmo Congresso era alvo de processo criminal.
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Parlamentares têm foro privilegiado, só o Supremo pode julgá-los. Se processos dormem nas gavetas, eles seguem impunes.
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Ao menos 47 políticos estão na Lista de Janot. São suspeitos de praticar crimes. Inclusive os presidentes da Câmara e Senado, que seguem jogando para a plateia.
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Diante de ameaça real qualquer pessoa tem todo o direito de, seja como for, defender a si e aos seus.
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É humano cobrar punição diante de crimes, ainda mais se graves. Sentimento que se espalha com menores sendo atração cotidiana na "Hora do Terror".
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Brasil afora a busca pela audiência a qualquer custo alardeia e magnifica crimes de menores. A sofreguidão e esse chafurdar no crime escondem a verdade dos números.
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Informa a UNICEF: dos 21 milhões de adolescentes do país, 0,013% se envolveu em crime violento. E, ao contrário, 36,5% dos assassinados são adolescentes.
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Em números absolutos, só a Nigéria mata mais jovens do que o Brasil. As polícias investigam pouco e matam muito.
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O país produz o 4º maior número de presos no mundo, mais de meio milhão. E a sociedade supõe que jogar jovens nas nossas masmorras resolverá o problema.
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Menores de 16 ocuparão os postos vagos nas ruas e crimes. Cadeias seguirão sendo entupidas e a pergunta continuará sem resposta: por que adolescentes estão nas ruas e crime?
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O Mapa da Violência de 2014 revela: 82 jovens são mortos a cada dia. Sete jovens de 15 a 29 anos são mortos a cada 2 horas. E 77% deles são negros. Por quê?
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Enfiar menores na barbárie das nossas masmorras é pós- graduação na Escola do Crime. Eles cumprirão suas penas e, adultos, voltarão às ruas.
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A não ser que decidam não soltá-los nunca mais. Ou buscar a "Solução Final", que alguém já buscou.


Publicado em 30 de mar de 2015
O CARF é uma espécie de Supremo Tribunal da Receita Federal. No CARF, 105 mil processos contestam R$ 520 bilhões em impostos devidos e já autuados pelos auditores.
Da contestação nasceu um megaescândalo. A Polícia Federal fez prisões e fareja 70 dos processos suspeitos. É investigada fraude de R$ 6 bilhões que pode chegar a R$ 19 bilhões.
Heráclio Camargo, presidente do Sindicato Nacional dos Auditores, resume essa ópera: "Isso é coisa dos oligopólios e cartéis que dominam a economia".
Entre centenas de investigados, pelo menos 5 dos maiores bancos do país, 2 montadoras gigantes, empreiteiras, grandes industrias, um grande grupo de comunicação...
Outro megaescândalo é o das contas secretas do HSBC, o "Swissleaks".
Foram vazadas do HSBC suíço 106 mil contas de clientes de 203 países. Brasileiros têm -ou tiveram- R$ 19 bilhões e meio em 5.500 contas secretas.
Só nesse banco... A estimativa, de outubro de 2010, é que brasileiros teriam US$ 520 bilhões em contas secretas em paraísos fiscais... Aja varanda, rua, e panela.
O SwissLeaks é caso complexo. Porque contas foram fechadas há anos. Porque não se sabe ainda quem declarava contas à receita e pagou os impostos.
Muitos dos nomes vazados e expostos podem ser de quem tinha conta legal no exterior. Donos de grandes grupos de comunicação têm sido citados.
Vale, ou deveria valer em todos os casos, o princípio da presunção de inocência: a culpa tem que ser provada.
Registre-se, nessa véspera de aniversário da finada ditadura: as instituições estão funcionando.
Há alguns anos a PF começou a prender também ricos e poderosos, o ministério público atua, e a Justiça começa a se ver impelida a julgar também quem tem grana e poder.
Quanto mais democrática e plural for a Mídia- no sentido dos espaços, inclusive econômicos- mais o Brasil avançará.
Isso, ou o exposto na frase de um conto do escritor Sergio Sant'Anna: "O ruído total equivale ao silêncio total".




Publicado em 18 de mar de 2015
Fato absolutamente raro na política à brasileira. Alguém dizer toda a sua verdade. Em bom brasileires, "chutar o balde".

O ministro da Educação, melhor, o ex-ministro Cid Gomes chutou o balde. Em depoimento da Câmara enfrentou o presidente da Casa e o PMDB.

Para Eduardo Cunha, dedo em riste, Cid disse o que tem como sua verdade:

-Prefiro ser acusado por ele, (Cunha) de mal- educado do que ser acusado como ele de achacador.

Cid Gomes disse há dias que a Câmara tinha uns "300 ou 400 que quanto pior melhor para eles".

Nesse mesmo dia afirmou:

-Eles querem que o governo esteja frágil porque é a forma deles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais deles, aprovarem as emendas impositivas.

Antes de ter o microfone cortado e deixar a sessão, o agora ex-ministro cobrou os partidos da base aliada, um recado direto para Cunha e o PMDB:

-Ou são da situação ou larguem o osso, saiam do governo, vão para a oposição. Isso será mais claro para o povo brasileiro.

É evidente que isso cria mais uma crise para a presidente Dilma.
Levando-se em conta o raciocínio de Gomes, o gesto vai custar mais para o governo e para o país.

Complica ainda mais o já difícil cenário para o governo mas, aos olhos da multidão, perceba-se: até que enfim alguém decidiu enfrentar o clima de chantagem.

Eduardo Cunha é inteligente e hábil. Já trabalhou em aliança com Collor e PC, Maluf e Garotinho. Citado na Lista de Janot, opera para salvar o próprio pescoço.

Mas não apenas. Eduardo Cunha é ambicioso. Quer muito mais. Ele é a comprovação da Teoria de Darwin, aquela das espécies que evoluem. No caso, a espécie PMDB.

Cunha é homem de muitos talentos. Discursa em plenário e é aplaudido. É aplaudido em cerimônias no Rio.

Citado na Lista de Janot, Eduardo Cunha fala em público, em programas de Tv, e não se ouvem panelas e caçarolas.

Publicado em 24 de nov de 2014
No rastro das revelações da roubalheira na Petrobras, de variadas formas o Brasil vai sendo posto a nu.

Recente largada oral foi dada por Mario Oliveira Filho, advogado do lobista Fernando Baiano. Disse ele para simulação de espanto geral:

-No Brasil, se não fizer acerto (com políticos) não se coloca um paralelepípedo no chão.

Diante do paralelepípedo, enquanto fustigava a grandeza das quantias no caso Petrobras, Gilmar Mendes buscou delimitar alvos:

-Acho que esse tipo de situação é excepcional...

Autor do best seller "Virando a Própria Mesa", o empresário Ricardo Semler chutou mesa, balde e alvos em artigo na Folha.

Lembrando ser tucano e ter votado contra Dilma, Semler disse ser "impossível vender para a Petrobras" desde "os anos 70".

Foi assim também "nos anos 80, 90 e até recentemente", afirmou o empresário. Para Semler, o que mudou, e para menos, foram ospercentuais na roubalheira:

-...os porquinhos -como eram conhecidos em Paris- cobravam 10% na importação de petróleo em décadas passadas.

Semler ironiza as passeatas recentes pela "volta da ditadura" e, palavras dele, "a elite escandalizada com os desvios na Petrobras".

O empresário provoca: "Onde estavam os envergonhados do país nas décadas em que houve evasão de R$ 1 trilhão por parte dos empresários?".

Segundo Semler, "há dezenas de outras estatais com esqueletos parecidos nos armários". Para ele, a "onda de prisões" é um "passo histórico para o país".

Para desconsolo dos que usam o discurso moral apenas como arma política e, para tanto, buscam somente alvos dos "outros" enquanto escondem os seus, Semler foi para além da Política:

-É igualmente muito difícil vender para muitas montadoras e incontáveis multinacionais sem antes dar propina para o diretor de compras.

Depois do empresário por a nu a Corte toda, ranger de dentes e tentativas de desqualificação por parte de servos e penduricalhos.

Conclusão do empresário Semler: "Deixemos de cinismo (...) Santa hipocrisia".

O espelho pode ser cruel.

Publicado em 25 de fev de 2015
Propina de R$ 1 milhão para facilitar corrupção no Detran do Rio Grande do Norte. É disso que Agripino Maia, presidente do DEM, é acusado.

Quem acusa, em delação premiada, é o empresário George Olímpio.

Coordenador da campanha de Aécio à presidência, Agripino foi dos mais duros nas acusações de corrupção contra o PT.

Nos últimos 12 anos, o presidente do DEM foi feroz crítico da corrupção... alheia.

Se o acusado fosse seu adversário, o que diria e faria Agripino Maia?

Assim tem sido. Muitos dos réus do amanhã têm sido acusadores do hoje, ou do ontem.

Muitos dos inocentes do amanhã tiveram biografia e honra emporcalhadas no ontem, ou no hoje.

Insuflado pela disputa política e manchetes - o que muitas vezes dá no mesmo - alastra-se o clima de histeria.

...Grandes casos de corrupção estão sendo investigados; políticos e tubarões foram e estão sendo presos; novo julgamento no Supremo vem aí... Pouco importa.

Nas ruas e redes sociais, protestos LEGÍTIMOS se confundem com a doença dos que projetam na Política seus fracassos e dores pessoais.

Isso se viu em cena fascistóide no Hospital Einstein, São Paulo. Guido Mantega foi ofendido na lanchonete do hospital.

Qualquer cidadão tem o direito de criticar o ex-ministro e seu desempenho na Economia, mas algumas senhoras e senhores optaram por xingar a mãe de Mantega.

Isso enquanto, ridiculamente, gritavam: "Vai pro SUS". Com factoides, na repercussão se viu o outro lado da mesma coisa.

Relatou-se que Mantega estava no hospital por doença da mulher, que uma médica ofendeu-o, que o fato foi dia 19, e que ele foi expulso do Einstein.

Fato real: Mantega visitava um amigo enfartado, nenhuma médica o ofendeu, o fato foi dia 23, não dia 19, e ele continuou no hospital.

Nesse tom, o Brasil civilizado não resistirá à polarização PDSB X PT... ou vice-versa.

Espera-se que, na ausência de inteligência ou no excesso de bílis, tenham ao menos algum juízo.

Publicado em 29 de set de 2014
O debate presidencial na Record provocou tristeza e vergonha, tamanho o despreparo de certos candidatos. Em alguns momentos chegou a dar ânsia de vômito.

Um e outro dos chamados "nanicos" avacalham qualquer conversa já ao abrir a boca.

Avacalham pela profunda ignorância, grosseria, falta de inteligência e ausência de senso do ridículo.

Alguns nanicos dão sentido ao apelido, "nanicos". E são uma tomografia do bioma político-partidário.

Aqui e ali alguma tentativa de discutir o Brasil - em míseros um minuto e meio ou 30 segundos. No mais, uma sinalização do que será a reta final, com Aécio chegando e ameaçando Marina.

Não há um projeto redentor como foram e têm sido a estabilização da moeda e o arrancar dezenas de milhões de brasileiros da miséria, da fome e da senzala.

Na ausência de uma nova ideia-síntese, a corrupção como tema central.

Como se TODOS os partidos grandes, também alguns pequenos, não tivessem dezenas de escândalos no prontuário.

O escândalo da Petrobras é fato grave. Está sendo investigado e será estrela e arma até o final da eleição.

A fatura política desse escândalo vai pra quem está no governo, Dilma. Como foi para o PT a conta do chamado "mensalão".

Mas por que, ao debater corrupção, escolher quais escândalos criticar, manchetar, e quais esconder ou "esquecer"? Imaginam que o eleitor não percebe isso?

O escândalo na Petrobras, se investigações comprovarem todas as manchetes, atinge a refinaria em Pernambuco e também o PSB onde Marina está.

E o jatinho que matou Eduardo Campos? E o mensalão do PSDB mineiro? E a milionária gatunagem no metrô e trens do PSDB em SP? E o mensalão do DEM?

E o Cachoeira? E a chamada "privataria tucana" ? E a compra de votos para a reeleição?

Alardear apenas a corrupção do "outro" enquanto esconde a própria corrupção é mais uma vez ensaiar uma farsa. É apostar que o eleitor é otário.

Publicado em 4 de fev de 2015
A Política é teatro. O cidadão, o povo, contracena. De vez em quando, raramente, se torna ator principal.
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Por isso é tão feroz a disputa pela hegemonia da narrativa. A palavra, que liberta ou aprisiona as ideias, é condutora primordial da narrativa.
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No Brasil, cada vez mais na Política, as narrativas buscam emparedar, castrar novas ideias, soluções e caminhos.
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Muitos dizem "petista", ou derivados, como quem vomita. E na busca de intimidar quem seja intimidável.
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Como muitos dizem "tucano" como se estivessem expelindo algo, e com intenção de enquadrar.
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Nessa disputa pela narrativa terminam por aprisionar e encolher as palavras, a imaginação, as ideias.
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"Austeridade" é expressão em voga aqui e mundo afora. Pelo mundo, "austeridade" significa não apenas, mas também, 100 milhões de desempregados desde a crise de 2008.
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E uma conta de US$ 15 trilhões. Por isso, mesmo sem se saber no que vai dar, a ascensão do "Syriza", na Grécia e, talvez, do "Podemos" na Espanha.
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"Syriza" e "Podemos" são rebentos do contubérnio da Crise com a Austeridade.
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No Brasil, na disputa feroz pela hegemonia da narrativa, a corrupção de décadas, de séculos, é protegida por eufemismos. Como, por exemplo, "Cartel".
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Já para os que são novos no ataque ao butim, o que vale é "quadrilha", ou "bando". Essa guerrilha pela hegemonia da narrativa se a cada palavra, a cada caso.
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"Falta d´água", "seca", "racionamento", por exemplo, é coisa para o Nordeste.
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Em São Paulo, no sudeste, o que se diz, mesmo com ameaça de uma tragédia social, é "crise hídrica" e "rodizio".
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Quando é no nordeste se diz que a seca é arma de "coronéis que exploram o atraso". Em São Paulo, no sudeste, foi "São Pedro que não ajudou".
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Amiga, amigo. Ainda mais em tempos de crise, atenção à narrativa.
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Verifique se instituições, ou porta-vozes que vociferam e apontam o dedo, resistem a dois ou três cliques num site de busca.



 8 de abr de 2015
Um cientista cria uma máquina que, acidentalmente, encolhe seus filhos e os da vizinhança. São todos levados a um mundo de grandes perigos e aventuras.
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Todos terão que sobreviver antes de conseguir voltar ao normal. O nome desse filme é "Querida, Encolhi as Crianças".
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A memória desse antigo filme se impõe quando se olha o cenário da Brasília de hoje.
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Para chefiar a Politica, a presidente da República escolheu o ministro dos que voam, e que rima: o Padilha. Ele não aceitou, e mesmo assim segue ministro da Aviação.
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Um dia depois, encolhida pelas circunstâncias e por seus próprios erros, a presidente Dilma entregou o Poder da Política.
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Entregou ao vice, cuja entonação no sobrenome pode se dar de acordo com as circunstâncias. A princípio é Temer...
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Nesses tempos, o acento do Temer é também homônimo. Usado com C significa acento, acentuar. Com dois SS significa sentar-se. Apossar-se de um lugar, uma cadeira. Uma poltrona.
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O filme das crianças encolhidas, de 1989, tem tempestades intermináveis e o que parecem ser monstros gigantes. Mas não são gigantes. Os demais é que encolheram.
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Grande ator, o presidente da Câmara Eduardo Cunha busca com ambição o papel de monstro gigante diante de encolhidos.
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Hábil, Cunha tem visitado grandes grupos de comunicação, onde também são criados roteiros e títulos da novela... "A Politica".
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Cunha tem sido recebido com tapete vermelho. Mas assim como Renan, coadjuvante, Cunha tem grande obstáculo nesse roteiro.
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Ele está na Lista de Janot. Por isso monta alianças tão amplas. Alianças dentro e fora do Congresso.
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No Supremo tem quem, como ele, seja a favor de dinheiro de empresas nas campanhas. E é de Cunha, e de parte decisiva do Dinheiro, o desejo de terceirizar tudo que der.
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Eduardo Cunha sequestrou a pauta de Brasília. Sendo teoricamente governo, opera para encolher o governo enquanto rouba os espaços da oposição.
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Já de olho na Grande Poltrona, Eduardo Cunha se esmera na construção do personagem. Por isso o "monstro" desse filme capricha tanto nas suas características tão medievais.

6 de abr de 2015
Elizabeth Alves, 41 anos, foi morta dentro de casa. Bala perdida. Um PM atirou na cabeça de Eduardo de Jesus, 10 anos. Em 48 horas, 4 mortos pela polícia no Morro do Alemão.

Há anos repisamos um tema aqui: as diversas formas de violência no Brasil. Continuaremos a falar porque não há nada mais importante do que a vida.

O Brasil é o campeão mundial de assassinatos em números absolutos. Nos últimos 34 anos, mais de 1 milhão e 400 mil homicídios.

A média anual, que já foi de 50 mil homicídios, segundo novas medições beira os 55 mil. É o país onde a polícia mais mata e também mais morre.

No ano passado, só a polícia de São Paulo matou ou 694, ou 801 ou 926 pessoas; os números variam de acordo com as fontes.

Entre 95 e 2013, doze mil pessoas morreram em intervenções policiais em São Paulo. Dez mil e 800 eram civis e 1.200 eram policiais.

Até 2013, em apenas 5 anos, 11.197 pessoas foram mortas pelas polícias no Brasil. Isso é mais do que as polícias dos EUA mataram em 30 anos.
De 2009 a 2013 foram mortos 1.770 policiais no país. Mais de 75% deles mortos fora do serviço. Muitos fazendo bicos. No Rio e São Paulo, soldado PM recebe menos de R$ 3 mil.

Um alemão, expert em segurança pública, esteve em São Paulo em meados dos anos 90. Viu, ouviu, e definiu:

-Cada sociedade tem o nível de Segurança que corresponde ao que está disposta a pagar para ter.

Pagar em todos os níveis da vida em sociedade, não só na Segurança.
Em debates nas ruas, na Política, nas redes sociais, têm predominado a truculência verbal, a intolerância, a ausência de inteligência e imensa hipocrisia.

Essa violência no uso das linguagens e o genocídio nas ruas são indissociáveis. São fenômenos que se retroalimentam.

 25 de mar de 2015
Grandes empresários cobram entendimento entre Lula e Fernando Henrique. Há duas semanas aconteceram movimentos em busca dessa conversa.
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Apesar da mútua desconfiança, os dois ex-presidentes admitiram uma conversa em busca de entendimento. Conversa não para o tradicional acordão por cima.
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Conversa para, mantidas as diferenças que separam ambos e seus partidos, buscar convergência em relação a alguma reforma política, por exemplo.
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Reforma que melhore a representatividade e dificulte dutos para uma corrupção, que é sistêmica.
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O ensaio para a conversa de Lula e FHC estancou. Em parte porque, atropelados pela retórica do ódio, líderes e partidos, em geral, ficaram a reboque das ruas.
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Naquela semana Fernando Henrique chegou a manifestar-se contra a ideia de impeachment. E foi alvo de grande pressão por parte de próximos e de distantes.
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Por isso, três dias antes do domingo 15, FHC diria: "Não se pode deixar a sociedade avançar sozinha".
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Aquém da sociedade, se ergueram como obstáculo para a conversa apetites internos do PSDB.
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O PSDB nasceu em torno de Mario Covas, e para escapar à sujeira que já tomava o PMDB.
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Inegável o êxito do governo Fernando Henrique na consolidação da estabilização da moeda. Mas o mesmo governo cometeria o primeiro de erros graves: a reeleição.
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A reeleição foi aprovada com votos comprados no Congresso. Sem CPI e sem investigação pra valer.
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Jogador de xadrez, político de enxergar o longo prazo, numa conversa reservada o então governador Mario Covas profetizaria:
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-A reeleição será um desastre. O eleito só vai pensar na reeleição. A oposição, só em arrebentar o governo eleito.
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O PT chegou à presidência como vestal. No poder, esqueceu-se da promessa de reformar o sistema político.
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Para manter o poder o PT valeu-se, de maneira desabrida e tosca, de hábitos, costumes e métodos que condenava nos antecessores.
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O PT vai pagar caro por isso. Apesar do êxito de políticas sociais que arrancaram multidões, corações e mentes da secular senzala.

16 de mar de 2015
A "enorme multidão" na Paulista, com redundância, exibe inúmeros significados e sentimentos. Primeiro alguns dos sentimentos.

O sentimento de se opor, em São Paulo e Brasil afora, para além do governo e crises. O de "pertencimento" a um "momento histórico".

A catarse num Estado que deu 64,5% dos votos ao candidato da oposição.

Isso em meio a uma disputa, também entre classes, de parte a parte recheada de ódios e deboche no antes, durante e no depois.

Significados: nas ruas os partidos, todos, estão a reboque de movimentos e forças sociais. Os que se pode chamar de "líderes" estão nas janelas ou nos sofás, diante das telas.

Salvo uma guinada, manobra agora cheia de riscos e para a qual parecem faltar pontes sólidas, um lado das ruas de Março empurra ainda mais o governo para o colo do PMDB.

O PMDB tem a vice-presidência. O partido comanda Senado, Câmara e CPI da Petrobras. Seus líderes são investigados.

Renan e Eduardo Cunha sequestraram a pauta do Congresso. Para salvar o pescoço entregarão qualquer coisa. O mandato de Dilma se preciso for.

Por isso a batalha pelos corações e mentes nas ruas. Na confecção desse embrulho, a refrega nos números e repercussão. Na quarta-feira antecipamos aqui:

-Para domingo falam em 100 mil pessoas. Subestimam de propósito porque esperam mais e sabem do impacto que a "surpresa" provocará nas manchetes. E na repercussão.

Na sexta, com 41 mil manifestantes pró-Dilma detectados pelo DataFolha na Paulista, a opção por repisar apenas os números da PM de São Paulo: 12 mil manifestantes.

Domingo. Mesmo depois dos 210 mil apontados pelo Datafolha, a insistência apenas no "1 milhão" - da mesma PM- para embasar repercussão e análises.

Esse debate geométrico parece ocioso, mas não é.
A escolha é parte do que se move e do processo político. Não basta a multidão nas ruas. Para o antes, o durante e o depois.
é preciso manter o controle, a hegemonia na narrativa.

31 de jul de 2013
O Movimento Passe Livre centra sua luta nos transportes públicos. E por isso volta às ruas a 14 de agosto. Volta por conta de uma denúncia: ao longo dos últimos 20 anos, num esquema de cartel e corrupção, governos do PSDB em São Paulo teriam lesado os cofres públicos em R$ 425 milhões.

O esquema teria sido montado para vencer concorrências na área de metro e trens. Com envolvimento de políticos e funcionários públicos de governos do PSDB paulista.

A investigação nasceu da devassa feita, no exterior, em duas multinacionais do setor: a francesa Alstom e a alemã Siemens. Com confissão de ex-funcionários, na justiça. Por lá já tem gente demitida e presa.

A Alstom aponta distribuição de US$ 6,8 milhões para integrantes do tucanato paulista entre 1998 e 2001. Um ex-funcionário da Siemens revelou: de outro contrato superfaturado, algo como R$ 46 milhões seguiram para gente do PSDB.

No Brasil, a denúncia é fruto de acordo feito pela Siemens com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Em troca a multinacional ganha imunidade.

O uso do futuro do pretérito composto -teria, teriam, seriam- é uma imposição elementar do jornalismo. Isso são denúncias. Denúncias sobre o que seria um propinoduto tucano, mas não são fatos já julgados.

Será preciso, via ministério público e Justiça, investigar e apontar quem é culpado e quem é inocente. É claro que isso terá desdobramentos na política; o chamado "mensalão" do PT, por exemplo, está em cartaz há 9 anos.

O que não se deve esperar é o mesmo empenho, a mesma gana e, principalmente, o mesmo barulho. Cinco mil dólares na cueca de um petista é algo espetacular. Ir ao banco com carteira de identidade e receber 20 ou 50 mil de um "por fora" é também espetacular; além de ser crime, é rudimentar e é hilário enquanto método.

Tudo isso e muito, muito mais, alimentou o espetáculo do "mensalão". E o problema é do PT, que se enfiou nessa porque quis. Mas admitamos: R$ 425 milhões, com multinacionais e corrupção, é também enredo espetacular. Do PSDB.

A diferença está, estará na disposição de se ir a fundo nesse "trenzão" tucano. No investigar, noticiar e reverberar até a punição.

No Brasil tem os escândalos que existem. E tem escândalos que não se quer que exista. Para estes, reserva-se o estrondoso silêncio.

A propósito, recordemos o que disse Paulo Vieira de Souza, que depôs na CPI da Delta/Cachoeira. Em entrevista à Revista Piaui, o ex-diretor do Dersa paulista escancarou: "Por que a CPI proibiu abrir as contas do eixo Rio-São Paulo? Porque se abrir, cai o Brasil."

9 de set de 2013
O pré-sal do Brasil teria reservas de, no mínimo, 70 bilhões de barris de petróleo. Pode ter até 80 bilhões de barris, segundo estimativa de quem é muito do ramo. Isso, a preços do momento, significa uns 8 trilhões e 800 bilhões de dólares. Ou, algo como 20 trilhões e 400 bilhões de reais.

Vinte trilhões e 400 bilhões de reais equivalem a uns 5 PIBs do Brasil. Cinco vezes tudo o que o Brasil produz a cada ano.

Por algo que vale US$ 8 trilhões e 800 bilhões, Estados Unidos, Inglaterra, as chamadas grandes potências fariam, farão qualquer coisa.

Espionaram e espionarão o que entenderem ser preciso. Na moita, ou com a colaboração da própria Polícia Federal espionaram abertamente o Brasil até o início dos anos 2 mil. Na marra fazem e admitem fazer agora.

Isso é absolutamente inaceitável. Por aqui, por ignorância profunda, acentuado complexo de vira-lata, ingenuidade ou boçalidade, há quem diga ser desimportante a ciberespionagem. Ou ache que "isso é assim mesmo".

Não é. Na Alemanha, em porções da Europa, esse é um importante debate travado nestes dias. O parâmetro da privacidade de cada um de nós daqui por diante dependerá da reação, ou da tibieza nas reações, a essa espionagem em escala quase absoluta.

Com reservas estimadas em US$ 8 trilhões e 800 bilhões, a preços de hoje, Petrobras e pré-sal têm sido objeto de opiniões na mídia nas 48 últimas horas. Opiniões nos mesmos dias e quase sempre na mesma direção.

O leilão do campo de Libra, de Santos, está previsto para 21 de outubro. O governo ensaia a formação de um consórcio com a Chinesa Sinopec, entre outros parceiros. Consórcio que aumentaria a presença da Petrobras no negócio.

O que está posto é, em resumo, um debate que agora concentra duas posições: de um lado os que defendem a Petrobras ampliando ao máximo sua presença no negócio do pré-sal. Na outra ponta, os que preferem a participação maior do setor privado. A estes, no momento, o que resta é defender, torcer para um adiamento do leilão do campo de Libra.
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Quem entende de Petrobras avalia ser improvável que todo o sistema de defesa tenha sido quebrado e a espionagem tenha chegado até às informações mais sensíveis do pré-sal. Mas, ao mesmo tempo, considera a mera tentativa uma brutal agressão norte-americana.

Não se pode falar em "deslealdade" porque isso seria ingênuo num jogo de poder e de trilhões de dólares. O presidente Barack Obama prometeu à presidente Dilma Roussef transparência total nas informações sobre ciberespionagem. Isso até a quarta-feira, 11.

É ver para crer. E aguardar, a depender do desenrolar, se as agendas serão mantidas. O leilão do campo de Libra, marcado para 21 de outubro. E a visita de Dilma aos Estados Unidos, e a Obama, agendada para dois dias depois do anunciado leilão.

 20 de ago de 2012
Há quem diga ser uma farsa o julgamento do chamado "mensalão". Não, não é uma farsa. É fruto de fatos. Ou era mesada, o tal "mensalão", ou era caixa dois. Mas não há como dizer que há uma farsa. E quem fez, que pague o que fez. A farsa existe, mas não está nestes fatos.

Farsa é, 14 anos depois, admitir a compra de votos para aprovar a reeleição em 98 -Fernando Henrique-, mas dizer que não sabe quem comprou. Isso enquanto aponta o dedo e o verbo para as compras agora em julgamento. A compra de votos existiu em 97. Mas não deu em CPI, não deu em nada.

Farsa é fazer de conta que em 98 não existiram as fitas e os fatos da privatização da Telebras. É fazer de conta que a cúpula do governo não foi gravada em tramóias escandalosas num negócio de R$ 22 bilhões. Aquilo derrubou um pedaço do governo tucano. Mas não deu em CPI. Ninguém foi preso. Não deu em nada.

Farsa é esquecer que nos anos PC Farias se falava em corrupção na casa do bilhão. Isso no governo Collor; eleito com decisivo apoio da mídia. À época, a polícia federal indiciou 400 empresas e 110 grandes empresários. A justiça e a mídia esqueceram o inquérito de 100 mil páginas, com os corruptos e os corruptores. Tudo prescreveu. Fora o PC Farias, ninguém pagou. Isso foi uma farsa.

Farsa foi, é o silêncio estrondoso diante do livro "A Privataria Tucana". Livro que, em 115 páginas de documentos de uma CPI e investigação em paraísos fiscais, expõe bastidores da privatização da telefonia. Farsa é buscar desqualificar o autor e fazer de conta que os documentos não existem ou "são velhos". Como se novas fossem as denúncias agora repisadas nas manchetes na busca de condenações a qualquer custo.

Farsa é continuar se investigando os investigadores e se esquecer dos fatos que levaram à operação Satiagraha. Operação desmontada a partir da farsa de uma fita que não existiu. Fita fantasma que numa ponta tinha Demóstenes Torres e a turma do Cachoeira. E que, na outra ponta da conversa que ninguém ouviu, teve o ministro Gilmar Mendes.

Farsa é, anos depois de enterrada a Satiagraha, o silêncio em relação a US$ 550 milhões de dólares. Sim, por não terem origem comprovada, US$ 550 milhões continuam retidos pelo governo dos EUA e da Inglaterra. E o que se ouve, se lê ou se investiga? Nada. Tudo segue enterrado. Em silêncio.

O julgamento do chamado "mensalão" não é uma farsa. Farsa é isolá-lo desses outros fatos todos e torná-lo único. Farsa é politizá-lo ainda mais. Farsesco é magnificá-lo, chamá-lo de "maior julgamento da história do Brasil".

Farsa não porque esse não seja o maior julgamento. Farsa porque se esquecem de dizer que esse é o "maior" porque não existiram outros julgamentos. Por isso, esse é o "maior". Existiram, isso sempre, alianças ideológicas, empresariais, na luta pelo Poder. Farsa porque ao final prevaleceu, sempre, o estrondoso silêncio cúmplice.

20 de nov de 2013
Governo e oposição. Está posto, e se acirra no Brasil, um debate onde viseiras se tornam obrigatórias, cada vez mais. Debate esse que arrasta milhões e milhões nas redes sociais e nas mídias. Com ares de Inquisição, todo e qualquer assunto produz blocos rígidos.

Das biografias à prisão dos condenados pelo Supremo, dos médicos cubanos aos cães Beagle, tudo divide de maneira feroz. Exige adesão incondicional a verdades e dogmas absolutos.

Se alguém, por exemplo, opinar, disser que Genoíno nunca foi bandido - e nunca foi, como sabem políticos e jornalistas- será pendurado por um lado da arquibancada.

Esse é um lado. Mas há o outro. No começo do ano, Tarso Genro, governador do Rio Grande do Sul, e do PT, admitiu e cobrou: "Usamos os métodos que criticávamos". Quando disse isso, ranger de dentes e críticas em seu partido, o PT.

O PT errou, e muito, ao associar-se a Marcos Valério. Errou, muito mais ainda, a porção do PT que jogou com Daniel Dantas. E isso, o jogo com Dantas, foi fato.

Fato e erro que o partido jamais admitiu. Fato e erro que, como outros, custaram muito caro ao PT.

Cada um só admite seus dogmas e suas verdades. De parte a parte. Fernando Henrique, por exemplo, comentou a reação de petistas às prisões de agora. Disse: "Temos que dar um basta nisso, chega de desfaçatez".

Presidente: no ano passado, mesmo alegando não saber quem comprou, o senhor, enfim, admitiu ter havido compra de votos na aprovação da emenda para... sua reeleição.

No livro "O Príncipe da Privataria", o ex-deputado Narciso Mendes relata a Palmério Dória: cada voto custou R$ 200 mil. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) conta: "Tinha fila para vender voto".

Recorde-se: à época o Procurador da República, Brindeiro, engavetou a denúncia. E o congresso rejeitou uma CPI. Como rejeitaria tantas outras.

Mesmo com tanto dogma e tanta viseira, há uma verdade que, essa sim, é absoluta. É inquestionável, sólida como uma rocha.

A verdade é: os réus do chamado "mensalão" estão...presos. Depois de 9 anos de escândalo e manchetes estão na Papuda; menos o Pizzolatto, que fugiu. Foram julgados, condenados, e já estão presos... e ainda nas manchetes.

Pergunta: onde estão todos os demais personagens? Personagens de mega escândalos, os de ontem e os de hoje, de todo e qualquer partido.

Estão soltos, todos. O resto está por ai. Impune. Muitos deles, muitas vezes, nas manchetes... mas como acusadores.



20 de out de 2014
Paulo Roberto Costa, delator no escândalo da Petrobras, diz que o PSDB recebeu propina de R$ 19 milhões para encerrar a CPI, exatamente da Petrobras, em 2009.

Ainda não são conhecidas as provas. Nem contra PSDB, nem contra PT, PMDB, PSB e PP, citados pelo delator.

O escândalo deu o tom para a mútua artilharia pesada nesse segundo turno.

Por toda parte espanto, ou simulação, e críticas ao que chamam de "ataques" e "ondas de ódio".

Como se isso brotasse do nada, e não seja conhecido já há 2 séculos como "luta de classes". Não é demais recordar história e relações entre poderosos e vassalos no Brasil.

Em 1500 o Brasil tinha estimados 5 milhões de índios. Hoje tem 890 mil.

Em 350 anos, 4/5 da história, 4 milhões foram escravos. Moldou-se assim a cultura da Casa Grande e da Senzala. Do Senhor e do servo.

Instituídas as cotas raciais como reparação, o que se assistiu, além do necessário debate? Ondas de preconceito e mesmo ódio nas redes e na linguagem.

O mesmo em relação à Bolsa Família... agora objeto de disputa pela paternidade.

Como espantar-se com ódio na linguagem num país de 50 mil homicídios/ano? País que assistiu o assassinato de 1 milhão e 300 mil pessoas em 33 anos
A enorme maioria dos assassinados, jovens pobres, tantas vezes negros.

Como não supor que ao longo de séculos se acumulariam recalques e ressentimentos de quem pouco ou nada tem?

Estranho não é que em seus fortins classes lutem, movidas por seus interesses ou purgando suas frustrações.

Incomum na história do mundo não é quem está abaixo na escala social ressentir-se, invejar quem está acima.

Incomum, e estranho, é os que tudo ou muito têm, temerem, até mesmo odiarem os que nas duas últimas décadas subiram alguns degraus desde a miséria.

Quem vencer no domingo encontrará o Brasil dividido por sua secular história de desigualdade.



9 de mar de 2015
"Panelaço" contra a presidente em várias cidades. Em São Paulo, nos chamados "bairros nobres", panelas e gritos de "Fora Dilma". E também ofensas impublicáveis.

Em milhares de relatos, nem 1 notícia de 1 só grito contra Eduardo Cunha, Renan Calheiros, ou demais 47 da Lista de Janot...ou empreiteiras...

É um direito desejar a queda de Dilma. Como é xingá-la nos varandões. Mesmo que ofender a presidente na sua condição de mulher diga muito sobre quem xinga.

Lembremos: Dilma governa a crise que criou. Mas, ao contrário dos presidentes do Senado e Câmara, ela não está na Lista de Janot... Renan, Cunha e outros 47 estão.

Renan é um sobrevivente. Sentiu o cheiro antes e escapou do governo Collor. Foi ministro da Justiça de Fernando Henrique.

Renan sobreviveu a sucessivos escândalos. Se vier a ser investigado, vai usar todo seu Poder para sobreviver.

Isso inclui operar contra o governo do seu PMDB. Como fez no dia em que seu nome vazava da Lista de Janot e ele era saudado por líderes da oposição.

Eduardo Cunha tornou-se presidente da Câmara com aplausos da oposição. Que, como dizem seus líderes, quer "ver Dilma sangrar".
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Eleito, Cunha logo informou que só sobre seu "cadáver" "regulamentação econômica da Mídia" seria aprovada.
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Cunha é inteligente e hábil. Experiente. Já foi aliado de Collor e PC, Maluf e Garotinho.
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Para esvaziar a relatoria da CPI da Petrobras, que é do PT, Cunha criou 4 sub-relatorias. A CPI será sua arma para arrancar o que busca.
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O Supremo pode ou não investigar e indiciar Cunha, Renan e os 47. Mas quem cassa é o Congresso. E eles julgarão a si mesmos.
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Renan, Eduardo Cunha & Cia sequestrarão a pauta do Congresso, farão qualquer acordo para não serem cassados.
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Dia 15 vem ai grande manifestação. Uma pena o pessoal do panelaço nos varandões ter se esquecido do Renan, do Eduardo Cunha, dos 47...e das empreiteiras. Ainda dá tempo.




5 de nov de 2014
O Brasil saiu do armário, exibiu suas vísceras e alma. Autopsia da eleição a ser realizada por sociólogos, antropólogos, politólogos...

O profundo estudo exige, sobretudo, psicanalistas. E jornalistas certamente, mas o jornalismo, a mídia também está no divã.

Em nome de se buscar a verdade redentora mentiu-se muito. Corações e mentes manipulados, pouco importando o custo para a psique coletiva. O custo está aí, altíssimo.

Há anos tratamos aqui das ondas de ódio induzidas, do estímulo ao ressentimento, da aposta na ignorância... que, como vimos, desconhece classe social e nível escolar.

O Brasil chegou e saiu das urnas com milhões negando a existência das razões e votos de mais de 54 milhões de cidadãos.

O Brasil chegou e saiu das urnas com milhões negando as razões e votos de mais de 51 milhões de cidadãos. Uns negando os "Outros".

Os indivíduos todos, de cada bando de "Outros", encarnando a revelia, representados em uma só figura bastando escolher lado e local: bolivariano ou coxinha. Miami ou Cuba.

Pelas ruas, redes e mídias, chiliques, histeria, agressões verbais, morais, até físicas. E uma burrice astronômica insuflada por espertalhões.

Mais ainda, muito mais de onde menos seria de se esperar por absoluta ausência de necessidades.

Uma porção da mídia poderá deixar o divã quando retomar sua função. Quando revelar em detalhes articulações midiáticas das horas finais.

Revelar quem e onde escreveu o que e para quem. E por quê. Quem cobrou, quase exigiu o que e de quem. E por quê.

E o Brasil tem uma toga que fala. Quando fala em público soa, e cobra, como se estivesse revelando.

Mas a cada rompante está é escondendo o que disse e tentou operar nas sombras, por exemplo nas horas finais.

No mais, o Lobão não se foi. E agora, junto com a família Bolsonaro, lidera revolução em que alguns pedem... a volta da ditadura. Pra quem gosta... é um prato cheio.

2 de fev de 2015
A vitória de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e a derrota do governo Dilma têm várias etapas de construção e consequências. Algumas visíveis, e até já vocalizadas.

Note-se: ao topar embarcar no noticiário como se tivesse chance real de vitória, ao alardear que acreditava na vitória, o governo amplificou ainda mais o tamanho da derrota.

E isso em meio às graves crises que se somam: a da economia e a do escândalo na Petrobras, para citar apenas duas já concretas.

Vitória e derrota não devem ser vistas só como reflexo de erros do governo, ou da competência do novo presidente da Câmara em seus movimentos no baixíssimo e no altíssimo clero.

A vitória e a derrota -querendo-se ou não- se inserem em um jogo de encaixes, de lego. De intenções.

Ilimar Franco, de O Globo, conta que em conversa recente com tucanos Serra disse: "Dilma não irá concluir seu segundo mandato".

Fernando Henrique, em artigo para o Estadão no domingo,1, indicou:

-No passado, seriam golpes militares. Não é o caso, não é desejável nem se veem sinais. Resta, portanto, a Justiça.

(Se dê o desconto de ter sido apenas uma infelicidade no fraseado, ou, não tendo sido, pergunte-se: e qual seria "o caso" aceitável para um golpe militar?)

Disse ainda o ex-presidente: "Que tenham a ousadia de chegar até aos mais altos hierarcas".

Vale lembrar: boa parte da cúpula do PT foi investigada, condenada e presa no chamado "mensalão do PT"... enquanto o chamado "mensalão do PSDB" segue impune.

A investigação em curso na Petrobras não poupa partidos DO e NO governo.

Quem roubou que pague. Ponto.

E, a propósito de profecias e desejos, e em nome do futuro, nunca é demais recordar o passado recente.

Ao menos dois fatos, entre muitos outros: a compra de votos para a reeleição do próprio Fernando Henrique não teve CPI, não foi investigada pra valer.

Muito menos, os escandalosos grampos e as denúncias de negociatas na bilionária privatização do sistema telefônico.

Uma coisa é pedir: "Esqueçam o que eu escrevi".

Outra, enquanto aponta o dedo para os males do presente, que estão ai, inegáveis, é esperar que todos esqueçam o que fizeram nos verões passados.



A Máquina - Bob Fernandes (Completo - 03/05/16)


Universidade Aberta - Bob Fernandes discute o papel da mídia nas Eleições


O Mercado de Notícias - Entrevista Bob Fernandes

  


Palestra Bob Fernandes - Cidade Administrativa de Minas Gerais


8 de abr de 2016
Evento organizado pelo SINFFAZFISCO em parceria com a SEPLAG - Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de Minas Gerais e a Intendência da Cidade Administrativa de Minas Gerais

Especial: É tudo um assunto só!

Outro dia discutindo sobre as manifestações do dia 15, sobre crise do governo e a corrupção da Petrobrás eu perguntei a ele se tinha acompanhado a CPI da Dívida Pública. Então ele me respondeu: Eu lá estou falando de CPI?! Não me lembro de ter falado de CPI nenhuma! Estou falando da roubalheira... A minha intenção era dizer que apesar de ter durado mais de 9 meses e de ter uma importância ímpar nas finanças do país, a nossa grande mídia pouco citou que houve a CPI e a maioria da população ficou sem saber dela e do assunto... Portanto não quis fugir do assunto... é o mesmo assunto: é a política, é a mídia, é a corrupção, são as eleições, é a Petrobras, a auditoria da dívida pública, democracia, a falta de educação, falta de politização, compra de votos, propina, reforma política, redemocratização da mídia, a Vale, o caso Equador, os Bancos, o mercado de notícias, o mensalão, o petrolão, o HSBC, a carga de impostos, a sonegação de impostos,a reforma tributária, a reforma agrária, os Assassinos Econômicos, os Blog sujos, o PIG, as Privatizações, a privataria, a Lava-Jato, a Satiagraha, o Banestado,  o basômetro, o impostômetro, É tudo um assunto só!...




A dívida pública brasileira - Quem quer conversar sobre isso?

Escândalo da Petrobrás! Só tem ladrão! O valor de suas ações caíram 60%!! Onde está a verdade?

In Memorian: Adriano Benayon

A revolução será digitalizada (Sobre o Panamá Papers)

O tempo passa... O tempo voa... E a memória do brasileiro continua uma m#rd*

As empresas da Lava-jato = Os Verdadeiros proprietários do Brasil = Os Verdadeiros proprietários da mídia.

Desastre na Barragem Bento Rodrigues <=> Privatização da Vale do Rio Doce <=> Exploração do Nióbio

Trechos do Livro "Confissões de um Assassino Econômico" de John Perkins 

Spotniks, o caso Equador e a história de Rafael Correa.

O caso grego: O fogo grego moderno que pode nos dar esperanças contra a ilegítima, odiosa, ilegal, inconstitucional e insustentável classe financeira.


Cursos/Seminários:

Curso de Capacitação Política

Seminário Internacional 2017 - Projetos cifrados visam "legalizar" esquemas fraudulentos.

Seminário Nacional - Não queremos nada radical: somente o que está na constituição.

Seminário "O petróleo, o Pré-Sal e a Petrobras" e Entrevista de Julian Assange.

Seminário de Pauta 2015 da CSB - É tudo um assunto só...


UniMérito - Assembleia Nacional Constituinte Popular e Ética - O Quarto Sistema do Mérito 

TED / TEDx Talks - Minerando conhecimento humano




Mais desse assunto:

O que tenho contra banqueiros?! Operações Compromissadas/Rentismo acima da produção

Uma visão liberal sobre as grandes manifestações pelo país. (Os Oligopólios cartelizados)

PPPPPPPPP - Parceria Público/Privada entre Pilantras Poderosos para a Pilhagem do Patrimônio Público


As histórias do ex-marido da Patrícia Pillar

Foi o "Cirão da Massa" que popularizou o termo "Tattoo no toco"

A minha primeira vez com Maria Lúcia Fattorelli. E a sua?

As aventuras de uma premiada brasileira! (Episódio 2016: Contra o veto da Dilma!)  

A mídia é o 4° ou o 1° poder da república? (Caso Panair, CPI Times-Life)

O Mercado de notícias - Filme/Projeto do gaúcho Jorge Furtado

Textos e Vídeos de Nildo Domingos Ouriques, da UFSC.

Quem inventou o Brasil: Livro/Projeto de Franklin Martins (O ex-guerrilheiro ouve música)

Luiz Flávio Gomes e sua "Cleptocracia"

Comentários políticos com Bob Fernandes. 

Quem vamos invadir a seguir (2015) - Michel Moore

Ricardo Boechat - Talvez seja ele o 14 que eu estou procurando...

In Memorian: Lucas Gomes Arcanjo

In Memorian: Zygmunt Bauman

Melhores imagens do dia "Feliz sem Globo" (#felizsemglobo)

Agência Sportlight - Piovani: posso te contar umas coisas que vi nas redações?

InterVozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social





Sobre Propostas Legislativas:

Manifesto Projeto Brasil Nação

A PLS 204/2016, junto com a PEC 241-2016 vai nos transformar em Grécia e você aí preocupado com Cunha e Dilma?!

A PEC 55 (antiga PEC 241). Onde as máscaras caem.

Em conjunto CDH e CAE (Comissão de Direitos Humanos e Comissão de Assuntos Econômicos)

Sugestão inovadora, revolucionária, original e milagrosa para melhorar a trágica carga tributária brasileira.


Debates/Diálogos:

Debate sobre Banco Central e os rumos da economia brasileira...

Diálogo sobre como funciona a mídia Nacional - Histórias de Luiz Carlos Azenha e Roberto Requião.

Diálogo sobre Transparência X Obscuridade.

Plano Safra X Operações Compromissadas.

Eu acuso... Antes do que você pensa... Sem fazer alarde...talvez até já tenha acontecido...

Pedaladas Fiscais - O que são? Onde elas vivem? Vão provocar o impeachment da Dilma?

Depoimento do Lula: "Nunca antes nesse país..." (O país da piada pronta)
(Relata "A Privataria Tucana", a Delação Premiada de Delcidio do Amaral e o depoimento coercitivo do Lula para a Polícia Federal)

Democratizando a mídia:

Entrevistas e mais entrevistas na TV 247


Entrevistas e depoimentos na TVT/DCM


Um ano do primeiro golpe de estado no Brasil no Terceiro Milênio.

Desastre em Mariana/MG - Diferenças na narrativa.

Quanto Vale a vida?!

Como o PT blindou o PSDB e se tornou alvo da PF e do MPF - É tudo um assunto só!

Ajuste Fiscal - Trabalhadores são chamados a pagar a conta mais uma vez

Resposta ao "Em defesa do PT" 

Sobre o mensalão: Eu tenho uma dúvida!

Eduardo Cunha - Como o Brasil chegou a esse ponto?



Sobre a Ditadura Militar e o Golpe de 64:

Dossiê Jango - Faz você lembrar de alguma coisa?

Comissão Nacional da Verdade - A história sendo escrita (pela primeira vez) por completo.

Luiz Carlos Prestes: Coluna, Olga, PCB, prisão, ALN, ilegalidade, guerra fria... Introdução ao Golpe de 64.

A WikiLeaks (no Brasil: A Publica) - Os EUA acompanhando a Ditadura Brasileira.



CPI da Previdência


CPI da PBH Ativos


Sobre o caso HSBC (SwissLeaks):

Acompanhando o Caso HSBC I - Saiu a listagem mais esperadas: Os Políticos que estão nos arquivos.

Acompanhando o Caso HSBC II - Com a palavra os primeiros jornalistas que puseram as mãos na listagem.

Acompanhando o Caso HSBC III - Explicações da COAF, Receita federal e Banco Central.

Acompanhando o Caso HSBC IV - Em pleno domingo de páscoa, o ovo que todos queríamos ver... 

Acompanhando o Caso HSBC V - Defina: O que é um paraíso fiscal? Eles estão ligados a que países? 

Acompanhando o Caso HSBC VI - Pausa para avisar aos bandidos: "Estamos atrás de vocês!"... 

Acompanhando o Caso HSBC VII - Crime de evasão de divisa será a saída para a Punição e a repatriação dos recursos

Acompanhando o Caso HSBC VIII - Explicações do presidente do banco HSBC no Brasil

Acompanhando o Caso HSBC IX  - A CPI sangra de morte e está agonizando...

Acompanhando o Caso HSBC X - Hervé Falciani desnuda "Modus-Operandis" da Lavagem de dinheiro da corrupção.

Acompanhando a Operação Zelotes!

Acompanhando a Operação Zelotes II - Globo (RBS) e Dantas empacam as investigações! Entrevista com o procurador Frederico Paiva.

Acompanhando a Operação Zelotes IV (CPI do CARF) - Apresentação da Polícia Federal, Explicação do Presidente do CARF e a denuncia do Ministério Público.

Acompanhando a Operação Zelotes V (CPI do CARF) - Vamos inverter a lógica das investigações?

Acompanhando a Operação Zelotes VI (CPI do CARF) - Silêncio, erro da polícia e acusado inocente depõe na 5ª reunião da CPI do CARF.

Acompanhando a Operação Zelotes VII (CPI do CARF) - Vamos começar a comparar as reportagens das revistas com as investigações...

Acompanhando a Operação Zelotes VIII (CPI do CARF) - Tem futebol no CARF também!...

Acompanhando a Operação Zelotes IX (CPI do CARF): R$1,4 Trilhões + R$0,6 Trilhões = R$2,0Trilhões. Sabe do que eu estou falando?

Acompanhando a Operação Zelotes X (CPI do CARF): No meio do silêncio, dois tucanos batem bico...

Acompanhando a Operação Zelotes XII (CPI do CARF): Nem tudo é igual quando se pensa em como tudo deveria ser...

Acompanhando a Operação Zelotes XIII (CPI do CARF): APS fica calado. Meigan Sack fala um pouquinho. O Estadão está um passo a frente da comissão? 

Acompanhando a Operação Zelotes XIV (CPI do CARF): Para de tumultuar, Estadão!

Acompanhando a Operação Zelotes XV (CPI do CARF): Juliano? Que Juliano que é esse? E esse Tio?

Acompanhando a Operação Zelotes XVI (CPI do CARF): Senhoras e senhores, Que comece o espetáculo!! ("Operação filhos de Odin")

Acompanhando a Operação Zelotes XVII (CPI do CARF): Trechos interessantes dos documentos sigilosos e vazados.

Acompanhando a Operação Zelotes XVIII (CPI do CARF): Esboço do relatório final - Ainda terão mais sugestões...

Acompanhando a Operação Zelotes XIX (CPI do CARF II): Melancólico fim da CPI do CARF. Início da CPI do CARF II

Acompanhando a Operação Zelotes XX (CPI do CARF II):Vamos poupar nossos empregos 

KKK Lembra daquele desenho da motinha?! Kajuru, Kfouri, Kalil:
Eu te disse! Eu te disse! Mas eu te disse! Eu te disse! K K K

A prisão do Marin: FBI, DARF, GLOBO, CBF, PIG, MPF, PF... império Global da CBF... A sonegação do PIG... É Tudo um assunto só!!

AtleTiba seria transmitido gratuitamente - Foi cancelado para não haver ruptura do "Status-Quo"

Revolução no futebol brasileiro? O Fim da era Ricardo Teixeira. 

Onde está a falsidade?? O caso Vladimir Herzog === Romário X Marin === Verdade X Caixa Preta da Ditadura

Videos com e sobre José Maria Marin - Caso José Maria MarinX Romário X Juca Kfouri (conta anonima do Justic Just ) 

Caso Marin X Romário - Novo Vídeo - Continuação da história

O desabafo de Romário 

Do apagão do futebol ao apagão da política: o Sistema é o mesmo









Acompanhando a CPI do Futebol - Será lúdico... mas espero que seja sério...

Acompanhando a CPI do Futebol II - As investigações anteriores valerão!

Acompanhando a CPI do Futebol III - Está escancarado: É tudo um assunto só!

Acompanhando a CPI do Futebol IV - Proposta do nobre senador: Que tal ficarmos só no futebol e esquecermos esse negócio de lavagem de dinheiro?!

Acompanhando a CPI do Futebol VII - Uma questão de opinião: Ligas ou federações?!

Acompanhando a CPI do Futebol VIII - Eurico Miranda declara: "A modernização e a profissionalização é algo terrível"!

Acompanhando a CPI do Futebol IX - Os presidentes de federações fazem sua defesa em meio ao nascimento da Liga...

Acompanhando a CPI do Futebol X - A primeira Liga começa hoje... um natimorto...

Acompanhando a CPI do Futebol XI - Os Panamá Papers - Os dribles do Romário - CPI II na Câmara. Vai que dá Zebra...

Acompanhando a CPI do Futebol XII - Uma visão liberal sobre a CBF!

Acompanhando a CPI do Futebol XIII - O J. Awilla está doido! (Santa inocência!)

Acompanhando a CPI do Futebol XIV - Mais sobre nosso legislativo do que nosso futebol



Acompanhando o Governo Michel Temer

Acompanhando o Governo Michel Temer I

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