O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) coordenou a mesa de debates sobre o "Papel da Mídia no Crime da Samarco (Vale BHP) em Mariana" na noite deste sábado (21) no 5° Encontro de Blogueir@s e Ativistas Digitais, em Belo Horizonte (MG). A mesa foi composta pela Professora de Comunicação da UFMG, Ângela Carrato, a Professora de Engenharia da UFMG, Sofia Diniz e o Jornalista Geraldo Elísio.
O mebro da Coordenação Nacional do MAB, Joceli Andrioli, mediou e mesa e fez importantes intervenções. "É preciso olhar pelos atingidos, pois não têm voz e não são tratados com o devido cuidado pelas autoridades públicas e pela empresa, ambos responsáveis pelo crime", disse Joceli.
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Andrioli ressalta que além de serem os maiores afetados pelo rompimento da barragem de Fundão, as famílias ainda precisam comprovar que são atingidos para terem seus direitos reparados. " Ao longo da bacia do Rio Doce a população esta sofrendo com o descaso da Samarco (Vale/BHP Billiton) mediante a esse crime ambiental e social".
A professora Ângela Carrato desenvolve uma pesquisa na UFMG sobre a cobertura de alguns veículos de grande circulação do país no crime de Mariana. Foi observado que a princípio a mídia não expôs os culpados pela tragédia, mas enfatizou o sofrimento humano. Além de concluir que "Samarco, governos tucanos de Aécio e Anastasia são os resposáveis pelo crime. A Vale é uma das maiores anunciantes da mídia. O governador Fernando Pimentel foi o primeiro a reconhece a responsabilidade da empresa pelo rompimento da barragem. Aécio, irritado, disse que não era hora de apontar culpados", recordou Ângela.
Durante o debate, os blogueiros denunciaram o tratamento dos grandes meios de comunicação em relação ao rompimento da barragem. De acordo com o jornalista mineiro Thiago Alves, a mídia alternativa precisa dar visibilidade e não deixar o caso de Mariana cair no esquecimento. "Convocamos todos os blogueiros e ativistas da comunicação para divulgar e difundir a mensagem dos atingidos por barragens e não deixar impune esse crime ambiental e social", afirmou Thiago.
O MAB reafirmou que continuará a luta contra o golpe e contra os desmandos e autoritarismos que pioram a condição dos atingidos e impedem que eles sejam protagonistas da reconstrução de suas vidas em toda a bacia do Rio Doce.