?quanto vale a vida?
(Humberto Gessinger)
?quanto vale a vida de qualquer um de nós?
?quanto vale a vida em qualquer situação?
?quanto valia a vida perdida sem razão?
?num beco sem saída, quando vale a vida?
são segredos que a gente não conta
contas que a gente não faz
quem souber quanto vale, fale em alto e bom som
?quantas vidas vale o tesouro nacional?
?quantas vidas cabem na foto do jornal?
?às sete da manhã, quanto vale a vida
depois da meia-noite, antes de abrir o sinal?
são segredos que a gente não conta
(e faz de conta que não quer nem saber)
quem souber, fale agora ou cale-se para sempre
?quanto vale a vida acima de qualquer supeita?
?quanto vale a vida debaixo dos viadutos?
?quanto vale a vida perto do fim do mês?
?quanto vale a vida longe de quem nos faz viver?
são segredos que a gente não conta
contas que a gente não faz
coisas que o dinheiro não compra
perguntas que a gente não faz:
?quanto vale a vida?
nas garras da águia
nas asas da pomba
em poucas palavras
no silêncio total
no olho do furacão
na ilha da fantasia
?quanto vale a vida?
?quanto vale a vida na última cena
quando todo mundo pode ser herói?
?quanto vale a vida quando vale a pena?
?quanto vale quando dói?
são coisas que o dinheiro não compra
perguntas que a gente não faz:
?quanto vale a vida?
Quanto Vale? - Emílio Dragão (+ citação do poema "Lira Itabirana" de Carlos Drummond de Andrade)
Rio de lama, Doce, agora amargo. Vem de Mariana, desceu rejeito não tem pra ninguém e varre cama, e sonho e segue tudo pro além e diga Vale, quanto vale a vida de alguém?
Rio de lama, Doce, agora amargo. Vem de Mariana, desceu rejeito não tem pra ninguém e varre cama, e sonho e segue tudo pro além e diga Vale, quanto vale a vida de alguém?
Monstro desceu corredeira (dizimando tudo a sua frente)
Não tem medo de ninguém (de investigação nem de autoridade)
Quase toda realeza (através do financiamento de campanha)
Foi comprada com vintém.
Sai da frente camarada, lixo tóxico não dá pra beber.
Querosene nem gelada, olha o nível dessa gente procê vê.
A TV não fala nada, mas deles a gente devia esperar oquê?
Tragédia desenfreada, morre bicho, morre gente e gente tentando esconder.
"O Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.
Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!
A dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.
Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?"
Rio de lama, Doce, agora amargo. Vem de Mariana, desceu rejeito não tem pra ninguém e varre cama, e sonho e segue tudo pro além e diga Vale, quanto vale a vida de alguém?
Rio de lama, Doce, agora amargo. Vem de Mariana, desceu rejeito não tem pra ninguém e varre cama, e sonho e segue tudo pro além e diga Vale, quanto vale a vida de alguém?
Esse Post é a continuação deste:
que já era a continuação deste:
que já era a continuação deste:
Escândalo da Petrobrás! Só tem ladrão! O valor de suas ações caíram 60%!! Onde está a verdade?
Terrorismo Ambiental e Dívida Ecológica
Maria Lucia Fattorelli [i]
15/11/15
O respeitável dicionário Houaiss da Língua Portuguesa define terrorismo como o “modo de impor a vontade pelo uso sistemático de terror”.
A vontade de obter lucros excessivos com
a atividade de mineração no Brasil – de forma predatória, acelerada e
descontrolada, arrancando da Terra o máximo de minerais possível, no
menor tempo e ao menor custo – tem significado a imposição sistemática
de terror à população e ao meio ambiente.
Os únicos beneficiários desse terrorismo
têm sido os donos das grandes mineradoras nacionais e estrangeiras que
atuam no Brasil. Além de obterem lucros bilionários com a venda do
minério, utilizarem água à vontade e de graça, ainda usufruem de
diversos benefícios tributários, como incentivos fiscais à exportação,
isenção na distribuição de lucros e isenção para a remessa de tais
lucros ao exterior.
As vítimas do terrorismo têm sido:* toda a população atingida em seu direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade, e
* a própria Natureza, que além de mutilada sem o menor respeito ainda recebe toneladas de rejeitos contaminados. A Dívida Ecológica que tem sido gerada por esses processos é incalculável.
A Constituição Federal considera, em seu
artigo 5o, inciso XLIII, que todas as pessoas possuem a garantia de
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
e à propriedade, e a lei considerará crimes inafiançáveis e
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e
os que, podendo evitá-los, se omitirem.
A questão ambiental, por sua importância
essencial à própria vida, está resguardada no Capítulo VI da nossa
Constituição Federal:
CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE
Art. 225. Todos têm direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e
futuras gerações.
Trata-se, portanto, de um direito que
perpassa todas as esferas: além de ser um direito individual e coletivo,
o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito
transgeracional, pois abrange as gerações futuras.
Os parágrafos e incisos do referido
artigo 225 exigem atuação firme do Estado e lhe impõe deveres, assim
como a reparação dos danos por condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente, independentemente de culpa, conforme o disposto em seu § 3º e
na Lei 6.938, sobre a Política Nacional de Meio Ambiente.
A violação do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade dos atingidos pela
recente tragédia em Minas Gerais é brutal; pode ser considerado como uma
verdadeira chacina ao meio ambiente e à população de diversas cidades, e
foi provocada pela vontade exacerbada de lucros, levada à ganância
alimentada por predatória e inconsequente exploração do minério de
ferro.
Tal violação ocorre em inúmeras outras
áreas de exploração mineral predatória no Brasil, o país de maior
estoque natural do planeta. O presente artigo visa ilustrar a ocorrência
de terrorismo ambiental em três exemplos de exploração de minério de
ferro, nióbio e ouro, e levantar a necessidade de avançar os estudos
sobre a “Dívida Ecológica”, especialmente diante da iminência de votação
de novo Código de Mineração” no Congresso Nacional. É preciso exigir
reparação de danos à altura e corrigir os rumos.
MINÉRIO DE FERRO
Toneladas de dejetos de mineração foram
derramados em Minas Gerais, devido ao rompimento de duas barragens da
empresa SAMARCO em Mariana.
Tal fato atingiu dezenas de vítimas
humanas, incluindo jovens e crianças inocentes; o distrito de Bento
Rodrigues [ii] ficou soterrado; dezenas de outros municípios dos estados
de Minas Gerais e Espírito Santo atingidos [iii] ficarão sem acesso a
água, comprometendo uma série de empreendimentos, atividades
profissionais e vitais, com reflexos diretos na vida de milhões de
pessoas; o Rio Doce morto [iv], completamente contaminado e exterminados
todos os peixes [v], além do aniquilamento de inúmeras espécies quando a
poluição atingir também o Oceano Atlântico…
É evidente a violação do direito à vida,
à liberdade, à segurança e à propriedade de pessoas atingidas,
aterrorizadas ante o cenário de destruição e contaminação a que foram
submetidas de assalto.
A foto abaixo ilustra como ficaram as residências de parte dos atingidos.
Quanto valem as vidas de pessoas, peixes
e animais mortos? Quanto vale o Rio Doce? Qual o valor do dano em
decorrência da falta de água e comprometimento de tantas atividades? É
necessário calcular e cobrar a Dívida Ecológica dessa gente que só
entende o valor das coisas quando lhes é atribuído um preço em dinheiro!
Fotos de satélite, tiradas antes e
depois do ocorrido [vii], mostram outra perspectiva visual do imenso
dano ambiental e patrimonial provocado pela SAMARCO, de propriedade da
Vale e da anglo-australiana BHP Billiton. Só em 2014 o faturamento bruto
divulgado pela empresa foi de R$ 7,6 bilhões!
Essas fotos mostram o soterramento da
maior parte das propriedades de Bento Rodrigues. Além disso, a lama
despejada seguiu contaminando as águas do até então belo e rico Rio
Doce.
A presença de partículas de metais
pesados como chumbo, alumínio, ferro, bário, cobre, boro e até mesmo
mercúrio foi comprovada por análises laboratoriais de amostras da água
do Rio Doce encomendadas pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE)
de Baixo Guandu. Todas as espécies vivas do Rio Doce foram dizimadas!
Fotos de Elvira Nascimento [viii] mostram a situação do Rio Doce e o
dano ambiental incalculável:
Não podemos aceitar a desculpa de que
teria havido mero acidente. É evidente que houve negligencia, diante do
imenso volume de dejetos acumulados, capazes de soterrar município e
alagar dezenas de outros, matar um rio inteiro, dizimar todas as
espécies vivas, e se espalhar ao longo de dois estados e alcançar o
oceano, que também será afetado. E ainda há ameaça de que outra barragem
ainda maior corre o risco de romper…
NIÓBIO
Outro escândalo da exploração mineral em
Minas Gerais, justamente na cidade que se tornou famosa por suas águas
curativas – Araxá – também deve ser considerado como terrorismo
ambiental: trata-se da exploração do Nióbio pela empresa CMMB, conforme
reportagem[ix] que denuncia a contaminação das águas na região, baseada
em Nota Técnica número 1 da Fundação Estadual do Meio Ambiente -(FEAM) e
do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), de julho de 2015.
A referida Nota Técnica aponta que a
concentração de metais pesados está seis vezes acima do permitido, e que
a causa da contaminação da água se encontra na exploração de nióbio
pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração – CBMM, que não
respeita normas e legislação.
Adicionalmente, indica uma série de
falhas nos relatórios e mapas da CBMM, bem como no monitoramento
inadequado e não suficiente; a existência de pendencias da empresa em
relação à pedidos da FEAM, ressaltando ainda que não são atendidas
normas exigidas pela ABNT.
Segundo a reportagem, a contaminação
afeta águas subterrâneas e superficiais, além do solo e subsolo, e
estudos apontam níveis altíssimos de contaminação não apenas com Bário,
mas também com outros metais, em doses elevadas para o consumo humano,
como Cromo, Chumbo, Vanádio, e Urânio, detectado em níveis altíssimos em
algumas amostras.
O Nióbio é mineral valiosíssimo, raro,
estratégico, uma liga especial altamente resistente a elevadíssimas
temperaturas, indispensável para aeronaves, satélites, foguetes,
equipamentos médicos diversos, entre outros usos especiais como
indústrias nucleares por exemplo.
O Canadá possui apenas 2% das reservas
de Nióbio do mundo e garante serviços públicos de saúde, educação de
excelente qualidade à sua população. O Brasil detém 98%! E explora mal,
principalmente pela empresa CMMB de Minas Gerais, contaminando o meio
ambiente, e comercializa de forma totalmente opaca. Não usufruímos do
benefício dessa imensa riqueza, arcando somente com os danos ambientais,
com graves reflexos à vida das pessoas afetadas, contraindo uma série
de doenças principalmente em decorrência da água contaminada pela CMMB.
OURO
A histórica exploração do ouro no Brasil
preencheria livros de crimes ambientais e danos patrimoniais, humanos,
ecológicos etc. Nesse artigo mencionarei apenas o recente caso de Volta
Grande, onde está sendo construída a Usina de Belo Monte.
As fotos a seguir fazem parte da série
“A devastação do Xingu em imagens”[x] e evidenciam a violação do direito
à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade de pessoas atingidas
pela construção da usina. Mostram uma das ilhas do Xingú desmatada e
queimada para o enchimento do lago de Belo Monte e um dos buracos
artificiais, do qual foi arrancada toda a vegetação e grande quantidade
de minerais…
Diversas populações indígenas foram
atingidas, em situação de verdadeiro terrorismo. Fortes protestos foram
insuficientes para barrar os grandes interesses dos que desejavam a
usina. O Ministério Público tentou embargar a obra diversas vezes, mas
as obras prosseguiram, aceleradamente.
A escolha do local não apropriado para a
construção da usina, onde imensas escavações tiveram que ser feitas,
parece ter sido estratégico para interesses de mineradora estrangeira,
conforme se depreende de seu site na internet: www.belosun.com
Dívida Ecológica
O conceito de Dívida Ecológica é pouco conhecido no Brasil, não por acaso.
Importante contribuição nesse sentido
foi publicada por Luiz Henrique Lima, que deixa clara a existência da
dívida ecológica, apesar de ainda não calculada e quantificada, conforme
trecho que transcrevo:
Entre outros autores, May (1995) aborda, rapidamente, o tema: “… deve haver um caixa para uma ‘dívida ambiental’ destinado às nações cuja base de recursos tem sido pilhadas através dos últimos cinco séculos para satisfazer às insaciáveis demandas do Norte.”Todo o instrumental teórico da Economia do Meio Ambiente, da Economia Ecológica e da Contabilidade Ambiental conduz ao reconhecimento da existência da Dívida Ecológica. Haverá controvérsias quanto à sua amplitude e quanto aos procedimentos para calculá-la e resgatá-la, conforme acima exemplificado; não, porém, quanto à sua existência.
Em sua recente e corajosa Carta
Encíclica[xiii] “Laudato Si” o Papa Francisco menciona explicitamente a
“Dívida Ecológica” gerada por fatos ligados à crescente destruição do
meio ambiente, e relaciona tal pecado [xiv] ao modelo econômico que
cultua o deus mercado, com sua lógica de acumulação sem escrúpulos, a
qualquer custo humano ou ecológico.
A desigualdade não afeta apenas os indivíduos mas países inteiros, e obriga a pensar numa ética das relações internacionais. Com efeito, há uma verdadeira «dívida ecológica», particularmente entre o Norte e o Sul, ligada a desequilíbrios comerciais com consequências no âmbito ecológico e com o uso desproporcionado dos recursos naturais efetuado historicamente por alguns países. As exportações de algumas matérias-primas para satisfazer os mercados no Norte industrializado produziram danos locais, como, por exemplo, a contaminação com mercúrio na extração minerária do ouro ou com o dióxido de enxofre na do cobre.
O Papa Francisco relaciona a “Dívida
Ecológica” à dívida financeira, que no caso do Brasil nunca foi auditada
e funciona como um verdadeiro esquema que denominamos Sistema da
Dívida:
A dívida externa dos países pobres
transformou-se num instrumento de controle, mas não se dá o mesmo com a
dívida ecológica. De várias maneiras os povos em vias de
desenvolvimento, onde se encontram as reservas mais importantes da
biosfera, continuam a alimentar o progresso dos países mais ricos à
custa do seu presente e do seu futuro.
O Papa Francisco refere-se à Natureza
como “A Nossa Casa” e dedica capítulos específicos de sua Carta às
questões da poluição e mudanças climáticas; água; perda da
biodiversidade; deterioração da qualidade de vida humana e degradação
social, e à desigualdade planetária, encadeando todos esses temas. :
O ambiente humano e o ambiente natural
degradam-se em conjunto; e não podemos enfrentar adequadamente a
degradação ambiental, se não prestarmos atenção às causas que têm a ver
com a degradação humana e social. De facto, a deterioração do meio
ambiente e a da sociedade afetam de modo especial os mais frágeis do
planeta: «Tanto a experiência comum da vida quotidiana como a
investigação científica demonstram que os efeitos mais graves de todas
as agressões ambientais recaem sobre as pessoas mais pobres».[26]
O Brasil é o país de maior estoque natural do planeta, conforme ressaltou Luiz Henrique Lima:
Em estudo elaborado para o ‘Global
Environment Facility’ – GEF, Rodenburg, Tunstall e van Bolhuis (1995)
construíram Indicadores Ambientais Globais. Entre esses, o Indicador de
Capital Natural – ICN, que considera as áreas naturais remanescentes e a
biodiversidade. O ICN, grosso modo, pode ser visto como uma aproximação
da dimensão, embora não do valor, dos serviços e das funções ambientais
desempenhadas pelos ecossistemas no interior das fronteiras nacionais. O
estudo do GEF destaca o Brasil como o país de maior estoque de capital
natural do planeta.
Diante dos danos seculares ao nosso rico
e ao mesmo tempo empobrecido País, é urgente avançar os estudos acerca
da Dívida Ecológica, a fim de quantificar e reivindicar os danos
decorrentes da exploração ambiental, além de corrigir a rota a partir de
agora, evitando danos ecológicos e humanos para satisfazer certas
vontades e interesses sem escrúpulos para com o futuro da humanidade.
Essa discussão é urgente, pois está em
pauta no Congresso Nacional uma proposta de novo “Código de Mineração”
que coloca os interesses das mineradoras acima de qualquer outro
interesse ambiental ou humano. A proposta em discussão não menciona
qualquer responsabilidade em relação a danos causados pela atividade
mineradora às águas e solo; garante que as mineradoras poderão “usar as
águas necessárias para as operações da concessão”, e proíbe qualquer
atividade capaz de atrapalhar a mineraçãoxvi.
Um verdadeiro abuso que está sendo
capitaneado por parlamentares que tiveram suas campanhas financiadas por
mineradoras, conforme importante Relatório “Quem é quem nas discussões
do novo Código de Mineração”xvii. Além de representar inaceitável
desrespeito ao Capítulo VI da Constituição Federal, a proposta desse
novo “Código de Mineração” está no caminho inverso dos princípios éticos
que regem a necessária preservação e respeito ao meio ambiente
mencionados pelo Papa Francisco, assim como dos anseios da sociedade
civil nacional e internacional que exigem “que as empresas
transnacionais paguem o justo”xviii por tudo que retiram de nossas
terras.
CONCLUSÃO
A violação do direito ao meio ambiente
equilibrado, assim como o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade dos atingidos pela recente tragédia em Minas
Gerais, dos habitantes da região de Araxá e da região do Xingu, e seus
decendentes, tem sido recorrente e brutal, provocada pela ganância na
exploração do minério de ferro, nióbio e ouro, respectivamente.
Estes são apenas três exemplos de
terrorismo ambiental, com incalculável dano às pessoas e ao meio
ambiente, enquanto os donos das grandes mineradoras nacionais e
estrangeiras que atuam no Brasil lucram bilhões a cada ano e pouco
contribuem para a arrecadação tributária, devido às indecentes benesses
fiscais.
Os órgãos de controle ambiental do País
estão sendo desmontados. O IBAMA, por exemplo, tem passado por
sucessivos cortes de recursos, a ponto de recorrer a venda de prédios e
empréstimos internacionais junto ao Banco Mundial e BID, como noticiado
em maio deste ano[xix]. O DNPM também passa por cortes orçamentáriosxx.
Tais cortes têm sido justificados face à necessidade de economizar
recursos para o pagamento de parte dos juros da dívida pública nunca
auditada e sobre a qual recaem diversos indícios de ilegalidade e
ilegitimidade documentados até por CPI da Dívida Pública da Câmara dos
Deputados [xxi].
É necessário cobrar a tremenda Dívida
Ecológica que tem sido gerada por esses processos predatórios de
exploração mineral. O recente crime ambiental ocorrido em Minas Gerais
exige urgente reflexão sobre a atividade de mineração no Brasil. O
minério não dá duas safras, como todos sabemos. É urgente avançar o
debate sobre o terrorismo ambiental, os estudos sobre a dívida ecológica
e sua quantificação para reparação à altura e correção de rumos.
[i] Coordenadora Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida
[ii] Bento Rodrigues, uma joia soterrada: http://planejoviajar.com.br/bento-rodrigues-joia-soterrada/
[iii] Vídeos do rompimento das barragens: https://www.youtube.com/watch?v=_TNtqSlD_U8
[iv] Vídeo sobre o Rio Doce https://www.youtube.com/watch?v=DBnLB3LP2v4
[v] Todos os peixes do Rio Doce morreram: https://www.youtube.com/watch?v=b01apsICFT0
[vi] Diversas outras fotos disponíveis em https://goo.gl/Ow7Apq
[vii] Fotos disponíveis no link http://epoca.globo.com/tempo/filtro/noticia/2015/11/tragedia-em-mariana-minas-gerais-tem-184-barragens-para-cada-fiscal.html
[viii] Disponíveis no link http://agazeta.redegazeta.com.br/_conteudo/2015/11/noticias/cidades/3914111-fotografa-mostra-destruicao-causada-pela-lama-ao-longo-do-riodoce.html
[ix] Reportagem completa disponível no link http://sergiorochareporter.com.br/contaminacao-causada-pela-cbmm-em-araxa-ameaca-populacao-e-turismo-2/
[x] Fonte: Uma série de fotos estão disponíveis na internet, como por exemplo em “A devastação do Xingu em imagens” no link: http://goo.gl/QpVs9o[xi] Artigo “Dívida Ecológica” disponível no link http://www.ecoeco.org.br/conteudo/publicacoes/encontros/iv_en/mesa2/3.pdf
[xii] Conselheiro Substituto do Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso, Doutor e Mestre em planejamento Ambiental pela COPPE-UFRJ, além de economista, formado na UFRJ, com especialização em Finanças Corporativas pela PUC-RJ. Autor dos livros Controle do Patrimônio Ambiental Brasileiro (Editora da UERJ) e Controle Externo – 310 Questões Comentadas (Elsevier) e de numerosos artigos e trabalhos técnicos, principalmente nas áreas de controle externo e gestão ambiental. Professor de disciplinas de pósgraduação em várias universidades, instrutor de cursos de capacitação nos TCs e professor em cursos preparatórios para concursos públicos.
[xiii] Versão em Português disponível no link http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.html
[xiv] «Quando os seres humanos destroem a biodiversidade na criação de Deus; quando os seres humanos comprometem a integridade da terra e contribuem para a mudança climática, desnudando a terra das suas florestas naturais ou destruindo as suas zonas húmidas; quando os seres humanos contaminam as águas, o solo, o ar… tudo isso é pecado».
[xv] Vídeo-aula sobre o Sistema da Dívida no Brasil disponível no link https://www.youtube.com/watch?v=rRQHG5kd-Q0
[xvi] Matéria disponível no link http://apublica.org/2015/11/truco-manobra-tenta-aprovar-codigo-da-mineracao/
[xvii] Relatório disponível no link http://www.socioambiental.org/sites/blog.socioambiental.org/files/nsa/arquivos/quem_e_quem_-_comite_0.pdf
[xviii] Campanha internacional da qual a Auditoria Cidadã da Dívida é membro: http://www.paguenlojusto.org/
[xix] Notícia disponível no link http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,ibama-vai-vender-predios-e-buscar-financiamento-estrangeiro,1697431
[xx] Nota disponível no link http://www.contasabertas.com.br/website/arquivos/12175
[xxi] http://www.auditoriacidada.org.br/clique-aqui-para-saber-como-foi-a-cpi-da-divida/
A lama da Samarco e o jornalismo que não dá nome aos bois
Bento Rodrigues: povoado soterrado pela Samarco sintetizava um
modo de vida tão esquecido pela imprensa quanto os impactos sociais e
ambientais do mundo corporativo
Por Alceu Luís Castilho (@alceucastilho)
Por trás da lama da Samarco afirma-se o gosto amargo de um jornalismo subserviente, a serviço do mercado. Dezenas de pessoas estão desaparecidas em Mariana (MG). Entre elas, crianças. Esse vídeo mostra como era o cotidiano de um povoado destruído. Mas a maior tragédia socioambiental brasileira do século XXI já começa a ser soterrada pelos jornais, após uma cobertura protocolar. Da lama à ordem: ignoram-se os conflitos, minimizam-se as contradições e se assimilam os discursos cínicos de executivos e de membros do governo. Com a clássica blindagem dos sócios da empresa.
Primeiro enumeremos os donos. Já se sabe que 50% da Samarco pertence à Vale, a Vale que tirou o Rio Doce de seu nome e nele despejou lama tóxica. A outra metade pertence à anglo-australiana BHP Billiton, uma fusão da australiana Broken Hill Proprietary Company com a inglesa (radicada na África do Sul) Billiton, atuante nas veias abertas do Chile, Colômbia e Peru (onde tomou uma multa ambiental de US$ 77 mil após contaminação por cobre), no Canadá, Reino Unido e nos Estados Unidos, na Argélia, no Paquistão e em Trinidad & Tobago. Já protagonizou na Papua Nova Guiné uma contaminação fluvial histórica. As maiores mineradoras do mundo.
E a quem pertence à Vale? Esse capítulo costuma ser omitido, quando se fala de impactos sociais e ambientais. A empresa é controlada pela Valepar, com 53,9% do capital votante (1/3 do capital total). Com 5,3% para o governo federal, 5,3% para o BNDESpar, 14,8% para investidores brasileiros, 16,9% na Bovespa e 46,2% de investidores estrangeiros (este percentual cai para 33,9% no caso do capital total). De qualquer forma já temos que a Samarco – com a metade anglo-australiana e com esses investidores estrangeiros da Vale – tem mais da metade de suas ações nas mãos de estrangeiros.
E quem manda na Valepar, que controla a Vale? 1) Fundos de investimentos administrados pela Previ, com 49% das ações; 2) A Bradespar, do Bradesco, com 17,4%; 3) A multinacional Mitsui, um dos maiores conglomerados japoneses, de bancos à petroquímica, com tentáculos na Sony, Yamaha, Toyota, com 15%; 4) O BNDESpar, com 9,5. (Ignoremos os 0,03% da Elétron, do Opportunity e seu onipresente Daniel Dantas. E registremos que, com a Mitsui, aumenta ainda mias a participação de estrangeiros na Samarco.)
BNDES? Previ? Mas por que, então, a imprensa acostumada a fustigar o governo federal não fiscaliza com mais atenção a Vale, símbolo da privatização a preço de banana? Simplesmente porque não tem o saudável hábito – a imprensa brasileira – de fiscalizar corporações. E porque essas instituições não estão sozinhas. Porque tem a Mitsui, o Bradesco – o bilionário Bradesco. Com um governador petista dando entrevista coletiva na sede da Samarco. (O capitalismo não é para amadores.) Não há um acompanhamento sistemático do custo social e ambiental das aventuras plutocratas, sob governos de siglas diversas. Pelo contrário: o que há é um marketing despudorado.
EXECUTANDO ADVÉRBIOS
Essa rede de donos da Samarco manifesta-se por meio de um jovem executivo, Ricardo Vescovi. Os gerentes de crise da empresa tiraram o site do ar (sabe-se lá com quais informações) e divulgaram esse vídeo do presidente no Facebook. Com seu milagre de multiplicação de advérbios insossos e pronomes totalizantes, insensíveis aos dramas dos mineiros. “Lamentavelmente”, “imediatamente”, “absolutamente todos os esforços” em relação ao “ocorrido”, “todas as ações”, “todos os esforços”, “igualmente não medindo esforços”, “todo apoio”, “toda solidariedade”, “lamentamos profundamente” o “acontecido”.
Os mais desavisados poderão até ficar com dó do pobre coitado. Ainda mais após as declarações do governo mineiro de que a Samarco foi “vítima” do rompimento da barragem. E após jornalistas irresponsáveis replicarem notícias sobre “tremores de terra” que acontecem todos os dias. Muito embora a empresa já soubesse, desde 2013, que a barragem – como outras pelo país que ainda não desabaram – estava condenada. E que essa não tenha sido a primeira tragédia em Minas Gerais. São esses mesmos jornais que não se furtam a cobrir, de forma reverente, o que as empresas chamam de “sustentabilidade”, “responsabilidade social e ambiental”.
Alguém poderá argumentar que um jornal da grande imprensa, o Estadão, divulgou notícia sobre o laudo de 2013 que mostrava os problemas estruturais na barragem. Sim. Em 2015. Mas cabe lembrar que uma ou outra notícia isolada após uma tragédia está longe de caracterizar a cobertura crítica de um setor econômico. Se o tema não se mantém na manchete (passou longe disso, neste domingo, nos principais jornais do país), em artigos recorrentes, editoriais sistemáticos, não há o agendamento político efetivo – e sim o convite ao esquecimento. E à impunidade. (Quem vai fazer uma Operação Lava Lama?)
IMPRENSA DOS VENCEDORES
Essa mesma imprensa se esquece também de contar ao leitor que existe um choque entre modelos de apropriação do território e dos recursos naturais. O vídeo da TV Cultura sobre a comunidade destruída mostra – ainda que com uma abordagem que privilegia o exótico – um modo de vida bem diferente, onde as moradoras vão na casa das outras, plantam-se pimentas no quintal e se produz geleia, coletivamente, em uma associação. Uma lógica econômica muito diversa da predação extrativista – e esgotável – protagonizada pela Samarco, esse nome amorfo emprestado a dois expoentes do capitalismo mundial. Quem disse que há consenso?
Existem movimentos sociais específicos de atingidos pela mineração, ou atingidos pelas barragens. Até mesmo de atingidos pela Vale. Por que não se dá voz a essas pessoas? Se nem após os desastres isso acontece, o que se dirá do dia a dia? Porque os cadernos e até revistas especializadas são de “negócios”, como se esses negócios pudessem pairar (numa sociedade democrática) acima dos interesses dos cidadãos. Por que os calam? Por que essa censura? Por que a destruição de uma comunidade inteira e de um ecossistema não comovem? Porque esse jornalismo é situacionista, economicamente situacionista. Torce para os vencedores.
Os mais eugenistas nem se constrangem em dizer que aquelas populações não deviam estar ali – deviam abrir alas para a distinta mineradora. Como se fosse um bem infinito para o país o esgotamento de seus recursos minerais. Não se questiona o modelo e nem suas conexões com outros temas: a falta d’água, o crescimento e a falta de infraestrutura das periferias urbanas, inchadas também pela expulsão das populações tradicionais. Faz-se tudo menos um jornalismo sistêmico, que consiga olhar para temas simultâneos, para tendências econômicas e para o clima, para a desigualdade e os riscos ambientais. Com nome aos bois (ou aos caranguejos), o nome dos beneficiários. Quem ganha com isso?
NATURALIZAÇÃO
De um modo geral o efeito obtido no caso de Mariana é o de naturalização de uma matança e de um crime ambiental histórico. Como não houve chuvas, inventa-se um terremoto. A morte horrível de moradores e a destruição de um povoado por uma empresa ganham, no máximo, uma cobertura similar à das tragédias em São Luís do Paraitinga ou Petrópolis (fruto também da especulação imobiliária), ignorando a cadeia de sócios, os interesses políticos em torno das mineradoras ou o risco estrutural que esse tipo de exploração impõe ao ambiente, aos trabalhadores e vizinhos, bola pra frente que em janeiro teremos “outras enchentes”. Como se fizesse parte do sistema ser soterrado por uma lama tóxica enquanto se planta alface.
Tudo bom? Nesse vídeo aprofundado eu falei sobre a tragédia de minas gerais - Mariana(ou será atentado?), em que estourou uma barragem de minerios e destruiu uma bacia hidrografica inteira(rio doce e mais 2 rios). Morreram pessoas e 800 mil estão sem aguá, será que a VALE e a BHP(samarco) vão pagar por isso? Será que os culpados serão presos? Assista o vídeo e descubra mais sobre isso.
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DESCULPA DA SAMARCO - ABALO SISMICO:
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IMPACTO NA VIDA MARITIMA:
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ABALOS SISMICOS OCORRIDOS NO BRASIL(OS MAIS FORTES):
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DESASTRES DEVEM SECAR RIOS E CRIAR DESERTOS DE LAMA:
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SAMARCO VAI PAGAR "INDENIZAÇÃO" DE 1 BILHÃO, SERÁ QUE AS VIDAS AFETADAS PELA TRAGÉDIA VALEM 1 BILHAO? SERÁ QUE A DESTRUIÇÃO DE FAUNA E FLORA VALEM 1 BILHAO? SERÁ QUE ESSA IRRESPONSABILIDADE NÃO SERÁ AMENIZADA PARA NÃO HAVER CULPADOS? - (NOTICIA SAIU DEPOIS DE GRAVAR)
http://m.brasil.estadao.com.br/notici...
PARA REFLEXÃO: http://ciclovivo.com.br/noticia/com-b...
Me reservo ao direito de excluir qualquer comentário ofensivo, independente se há uma concordância ideológica comigo ou não e banirei os mesmos de comentar. O canal é meu e eu preso pela argumentação racional, não sentimental raivosa.
Criei uma comunidade no Google Plus: É tudo um assunto só
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Outro dia discutindo sobre as manifestações do dia 15, sobre crise do governo e a corrupção da Petrobrás eu perguntei a ele se tinha acompanhado a CPI da Dívida Pública. Então ele me respondeu: Eu lá estou falando de CPI?! Não me lembro de ter falado de CPI nenhuma! Estou falando da roubalheira... A minha intenção era dizer que apesar de ter durado mais de 9 meses e de ter uma importância ímpar nas finanças do país, a nossa grande mídia pouco citou que houve a CPI e a maioria da população ficou sem saber dela e do assunto... Portanto não quis fugir do assunto... é o mesmo assunto: é a política, é a mídia, é a corrupção, são as eleições, é a Petrobras, a auditoria da dívida pública, democracia, a falta de educação, falta de politização, compra de votos, proprina, reforma política, redemocratização da mídia, a Vale, o caso Equador, os Bancos, o mercado de notícias, o mensalão, o petrolão, o HSBC, a carga de impostos, a sonegação de impostos,a reforma tributária, a reforma agrária, os Assassinos Econômicos, os Blog sujos, o PIG, as Privatizações, a privataria, a Lava-Jato, a Satiagraha, o Banestado, o basômetro, o impostômetro, É tudo um assunto só!...
Comentários políticos com Bob Fernandes.
Acompanhando o Caso HSBC V - Defina: O que é um paraíso fiscal? Eles estão ligados a que países?
KKK Lembra daquele desenho da motinha?! Kajuru, Kfouri, Kalil:
Por Alceu Luís Castilho (@alceucastilho)
Por trás da lama da Samarco afirma-se o gosto amargo de um jornalismo subserviente, a serviço do mercado. Dezenas de pessoas estão desaparecidas em Mariana (MG). Entre elas, crianças. Esse vídeo mostra como era o cotidiano de um povoado destruído. Mas a maior tragédia socioambiental brasileira do século XXI já começa a ser soterrada pelos jornais, após uma cobertura protocolar. Da lama à ordem: ignoram-se os conflitos, minimizam-se as contradições e se assimilam os discursos cínicos de executivos e de membros do governo. Com a clássica blindagem dos sócios da empresa.
Primeiro enumeremos os donos. Já se sabe que 50% da Samarco pertence à Vale, a Vale que tirou o Rio Doce de seu nome e nele despejou lama tóxica. A outra metade pertence à anglo-australiana BHP Billiton, uma fusão da australiana Broken Hill Proprietary Company com a inglesa (radicada na África do Sul) Billiton, atuante nas veias abertas do Chile, Colômbia e Peru (onde tomou uma multa ambiental de US$ 77 mil após contaminação por cobre), no Canadá, Reino Unido e nos Estados Unidos, na Argélia, no Paquistão e em Trinidad & Tobago. Já protagonizou na Papua Nova Guiné uma contaminação fluvial histórica. As maiores mineradoras do mundo.
E a quem pertence à Vale? Esse capítulo costuma ser omitido, quando se fala de impactos sociais e ambientais. A empresa é controlada pela Valepar, com 53,9% do capital votante (1/3 do capital total). Com 5,3% para o governo federal, 5,3% para o BNDESpar, 14,8% para investidores brasileiros, 16,9% na Bovespa e 46,2% de investidores estrangeiros (este percentual cai para 33,9% no caso do capital total). De qualquer forma já temos que a Samarco – com a metade anglo-australiana e com esses investidores estrangeiros da Vale – tem mais da metade de suas ações nas mãos de estrangeiros.
E quem manda na Valepar, que controla a Vale? 1) Fundos de investimentos administrados pela Previ, com 49% das ações; 2) A Bradespar, do Bradesco, com 17,4%; 3) A multinacional Mitsui, um dos maiores conglomerados japoneses, de bancos à petroquímica, com tentáculos na Sony, Yamaha, Toyota, com 15%; 4) O BNDESpar, com 9,5. (Ignoremos os 0,03% da Elétron, do Opportunity e seu onipresente Daniel Dantas. E registremos que, com a Mitsui, aumenta ainda mias a participação de estrangeiros na Samarco.)
BNDES? Previ? Mas por que, então, a imprensa acostumada a fustigar o governo federal não fiscaliza com mais atenção a Vale, símbolo da privatização a preço de banana? Simplesmente porque não tem o saudável hábito – a imprensa brasileira – de fiscalizar corporações. E porque essas instituições não estão sozinhas. Porque tem a Mitsui, o Bradesco – o bilionário Bradesco. Com um governador petista dando entrevista coletiva na sede da Samarco. (O capitalismo não é para amadores.) Não há um acompanhamento sistemático do custo social e ambiental das aventuras plutocratas, sob governos de siglas diversas. Pelo contrário: o que há é um marketing despudorado.
EXECUTANDO ADVÉRBIOS
Essa rede de donos da Samarco manifesta-se por meio de um jovem executivo, Ricardo Vescovi. Os gerentes de crise da empresa tiraram o site do ar (sabe-se lá com quais informações) e divulgaram esse vídeo do presidente no Facebook. Com seu milagre de multiplicação de advérbios insossos e pronomes totalizantes, insensíveis aos dramas dos mineiros. “Lamentavelmente”, “imediatamente”, “absolutamente todos os esforços” em relação ao “ocorrido”, “todas as ações”, “todos os esforços”, “igualmente não medindo esforços”, “todo apoio”, “toda solidariedade”, “lamentamos profundamente” o “acontecido”.
Os mais desavisados poderão até ficar com dó do pobre coitado. Ainda mais após as declarações do governo mineiro de que a Samarco foi “vítima” do rompimento da barragem. E após jornalistas irresponsáveis replicarem notícias sobre “tremores de terra” que acontecem todos os dias. Muito embora a empresa já soubesse, desde 2013, que a barragem – como outras pelo país que ainda não desabaram – estava condenada. E que essa não tenha sido a primeira tragédia em Minas Gerais. São esses mesmos jornais que não se furtam a cobrir, de forma reverente, o que as empresas chamam de “sustentabilidade”, “responsabilidade social e ambiental”.
Alguém poderá argumentar que um jornal da grande imprensa, o Estadão, divulgou notícia sobre o laudo de 2013 que mostrava os problemas estruturais na barragem. Sim. Em 2015. Mas cabe lembrar que uma ou outra notícia isolada após uma tragédia está longe de caracterizar a cobertura crítica de um setor econômico. Se o tema não se mantém na manchete (passou longe disso, neste domingo, nos principais jornais do país), em artigos recorrentes, editoriais sistemáticos, não há o agendamento político efetivo – e sim o convite ao esquecimento. E à impunidade. (Quem vai fazer uma Operação Lava Lama?)
IMPRENSA DOS VENCEDORES
Essa mesma imprensa se esquece também de contar ao leitor que existe um choque entre modelos de apropriação do território e dos recursos naturais. O vídeo da TV Cultura sobre a comunidade destruída mostra – ainda que com uma abordagem que privilegia o exótico – um modo de vida bem diferente, onde as moradoras vão na casa das outras, plantam-se pimentas no quintal e se produz geleia, coletivamente, em uma associação. Uma lógica econômica muito diversa da predação extrativista – e esgotável – protagonizada pela Samarco, esse nome amorfo emprestado a dois expoentes do capitalismo mundial. Quem disse que há consenso?
Existem movimentos sociais específicos de atingidos pela mineração, ou atingidos pelas barragens. Até mesmo de atingidos pela Vale. Por que não se dá voz a essas pessoas? Se nem após os desastres isso acontece, o que se dirá do dia a dia? Porque os cadernos e até revistas especializadas são de “negócios”, como se esses negócios pudessem pairar (numa sociedade democrática) acima dos interesses dos cidadãos. Por que os calam? Por que essa censura? Por que a destruição de uma comunidade inteira e de um ecossistema não comovem? Porque esse jornalismo é situacionista, economicamente situacionista. Torce para os vencedores.
Os mais eugenistas nem se constrangem em dizer que aquelas populações não deviam estar ali – deviam abrir alas para a distinta mineradora. Como se fosse um bem infinito para o país o esgotamento de seus recursos minerais. Não se questiona o modelo e nem suas conexões com outros temas: a falta d’água, o crescimento e a falta de infraestrutura das periferias urbanas, inchadas também pela expulsão das populações tradicionais. Faz-se tudo menos um jornalismo sistêmico, que consiga olhar para temas simultâneos, para tendências econômicas e para o clima, para a desigualdade e os riscos ambientais. Com nome aos bois (ou aos caranguejos), o nome dos beneficiários. Quem ganha com isso?
NATURALIZAÇÃO
De um modo geral o efeito obtido no caso de Mariana é o de naturalização de uma matança e de um crime ambiental histórico. Como não houve chuvas, inventa-se um terremoto. A morte horrível de moradores e a destruição de um povoado por uma empresa ganham, no máximo, uma cobertura similar à das tragédias em São Luís do Paraitinga ou Petrópolis (fruto também da especulação imobiliária), ignorando a cadeia de sócios, os interesses políticos em torno das mineradoras ou o risco estrutural que esse tipo de exploração impõe ao ambiente, aos trabalhadores e vizinhos, bola pra frente que em janeiro teremos “outras enchentes”. Como se fizesse parte do sistema ser soterrado por uma lama tóxica enquanto se planta alface.
Tudo bom? Nesse vídeo aprofundado eu falei sobre a tragédia de minas gerais - Mariana(ou será atentado?), em que estourou uma barragem de minerios e destruiu uma bacia hidrografica inteira(rio doce e mais 2 rios). Morreram pessoas e 800 mil estão sem aguá, será que a VALE e a BHP(samarco) vão pagar por isso? Será que os culpados serão presos? Assista o vídeo e descubra mais sobre isso.
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DESCULPA DA SAMARCO - ABALO SISMICO:
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DOAÇÕES DE CAMPANHA DA VALE:
http://www.mabnacional.org.br/noticia...
MORTE DO RIO DOCE:
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IMPACTO NA VIDA MARITIMA:
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EXPANSÃO DA SAMARCO E ACIONISTAS:
http://www.diariodocomercio.com.br/no...
COMITE AVALIADOR DOS DESASTRES:
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COMISSÃO AVALIADORA DOS IMPACTOS CAUSADOS PELA SAMARCO:
http://seculodiario.com.br/25772/8/de...
ABALOS SISMICOS OCORRIDOS NO BRASIL(OS MAIS FORTES):
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_d...
DESASTRES DEVEM SECAR RIOS E CRIAR DESERTOS DE LAMA:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidian...
SAMARCO VAI PAGAR "INDENIZAÇÃO" DE 1 BILHÃO, SERÁ QUE AS VIDAS AFETADAS PELA TRAGÉDIA VALEM 1 BILHAO? SERÁ QUE A DESTRUIÇÃO DE FAUNA E FLORA VALEM 1 BILHAO? SERÁ QUE ESSA IRRESPONSABILIDADE NÃO SERÁ AMENIZADA PARA NÃO HAVER CULPADOS? - (NOTICIA SAIU DEPOIS DE GRAVAR)
http://m.brasil.estadao.com.br/notici...
PARA REFLEXÃO: http://ciclovivo.com.br/noticia/com-b...
Me reservo ao direito de excluir qualquer comentário ofensivo, independente se há uma concordância ideológica comigo ou não e banirei os mesmos de comentar. O canal é meu e eu preso pela argumentação racional, não sentimental raivosa.
A Vale e o Vale
2
"Minha Redação de CasaEra uma vez uma mineradora grande, que guardava a lama de resíduos em suas barragens.As barragens, entretanto, eram mal construídas e não comportavam mais a quantidade de dejetos; as barragens se romperam.E assim acaba a nossa história.E assim acabam as histórias de vidas inteiras..."
...
A lama descendo engoliu bicho que fala, e bicho que pasta, e até bicho que voa. Engoliu veículos e muros, e igrejas e ainda escolas. Engoliu as plantas e as casas e os aconchegos tão sagrados de famílias inteiras.
Causa estranheza o silêncio sepulcral de uma empresa bem "modesta", que chamávamos antigamente de Companhia Vale do Rio Doce (foi assim que aprendi no colégio), e que agora só se chama Vale.
Essa companhia é controladora da metade da Samarco, a grande vilã do episódio. E está calada, como se não existisse. Não diz nada, é apenas observa. Perinde ac cadaver.
Dessa forma, em meio a todo esse mar de lama eu ainda me pergunto:
Por que o silêncio, Vale?
- Porque o silêncio vale...
Ou cadê o vale, hoje encoberto?
Ou cadê a Vale? Encoberta o encoberto, Vale?
Isso vale? Ou isso não vale? Ou apenas isso não, Vale?
As ações da Vale despencaram em todo o Mercado; só que a ausência das ações no vale despencaram todo o próprio vale! E levaram junto o mercado; e a padaria; e lavouras; e as gentes todas que estavam no caminho.
Vale vale Vale... Mas não vale a pena. Aliás, Vale tem pena?
Vamos ver o quanto vale para o vale a vida humana. Vamos ver o quanto vale tudo isso para a tal da Vale.
E encerro hoje, exaurido e estarrecido, com estrofe de um genial poeta, sobrenome Andrade, também lá das nossas Minas, e que clama em sincero e impotente desespero pela gente que ficou sem nada:
"... Com a chave na mãoquer abrir a porta,não existe porta;quer morrer no mar,mas o mar secou;quer ir para Minas,Minas não há mais.José, e agora?(...)’
Especial: É tudo um assunto só!
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Outro dia discutindo sobre as manifestações do dia 15, sobre crise do governo e a corrupção da Petrobrás eu perguntei a ele se tinha acompanhado a CPI da Dívida Pública. Então ele me respondeu: Eu lá estou falando de CPI?! Não me lembro de ter falado de CPI nenhuma! Estou falando da roubalheira... A minha intenção era dizer que apesar de ter durado mais de 9 meses e de ter uma importância ímpar nas finanças do país, a nossa grande mídia pouco citou que houve a CPI e a maioria da população ficou sem saber dela e do assunto... Portanto não quis fugir do assunto... é o mesmo assunto: é a política, é a mídia, é a corrupção, são as eleições, é a Petrobras, a auditoria da dívida pública, democracia, a falta de educação, falta de politização, compra de votos, proprina, reforma política, redemocratização da mídia, a Vale, o caso Equador, os Bancos, o mercado de notícias, o mensalão, o petrolão, o HSBC, a carga de impostos, a sonegação de impostos,a reforma tributária, a reforma agrária, os Assassinos Econômicos, os Blog sujos, o PIG, as Privatizações, a privataria, a Lava-Jato, a Satiagraha, o Banestado, o basômetro, o impostômetro, É tudo um assunto só!...
A dívida pública brasileira - Quem quer conversar sobre isso?
Escândalo da Petrobrás! Só tem ladrão! O valor de suas ações caíram 60%!! Onde está a verdade?
O tempo passa... O tempo voa... E a memória do brasileiro continua uma m#rd*
As empresas da Lava-jato = Os Verdadeiros proprietários do Brasil = Os Verdadeiros proprietários da mídia.
Desastre na Barragem Bento Rodrigues <=> Privatização da Vale do Rio Doce <=> Exploração do Nióbio
Sobre o mensalão: Eu tenho uma dúvida!
Trechos do Livro "Confissões de um Assassino Econômico" de John Perkins
Meias verdades (Democratização da mídia)Spotniks, o caso Equador e a história de Rafael Correa.
O caso grego: O fogo grego moderno que pode nos dar esperanças contra a ilegítima, odiosa, ilegal, inconstitucional e insustentável classe financeira.
O Mercado de notícias - Filme/Projeto do gaúcho Jorge Furtado
Questões de opinião:
Eduardo Cunha - Como o Brasil chegou a esse ponto?
As histórias do ex-marido da Patrícia Pillar
Luiz Flávio Gomes e sua "Cleptocracia"
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Ricardo Boechat - Talvez seja ele o 14 que eu estou procurando...
Seminário Nacional - Não queremos nada radical: somente o que está na constituição.
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Como o PT blindou o PSDB e se tornou alvo da PF e do MPF - É tudo um assunto só!
InterVozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social
Ajuste Fiscal - Trabalhadores são chamados a pagar a conta mais uma vez
Resposta ao "Em defesa do PT"
Desastre em Mariana/MG - Diferenças na narrativa.
Sobre a Ditadura Militar e o Golpe de 64:
Dossiê Jango - Faz você lembrar de alguma coisa?
Comissão Nacional da Verdade - A história sendo escrita (pela primeira vez) por completo.
Luiz Carlos Prestes: Coluna, Olga, PCB, prisão, ALN, ilegalidade, guerra fria... Introdução ao Golpe de 64.
A WikiLeaks (no Brasil: A Publica) - Os EUA acompanhando a Ditadura Brasileira.
Sobre o caso HSBC (SwissLeaks):
Acompanhando o Caso HSBC I - Saiu a listagem mais esperadas: Os Políticos que estão nos arquivos.
Acompanhando o Caso HSBC II - Com a palavra os primeiros jornalistas que puseram as mãos na listagem.
Acompanhando o Caso HSBC III - Explicações da COAF, Receita federal e Banco Central.
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Acompanhando o Caso HSBC VI - Pausa para avisar aos bandidos: "Estamos atrás de vocês!"...
Acompanhando o Caso HSBC VII - Crime de evasão de divisa será a saída para a Punição e a repatriação dos recursos
Acompanhando o Caso HSBC VIII - Explicações do presidente do banco HSBC no Brasil
Acompanhando o Caso HSBC IX - A CPI sangra de morte e está agonizando...
Acompanhando o Caso HSBC X - Hervé Falciani desnuda "Modus-Operandis" da Lavagem de dinheiro da corrupção.
Sobre o caso Operação Zelotes (CARF):
Acompanhando a Operação Zelotes!
Acompanhando a Operação Zelotes II - Globo (RBS) e Dantas empacam as investigações! Entrevista com o procurador Frederico Paiva.
Acompanhando a Operação Zelotes IV (CPI do CARF) - Apresentação da Polícia Federal, Explicação do Presidente do CARF e a denuncia do Ministério Público.
Acompanhando a Operação Zelotes V (CPI do CARF) - Vamos inverter a lógica das investigações?
Acompanhando a Operação Zelotes VI (CPI do CARF) - Silêncio, erro da polícia e acusado inocente depõe na 5ª reunião da CPI do CARF.
Acompanhando a Operação Zelotes VII (CPI do CARF) - Vamos começar a comparar as reportagens das revistas com as investigações...
Acompanhando a Operação Zelotes VIII (CPI do CARF) - Tem futebol no CARF também!...
Acompanhando a Operação Zelotes IX (CPI do CARF): R$1,4 Trilhões + R$0,6 Trilhões = R$2,0Trilhões. Sabe do que eu estou falando?
Acompanhando a Operação Zelotes X (CPI do CARF): No meio do silêncio, dois tucanos batem bico...
Acompanhando a Operação Zelotes XII (CPI do CARF): Nem tudo é igual quando se pensa em como tudo deveria ser...
Acompanhando a Operação Zelotes XIII (CPI do CARF): APS fica calado. Meigan Sack fala um pouquinho. O Estadão está um passo a frente da comissão?
Acompanhando a Operação Zelotes XIV (CPI do CARF): Para de tumultuar, Estadão!
Acompanhando a Operação Zelotes XV (CPI do CARF): Juliano? Que Juliano que é esse? E esse Tio?
Acompanhando a Operação Zelotes XVI (CPI do CARF): Senhoras e senhores, Que comece o espetáculo!! ("Operação filhos de Odin")
Acompanhando a Operação Zelotes XVII (CPI do CARF): Trechos interessantes dos documentos sigilosos e vazados.
Sobre CBF/Globo/Corrupção no futebol/Acompanhando a CPI do Futebol:
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