FaceBook: http://pt-br.facebook.com/omercadodenoticias
Crítica publicada no site CineDica : http://www.cinedica.com.br/Critica-do-Filme-O-Mercado-de-Not%C3%ADcias-372643667.php
Século XVII. Como seria o Século XVII?!? Já imaginou? Será que podemos achar ainda atual alguma coisa de uma época que não tinha celular (nem telefone), não tinha TV a cabo(nem TV... nem rádio..) e dizer que parece que foi escrito hoje? E dizer que podemos descrever a realidade de hoje?! Impossível!
Principalmente se o assunto for comunicação social e mídia!! Nada escrito no século XVI vai servir para hoje, vê lá!!
Como diria Caetano Veloso: Ou não?
O que você conhece do século XVII? Nada? Mentiroso! Conhece sim! William Shakspere nasceu no século XVI e morreu no século XVII.
Na época que o teatro era o maior entretenimento das pessoas ele escreveu Romeu e Julieta, Macbeth, Hamlet, entre outros. Autor da eterna frase :"Ser ou não ser, eis a questão!"
Aí você vai me dizer: Legal! Os textos de Shakspere sobrevivem até hoje, é disso que está falando?
Não! William Shakspere tinha um concorrente! Chamado Ben Jonson. Até o filme "O Mercado de notícias" eu acreditava que o século XVII era formado por um palco, o William Shakspere e sua platéia... Vai ver é porque não tinha chegado até mim nenhuma outra notícia dessa época(e nem eu fui atrás para saber mais).
Mas não... Existia vida inteligente além desses palcos... e bastante inteligente!
Autor de mais de 30 peças teatrais, Ben Jonson se tornou um dos homens de maior cultura de seu tempo, chegando a merecer títulos honorários das Universidades de Oxford e Cambridge.
A inglaterra passava por um momento crítico. A prensa foi inventada em meados do século XV, para impressão da bíblia, mas naquela época já estava sendo usada para impressão de notícias da atualidade.
E em sua peça "The Staple of the News" ele discutia sobre o papel, a função e a forma com que a prensa espalhava suas notícias para os ingleses.
Questões sobre financiamento do veículos, relacionamento com as fontes, viés político, manipulação de fatos, papel social dos jornalistas e interesses doutrinários das notícias divulgadas já foram notadas por ele e discutida na peça...
Nossa! Tudo isso estava na peça do século XVII?
Independente do veículo, da forma e conteúdo, propagar notícias sempre foi uma nessecidade, sempre teve objetivos e sempre possuiu vícios. Até hoje.
Jorge Furtado usa a peça como pauta para entrevistar 13 jornalistas e traçar um quadro de como anda hoje todas aquelas questões que preocupava Ben Jonson no século XVII.
Traçar um quadro? Quadro de Picasso? Pablo Picasso também é tratado no Filme...
Você poderia dizer: Credo! Esse filme só tem velharia!...
Que nada Picasso já é do Século XIX... E os fatos debatidos referente a ele são do Século XXI...
Poderia estar na listagem de filmes sobre o tema Viagens no tempo...
Tome cuidado. O filme possui um viés. Ele posiciona-se claramente em um certo espectro da política brasileira, que pode não ser a sua.
Bom, é melhor assim do que você ver uma notícia sem saber que por baixo dos panos, por trás das cortinas, tem o claro interesse de te doutrinar e te transformar em gado, massa de manobra.
Isso existe? No século XXI? Acha que não? Então você está precisando assitir o documentário...
Sabe, acho que é isso. Hoje refletindo sobre tudo o que vi no filme, percebo que a maior preocupação do diretor gaúcho não é a mídia, os jornalistas ou os veículos de comunicação.
Sua maior preocupação é Doutrinar o público. Tirar viseiras. Abrir olhos e mentes.Tanto que não é só um filme, é um projeto que inclui a peça, o site, o filme!...
Esse ultimo parágrafo retirei do site http://www.omercadodenoticias.com.br/
"Acredito que um documentário, para ser durável – e ele deve ser, mais que uma notícia -, tem que ser útil, no sentido de iluminar um tema, uma atividade, uma época. Deve servir de elemento deflagrador de debates, instigar novas pesquisas, despertar nos espectadores aquilo que o Umberto Eco chama de “espírito de decifração”.
“O Mercado de Notícias” debate critérios jornalísticos, e este é o seu sentido e o sentido da peça de Jonson. É também uma defesa da atividade jornalística, do bom jornalismo, sem o qual não há democracia."
O que é?
O roteiro do documentário “O Mercado de Notícias” tem como linha
condutora a peça homônima do dramaturgo inglês Ben Jonson (1572- 1637),
“The staple of news”. A peça de Jonson foi encenada pela primeira vez em
1626, em Londres, e esta é sua primeira tradução para a língua
portuguesa, feita por mim e pela professora Liziane Kugland. A peça é
uma crítica bem humorada a uma atividade recentemente criada, uma
novidade em Londres: o jornalismo.
O Mercado de Notícias, o filme, traça um painel sobre mídia e democracia, incluindo uma breve história da imprensa, desde o seu surgimento, no século 17, até hoje, destacando seu papel na construção da opinião pública, seus interesses políticos e econômicos.
O documentário enfatiza dois aspectos destacados na peça de Ben Jonson: o primeiro o debate sobre a credibilidade da notícia, que inevitavelmente contraria e favorece interesses; o segundo é a necessidade constante e crescente de informações, a demanda por notícias que acaba por se tornar entretenimento.
Além dos trechos da peça e de pequenos documentários sobre a história do jornalismo, o filme traz entrevistas com treze grandes jornalistas brasileiros. Estas entrevistas, onde os profissionais compartilham suas experiências e percepções acerca da profissão – presente, passado e futuro – estão também disponíveis aqui no site, em versões ampliadas.
Acredito que um documentário, para ser durável – e ele deve ser, mais que uma notícia -, tem que ser útil, no sentido de iluminar um tema, uma atividade, uma época. Deve servir de elemento deflagrador de debates, instigar novas pesquisas, despertar nos espectadores aquilo que o Umberto Eco chama de “espírito de decifração”.
“O Mercado de Notícias” debate critérios jornalísticos, e este é o seu sentido e o sentido da peça de Jonson. É também uma defesa da atividade jornalística, do bom jornalismo, sem o qual não há democracia.
Filme compartilhado no MinhaTeca:
http://minhateca.com.br/gatomestre.com/O+Mercado+de+not*c3*adcias-www.gatomestre.com,142767106.avi(video)
Um painel sobre mídia e democracia, incluindo uma breve história da imprensa, desde o seu surgimento, no século 17, até hoje. O papel da imprensa na construção da opinião pública, seus interesses ideológicos, políticos e econômicos. A história da imprensa será ilustrada pelo humor da peça “O Mercado de Notícias” (The staple of news, 1625), de Ben Jonson*, uma comédia sobre o surgimento do jornalismo. Trechos dos ensaios e da encenação da peça serão intercalados com documentários sobre a história da mídia e sobre casos recentes da política brasileira, onde a imprensa tem papel de grande destaque.
Ao traçar um painel sobre a história da mídia no Brasil e no mundo, o documentário pretende enfatizar dois aspectos destacados na peça de Ben Jonson. O primeiro é um debate sobre a credibilidade da notícia, que inevitavelmente contraria e favorece interesses. O segundo é a necessidade constante e crescente de informações, a demanda por notícias que acaba por se tornar uma espécie de entretenimento.
As entrevistas realizadas para o documentário, assim como a leitura dramática do texto de Ben Jonson, será disponibilizada ao público, na íntegra, no site do filme.
*Ben Jonson (Westminster, 11 de Junho de 1572 — Londres, 6 de Agosto de 1637) foi um dos grandes dramaturgos da Renascença inglesa, contemporâneo de Shakespeare. Entre suas peças mais conhecidas estão Volpone e O Alquimista. Jonson também foi ator e professor, um dos homens de maior cultura de seu tempo.
Jorge Furtado e Liziane Kugland são autores da primeira tradução da peça de Ben Jonson para a língua portuguesa. Em sua tradução, mantiveram as músicas, as rimas dos trechos em verso e adaptaram as paródias e referências a pessoas reais da época de Jonson, que eram bem conhecidas por sua platéia, para um contexto reconhecível ao público brasileiro de hoje, mantendo a ação na Inglaterra do século XVII.
Demetrio Giuliano Gianni Carta é jornalista, editor, escritor, e pintor ítalo-brasileiro. Chegou ao Brasil em 1946, aos 13 anos. Prestou vestibular para Direito, mas abandonou o curso antes de se formar. Em 1950, aos 15 anos, cobriu para jornais italianos os preparativos para a Copa do Mundo de Futebol no Brasil. Foi tradutor na agência de notícias Ansa e, depois, já em 1956, passou uma temporada na Itália, como redator dos jornais La Gazeta del Popolo, de Turim, e Il Messaggero de Roma.
De volta ao Brasil, dirigiu as equipes de criação de importantes publicações da imprensa brasileira como Quatro Rodas, o Jornal da Tarde, Veja, IstoÉ e CartaCapital, da qual ainda é diretor de redação. Foi colunista do jornal Folha de S.Paulo em dois períodos: entre 1976 e 1977 e entre 1981 e 1982. Manteve um blog no portal iG – o Blog do Mino, direto da Olivetti –, de 2006 a 2008. Retomou o blog ainda em 2008, alocado no siteda revista CartaCapital, mas acabou por descontinuá-lo.
Ganhou dois Prêmios Esso de Jornalismo, o primeiro em 1964, pela matéria São Paulo, publicada em Quatro Rodas; o segundo em 1968, pela matéria Casamento de Pelé, publicada no Jornal da Tarde. Recebeu, em 2006, na Itália, o Premio Borgo Val di Toro, instituído para homenagear e prestigiar italianos que fazem sucesso fora do país.
É autor dos livros O Castelo de Âmbar (Record, 2000), A Sombra do Silêncio (Francis, 2003), Histórias da Mooca, Com as Bênçãos de San Gennaro (Berlendis & Vertecch, 1982), O Restaurante Fasano e a Cozinha de Luciano Boseggia, em parceria com Rogério Fasano (DBA, 1996) e O Brasil (Record, 2013).
É doutor honoris causa pela Faculdade Cásper Líbero (SP), título que lhe foi entregue em maio de 1998.
Dedica-se também à pintura, tendo realizado mostras individuais em Milão (1957), no Museu de Arte de São Paulo (1975, 1983 e 1994), em Londres (1993) e na Antuérpia (1995), entre outras.
Maurício Dias é formado em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e atua como jornalista desde o início da década de 1970.
Trabalhou nas revistas Veja (1972/1981) e IstoÉ (1981/1994), nessa última como chefe da sucursal do Rio de Janeiro. Na TV Educativa do Rio de Janeiro foi apresentador de programas políticos nos anos de 1987 e 1988.
Foi Editor de Política do Jornal do Brasil entre 1994 e 1998, editor da coluna Informe JB, entre 1998 e 2000, e editor-chefe do Jornal do Brasil, de 2000 a 2002. Integrou o quadro de comentaristas políticos da GloboNews no período de 1998 a 2000.
Atualmente é Editor Especial e colunista político da revista CartaCapital.
É autor do texto do documentário Jango, como quando e porque se depõe um presidente (Direção de Sílvio Tendler, 1984) e dos livros: A Mentira das Urnas – Crônica sobre dinheiro e fraudes nas eleições (Record/2004); Relatório da Cia – Che Guevara – Documentos inéditos dos arquivos secretos, junto com Mario J. Cereghino (Ediouro/2007); e Entrevistas – Raymundo Faoro, A Democracia Traída – Organização e Notas (Ed. Globo/2008 – a sair).
Raimundo Rodrigues Pereira nasceu em 1940, no município de Exu, sertão pernambucano. Iniciou a carreira aos 12 anos, quando foi cronista esportivo, num serviço de auto-falantes no interior de São Paulo. Seu primeiro grande sonho foi ser jogador de futebol.
Na universidade, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) entre 1960 e 1964, foi diretor e cronista de uma publicação interna, que fez certo sucesso entre a estudantada e até, por azar, entre as famílias dos militares que moravam por perto. Em 1964 foi preso e expulso do ITA, por causa do trabalho no jornal, que era muito debochado, anarquista. Quando saiu da prisão, viveu uns tempos de dar aulas, formou-se em Física pela Universidade de São Paulo (USP), mas acabou achando um emprego de repórter, por sinal com um amigo seu, a quem dava aulas de matemática e que depois se tornaria professor na Unicamp, o Ítalo Tronca, na ocasião editor de O Médico Moderno, uma revista especializada.
Integrou a equipe que lançou a revista Veja, dirigiu os jornais Opinião e Movimento, a enciclopédia e o jornal Retratos do Brasil. Foi, também, repórter da revista Realidade, da Ciência Ilustrada, da revista IstoÉ e do Jornal da Tarde.
Criou a Oficina da Informação, projeto que surgiu, em meados de 1997, apenas com um site de informações diárias na Internet e que em 2001 passou a editar também a revista mensal Reportagem. Desde 2007 é supervisor editorial da revista mensal Retrato do Brasil.
Autor do livro Escândalo Daniel Dantas – Duas Investigações (Editora Manifesto, 2010).
Documentário é inspirado em peça escrita por Ben Jonson no século 17.
08/04/2014 | 18h59
Criei uma comunidade no Google Plus: É tudo um assunto só
http://plus.google.com/u/0/communities/113366052708941119914
Outro dia discutindo sobre as manifestações do dia 15, sobre crise do governo e a corrupção da Petrobrás eu perguntei a ele se tinha acompanhado a CPI da Dívida Pública. Então ele me respondeu: Eu lá estou falando de CPI?! Não me lembro de ter falado de CPI nenhuma! Estou falando da roubalheira... A minha intenção era dizer que apesar de ter durado mais de 9 meses e de ter uma importância ímpar nas finanças do país, a nossa grande mídia pouco citou que houve a CPI e a maioria da população ficou sem saber dela e do assunto... Portanto não quis fugir do assunto... é o mesmo assunto: é a política, é a mídia, é a corrupção, são as eleições, é a Petrobras, a auditoria da dívida pública, democracia, a falta de educação, falta de politização, compra de votos, propina, reforma política, redemocratização da mídia, a Vale, o caso Equador, os Bancos, o mercado de notícias, o mensalão, o petrolão, o HSBC, a carga de impostos, a sonegação de impostos,a reforma tributária, a reforma agrária, os Assassinos Econômicos, os Blog sujos, o PIG, as Privatizações, a privataria, a Lava-Jato, a Satiagraha, o Banestado, o basômetro, o impostômetro, É tudo um assunto só!...
Depoimento do Lula: "Nunca antes nesse país..." (O país da piada pronta)
MCC : Movimento Cidadão Comum - Cañotus - IAS: Instituto Aaron Swartz
Comentários políticos com Bob Fernandes.
Questões de opinião:
Questão de opinião: Maioridade penal a partir de 16 anos: seria uma boa?
Questão de Opinião: Financiamento de campanha: Público X Privado X Empresarial.
Questão de opinião: Terceirização - Temos que garantir os direitos deles ou dela? (PL 4330) (PCL 30/2015)
Sobre a Ditadura Militar e o Golpe de 64:
O Brasil Mudou. A Mídia não!
Acompanhando o Caso HSBC V - Defina: O que é um paraíso fiscal? Eles estão ligados a que países?
Sobre o caso Operação Zelotes (CARF):
Acompanhando a Operação Zelotes XXII (CPI do CARF II): Só ladrões de galinhas...
Acompanhando a Operação Zelotes XXIII (CPI do CARF II): Quem faz/fez contabilidade criativa no Brasil?!
Sobre CBF/Globo/Corrupção no futebol/Acompanhando a CPI do Futebol:
KKK Lembra daquele desenho da motinha?! Kajuru, Kfouri, Kalil:
Acompanhando a CPI do Futebol VI - O Romário é centro-avante ou um juiz?!
O Mercado de Notícias, o filme, traça um painel sobre mídia e democracia, incluindo uma breve história da imprensa, desde o seu surgimento, no século 17, até hoje, destacando seu papel na construção da opinião pública, seus interesses políticos e econômicos.
O documentário enfatiza dois aspectos destacados na peça de Ben Jonson: o primeiro o debate sobre a credibilidade da notícia, que inevitavelmente contraria e favorece interesses; o segundo é a necessidade constante e crescente de informações, a demanda por notícias que acaba por se tornar entretenimento.
Além dos trechos da peça e de pequenos documentários sobre a história do jornalismo, o filme traz entrevistas com treze grandes jornalistas brasileiros. Estas entrevistas, onde os profissionais compartilham suas experiências e percepções acerca da profissão – presente, passado e futuro – estão também disponíveis aqui no site, em versões ampliadas.
Acredito que um documentário, para ser durável – e ele deve ser, mais que uma notícia -, tem que ser útil, no sentido de iluminar um tema, uma atividade, uma época. Deve servir de elemento deflagrador de debates, instigar novas pesquisas, despertar nos espectadores aquilo que o Umberto Eco chama de “espírito de decifração”.
“O Mercado de Notícias” debate critérios jornalísticos, e este é o seu sentido e o sentido da peça de Jonson. É também uma defesa da atividade jornalística, do bom jornalismo, sem o qual não há democracia.
Jorge Furtado
Diretor e Roteirista
O Mercado de Notícias é um documentário sobre jornalismo e democracia.
O filme traz os depoimentos de treze importantes jornalistas
brasileiros sobre o sentido e a prática de sua profissão, as mudanças na
maneira de consumir notícias, o futuro do jornalismo, e também sobre
casos recentes da política brasileira, onde a cobertura da imprensa teve
papel de grande destaque.
O surgimento do jornalismo, no século 17, é apresentado pelo humor da
peça “O Mercado de Notícias”, escrita pelo dramaturgo inglês Ben Jonson
em 1625. Trechos da comédia de Jonson, montada e encenada para a
produção do filme, revelam sua espantosa visão crítica, capaz de
perceber na imprensa de notícias, recém-nascida, uma invenção de grande
poder e grandes riscos.
Ficha técnica
O Mercado de Notícias (HD, 94 min, 2014)
Roteiro e Direção: Jorge Furtado
Produção Executiva: Nora Goulart
Montagem: Giba Assis Brasil
Direção de Fotografia: Alex Sernambi / Jacob Solitrenick
Direção de Arte: Fiapo Barth
Figurinos: Rosângela Cortinhas
Som Direto: Rafael Rodrigues
Música: Leo Henkin
Pesquisa: Bibiana Osório
Direção de Produção: Nicky Klöpsch
Assistente de Direção: Janaína Fischer
Coordenação de Finalização: Bel Merel
Estúdio de Som: Kiko Ferraz Studios
Animações: Rocket
Finalização: Cubo Filmes
Masterização DCP: Mistika
Site: Dobro Comunicação
Estratégia de Comunicação Digital: Zé Agripino e Babi Sonnewend
* Projeto selecionado no Edital de
Apoio à Produção de Obras Audiovisuais Cinematográficas do Gênero
Documental nº 05, de 2011, do Ministério da Cultura.
Filme compartilhado no MinhaTeca:
http://minhateca.com.br/gatomestre.com/O+Mercado+de+not*c3*adcias-www.gatomestre.com,142767106.avi(video)
O MERCADO DE NOTÍCIAS
Um painel sobre mídia e democracia, incluindo uma breve história da imprensa, desde o seu surgimento, no século 17, até hoje. O papel da imprensa na construção da opinião pública, seus interesses ideológicos, políticos e econômicos. A história da imprensa será ilustrada pelo humor da peça “O Mercado de Notícias” (The staple of news, 1625), de Ben Jonson*, uma comédia sobre o surgimento do jornalismo. Trechos dos ensaios e da encenação da peça serão intercalados com documentários sobre a história da mídia e sobre casos recentes da política brasileira, onde a imprensa tem papel de grande destaque.
Ao traçar um painel sobre a história da mídia no Brasil e no mundo, o documentário pretende enfatizar dois aspectos destacados na peça de Ben Jonson. O primeiro é um debate sobre a credibilidade da notícia, que inevitavelmente contraria e favorece interesses. O segundo é a necessidade constante e crescente de informações, a demanda por notícias que acaba por se tornar uma espécie de entretenimento.
As entrevistas realizadas para o documentário, assim como a leitura dramática do texto de Ben Jonson, será disponibilizada ao público, na íntegra, no site do filme.
*Ben Jonson (Westminster, 11 de Junho de 1572 — Londres, 6 de Agosto de 1637) foi um dos grandes dramaturgos da Renascença inglesa, contemporâneo de Shakespeare. Entre suas peças mais conhecidas estão Volpone e O Alquimista. Jonson também foi ator e professor, um dos homens de maior cultura de seu tempo.
Jorge Furtado e Liziane Kugland são autores da primeira tradução da peça de Ben Jonson para a língua portuguesa. Em sua tradução, mantiveram as músicas, as rimas dos trechos em verso e adaptaram as paródias e referências a pessoas reais da época de Jonson, que eram bem conhecidas por sua platéia, para um contexto reconhecível ao público brasileiro de hoje, mantendo a ação na Inglaterra do século XVII.
Entrevista completa dos jornalistas
Demetrio Giuliano Gianni Carta é jornalista, editor, escritor, e pintor ítalo-brasileiro. Chegou ao Brasil em 1946, aos 13 anos. Prestou vestibular para Direito, mas abandonou o curso antes de se formar. Em 1950, aos 15 anos, cobriu para jornais italianos os preparativos para a Copa do Mundo de Futebol no Brasil. Foi tradutor na agência de notícias Ansa e, depois, já em 1956, passou uma temporada na Itália, como redator dos jornais La Gazeta del Popolo, de Turim, e Il Messaggero de Roma.
De volta ao Brasil, dirigiu as equipes de criação de importantes publicações da imprensa brasileira como Quatro Rodas, o Jornal da Tarde, Veja, IstoÉ e CartaCapital, da qual ainda é diretor de redação. Foi colunista do jornal Folha de S.Paulo em dois períodos: entre 1976 e 1977 e entre 1981 e 1982. Manteve um blog no portal iG – o Blog do Mino, direto da Olivetti –, de 2006 a 2008. Retomou o blog ainda em 2008, alocado no siteda revista CartaCapital, mas acabou por descontinuá-lo.
Ganhou dois Prêmios Esso de Jornalismo, o primeiro em 1964, pela matéria São Paulo, publicada em Quatro Rodas; o segundo em 1968, pela matéria Casamento de Pelé, publicada no Jornal da Tarde. Recebeu, em 2006, na Itália, o Premio Borgo Val di Toro, instituído para homenagear e prestigiar italianos que fazem sucesso fora do país.
É autor dos livros O Castelo de Âmbar (Record, 2000), A Sombra do Silêncio (Francis, 2003), Histórias da Mooca, Com as Bênçãos de San Gennaro (Berlendis & Vertecch, 1982), O Restaurante Fasano e a Cozinha de Luciano Boseggia, em parceria com Rogério Fasano (DBA, 1996) e O Brasil (Record, 2013).
É doutor honoris causa pela Faculdade Cásper Líbero (SP), título que lhe foi entregue em maio de 1998.
Dedica-se também à pintura, tendo realizado mostras individuais em Milão (1957), no Museu de Arte de São Paulo (1975, 1983 e 1994), em Londres (1993) e na Antuérpia (1995), entre outras.
Bob Fernandes, natural de
Barretos (SP), é descendente de baianos e foi na Bahia que iniciou sua
carreira e passou uma grande parte de sua vida. É formado em jornalismo
pela Universidade Federal da Bahia.
Trabalhou entre 1978 e 1979 na
Rádio Jornal do Brasil. Entre 1979 e 1982, foi repórter da sucursal da
revista Veja no Nordeste, e escreveu colunas para o jornal Tribuna da
Bahia. Entre 1983 e 1986 foi repórter do Jornal do Brasil, em Brasília.
Foi sub-editor da Revista Status em São Paulo.
Em 1988, foi repórter da Folha
de S. Paulo, na sucursal de Brasília. Entre abril de 1989 e dezembro de
1991 foi diretor da sucursal da revista IstoÉ, em Brasília, tornando-se
correspondente da revista nos Estados Unidos entre 1992 e 1993. Nessa
época cobriu as eleições presidenciais entre George Bush e Bill Clinton.
Dos EUA, foi para a Angola cobrir a guerra civil do país. Também cobriu
diversas Copas de Mundo e Olimpíadas.
De volta ao Brasil, foi
repórter especial da Folha de S. Paulo até se tornar um dos fundadores
da revista Carta Capital, em 1994. Foi editor da revista por dois anos e
seu editor-chefe por oito, tendo saído dessa revista em dezembro de
2005.
Atualmente é editor-chefe do site Terra Magazine e comentarista de política do Jornal da Gazeta, na TV Gazeta, e da Rádio Metrópolis, de Salvador.
É co-autor de O complo que elegeu Tancredo (Editora JB, 1985), junto com Ricardo Noblat, Gilberto Dimenstein. José Negreiros, e Roberto Lopes; e autor de Bora Bahêeea!, a história do Bahia contada por quem a viveu (Editora DBA, 2003), da coleção Camisa 13
Fernando Rodrigues nasceu em 1963 e
formou-se em jornalismo na Universidade Metodista de São Paulo, em São
Bernardo do Campo, em 1985. Entre 1986 e 1987, fez mestrado em
jornalismo internacional na City University, em Londres, no Reino Unido.
Na Folha de S.Paulo desde 1987, foi
repórter, editor de Economia, correspondente em Nova York (1988), Tóquio
(1990) e Washington (1990-91). Na sucursal de Brasília da Folha desde
1996, assina a coluna Brasília, na página 2 do jornal, às quartas e
sábados. Mantém uma página de política no UOL desde
o ano 2000 com informações estatísticas e analíticas sobre eleições,
pesquisas de opinião e partidos políticos. Em 2007 recebeu uma
fellowship da Fundação Nieman, na Universidade Harvard (Cambridge, MA,
nos Estados Unidos).
É autor dos livros Políticos do Brasil (Publifolha, 2006), Racismo Cordial (Ática, 1994) e coautor de Os Donos do Congresso – A Farsa na CPI do Orçamento (Ática,1995), vencedor do Prêmio Jabuti de Livro-reportagem 1995.
Ganhou 4 prêmios Esso: Prêmio Esso de Jornalismo de 1997 (reportagem sobre a compra de votos na votação da emenda da reeleição); Prêmio Esso de Melhor Contribuição à Imprensa em 2002 (reportagens e o banco de dados Controle Público, que tem mais de 6.000 declarações de bens de políticos); Prêmio Esso de Melhor Contribuição à Imprensa em 2003 (relato sobre venda reportagem na mídia do Estado do Paraná) e Prêmio Esso de Melhor Contribuição à Imprensa em 2006 (livro
e site Políticos do Brasil). O trabalho Controle Público (que
atualmente é o Políticos do Brasil) também foi premiado em 2002 com o Líbero Badaró de Webjornalismo e com o Prêmio para Internet da Fundación Nuevo Periodismo Internacional, presidida pelo escritor colombiano Gabriel García Márquez.
Renata Lo Prete nasceu em São Paulo.
Formou-se em jornalismo pela USP. Desde 1986, trabalhou na Folha de S.
Paulo, onde exerceu, entre outras funções, as de repórter da Ilustrada e
de política, correspondente em Nova York, editora de ciência, editora
da Primeira Página e ombudsman. Ainda no jornal, editou, a partir de
2003, a coluna Painel Político.
Em 2005, fez as entrevistas com o então
deputado Roberto Jefferson que revelaram o esquema do mensalão. Por esse
trabalho, recebeu o Grande Prêmio Esso de Jornalismo.
Em 2011, estreou como comentariata na
GloboNews. Em 2012, transferiu-se para o canal, onde atualmente é
editora de política do Jornal das Dez.
Luís Nassif teve seu primeiro contato com o
jornalismo aos 13 anos, editando o jornal do Grupo Gente Nova, em sua
cidade natal, Poços de Caldas (MG). Em 1969, passou no vestibular de
jornalismo da ECA-USP e começou a trabalhar profissionalmente em 1970,
como estagiário da revista Veja. Em 1974, tornou-se repórter de Economia
da revista. No ano seguinte, ficou responsável pelo caderno de
Finanças. Em 1979, transferiu-se para o Jornal da Tarde. Lá criou a
seção Seu Dinheiro, primeira experiência de economia pessoal da imprensa
brasileira, e o caderno Jornal do Carro.
Em 1983, mudou-se para a Folha de S.Paulo,
onde criou a seção Dinheiro Vivo e participou do projeto de criação do
Datafolha. Criou em 1985 o programa Dinheiro Vivo, na TV Gazeta, e a
partir dele fundou, em 1987, a Agência Dinheiro Vivo, que desde então
veicula na internet informações de Economia e Negócios. Foi comentarista
econômico da TV Bandeirantes e da TV Cultura de São Paulo. Também atuou
no rádio, como um dos apresentadores do Jornal Gente, na Bandeirantes
de São Paulo. Em 1987 saiu da Folha, por pressão do então Ministro da
Justiça Saulo Ramos. A saída deu-se seis meses após receber o Prêmio
Esso, por denúncias contra Saulo.
Retornou ao veículo em 1991 como colunista de Economia, função que exerceu até 2006. Desde 2005 mantém o Blog do Nassif (hospedado
em vários portais), em que escreve sobre os mais variados assuntos,
incluindo críticas à própria imprensa. Atualmente apresenta o programa
Brasilianas.org, na TV Brasil, que discute políticas públicas aliando TV
e internet.
Autor dos livros: Menino do São Benedito e outras crônicas (Ed. Senac, 2001); O jornalismo dos anos 90 (Ed. Futura, 2003); e Os Cabeças-de-Planilha (Ediouro, 2007), sobre a economia nos governos de FHC.
Geneton Moraes Neto nasceu no
Recife (PE), em 1956. Iniciou a carreira de repórter com 16 anos, no
Diário de Pernambuco. Formou-se em Jornalismo na Universidade Católica
de Pernambuco (Unicap), em 1977. Entre 1975 e 1980, foi repórter da
sucursal Nordeste do jornal O Estado de S. Paulo. Participou do
movimento de cinema Super-8 de Pernambuco. Passou uma temporada em
Paris, em 1980/1981, estudando Cinema na Sorbonne.
De volta ao Brasil, entrou na
TV Globo Nordeste (PE) em 1981 como repórter e editor. Em 1984/85, outra
temporada europeia, dessa vez como editor freeelancer no escritório da
Rede Globo em Londres. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1985 como
editor do RJTV. Em maio de 1986, tornou-se editor-executivo do Jornal da
Globo. Em 1987, passou a colaborar regularmente com o caderno Idéias, do Jornal do Brasil, com entrevistas com escritores brasileiros e estrangeiros.
De volta à Globo em 1988, trabalhou na edição do programa Pequenas Empresas, Grandes Negócios. Entre 1990 e 91, foi editor-executivo do Jornal Nacional. Em seguida, foi para o Fantástico e em 1994 passou a editor-chefe do programa.
Em 1995, novamente em Londres, atuou no escritório da TV Globo. Em, seguida, trabalhou como correspondente em Londres do jornal O Globo e da Globonews, além de gravar e editar regularmente entrevistas para o programa Milênio.
Retornou ao Brasil em 1998,
quando fez parte da equipe do programa Muvuca, comandado por Regina
Casé. Em setembro do mesmo ano, voltou a ocupar o cargo de editor-chefe
do Fantástico. Em 2006, abriu mão do posto de editor-chefe do Fantástico
e passou a se dedicar exclusivamente à reportagem.Transferiu-se para a
Globonews em 2009, onde passou a entrevistar personalidades de várias
áreas para o programa Dossiê Globonews. Com as entrevistas com os
generais Newton Cruz – ex-chefe do SNI – e Leônidas Pires Gonçalves –
ex-chefe do DOI-CODI e ex-ministro do Exército – , ganhou o Prêmio
Embratel de Telejornalismo, em 2010.
Dirigiu os documentários: Canções do exílio – a labareda que lambeu tudo (2010, para o Canal Brasil), e, pela Globonews, Garrafas ao Mar – a Víbora Manda Lembranças (2012), com entrevistas gravadas ao longo de vinte anos de convivência com o jornalista Joel Silveira; e Dossiê 50 – Comício a Favor dos Náufragos (2013), com gravações feitas com todos os onze jogadores que enfrentaram a Uruguai na decisão da Copa de 1950, no Maracanã.
É autor dos livros: Caderno de Confissões Brasileiras – Dez depoimentos, palavra por palavra (Comunicarte, 1983); Cartas ao Planeta Brasil (Revan, 1988); Hitler-Stalin: o Pacto Maldito (Editora Record, 1990) e Nitroglicerina Pura (Record, 1992), em parceria com Joel Silveira; Dossiê Drummond (Globo, 1994 e 2007); Dossiê Brasil: As histórias por trás da história recente do Brasil (Objetiva, 1997); Dossiê
50: um repórter em busca dos onze jogadores que entraram em campo para
serem campeões do mundo em 1950, mas se tornaram personagens do maior
drama da história do futebol brasileiro (Objetiva, 2000 e Editora Maquinária, 2013); Dossiê
Moscou: Um repórter brasileiro acompanha o desfecho da mais fascinante
reviravolta política do século XX: O dia em que começou a busca por uma
nova utopia (Geração Editorial, 2004); Dossiê Brasília: os segredos dos presidentes (Globo, 2005); Dossiê História (Globo, 2007); e Dossiê Gabeira: o filme que nunca foi feito (Globo, 2009).
Em 2012, recebeu da Academia
Brasileira de Letras a Medalha João Ribeiro, concedida a personalidades
que se destacam na área da cultura.
José Roberto de Toledo é jornalista, formado pela ECA/USP em 1986. É um dos fundadores da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, da qual é o atual presidente.
É colunista de política do jornal O Estado de S.Paulo, em cujo portal mantém o blog Vox Publica.
Criou e coordena o Estadão Dados, primeiro núcleo de jornalismo de
dados da imprensa brasileira. É também comentarista do telejornal RedeTV
News e entrevistador do programa É Notícia.
Trabalhou por 13 anos na Folha de S.Paulo,
onde atuou como editor da coluna Painel de 1991 a 1996, e como repórter
especial de 1996 a 2000. Criou e foi editor-chefe do Jornal do Terra, no
portal do mesmo nome, de 2002 a 2006.
Pioneiro das técnicas de Reportagem com
Auxílio do Computador (RAC) no Brasil, dá cursos sobre o tema no Brasil e
no exterior para instituições como: Knight Center for Journalism in the
Americas, Abraji, ECA-USP, FGV e redações como Rede Globo, Folha de
S.Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo, entre outras.
Co-autor de Era FHC: um Balanço (Editora Cultura, 2002), Persuasão e Marketing Eleitoral (Konrad Adenauer, 2000) e organizador da série de livros SP21 para a Editora Brasiliense.
Paulo Moreira Leite é jornalista desde os
17 anos, tendo começado a carreira na editoria de Esportes do Jornal da
Tarde (SP). Estudou Ciências Sociais na Universidade de São Paulo
(USP/SP).
Depois de trabalhar cinco anos no Jornal da
Tarde, foi para a Folha de S.Paulo, onde ficou pouco mais de um ano. Em
seguida, foi para a revista Veja e lá desempenhou as funções de
redator-chefe e correspondente em Paris. Morou dois anos na capital
francesa. Em duas passagens, somou 17 anos na revista.
Em 1999, foi contratado pela Gazeta
Mercantil para ser correspondente em Washington. Dois anos depois, em
setembro de 2001, assumiu o cargo de diretor de redação da revista Época
e, depois, do Diário de S.Paulo. Também foi repórter especial de O
Estado de S.Paulo, em Brasília e, durante oito meses, vice-presidente da
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. Atuou também no portal iG e
retornou à Época em 2008, onde foi repórter especial e colunista.
Em janeiro de 2013, assumiu a direção da sucursal da revista IstoÉ em Brasília.
É autor dos livros A mulher que era o general da casa – Histórias da resistência civil à ditadura (Arquipélago, 2012) e A Outra História do Mensalão (Geração, 2013).
Janio de Freitas iniciou
como jornalista no Diário Carioca. Desde então foi diagramador,
repórter, fotógrafo, redator, editor e reformador de jornais (Jornal do
Brasil, Correio da Manhã e Última Hora-RJ, nestes dois últimos como
diretor-geral). Trabalhou também nas revistas Manchete e O Cruzeiro.
Como colunista do jornal Folha de S.Paulo, criou uma modalidade de
comprovação de fraudes em concorrências de obras públicas, revelando e
anulando licitações de bilhões de dólares.
Recebeu numerosos prêmios no Brasil e no exterior, como o Prêmio Internacional de Jornalismo Rei de Espanha. Entre outros, recebeu também a Medalha Chico Mendes, concedida aos que se destacam na luta pelos direitos humanos e por uma sociedade mais justa.
Em 2011, sagrou-se finalista do Prêmio Comunique-se na categoria Jornalista Nacional Mídia Eletrônica, por sua atuação na Globo News.
Cristiana Lôbo nasceu em
Goiânia (GO), em 1958. Estudou Comunicação Social na Universidade
Federal de Goiás (UFG). Ainda estudante, começou a escrever para a Folha
de Goiás. Em 1978, foi contratada como estagiária, para a editoria de
Política.
Em 1979, foi para a sucursal
do jornal O Globo, em Brasília, onde ficou dois anos cobrindo vários
Ministérios. Em 1984, passou a fazer a cobertura do Congresso Nacional.
Dois anos depois, tornou-se assistente de Tereza Cruvinel e passou a
escrever na coluna Panorama Político do jornal O Globo. Em 1992,
trabalhou com Ricardo Boechat. Nesse mesmo ano, assumiu uma coluna no
jornal O Estado de S.Paulo, onde ficou até 1998. Em seguida, passou para
a Globo News, e desde então comanda o programa Fatos e Versões, que trata dos bastidores da política em Brasília.
Por cobrir o Palácio do Planalto durante
muito tempo, já acompanhou várias viagens de presidentes, como a de João
Baptista de Figueiredo à África, a de José Sarney à China, a de
Fernando Collor à Portugal e a de Fernando Henrique Cardoso à Índia.Em 2011, sagrou-se finalista do Prêmio Comunique-se na categoria Jornalista Nacional Mídia Eletrônica, por sua atuação na Globo News.
Leandro Fortes formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e construiu a sua carreira em Brasília (DF).
Trabalhou para o Correio Braziliense e foi
correspondente na capital federal dos jornais O Estado de S.Paulo, Zero
Hora, Jornal do Brasil e O Globo. Atuou também na revista Época, na TV
Globo, na Agência Brasil, e foi comentarista da Voz do Brasil, da rádio Nacional.
Foi repórter correspondente da revista
CartaCapital, em Brasília, durante oito anos – período em que manteve um
blog referência em cobertura política, na versão digital da revista.
Deixou a publicação em novembro de 2013 e assumiu na agência digital
Pepper Interativa como consultor para a produção de conteúdo.
É o criador da Escola Livre de Jornalismo,
em Brasília, e do curso de Jornalismo Online do Serviço Nacional do
Comércio do Distrito Federal (Senac/DF).
Publicou os livros Cayman – O dossiê do medo (Record, 2002); Fragmentos da Grande Guerra (Record, 2004); Jornalismo Investigativo (Contexto, 2005) e Os Segredos das Redações – O que os jornalistas só descobrem no dia a dia (Contexto, 2008). Participou também como coautor dos livros O Brasil no Contexto (Contexto, 2007), organizado por Jaime Pinsky; Políticos ao Entardecer (Cultura Editora Associados, 2007), organizado por Ney Figueiredo; e Reportagem, Pesquisa e Investigação (Editora Insular, 2012), organizado por Rogério Christofoletti e Samuel Lima.
Maurício Dias é formado em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e atua como jornalista desde o início da década de 1970.
Trabalhou nas revistas Veja (1972/1981) e IstoÉ (1981/1994), nessa última como chefe da sucursal do Rio de Janeiro. Na TV Educativa do Rio de Janeiro foi apresentador de programas políticos nos anos de 1987 e 1988.
Foi Editor de Política do Jornal do Brasil entre 1994 e 1998, editor da coluna Informe JB, entre 1998 e 2000, e editor-chefe do Jornal do Brasil, de 2000 a 2002. Integrou o quadro de comentaristas políticos da GloboNews no período de 1998 a 2000.
Atualmente é Editor Especial e colunista político da revista CartaCapital.
É autor do texto do documentário Jango, como quando e porque se depõe um presidente (Direção de Sílvio Tendler, 1984) e dos livros: A Mentira das Urnas – Crônica sobre dinheiro e fraudes nas eleições (Record/2004); Relatório da Cia – Che Guevara – Documentos inéditos dos arquivos secretos, junto com Mario J. Cereghino (Ediouro/2007); e Entrevistas – Raymundo Faoro, A Democracia Traída – Organização e Notas (Ed. Globo/2008 – a sair).
Raimundo Rodrigues Pereira nasceu em 1940, no município de Exu, sertão pernambucano. Iniciou a carreira aos 12 anos, quando foi cronista esportivo, num serviço de auto-falantes no interior de São Paulo. Seu primeiro grande sonho foi ser jogador de futebol.
Na universidade, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) entre 1960 e 1964, foi diretor e cronista de uma publicação interna, que fez certo sucesso entre a estudantada e até, por azar, entre as famílias dos militares que moravam por perto. Em 1964 foi preso e expulso do ITA, por causa do trabalho no jornal, que era muito debochado, anarquista. Quando saiu da prisão, viveu uns tempos de dar aulas, formou-se em Física pela Universidade de São Paulo (USP), mas acabou achando um emprego de repórter, por sinal com um amigo seu, a quem dava aulas de matemática e que depois se tornaria professor na Unicamp, o Ítalo Tronca, na ocasião editor de O Médico Moderno, uma revista especializada.
Integrou a equipe que lançou a revista Veja, dirigiu os jornais Opinião e Movimento, a enciclopédia e o jornal Retratos do Brasil. Foi, também, repórter da revista Realidade, da Ciência Ilustrada, da revista IstoÉ e do Jornal da Tarde.
Criou a Oficina da Informação, projeto que surgiu, em meados de 1997, apenas com um site de informações diárias na Internet e que em 2001 passou a editar também a revista mensal Reportagem. Desde 2007 é supervisor editorial da revista mensal Retrato do Brasil.
Autor do livro Escândalo Daniel Dantas – Duas Investigações (Editora Manifesto, 2010).
ENTREVISTA / JORGE FURTADO
O jornalismo e o mercado de notícias
Por Norma Couri em 19/08/2014 na edição 812(Observatório da imprensa)
O Mercado de Notícias, a peça, tem 389 anos, escrita por um
contemporâneo de Shakespeare, Ben Johnson, três anos depois do
nascimento do primeiro jornal em Londres.
O Mercado de Notícias, o filme, acaba de estrear com trechos da peça montada pelo diretor gaúcho Jorge Furtado e depoimentos de 13 jornalistas. Peça e depoimentos entrecortados, parece que Ben Johnson é contemporâneo, vive aqui ao lado.
A profissão mais antiga do mundo, tirando aquela, é representada e
relatada no documentário com as mesmas qualidades e defeitos de quase
quatro séculos atrás. A manipulação da informação, a relação promíscua
do jornalista com a fonte, as fofocas, o jornalismo de celebridades, o jornalista interferindo , às vezes alterando, às vezes intermediando o encontro do leitor e o fato.
É o primeiro documentário do cineasta que não terminou nenhuma das
faculdades que cursou, incluindo as de Jornalismo e de Medicina, que
entre direção e roteiro acumula cerca de 50 títulos na filmografia de
curtas, longas e séries de TV, além de nove livros. Ilha das Flores, de 1989, uma obra-prima sobre um lixão frequentado por porcos e humanos, ganhou o Urso de Prata no festival de Berlim, e os outros filmes, duas dúzias de prêmios.
Mas por que logo agora que a profissão como a conhecemos quase despenca, e muda os contornos para alguma coisa desconhecida, Jorge Furtado resolveu tratar dela?
O documentário ouviu Janio de Freitas, Mino Carta, José Roberto Toledo , Fernando Rodrigues, Bob Fernandes, Cristiana Lobo , Geneton Moraes Neto, Leandro Fortes, Luis Nassif , Maurício Dias, Paulo Moreira Leite , Raimundo Pereira e Renata Lo Prete.
E cita, por exemplo, Millôr Fernandes: “Jornalismo é oposição, o resto é
armazém de secos e molhados”; Jorge Luis Borges: “Jornalismo é um museu
de miudezas efêmeras”; o historiador britânico Arnold Toynbee, sobre a
cobertura política: “Quem não gosta de política está condenado a ser
governado por quem gosta”; o editor-chefe da revista People
Richard Stolley, sobre matérias que atraem o público: “Jovem é melhor do
que velho, rico é melhor do que pobre, bonito é melhor do que feio,
música é melhor do que cinema, qualquer coisa é melhor do que política e
nada é melhor do que uma celebridade morta”.
Furtado mantém atualizado o site www.omercadodenoticias.com.br,
onde estão as entrevistas, a peça completa em inglês e português e a
pesquisa de oito anos ao custo de R$ 660 mil bancados pelo Ministério da Cultura e a Casa de Cinema de Porto Alegre. Mas não perca o filme.
Aqui, a entrevista que Furtado concedeu ao Observatório:
Qual a sua impressão sobre o futuro do jornalismo hoje?
Jorge Furtado – Sou bem otimista.
Por quê?
J.F. – Depois de passado esse vendaval da internet, essa confusão que é o novo jornalismo , Twitter, Facebook, sites, blogs e tal, vai acontecer de novo o que aconteceu com a invenção da imprensa. O jornalismo
sempre existiu. O soldado que chegou correndo de Maratona, para avisar
às mulheres que tinham vencido os persas, era um repórter. Muito antes
da imprensa já existia jornalismo – manuscrito, cartas, diários.
A peça fala nos barbeiros...
J.F. – É, e os nobres, eles paravam na praça, subiam no
banquinho e contavam “está acontecendo isso e isso”, as pessoas se
juntavam e iam para os barbeiros, contavam tudo o que ouviram e os
barbeiros passavam adiante a história. Normalmente aumentando... o que
os jornalistas também fazem (risos). Jornalismo sempre existiu, mas a invenção da imprensa
trouxe uma explosão de notícias, jornais impressos, gazetas, revistas,
notícias vendidas a granel, folhas soltas mesmo. Misturavam relatos
verídicos e completamente fantasiosos, antigos. Podia ter acontecido há
cinco anos, ano passado... E onde estava a credibilidade? Em quem vou
acreditar? Assim os jornais foram obrigados a se estabilizar. É o que
vai acontecer agora.
É impressionante a contemporaneidade da peça.
J.F. – Quando critica “são noticias saídas todos os sábados
escritas por gente que não sai de casa...”, parece que estão falando das
revistas de hoje!
O Paulo Moreira Leite comenta sobre repórter que não vai mais para a
rua, cita Euclydes de Cunha na guerra de Canudos, “ele não foi para a
rua, foi para o sertão”.
J.F. – Mas depois desse oba-oba vai haver depuração. Quando a internet começou a crescer em 1990 parecia que o jornalista era
dispensável. Todo mundo tem Twitter e Facebook, para que cursos de
jornalismo? Os jornais se encheram de colaboradores falando do café da
manhã, “fui ver o filme, achei bacana”... Não, aguarde que nós vamos
voltar, não para o papel, mas para quem tem credibilidade.
Foi o Leandro Fortes quem falou no filme: “Jornalismo é uma coisa
muito nobre para acabar”. E o Raimundo Pereira: “Com essa confusão toda,
o melhor para se acreditar ainda é o jornalão burguês porque tem 100
repórteres, 10 editores, departamento comercial...”
J.F. – Ele disse, mas acrescentou: “Eu não sou um dos maiores
admiradores da burguesia”. E atrás dele tinha uma parede de Lênin que ia
do teto ao chão. Imagine, ele é o último esquerdista; depois que morreu
o [Oscar] Niemeyer ficou o Raimundo (risos).
O que você acha disso?
J.F. – Papel não tem sentido. Estão cortando uma árvore, pegando tinta, imprimindo o rolo ,
encadernando, botando num caminhão, andando pelas cidades, atravancando
o trânsito, para chegar lá em casa um negócio que já li na noite
anterior na internet.
A não ser o jornal dê ao leitor um plus.
J.F. – É o que o Janio de Freitas acha, ele diz que “o jornal
tem que pensar o que tem de fazer para ser interessante. Já enfrentou a
rádio, a televisão, e continuou. O jornal tem que pensar em si mesmo”.
Pode ser que o jornal se reinvente, como aconteceu com a história em
quadrinhos, [que] estão crescendo em papel, na internet não é legal de
ver.
Para isso vai ser necessário algo fundamental...
J.F. – ... o profissional jornalista , tanto faz que seja no papel ou no digital.
Logo agora que Gilmar Mendes acabou com a necessidade do diploma?
J.F. – Só que as faculdades voltaram mais fortes, mais equipadas
com TV e rádio, melhores do que quando entrei em 1981 na [Universidade]
Federal [do Rio Grande do Sul, em] Porto Alegre. Sabe por quê? Os
jornais descobriram: onde é que eu vou achar vocês?
Ou seja, as faculdades implantaram a tecnologia e estão mais fortes. Mas não ficou uma defasagem em relação à produção teórica?
J.F. – É do que eu sinto falta, não só no jornalismo, mas no cinema. A gente não tem roteiristas porque falta leitura. O Geneton Moraes Neto diz isso: “Não existe exceção à regra, só sabe escrever bem quem lê”.
A Lygia Fagundes Telles disse outro dia que “quem está em processo de extinção não é o livro, é o leitor”.
J.F. – O Geneton fala: “O jornalista tem que investir em si
mesmo, ler”. Jornalista não pode ser só um copiador de internet,
copia-cola, tem de relacionar, filtrar.
Quem é o bom roteirista de cinema hoje no Brasil?
J.F. – O [Fernando] Bonassi, o Marçal [Aquino], o João Falcão, o George Moura, Guel Arraes e o Claudio Paiva, por exemplo. E poucas mulheres, a Adriana Falcão... Mas o Brasil hoje produz muito, 100 filmes por ano...
Não é só dramaturgia que falta, é teatro, é interpretação, que o naturalismo da televisão está matando.
J.F. – O realismo predomina na televisão. Eu até tento quebrar. Fiz uma série na Globo com a Fernanda Montenegro , Doce de Mãe, com 14 episódios. E faço experiências a toda hora – por exemplo, a série em versos Decamerão.
Gosto de experimentar, mesmo na televisão, coisas não realistas. O
problema é que com o realismo as pessoas se identificam rápido.
Ainda bem que temos bons documentaristas...
J.F. – O [Eduardo] Coutinho, mestre de todo mundo, inclusive do João Moreira Salles, que é o maior cineasta brasileiro hoje.
Eles são de uma geração que ainda lia.
J.F. – Como eu, 55 anos. Sou a última geração de leitores, devo
ter uns 8 mil volumes, tive de comprar um apartamento só para os livros
que não param de crescer. Eu me identifico muito com o Borges: ele
chegava numa livraria, pegava um livro e dizia: “Ai, gostaria tanto de
levar para casa esse livro... mas é um livro que eu já tenho!” (risos).
Sou leitor compulsivo. E como Borges também não sou inimigo de gêneros.
Só tenho umas obsessões. Shakespeare em primeiro lugar, Borges, claro,
Montaigne, Fernando Pessoa... Gosto de poesia, João Cabral, Carlos Drummond. Leio poesia e sei muitas de cor porque leio até decorar... Se fosse profissão eu seria leitor!
Oito mil volumes... então você lê no papel!
J.F. – Claro, gosto de anotar à caneta; na internet, só noticia, coisa rápida.
Entrando na Pecúnia, personagem que financia o jornal na peça O Mercado de Notícias, não é no cinema que você ganha dinheiro.
J.F. – De jeito nenhum. Eu vivo da televisão.
E de publicidade?
J.F. – Fiz publicidade por quatro anos, nos anos 1980. Eu fazia a
TV Educativa do Rio Grande de Sul, TVE hoje. Programas especiais, um
curta, quando fiz o segundo, O dia em que Dorival encarou a guarda,
o filme foi para Gramado e pedi autorização ao meu chefe para ir ao
festival. Ele negou. Eu disse que iria de qualquer jeito. Voltei de
Gramado com oito Kikitos e uma justa causa: fui demitido porque faltei
uma semana. O filme ganhou o Festival de Gramado.
Só por curiosidade, quem era o diretor?
J.F. – Era um jornalista (risos), Cândido Norberto. Eu tinha um
filho de dois anos, minha primeira mulher Eliana estava grávida de seis
meses de nossa segunda filha, Júlia. [Jorge Furtado é casado há 25 anos com Nora Goulart com quem teve Alice.] Fui fazer publicidade. Nos primeiros seis meses ganhei mais do que no resto da minha vida até então.
Não tinha, digamos, conflitos internos?
J.F. – Claro, fazia comercial de banco, filmando de madrugada
porque o banco tinha de estar fechado, 50 pessoas lá dentro, e acontece
aquela cena clássica do casal chegando e cumprimentando o gerente, gerente
sorridente. E eu pensava: quando vou ao banco o cara está sorrindo, as
pessoas rindo dentro do banco, felizes? Isso não existe. Pensava: o que
eu estou fazendo aqui? Mas tinha eu pagar as contas. Fazia publicidade
mas não larguei os meus curtas. Fiz o Barbosa, Ilha das Flores – e este foi o que “Madalena” foi para o Ivan Lins (risos).
Ganhou todos os prêmios no Brasil e em Berlim. E o tema seria uma coisa chatérrima...
JC – Foi um convite de um professor da universidade para fazer
um documentário sobre separação de lixo. Fui conhecer os lugares de lixo
da cidade, e ele me mostrou um lugar onde as pessoas utilizam produto
orgânico para alimentar os porcos e depois abrem para os humanos. Com a
repercussão, o [diretor Walter] Avancini me chamou para a Globo; depois que ele saiu o Guel Arraes me convidou e era o que faltava para largar a publicidade.
Você largou a Pecúnia. O Janio de Freitas falou no seu filme sobre o negócio da publicidade os repórteres, os jornalistas...
J.F. – ... acham estão ali para fazer jornalismo, não é...
...você está é fazendo dinheiro, aumentando a tiragem, e depois tem
que atrair publicidade. Aí alguém lembrou: mas como o jornal sobrevive
sem publicidade?
J.F. – Não sobrevive. Vai ter publicidade, com ou sem papel.
E o jornalista, como sobrevive? ONGs? O Geneton clama pela Nossa
Senhora do Perpétuo Espanto (risos), já que os jornalistas perderam a
capacidade de se espantar...
J.F. – O cara tem que achar o espaço para o jornalismo
dele. Todos os jornalistas que entrevistei, a maioria com uma carreira
longa, todos vivem de jornalismo. Um tem blog, outro escreve em jornal,
outro faz TV, alguns rádio. Se viram, podem gravar em casa um programa
de rádio com o próprio celular. Se começa a ter viewers, agentes entrando lá todo dia, o Google começa a subir e você fica interessante para colocar anúncio.
Não é muito fácil você ser bom jornalista, seu próprio patrão, bom em captar anúncios, especialista em gerir as finanças do seu negócio, ainda mais no jornalismo virtual.
J.F. – Segundo o Geneton, nesse momento existem vários economistas pensando em como sustentar o jornalismo na era digital. O Luis Nassif
tem uma página na internet com mais de 100 mil entradas por dia. Quem
confia no IVC que dá a circulação dos jornais e revistas? Na internet
isso é auditado digital e instantaneamente. O anunciante sabe: esse blog
aqui fala sobre sanduíches e tem 50 mil entradas por dia, eu fabrico
mostarda, vou botar o meu anúncio lá.
Mas é mais fácil para os anunciantes quando o blog ou site é dirigido, para as farmácias, vestuário, economia...
J.F. – O Nassif tem anúncio da Caixa Econômica, de banco,
carro... Você pode não saber quem entra num site como UOL ou Terra,
grandes portais, tem desde menino querendo ver futebol, mulher pelada,
tem de tudo. Agora, num site dirigido como o do Nassif, são pessoas
adultas, interessadas em política, um grupo formador de opinião. Por
isso, no lançamento do meu documentário fizemos a mídia dirigida. Quem
são as pessoas que se interessam por jornalismo? Escolas de jornalismo,
faculdades de jornalismo, professores de jornalismo. Foi publicidade
direta para um público mais quente.
O jornalismo não vai morrer?
J.F. – Não. Imagina.
O que vai morrer são os jornais?
J.F. – Como a gente vai viver sem jornalismo ?
Eu coleciono até manchetes esdrúxulas como “O luxo da Fifa na Bahia vê
abismo em 3km com jegue e casa”. Entendeu alguma coisa? (risos).
“Morador de rua é condenado à prisão domiciliar” (mais risos). E o jornalismo
endocrinológico? Emagreça, vamos engordar, comer bem, não coma
manteiga, coma manteiga... Tem uma frase assim: “Celebridades são
pessoas conhecidas por serem famosas” (risos). Só esta dava um filme
inteiro e as celebridades tomaram conta das bancas.
Na banca onde antigamente a gente ficava em dúvida sobre que jornal comprar, agora no Rio só tem O Globo.
JC – Pois é, tinha o Movimento, o Pasquim, o Opinião... o que não era nada perto dos anos 1940 e 50, quando o Rio tinha 17 jornais diários. Porto Alegre tinha o Diário de Notícias, o Correio do Povo, o Jornal da Tarde, a Folha da Manhã. Hoje tem a Zero Hora. Você chega
em Paris e tem jornal de esquerda, de direita, de centro, de extrema
esquerda, do Partido Comunista, jornal de todas as tendências. Os
jornais brasileiros são todos iguais e você fica em dúvida: o que está
por trás? Nos Estados Unidos, o New York Times, por exemplo,
declara “nós apoiamos o candidato tal” e publica tudo de todos os
partidos no noticiário para o leitor escolher, mas sua posição fica
definida nos editoriais.
Aqui você tem de ser um leitor muito bom para saber.
J.F. – Eu espero que o filme sirva para educar os leitores. Coloquei uma frase, um dos lemas do Pasquim: “Se você não está em dúvida é porque foi mal informado”.
E, como o Janio de Freitas disse, “tomara que os jornais não dispensem os jornalistas”.
J.F. – E ele diz uma frase que encerra o filme: “O jornalismo depende do jornalista”.
***
Norma Couri é jornalista
Entrevista com Jorge Furtado, por Daniel Nolasco e Felipe Fernandes
O documentário utiliza vários recursos
narrativos para traçar um painel histórico e crítico do jornalismo e da
notícia. Gostaria que você comentasse como se deu o processo de
realização do filme.
O projeto nasceu de um sentimento de que o
jornalismo brasileiro entrou o século 21 em crise, uma crise decorrente
da revolução digital, que transformou tudo, e também da transformação
política vivida pelo país, com uma nova força política chegando ao poder
e com a grande imprensa assumindo, pela primeira vez em sua história,
um papel fortemente oposicionista. O diploma de jornalismo deixou de ser
obrigatório, os jornais se encheram de colaboradores não-jornalistas,
houve queda na audiência dos grandes veículos, queda de circulação, o
fim de alguns jornais e revistas, e uma profusão de mídias e redes
sociais. Tudo isso fez muita gente acreditar que o jornalismo estava com
os dias contados. A mim, pareceu que o momento exigia a valorização da
profissão, com seus critérios técnicos e seus compromissos éticos. Na
busca por entender o que estava acontecendo, fui estudar a história do
jornalismo e encontrei a peça de Ben Jonson, The staple of news,
escrita em 1625, que retratava um momento semelhante ao atual. A
invenção de uma nova tecnologia, naquela época a imprensa de tipos
móveis, fez explodir o volume de informação circulante e também
transformou profundamente as estruturas de poder, com o fortalecimento
da classe política, do parlamento e de uma burguesia com poder
crescente, contrapondo-se ao poder da nobreza. Fiz a tradução da peça
com Liziane Kugland e fiquei espantado com a atualidade das críticas e
observações de Jonson sobre a imprensa recém nascida. Usei a peça como
guia para uma pauta de entrevistas com grandes jornalistas brasileiros.
Há no filme uma clara discussão do poder e
influência da notícia sobre a política ou como o jornalismo interfere
no destino político do país. Qual a sua opinião sobre a forma que a
grande imprensa brasileira aborda o governo atual?
Uma das principais funções da imprensa é ser
crítica aos governos, todos os governos. A questão é que a imprensa tem
grandes interesses econômicos e políticos, e é muito mais crítica aos
governos que se opõem ou limitam estes interesses, como é o caso dos
governos Lula e Dilma. É impossível negar que a imprensa foi muito mais
generosa com os governos militares e neoliberais e muito mais crítica
aos governos populares. Muitas vezes, as denúncias contra os governos
populares foram publicadas com grande alarde e pouquíssimo rigor nas
apurações e verificação das fontes, enquanto as denúncias contra os
governos neoliberais eram tímidas, cautelosas e logo abafadas e
esquecidas.
Em O Mercado de Notícias, vemos
muito mais da sua relação com os atores da peça do que com os
jornalistas escolhidos para o filme. Como foi o processo de escolha dos
jornalistas?
Sim, o importante no caso dos jornalistas era lhes
dar voz, falar sobre o seu ofício, já que são, ironicamente, uma
categoria sem-mídia, pois há pouquíssimo espaço para a discussão deste
tema. Escolhi jornalistas de vários veículos, jornalistas cujo trabalho
eu acompanho faz tempo, nos quais reconheço capacidade e honestidade
intelectual, e que sabia terem opiniões diferentes sobre vários dos
temas tratados. Meu objetivo principal era provocar dúvidas e estimular o
debate. No caso dos atores, como sempre faço, o trabalho é coletivo.
Teatro é jogo, parceria.
Como você avalia a atualidade do texto da peça original de Ben Jonson?
Jonson era um grande comediante, dramaturgo e
também um sábio moralista. Queria transformar o mundo a partir do palco.
Ele tem como princípio – explicitado na epígrafe do poeta Horácio que
usa para sua peça – a ideia de que o poema (o texto, a peça) deve, ao
mesmo tempo, divertir e ensinar: “O poema ensina ou delicia. Ou ambos, e
este é o que vicia”. Sua peça tem uma moral clara, é didática, fala,
entre outros temas, do bom senso no uso da riqueza (pecúnia): “Nem
escrava de prazeres tolos, nem feitora de desejos justos”. Jonson
critica a futilidade dos que querem aparecer nos jornais a qualquer
custo, dos interesses políticos e econômicos por trás das notícias, da
notícia como entretenimento de quem busca novidade sem critério, da
fofoca e da maledicência como um prazer cruel, dos “panfletos escritos
por quem não sai de casa, sem uma sílaba de verdade”. Tudo isso me
parece, infelizmente, bastante atual.
Estreia: 'O mercado de notícias' discute pecados do jornalismo atual
Documentário é inspirado em peça escrita por Ben Jonson no século 17.
Trechos de encenação são intercalados a depoimentos de 13 jornalistas.
Cena de 'O mercado de notícias' (Foto: Divulgação)
Sempre muito original, o cineasta Jorge Furtado (“Saneamento básico: O
filme”) foi buscar numa peça teatral da Inglaterra elisabetana do século
17 um paralelo para estabelecer uma perspectiva histórica para a
aguçada discussão sobre critérios, falhas e importância da imprensa no
Brasil em seu novo documentário, “O mercado de notícias”.
O filme estreia em dez cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Salvador, João Pessoa,
Santos e Juiz de Fora.
Concorrente na seção principal do Festival É Tudo Verdade e
multipremiado no Cine PE, em Recife, o filme de Furtado empresta o
título da própria peça – “O mercado de notícias”, de Ben Jonson
(1572-1637) -, que surge no mesmo momento histórico em que começam a
circular os primeiros jornais.
Já ali se estabelecem os desafios da própria atividade, a partir da
constatação de que não há fatos brutos na natureza. Todo e qualquer
acontecimento, então, é passível de seleção, análise, interpretação.
Portanto, também de erros jornalísticos.
Dentro dessa discussão, o documentário debate a própria essência do
jornalismo, ou seja, a obrigação de escolher o que publica ou não, o que
cobre ou não, a necessidade de encontrar a novidade, de revelar
histórias, equilibrando essa urgência com outra, não menos crucial: a da
própria sobrevivência econômica e comercial.
Um aspecto que leva alguns a apostarem no sensacionalismo e, em última
análise, no antijornalismo, para garantir altas tiragens e grandes
receitas publicitárias.
Entre outros riscos implícitos à atividade, os jornalistas sempre
dependem das fontes e elas, como se sabe, não raro têm seus interesses –
que precisam ser “filtrados”, como observa no filme Geneton Moraes
Neto.
Há uma indiscutível atualidade na discussão proposta por “O mercado de
notícias” no Brasil atual, em que a imprensa tantas vezes pauta o debate
político. Sempre foi assim? Depoimentos lembram que, até o golpe de
1964, havia uma identificação entre jornais e partidos – cada um tinha o
seu.
Depois, praticamente todos se unem na resistência ao regime
autoritário, que finalmente atingiu os interesses gerais, pela censura.
Depois da redemocratização, em 1985, tornam-se não raro, muito
conservadores.
Diretor da revista “Carta Capital”, o veterano Mino Carta não se
esquiva de definir: “A mídia brasileira é um partido político”. E o que é
pior, não se aceita como agente político, escondendo-se por trás de uma
suposta isenção, ao mesmo tempo em que elege escândalos e personagens a
quem crucificar impiedosamente e outros de quem oculta ou relativiza os
pecados.
Menciona-se ainda outras mazelas, como erros crassos e trágicos - sendo
o caso da Escola Base o maior da memória recente, talvez. Outros são
lembrados: o “quadro de Picasso”, denunciado numa repartição do INSS,
que não passava de um pôster, desses que se compram em qualquer museu; e
a famosa “bolinha de papel” da última campanha presidencial do
candidato José Serra.
Se tivesse sido feito mais recentemente, certamente o documentário
poderia incluir a cobertura catastrofista que precedeu a Copa do Mundo.
Saindo de um modelo de documentário dependente exclusivamente de
entrevistas, Furtado intercala as conversas com treze experientes
jornalistas brasileiros com trechos de uma encenação da própria peça, a
partir de uma tradução feita por ele mesmo e pela professora Liziane
Kugland.
O recurso permite uma certa leveza, porque permite a inserção de comentários cínicos pertinentes aos tópicos em debate.
Para quem, no fim de contas, tiver a impressão de que Furtado é contra o
jornalismo, ele mesmo contra-argumenta, defendendo, no material de
divulgação, que seu filme é “uma defesa do bom jornalismo, sem o qual
não há democracia”.
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
O Mercado de Notícias
21/08/14 16:55
Sou naturalmente suspeito para comentar “O Mercado de Notícias”, documentário de Jorge Furtado sobre os problemas da imprensa brasileira.
Fiquei bastante embaraçado com uma das principais “descobertas” do
filme: uma matéria escandalosamente errada que saiu na “Folha” há anos,
apontando a existência de um quadro de Picasso na parede de um corredor
burocrático do INSS.
Não era um Picasso autêntico, evidentemente, e a ideia da notícia
–mostrar o descaso do poder público com o próprio patrimônio—caía por
terra.
Não me lembro de ter visto a reportagem, que saiu com foto e tudo. O
suposto quadro de Picasso era a reprodução de uma obra razoavelmente
famosa, de um museu em Nova York, e quero imaginar que eu teria
reconhecido o engano. Só agora, passados anos da notícia, saiu na
“Folha” um “erramos” sobre o caso.
É um dos momentos mais interessantes do filme, ainda que incômodos para quem é da Folha.
Mas “O Mercado de Notícias” (veja horários no Guia da Folha)
não se dedica muito ao divertido recenseamento dos deslizes
jornalísticos. O principal do filme –e aqui surge um segundo motivo para
minha suspeição ao comentá-lo—está numa série de entrevistas com
jornalistas, seja os da grande imprensa (Fernando Rodrigues, Renata Lo
Prete, Cristiana Lôbo), seja os que a criticam (Mino Carta, Luis Nassif,
Raimundo Pereira).
Para quem é jornalista, muitos dos temas abordados nessas entrevistas
trazem pouca novidade. “Existe imparcialidade?” “Existe liberdade de
expressão nos grandes jornais?” “Os interesses econômicos prevalecem
sobre a verdade?” “O que é verdade?”
Há opiniões radicais, e outras menos, sobre isso. Talvez para o público
mais amplo seja interessante ouvir tantos jornalistas expondo seus
pontos de vista. De minha parte, acho que tudo termina abstrato demais,
com frases que tendem à exposição de princípios ou de julgamentos já
consolidados.
Talvez sabendo desse risco, Jorge Furtado entremeia os depoimentos com
cenas da montagem de uma peça, intitulada justamente “O Mercado de
Notícias”, escrita por Ben Jonson (1572-1637). É outra descoberta muito
boa do diretor –além do caso Picasso. A comédia mostra um jovem
perdulário que se envolve na empreitada de comprar e vender “notícias”,
(“novidades”?) numa época anterior à da consolidação dos jornais tais
como os entendemos hoje.
Vendo a peça e pensando nos jornais de hoje, pode-se sempre traçar
aquele gênero de paralelos que leva uma pessoa a dizer: “puxa, já
naquela época, hein!” Mas a aproximação não é das mais esclarecedoras, e
novamente escapamos do concreto, do real, para um plano de julgamentos
mais ou menos fáceis.
Como a perspectiva adotada é sempre a da generalidade, é um alívio
quando se vê Luis Nassif, por exemplo, apontar um caso específico de
miopia jornalística. Ele se refere à excessiva atenção dos jornais com
respeito às oscilações do mercado financeiro, e de que modo se deu pouca
importância a uma queda violentíssima na venda de máquinas agrícolas,
em 2008 se não me engano.
Mais exemplos como esse enriqueceriam o filme de Furtado.
Sem dúvida, o grande exemplo, que “O Mercado de Notícias” recalcou, não é
o das máquinas agrícolas. Metade dos entrevistados, mais ou menos,
considera que os jornais perseguem o governo do PT, e teria longas
considerações a fazer sobre o caso do mensalão.
Imagino que um filme sobre “os problemas da imprensa” sequer teria sido
feito nos tempos de Fernando Henrique, quando choviam denúncias contra
os tucanos.
A vontade implícita deste documentário é colocar em questão uma imprensa
que foi duríssima contra Lula. Por que não falar disso de uma vez?
Curiosamente, o tema do mensalão foi recalcado, abafado, suprimido
(auto-censurado?) em “O Mercado de Notícias”. Por esse cuidado do
diretor, que talvez tenha querido parecer “apartidário e independente”, o
filme me pareceu ficar girando na periferia de seu assunto real.
Documentário "O Mercado de Notícias" debate o papel da imprensa
Com uso de encenações e entrevistas com jornalistas renomados, diretor Jorge Furtado espelha nos dias de hoje a atualidade de questões éticas da profissão observadas por um dramaturgo inglês no século 17
por Marcelo Perrone
Foto:
Fabio Rebelo / Divulgação
Manipulação da informação, papel do jornalista como intermediário
entre o fato e o leitor, relação promíscua com as fontes e embate entre a
notícia relevante e a futilidade mundana. Em 1625, a imprensa dava seus
primeiros passos, e essas questões já inquietavam o dramaturgo inglês
Ben Jonson, que as abordou de forma crítica na peça teatral cômica O Mercado de Notícias (The Staple of News no original).
O cineasta Jorge Furtado traz a discussão para 2014 no documentário O Mercado de Notícias,
adicionando a ela o debate em torno das transformações impostas pelo
processo de apuração, produção e consumo da notícia nas plataformas
digitais. Furtado destaca o quanto a visionária observação lançada no
começo do século 17 por Jonson ainda pauta a visão sobre a imprensa no
século 21.
Ainda sem previsão de estreia nos cinemas, o longa-metragem foi
filmado em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília entre
dezembro de 2012 e junho de 2013. No circuito de festivais, a carreira
tem início nesta quarta-feira, na programação do Festival Internacional
de Documentários É Tudo Verdade, em São Paulo. A produção da Casa de
Cinema de Porto Alegre também foi selecionada para o Cine PE — Festival
de Recife, no final do mês.
O Mercado de Notícias surgiu no horizonte de Furtado pelo
cruzamento de duas fontes de grande interesse do diretor: o teatro
elisabetano e o jornalismo. Jonson (1572 — 1637) foi contemporâneo de
Shakespeare e um dos homens mais iluminados de seu tempo. A peça foi
encenada pela primeira vez em 1626, em Londres.
— É incrível que um texto escrito apenas três anos depois de o primeiro jornal inglês começar a circular (o semanário A Current of General News)
traga as mesmas discussões que temos hoje — diz Furtado, que assina a
primeira tradução da peça para o português com a professora Liziane
Kugland.
A estrutura de O Mercado de Notícias combina a encenação da
peça de Jonson no palco de Theatro São Pedro — no elenco, estão nomes
como Evandro Soldatelli, Mirna Spritzer, Irene Brietzke, Janaína Kremer,
Nelson Diniz, Zé Adão Barbosa, Marcos Contreras, Sérgio Lulkin, Elisa
Volpatto e Eduardo Cardoso — e depoimentos de 13 renomados jornalistas
brasileiros, como Janio de Freitas, Geneton Moraes Neto, Mino Carta,
Raimundo Pereira, Luis Nassif e Bob Fernandes.
— Busquei jornalistas ligados à cobertura política e conhecidos
nacionalmente — explica o diretor. — Antes das entrevistas, mandei a
todos o texto da peça, como forma de costurar nas conversas a percepção
do Ben Jonson sobre a imprensa no século 17 com a deles hoje — explica
Furtado.
O documentário tem início com a reunião dos atores gaúchos na sede da
Casa de Cinema, em março de 2013. Segundo Furtado, eles foram chamados
sem saber o trabalho que teriam pela frente. Assim, é apresentado o
trabalho em construção, com o diretor explicando ao elenco a proposta do
projeto, a história de Jonson e o texto que será trabalhado dali em
diante.
O tom ácido do dramaturgo inglês dialoga com o estilo de humor que o diretor brasileiro consagrou em filmes como O Homem que Copiava (2003) e Saneamento Básico (2007) — no segundo semestre, Furtado lança Beleza,
drama de ficção rodado no interior do Estado — e, em especial, com suas
produções para a televisão. Outra característica narrativa de Furtado,
os hiperlinks carregados de informações enciclopédicas e curiosas,
consagrada por ele a partir do curta Ilha das Flores (1989), aparece de forma criativa em O Mercado de Notícias.
Ajuda a traçar a linha histórica da evolução da imprensa e a amarrar a
competente encenação dramatúrgica e as entrevistas com os episódios
emblemáticos da imprensa nacional pinçados por ele para ilustrar o
processo, por vezes nebuloso, que move as engrenagens do mercado de
notícias.
Um desse casos é a da Escola de Base, ocorrido em São Paulo, em
1994. Na ocasião, os donos e funcionários de uma escola infantil foram
acusados de abuso sexual de crianças. A denúncia, que se mostraria
falsa, ganhou manchetes sensacionalistas de jornais e revistas que,
posteriormente, trataram em tímidas notas de rodapé da inocência dos
acusados que tiveram suas vidas arruinadas.
Esse debate sobre a ética jornalística e sobre o poder que a imprensa
tem — ou se atribui ter — de bancar polícia, juiz e carrasco entra na
discussão com os entrevistados. Em síntese, o saldo da conversa sublinha
firmamentos basilares do ofício que não deveriam ser ignorados tanto no
velho papel quanto, sobretudo, na velocidade imposta pelo noticiário
online: apurar com rigor; duvidar sempre; ter bem claro o que é
jornalismo e o que é propaganda; caçar notícia na rua; cultivar fontes
confiáveis e delas filtrar a informação dos interesses pessoais,
políticos e econômicos; e se empenhar para que redação e departamento
comercial permaneçam como áreas distintas.
E depois de radical transformação do jornalismo imposta pela
internet, que faz de qualquer cidadão um potencial repórter, é unânime a
percepção de ser ainda maior a responsabilidade do bom jornalista na
missão diária de separar o joio do trigo
nesse universo de informações abundantes, instantâneas e pulverizadas.
O próprio Furtado lança na discussão episódios emblemáticos que ele mesmo decidiu apurar. Um deles é sobre o a pintura A Mulher em Branco,
de Pablo Picasso, cuja reprodução colocada na parede de uma repartição
do INSS, em Brasília, foi tratada como obra original pela Folha de S.
Paulo em reportagem de 2004. O diretor mostra no filme a pintura
verdadeira, pertencente ao acervo do Metropolitan, em Nova York, durante
uma retrospectiva de Picasso que visitou no museu Guggenheim, quando
esteve na cidade para a cerimônia do Emmy que premiou o trabalho de
Fernanda Montenegro no especial Doce de Mãe, em novembro passado.
— Descobri que essa reprodução pertencia ao acervo do pintor Tomás
Santa Rosa e foi dada com pagamento de uma dívida com o INSS. Mas quem
avaliou e por quanto? — questiona ele, que, assim como alguns leitores,
alertou o jornal do erro, não reparado e repetido em reportagem
seguinte.
Outro episódio mostrado por Furtado é do bolinha de papel que atingiu
o então candidato à presidência em 2010 José Serra. Na ocasião, o
objeto chegou a ser descrito pela imprensa como uma pedra, o que teria
justificado a ida do político ao hospital para realizar uma tomografia.
Analisando imagens da cena captadas por diferentes equipe de TV, Furtado
aplica na imagem um efeito de brilho e contraste e mostra que o
possível suspeito de arremessar a bolinha poderia ser um segurança do
próprio Serra:
— Eu não sou jornalista. Qualquer um poderia ter feito isso que fiz, pois essas imagens estão todas disponíveis na internet;
Mais informações sobre o filme e sobre o material pesquisado por Furtado estão sendo disponibilizadas no site do filme, que terá atualização semanal com novos conteúdos.
O documentário mescla teatro filmado com depoimentos. Entre as entrevistas com treze jornalistas, há a encenação de O Mercado de Notícias,
escrita pelo dramaturgo inglês Ben Jonson, em 1625. Indicado aos
estudantes de jornalismo, o filme pretende colocar o papel do
profissional na berlinda e apontar imprudências cometidas pela
imprensa, a exemplo do caso da Escola Base, em 1994. Se há bate-papos
relevantes com Geneton Moraes Neto, Janio de Freitas e José Roberto de
Toledo, a “intromissão” de cenas da peça atravanca a fluência narrativa.
Estreou em 7/8/2014.
Documentário ‘O Mercado de Notícias’ estreia no Canal Brasil
Publicado em Terça, 18 Novembro 2014 15:43
Dirigido por Jorge Furtado, o documentário 'O Mercado de Notícias'
ganhou espaço no Canal Brasil. Com roteiro que tem como base a peça
homônima do dramaturgo inglês Ben Jonson (1572- 1637), 'The staple of
news', o filme conta com depoimentos de 13 jornalistas sobre a profissão
e as mudanças na maneira de consumir notícia. Casos recentes em que a
imprensa teve grande papel também fazem parte do longa.
Bob Fernandes, Cristiana Lôbo, Fernando Rodrigues, Geneton Moraes
Neto, Luis Nassif, Mino Carta, Renata Lo Prete, Janio de Freitas, José
Roberto de Toledo, Leandro Fortes, Mauricio Dias, Paulo Moreira Leite e
Raimundo Pereira foram os profissionais escolhidos pala falar sobre o
assunto. Para compor o filme, Furtado traduziu a peça de Ben Jonson e a
encenou pela primeira vez no Brasil. A história teatral de 1626 traz, de
maneira bem humorada, crítica a uma atividade recentemente criada em
Londres: o jornalismo.
Além da peça, Furtado escolheu quatro casos reais para produzir o
documentário: "Escola Base em São Paulo, cujos administradores foram
acusados de pedofilia e massacrados pela mídia para depois serem
inocentados; o evento da bolinha de papel lançada sobre o candidato José
Serra na corrida presidencial de 2010; a crise da tapioca do ministro
Orlando Silva, que usou o cartão corporativo para comprar uma tapioca de
R$ 8,00; e o caso do Picasso do INSS, no qual um importante jornal do
país publicou uma reportagem dizendo que havia um quadro do pintor
espanhol na sede do INSS, em Brasília, quando na verdade se trava de uma
simples gravura".
Vencedor do Prêmio de melhor documentário no Cine PE pelos júris
oficial e popular, 'O Mercado de Notícia' teve sua primeira exibição no
Canal Brasil na noite de segunda-feira, 17. O telespectador pode
assistir novamente no domingo, 23, às 13h30. Para conhecer o projeto,
basta acessar este link.
A peça de teatro:
TV Brasil:
O Espaço Público desta semana entrevista o cineasta Jorge Furtado. Com
obras bem conhecidas no cinema e na televisão, aos 55 anos de idade, ele
já dirigiu 28 filmes e conquistou 14 prêmios, dentro e fora do Brasil.
Combiando crítica social e bom humor, seus filmes costumam abordar
grandes problemas brasileiros.
O Espaço Público fala da carreira deste diretor premiado e do seu mais novo filme "Mercado de Notícias", um documentário sobre o jornalismo, onde ele discute erros e acertos de uma atividade que acompanha a existência de homens e mulheres desde o início da sociedade industrial. O programa discute a função do jornalismo como garantia para o funcionamento dos regimes democráticos e debate o papel das redes sociais na democratização dos meios de comunicação.
O Espaço Público é apresentado pelo jornalista Paulo Moreira Leite. Também participam da entrevista o jornalista Florestan Fernandes Júnior e a professora da Universidade de Brasília (UnB), Marcia Marques, profissional com passagem por grandes jornais do país.
O Espaço Público fala da carreira deste diretor premiado e do seu mais novo filme "Mercado de Notícias", um documentário sobre o jornalismo, onde ele discute erros e acertos de uma atividade que acompanha a existência de homens e mulheres desde o início da sociedade industrial. O programa discute a função do jornalismo como garantia para o funcionamento dos regimes democráticos e debate o papel das redes sociais na democratização dos meios de comunicação.
O Espaço Público é apresentado pelo jornalista Paulo Moreira Leite. Também participam da entrevista o jornalista Florestan Fernandes Júnior e a professora da Universidade de Brasília (UnB), Marcia Marques, profissional com passagem por grandes jornais do país.
Especial: É tudo um assunto só!
Criei uma comunidade no Google Plus: É tudo um assunto só
http://plus.google.com/u/0/communities/113366052708941119914
Outro dia discutindo sobre as manifestações do dia 15, sobre crise do governo e a corrupção da Petrobrás eu perguntei a ele se tinha acompanhado a CPI da Dívida Pública. Então ele me respondeu: Eu lá estou falando de CPI?! Não me lembro de ter falado de CPI nenhuma! Estou falando da roubalheira... A minha intenção era dizer que apesar de ter durado mais de 9 meses e de ter uma importância ímpar nas finanças do país, a nossa grande mídia pouco citou que houve a CPI e a maioria da população ficou sem saber dela e do assunto... Portanto não quis fugir do assunto... é o mesmo assunto: é a política, é a mídia, é a corrupção, são as eleições, é a Petrobras, a auditoria da dívida pública, democracia, a falta de educação, falta de politização, compra de votos, propina, reforma política, redemocratização da mídia, a Vale, o caso Equador, os Bancos, o mercado de notícias, o mensalão, o petrolão, o HSBC, a carga de impostos, a sonegação de impostos,a reforma tributária, a reforma agrária, os Assassinos Econômicos, os Blog sujos, o PIG, as Privatizações, a privataria, a Lava-Jato, a Satiagraha, o Banestado, o basômetro, o impostômetro, É tudo um assunto só!...
A dívida pública brasileira - Quem quer conversar sobre isso?
Escândalo da Petrobrás! Só tem ladrão! O valor de suas ações caíram 60%!! Onde está a verdade?
A revolução será digitalizada (Sobre o Panamá Papers)
O tempo passa... O tempo voa... E a memória do brasileiro continua uma m#rd*
As empresas da Lava-jato = Os Verdadeiros proprietários do Brasil = Os Verdadeiros proprietários da mídia.
Desastre na Barragem Bento Rodrigues <=> Privatização da Vale do Rio Doce <=> Exploração do Nióbio
Sobre o mensalão: Eu tenho uma dúvida!
Trechos do Livro "Confissões de um Assassino Econômico" de John Perkins
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Acompanhando a Operação Zelotes IX (CPI do CARF): R$1,4 Trilhões + R$0,6 Trilhões = R$2,0Trilhões. Sabe do que eu estou falando?
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Acompanhando a Operação Zelotes XVI (CPI do CARF): Senhoras e senhores, Que comece o espetáculo!! ("Operação filhos de Odin")
Acompanhando a Operação Zelotes XVII (CPI do CARF): Trechos interessantes dos documentos sigilosos e vazados.
Acompanhando a Operação Zelotes XVIII (CPI do CARF): Esboço do relatório final - Ainda terão mais sugestões...
Acompanhando a Operação Zelotes XIX (CPI do CARF II): Melancólico fim da CPI do CARF. Início da CPI do CARF II
Acompanhando a Operação Zelotes XX (CPI do CARF II):Vamos poupar nossos empregos
Acompanhando a Operação Zelotes XXI (CPI do CARF II): Entrando no mérito da questão: Ágio Interno.Acompanhando a Operação Zelotes XXII (CPI do CARF II): Só ladrões de galinhas...
Acompanhando a Operação Zelotes XXIII (CPI do CARF II): Quem faz/fez contabilidade criativa no Brasil?!
Sobre CBF/Globo/Corrupção no futebol/Acompanhando a CPI do Futebol:
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Eu te disse! Eu te disse! Mas eu te disse! Eu te disse! K K K
A prisão do Marin: FBI, DARF, GLOBO, CBF, PIG, MPF, PF... império Global da CBF... A sonegação do PIG... É Tudo um assunto só!!
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Onde está a falsidade?? O caso Vladimir Herzog === Romário X Marin === Verdade X Caixa Preta da Ditadura
Videos com e sobre José Maria Marin - Caso José Maria MarinX Romário X Juca Kfouri (conta anonima do Justic Just )
Do apagão do futebol ao apagão da política: o Sistema é o mesmo
Acompanhando a CPI do Futebol - Será lúdico... mas espero que seja sério...
Acompanhando a CPI do Futebol II - As investigações anteriores valerão!
Acompanhando a CPI do Futebol III - Está escancarado: É tudo um assunto só!
Acompanhando a CPI do Futebol IV - Proposta do nobre senador: Que tal ficarmos só no futebol e esquecermos esse negócio de lavagem de dinheiro?!
Acompanhando a CPI do Futebol V - Andrew Jennings implora: "Dont give up"! (Não desistam)!Acompanhando a CPI do Futebol VI - O Romário é centro-avante ou um juiz?!
Acompanhando a CPI do Futebol VII - Uma questão de opinião: Ligas ou federações?!
Acompanhando a CPI do Futebol VIII - Eurico Miranda declara: "A modernização e a profissionalização é algo terrível"!
Acompanhando a CPI do Futebol IX - Os presidentes de federações fazem sua defesa em meio ao nascimento da Liga...
Acompanhando a CPI do Futebol X - A primeira Liga começa hoje... um natimorto...
Acompanhando a CPI do Futebol XI - Os Panamá Papers - Os dribles do Romário - CPI II na Câmara. Vai que dá Zebra...
Acompanhando a CPI do Futebol XII - Uma visão liberal sobre a CBF!
Acompanhando a CPI do Futebol XIII - O J. Awilla está doido! (Santa inocência!)
Acompanhando a CPI do Futebol XIV - Mais sobre nosso legislativo do que nosso futebol
Acompanhando o Governo Michel Temer
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