Paulo Henrique Amorim faz parte dos personagens do Especial "É tudo um assunto só" desde 2015, nesse post:
A mídia é o 4° ou o 1° poder da república? (Caso Panair, CPI Times-Life)
Em sua última Conversa Afiada ele parecia feliz, no Maracanã, vendo o Brasil sendo campeão da copa América (acredito que ele preferiria ver o Fluminense campeão), aproveitou para denunciar o governador corrupto do Rio de Janeiro e termina o vídeo com o som da torcida cantando o hino nacional a capela:
Ultima Conversa afiada:
Em uma das suas últimas entrevistas públicas foi no Tutameia:
TUTAMÉIA entrevista Paulo Henrique Amorim
Esse foi o último post do Conversa Afiada:
Intercept
divulga o primeiro áudio: é a voz do Dalainho
28 de setembro de 2018 – chat privado
Anna Carolina Resende –
11:24:06 – ando muito preocupada com uma possivel volta do PT, mas
tenho rezado muito para Deus iluminar nossa população para que um milagre nos
salve
Deltan Dallagnol – 13:34:22 – Valeu
Carol!
Dallagnol – 13:34:27 – Reza
sim
Dallagnol – 13:34:32 – Precisamos
como país
28 de setembro de 2018 – grupo Filhos do
Januario 3
Deltan Dallagnol – 23:32:22 – URGENTE
Dallagnol – 23:32:28 – E
SEGREDO
Dallagnol – 23:32:34 – Sobre
a entrevista
Dallagnol – 23:32:39 – Quem
quer saber ouve o áudio
Dallagnol
– 23:33:36 –
OUTRO
LADO
E essas foram algumas das últimas palestras que ele deu:
Intercept
divulga o primeiro áudio: é a voz do Dalainho
Hipócrita
celebra a decisão de Fux que calou a imprensa
09/07/2019
De Leandro Demori, Alexandre de Santi, Rafael
Moro Martins, Amanda Audi, Tatiana Dias e Bruna de
Lara, no Intercept
Brasil:
HÁ UM MÊS, o Intercept iniciou uma série de
reportagens que mudaram para sempre a história da operação Lava Jato, de seus
procuradores e do ex-juiz e atual ministro de Jair Bolsonaro, Sergio Moro.
Antes vistos como heróis intocáveis, os monopolistas do combate à corrupção
(que tentavam silenciar qualquer voz que se levantasse para expor seus erros,
abusos e ilegalidades) hoje são vistos de outra maneira pela população: 58% dos
brasileiros acreditam que as conversas de Moro com procuradores são inadequadas.
A desconfiança é ainda maior entre os jovens: na faixa etária de 16 a 24 anos,
73% não querem um país guiado pelo espírito justiceiro de Moro.
Em seus primeiros capítulos, as histórias dos arquivos
secretos da Vaza Jato mostraram Moro atuando como chefe de fato dos
procuradores, o que é ilegal; expuseram o coordenador da força-tarefa Deltan
Dallagnol apresentando uma denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva da qual ele próprio duvidava; e revelaram os procuradores da Lava Jato
(incluindo Deltan) operando secretamente para evitar que Lula desse uma
entrevista durante a campanha eleitoral por medo que pudesse ajudar a “eleger o
Haddad”.
28 de setembro de 2018 – chat privado
Anna Carolina Resende –
11:24:06 – ando muito preocupada com uma possivel volta do PT, mas
tenho rezado muito para Deus iluminar nossa população para que um milagre nos
salve
Deltan Dallagnol – 13:34:22 – Valeu
Carol!
Dallagnol – 13:34:27 – Reza
sim
Dallagnol – 13:34:32 – Precisamos
como país
A propósito disso, nós publicamos agora, pela primeira
vez, um áudio da conversa entre os membros da força-tarefa a respeito da guerra
jurídica em torno da entrevista. Na manhã do dia 28 de setembro de 2018, a
imprensa noticiou que o ministro do STF Ricardo Lewandowski autorizara Lula a
conceder uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Em um grupo no Telegram, os
procuradores imediatamente se movimentaram, debatendo estratégias para evitar
que Lula pudesse falar. Para a procuradora Laura Tessler, o direito do
ex-presidente era uma “piada” e “revoltante”, o que ela classificou nos chats
como “um verdadeiro circo”. Uma outra procuradora, Isabel Groba, respondeu:
“Mafiosos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”
Eram 10h11 da manhã. A angústia do grupo – que,
mostram claramente os diálogos, agia politicamente, muito distante da imagem
pública de isenção e técnica que sempre tentaram passar – só foi dissolvida
mais de doze horas depois, quando Dallagnol enviou as seguintes mensagens,
seguidas de um áudio.
28 de setembro de 2018 – grupo Filhos do
Januario 3
Deltan Dallagnol – 23:32:22 – URGENTE
Dallagnol – 23:32:28 – E
SEGREDO
Dallagnol – 23:32:34 – Sobre
a entrevista
Dallagnol – 23:32:39 – Quem
quer saber ouve o áudio
Dallagnol
– 23:33:36 –
A comemoração de Dallagnol expõe mais uma vez sua
hipocrisia e sua motivação política: antes de serem alvos de vazamentos, os
procuradores da força-tarefa enfatizavam – em chats privados com seus colegas –
a importância de uma imprensa livre, o direito de jornalistas de publicar
materiais obtidos por vias ilegais e que a publicação desses materiais
fortalece a democracia.
No passado, Dallagnol era o maior
entusiasta das garantias que foram justamente a base para a decisão de
Lewandowski autorizar a entrevista de Lula. Em novembro de 2015, como o
Intercept publicou, Deltan
alertou seus colegas que investigar jornalistas que publicavam
material vazado não seria apenas difícil mas “praticamente impossível”, porque
“jornalista que vaza não comete crime”. Naquele época, ele era um dos
principais defensores da importância de uma imprensa livre em uma democracia,
um princípio que abandonou quando poderia, aos seus olhos, ajudar o PT a vencer
a eleição.
Apesar do apelo do procurador para que a informação
não fosse compartilhada, a notícia já se espalhava pela internet.
Depois do impacto inicial da Vaza Jato, o Intercept e
seus parceiros continuaram a publicação de uma sequência de reportagens que
mostraram as entranhas da operação, iluminando as conversas secretas que o
público brasileiro e mundial precisavam ver.
Em parceria com Folha de S.Paulo, revista Veja e o
jornalista Reinaldo Azevedo, mostramos comportamentos antiéticos e
transgressões.
O ex-juiz Sergio Moro pediu aos
procuradores da Lava Jato uma nota à imprensa para rebater o que chamou de
“showzinho” da defesa de Lula, logo após o depoimento do ex-presidente no caso
do triplex do Guarujá. A Lava Jato seguiu a sugestão
como uma ordem.
Enquanto Lula era o alvo central
da operação, o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso era poupado pelos
investigadores por ser considerado por Moro um aliado. Quando viu na TV uma
notícia sobre uma investigação contra FHC, Moro chamou Dallagnol no Telegram e,
mais uma vez, fez uma de suas sugestões: era melhor não seguir a investigação porque ela “melindra alguém
cujo apoio é importante”.
A postura de Moro, escancarada
pelas revelações da série, já eram conhecidas entre os procuradores – que o
elogiavam em público, mas criticavam no privado. “Moro viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus
resultados”, disse a procuradora Monique
Cheker.
A violação do sistema levou a Lava Jato a conspirar,
depois de um comentário de Moro, para além das fronteiras do Brasil. Os
procuradores se articularam para vazar informações sigilosas da delação da
Odebrecht para a oposição venezuelana, mesmo que isso representasse “mais
convulsão social e mais mortes”, como ponderou o procurador Paulo Galvão em um
grupo. O colega dele, Athayde Ribeiro Costa, advertiu: “Imagina se ajuizamos e
o malucomanda prender todos os brasieliros no territorio venezuelano”.
Deltan Dallagnol não se comoveu: “é algo que cabe aos cidadãos venezuelanos
ponderarem”.
Como dissemos em nosso editorial, logo no primeiro dia das publicações,
“esse escândalo generalizado envolve diversos oligarcas, lideranças políticas,
os últimos presidentes e até mesmo líderes internacionais acusados de
corrupção”. O combate à corrupção é fundamental em qualquer democracia, por
isso a importância de todo esse trabalho: para melhorar a conduta dos agentes
escalados pela sociedade para liderar a luta contra os desvios éticos e o roubo
do dinheiro público. Nosso parágrafo final, publicado em 9 de junho, serve
também para fechar esse primeiro mês – e é um farol para o que ainda está por
vir.
“Tendo em vista o imenso poder dos envolvidos e o grau
de sigilo com que eles operam– até agora –, a transparência é crucial para que
o Brasil tenha um entendimento claro do que eles realmente fizeram. A liberdade
de imprensa existe para jogar luz sobre aquilo que as figuras mais poderosas de
nossa sociedade fazem às sombras.”
OUTRO
LADO
O Intercept enviou para a Lava Jato o conteúdo do
áudio. A força-tarefa respondeu: “O site se recusou a enviar o material usado
na reportagem para avaliação da força-tarefa, prejudicando o direito de
resposta e de análise do material. As mensagens que têm circulado como se
fossem de integrantes da força-tarefa são oriundas de crime cibernético e não
puderam ter seu contexto e veracidade verificados. Diversas dessas supostas
mensagens têm sido usadas, de modo fraudado ou descontextualizado, para embasar
falsas acusações que contrastam com a realidade dos fatos.”
==========E essas foram algumas das últimas palestras que ele deu:
Paulo Henrique Amorim palestra
"Midiocracia" (PARTE 2) - Seminário Mídia da Crise [ou] Crise da Mídia?
Apartir de hoje, ficará mais difícil entender o Brasil e seu complexidade.
Descanse em paz PHA!
Depois de Várias e várias tentativas, finalmente sua voz se calará:
https://www.conversaafiada.com.br/nao-me-calarao
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
Depois de Várias e várias tentativas, finalmente sua voz se calará:
https://www.conversaafiada.com.br/nao-me-calarao
Não me calarão
Daniel Dantas e assemelhados movem duas dezenas de ações judiciais contra Paulo Henrique Amorim.
É a tentativa inútil de me calar pelo bolso.
É a tentativa inútil de fechar um meio de expressão novo, revolucionário e independente.
Ainda mais que, no Brasil, Daniel Dantas e assemelhados conseguiram controlar o PiG (*).
É a tentativa de amordaçar a internet do Brasil como se fosse a da China.
É a tentativa de manipular a Justiça para continuar a fazer negócios escusos, defender ideias nocivas e proteger homens públicos com privilégios.
Com a ajuda da Justiça e dos ilustres advogados Maria Elizabeth Queijo, Cesar Marcos Klouri e José Rubens Machado de Campos, não me calarão.
Aqui nesse espaço publicarei alguns movimentos dos processos judiciais (até agora não perdi um).
É a tentativa inútil de me calar pelo bolso.
É a tentativa inútil de fechar um meio de expressão novo, revolucionário e independente.
Ainda mais que, no Brasil, Daniel Dantas e assemelhados conseguiram controlar o PiG (*).
É a tentativa de amordaçar a internet do Brasil como se fosse a da China.
É a tentativa de manipular a Justiça para continuar a fazer negócios escusos, defender ideias nocivas e proteger homens públicos com privilégios.
Com a ajuda da Justiça e dos ilustres advogados Maria Elizabeth Queijo, Cesar Marcos Klouri e José Rubens Machado de Campos, não me calarão.
Aqui nesse espaço publicarei alguns movimentos dos processos judiciais (até agora não perdi um).
- Dra Fernanda Massad obtém magnífica vitória contra o Ministro Gilmar Mendes
- Lewandowski e Celso de Mello absolvem PHA
- Fernanda dá uma surra no Dantas!
- Machado de Campos faz PHA derrotar advogado de Dantas na Justiça
- Klouri faz PHA derrotar Heráclito Fortes na Justiça
- Queijo leva PHA a derrotar Ali Kamel na Justiça
- Klouri leva PHA a derrotar Dantas por 3 a 0, duas vezes
- Klouri leva PHA a derrotar Heráclito por 3 a 0
- Justiça manda arquivar ação de Gilmar contra PHA
- Telles de Menezes, Ayres de Britto, Klouri e PHA derrotam Dantas
- Kloury faz PHA vencer no TSE
- Como PHA costuma derrotar Ali Kamel na Justiça
- Di Gênio é outro que PHA derrotou na Justiça. Não o calarão
- PHA vence outra na Justiça. A imprensa vigia a imprensa
- Juíza Quintela se recusa a fazer censura e derrota Dantas
- Queijo e Zynger derrotam Cerra. PHA vence na Justiça !
- A verdadeira conciliação entre PHA e Heraldo
- Gilmar, Heraldo e a Globo. Como PHA se defendeu
- Queijo faz PHA derrotar Heráclito na Justiça
- Queijo faz PHA derrotar Jereissati. Que venha o próximo !
- PHA: “Querem me pegar na calada da noite ”
- Klouri e PHA derrotam Dantas.Juíza Ana Lúcia dá uma aula
- Francischini, o valentão, processa PHA. É a gloria !
- PHA não é racista. Queijo obtém vitória na Justiça !
- Duarte e Klouri derrotam Dantas duas vezes
- Klouri e PHA derrotam Nahas (de novo)
- Klouri derrota Dantas. Alô Ataulfo, alô Freire
- Liberdade de expressão: Voto de Celso de Mello é histórico !
- Klouri e PHAderrotam Dantas (de novo)
- Lewandowski fulmina Dantas. Klouri e PHA vencem no STF !
- Klouri e PHA derrotam Dantas e Nahas. De novo
- Klouri e PHA derrotam Nahas na Justiça
- PHA e Klouri derrotam Dantas (pela enésima vez)
- Queijo e PHA derrotam na Justiça dois da Globo
- PHA e Klouri não se cansam de bater em Dantas
- Klouri e PHA derrotam Heráclito (de novo)
- PHA e Klouri dão nova surra em Dantas
- Klouri e PHA dão outra surra em Dantas
- Klouri e PHA derrotam Dantas ! De novo !!!
- PHA derrota Gilmar e Kamel. Fim de papo
- Klouri e PHA dão (outra) surra no Dantas
- Klouri e PHA aplicam duas (novas) surras em Dantas
- Klouri e PHA enfiam artigo 220 pela goela de Dantas
- Queijo e PHA derrotam Kamel
- Klouri e PHA não se cansam de bater em Dantas !
- Vitória da liberdade de expressão na internet !
- Supremo dá vitória a PHA contra Dantas
- A Dra. Queijo não se cansa de bater em Dantas !
- Klouri e PHA surram Dantas (de novo)
- Pior que a Democracia é viver sem ela!
- Dra. Fernanda sova delegado da PF
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
Muito triste com a perda desse amigo que a vida me deu, Paulo Henrique Amorim. Uma perda para o jornalismo e para o Brasil. pic.twitter.com/EaaeNwXaB5— Ciro Gomes (@cirogomes) 10 de julho de 2019
Minhas homenagens ao jornalista Paulo Henrique Amorim. Longa e vitoriosa carreira. Tivemos algumas conversas inesquecíveis e muitas entrevistas. pic.twitter.com/0KwaWUK98B— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) 10 de julho de 2019
Conversa Afiada que vai fazer muita falta!— Glauber Braga (@Glauber_Braga) 10 de julho de 2019
O dia começou com a triste notícia do falecimento de Paulo Henrique Amorim.
Suas reportagens,crônicas, comentários mais que afiados, eram a representação de um jornalismo destemido.
PHA fará muita falta!#EquipeDeComunicaçãoGlauber pic.twitter.com/5KjQ1bcSmg
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Morre Paulo Henrique Amorim aos 77 anos
Jornalista sofreu infarto fulminante
na madrugada desta quarta-feira, depois de sair para jantar com amigos na noite
de terça-feira
Amorim sofreu infarto e morreu aos 77 anos de idade
Greg Salibian/Folhapress - 19.08.2017
O jornalista Paulo Henrique Amorim morreu, na madrugada desta
quarta-feira (10), aos 77 anos. O jornalista deixou o legado para a comunicação
brasileira.
Amorim estava em casa, no Rio de Janeiro, quando sofreu um infarto
fulminante — informação confirmada pela mulher dele.
Na noite da terça-feira (9), o jornalista havia saído para jantar com
amigos.
Paulo Henrique Amorim estava na Record TV desde 2003.
Antes, passou por diversos jornais, revistas e emissoras de televisão do país.
Nascido em 22 de fevereiro de 1942, Paulo Henrique estreou no jornal A
Noite, em 1961. Depois foi trabalhar em Nova York, como correspondente
internacional da revista Realidade e, posteriormente, da
revista Veja.
Na televisão, passou pela extinta TV Manchete e pela TV Globo, também
como correspondente internacional em Nova York.
Em 1996, deixou a TV Globo e foi para a TV Bandeirantes, onde apresentou
oJornal da Band e o programa Fogo Cruzado. Depois, foi
para a TV Cultura.
Em 2003, foi contratado pela Record TV, onde apresentou o Jornal
da Record segunda edição. No ano seguinte, ajudou a criar a revista
eletrônicaTudo a Ver na emissora. Em 2006, assumiu a apresentação
do Domingo Espetacular, onde ficou até junho deste ano.
Amorim deixa uma filha e a mulher, a jornalista Geórgia Pinheiro.
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https://www.cartacapital.com.br/?p=82717Mino Carta: Paulo Henrique Amorim, um veterano da perseguição
Por que o afastamento do jornalista do seu vitorioso Domingo Espetacular só é possível no país da casa-grande e da senzala
Fora da Record, Paulo Henrique mantém pela internet a sua impagável e desassombrada “Conversa Afiada”, destinada à prática do espírito crítico para incomodar o poder onde quer que se manifeste. Para quem, além da verdade factual, frequenta com garbo e ironia, atravessamos um momento ideal. Recentemente, Paulo Henrique constatou que o presidente Bolsonaro é torcedor plúrimo de futebol, Flamengo, Palmeiras e Fluminense são seus times preferidos, sem deixar de anotar que o hino flamenguista exalta torcedores definitivos que somente a morte pode remover do estádio. O deputado Eduardo Bolsonaro, chanceler in pectore de papai, vociferou em plenário que o meu amigo pretendia a morte do presidente da República. Um atentado bem-sucedido serviria magnificamente ao propósito. Choveram na Record invocações graúdas à punição do jornalista atrevido e o bispo finalmente as atendeu.
Paulo Henrique é veterano neste gênero de enredo, desde quando, priscas eras, foi exonerado da Globo, não sem antes ter assistido à manipulação do célebre debate pré-eleitoral entre Fernando Collor e Lula, esmerada obra pessoal do nosso colega Roberto Marinho. Repetiu-se a história na Bandeirantes, onde o âncora do jornal diário assumia a tarefa aprazível de irritar o presidente Fernando Henrique Cardoso. DoUOL, etapa seguinte do périplo de Paulo Henrique, as razões não foram tão imponentes e nem por isso menos decisivas: meu desabusado amigo costumava baixar o guatambu no banqueiro orelhudo do Opportunity, Daniel Dantas, que mandava no portal. Não consigo evitar a menção ao diretor Caio Túlio Costa, profissional oriundo da Folha de S.Paulo, onde talvez tenha aprendido a eliminar companheiros de trabalho.
É admissível entender que um pica-pau às vezes bate asas nas entranhas do meu amigo para animá-lo no cumprimento pontual do seu mister a despeito de patrões e pretensos colegas. De todo modo, o afastamento de Paulo Henrique do Domingo Espetacular, programa que elevou a qualidade e o Ibope daRecord, não corresponde a uma forma bolsonarista de censura. De fato, o ex-capitão conforma-se aos hábitos nefandos do país da casa-grande e da senzala, o que nos relega à medievalidade mais sombria e nos torna únicos na desgraça entre os países do G20, em relação à Argentina inclusive. Apesar de Macri, a nação portenha não é medieval.
Da próxima reunião do G20 Bolsonaro prepara-se a participar. Não sei quem irá integrar a comitiva dos nativos, não me surpreenderei se contar com Sergio Moro, e com o devido destaque. Não faltará um cacho de ocasiões para gargalhar e sentir vergonha, a se oferecer generosamente aos cidadãos conscientes do desastre, da unicidade da tragédia brasileira, entre eles quem acompanha Paulo Henrique. O qual, aliás, é dono da gargalhada mais sonora e contagiante entre todas as que caíram nos meus ouvidos. A nossa amizade dura in crescendo há 52 anos.
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