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8 de jun de 2016
Reações ao vazamento dos pedidos de prisão para Sarney, Eduardo Cunha, Renan Calheiros e Romero Jucá. O ministro do Supremo Tribunal, Gilmar Mendes, protestou:
- É processo oculto, pede-se sigilo, mas divulga-se para a imprensa. Isso é grave, brincadeira com o Supremo. Quem faz isso está cometendo crime, certo?
Certíssimo... Mas...centenas de vazamentos ocorreram nos últimos dois anos, nas investigações do "petrolão".
Há três meses, de maneira ilegal foi gravada parte de conversa entre a presidente Dilma e o ex-presidente Lula. Com vazamento ilegal da porção ilegalmente gravada.
À época o ministro Zavaski criticou e cobrou o juiz Moro. O que disse então o ministro Gilmar Mendes sobre o vazamento?
Disse que a divulgação foi "correta" e que importante era discutir o "conteúdo extremamente grave".
Agora Gilmar Mendes diz ser preciso "chamar às falas os responsáveis". Em 2008, preso Daniel Dantas, Gilmar Mendes e o senador Demóstenes Torres (aquele) foram ao Planalto.
Para protestar contra grampos, que não existiram, e chamar "às falas" o presidente Lula.
Paulo Lacerda, que havia modernizado a Polícia Federal, foi demitido da ABIN. O delegado Protógenes seria demitido da PF.
Como previsível, agora, enfim, delações começam a pegar geral. É o que mostra vídeo que não interessa a tantos que pontificam sobre "corrupção".
Blog de Fausto Macedo, do Estadão, flagra o delator Cerveró dizendo no décimo minuto de depoimento online:
-A Odebrecht sempre teve profunda influência (na Petrobras) desde época do (Joel) Rennó...
Prossegue Cerveró:
-Braskem é um dos maiores escândalos criados na época do Fernando Henrique, não foi o Lula que inventou. Essas coisas não são investigadas, é isso é que eu fico impressionado.
E continua: "A Braskem é um escândalo, feita com a Odebrecht".
Nesse exato instante, quem interroga Cerveró interrompe, busca mudar de assunto perguntando: "Passados dois anos..."
Cerveró vira-se para alguém ao lado, franze testa e sobrancelha, balança mãos e cabeça como quem diz "tá vendo?", e conclui:
-... Essas coisas é que chamam a atenção...
Cerveró, entenda uma coisa: isso não vem ao caso.
- É processo oculto, pede-se sigilo, mas divulga-se para a imprensa. Isso é grave, brincadeira com o Supremo. Quem faz isso está cometendo crime, certo?
Certíssimo... Mas...centenas de vazamentos ocorreram nos últimos dois anos, nas investigações do "petrolão".
Há três meses, de maneira ilegal foi gravada parte de conversa entre a presidente Dilma e o ex-presidente Lula. Com vazamento ilegal da porção ilegalmente gravada.
À época o ministro Zavaski criticou e cobrou o juiz Moro. O que disse então o ministro Gilmar Mendes sobre o vazamento?
Disse que a divulgação foi "correta" e que importante era discutir o "conteúdo extremamente grave".
Agora Gilmar Mendes diz ser preciso "chamar às falas os responsáveis". Em 2008, preso Daniel Dantas, Gilmar Mendes e o senador Demóstenes Torres (aquele) foram ao Planalto.
Para protestar contra grampos, que não existiram, e chamar "às falas" o presidente Lula.
Paulo Lacerda, que havia modernizado a Polícia Federal, foi demitido da ABIN. O delegado Protógenes seria demitido da PF.
Como previsível, agora, enfim, delações começam a pegar geral. É o que mostra vídeo que não interessa a tantos que pontificam sobre "corrupção".
Blog de Fausto Macedo, do Estadão, flagra o delator Cerveró dizendo no décimo minuto de depoimento online:
-A Odebrecht sempre teve profunda influência (na Petrobras) desde época do (Joel) Rennó...
Prossegue Cerveró:
-Braskem é um dos maiores escândalos criados na época do Fernando Henrique, não foi o Lula que inventou. Essas coisas não são investigadas, é isso é que eu fico impressionado.
E continua: "A Braskem é um escândalo, feita com a Odebrecht".
Nesse exato instante, quem interroga Cerveró interrompe, busca mudar de assunto perguntando: "Passados dois anos..."
Cerveró vira-se para alguém ao lado, franze testa e sobrancelha, balança mãos e cabeça como quem diz "tá vendo?", e conclui:
-... Essas coisas é que chamam a atenção...
Cerveró, entenda uma coisa: isso não vem ao caso.
1 de jun de 2016
A Odebrechet fechou acordo e vai fazer delação premiada. No alvo os grandes partidos, todos.
Citados na Lista da Odebrechet, 316 políticos terão noites de insônia. Essa delação deve chegar ao sítio de Atibaia, cuja propriedade Lula nega.
Ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro segue inocentando Lula nos casos do sitio em Atibaia e do tríplex no Guarujá.
Como, até agora, Léo Pinheiro inocenta o ex-presidente, os que querem Lula preso não aceitam fechar a delação premiada do sócio da OAS.
Já na Operação Zelotes, investigadores acusam Luís Claudio, filho de Lula, de ter recebido R$ 10 milhões ilegalmente.
A Zelotes investiga contribuintes acusados de pagar propina para encolher multas na Receita Federal.
Pela mesma Zelotes, a Polícia Federal indiciou Trabuco, presidente do banco Bradesco. Joseph, dono do Banco Safra, já é réu na Zelotes.
E André, presidente do Grupo Gerdau, também foi indiciado pela PF na Zelotes.
Tudo isso é e foi manchete. Às vezes, quando fato objetivo, exaustivamente apurado, a notícia fala por si mesma.
Outras vezes a notícia vem coalhada de condicionantes: "suposto", "teria", "diz o delator" "segundo fontes" etc.
Se o citado, o delatado for absolvido depois, ou nem mesmo se tornar réu... azar dele. Estrago já feito, lamenta-se e...bola pra frente.
Se a informação vem de uma autoridade, se oficializada ou documentada de alguma forma, o repórter checa até o limite. Garantido por documento ou ofício, segue adiante.
Divide-se, em tais casos, o custo da decisão ética. Já a autoridade que vaza tem, desde o início, a responsabilidade legal pelo vazamento.
Com tantas delações, gravações, vazamentos, prisões e manchetes por corrupção fica até chato tocar nesse assunto.
Nem tanto pelos que, ao menos, têm como se defender. Ainda mais grave é os que não têm como se defender.
Segundo o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias -Infopen- de 607 mil prisioneiros no Brasil, 41% estão presos sem condenação.
Enquanto isso, 7 meses depois, a cassação, ou não, de Eduardo Cunha ficou...pra próxima semana.
Citados na Lista da Odebrechet, 316 políticos terão noites de insônia. Essa delação deve chegar ao sítio de Atibaia, cuja propriedade Lula nega.
Ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro segue inocentando Lula nos casos do sitio em Atibaia e do tríplex no Guarujá.
Como, até agora, Léo Pinheiro inocenta o ex-presidente, os que querem Lula preso não aceitam fechar a delação premiada do sócio da OAS.
Já na Operação Zelotes, investigadores acusam Luís Claudio, filho de Lula, de ter recebido R$ 10 milhões ilegalmente.
A Zelotes investiga contribuintes acusados de pagar propina para encolher multas na Receita Federal.
Pela mesma Zelotes, a Polícia Federal indiciou Trabuco, presidente do banco Bradesco. Joseph, dono do Banco Safra, já é réu na Zelotes.
E André, presidente do Grupo Gerdau, também foi indiciado pela PF na Zelotes.
Tudo isso é e foi manchete. Às vezes, quando fato objetivo, exaustivamente apurado, a notícia fala por si mesma.
Outras vezes a notícia vem coalhada de condicionantes: "suposto", "teria", "diz o delator" "segundo fontes" etc.
Se o citado, o delatado for absolvido depois, ou nem mesmo se tornar réu... azar dele. Estrago já feito, lamenta-se e...bola pra frente.
Se a informação vem de uma autoridade, se oficializada ou documentada de alguma forma, o repórter checa até o limite. Garantido por documento ou ofício, segue adiante.
Divide-se, em tais casos, o custo da decisão ética. Já a autoridade que vaza tem, desde o início, a responsabilidade legal pelo vazamento.
Com tantas delações, gravações, vazamentos, prisões e manchetes por corrupção fica até chato tocar nesse assunto.
Nem tanto pelos que, ao menos, têm como se defender. Ainda mais grave é os que não têm como se defender.
Segundo o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias -Infopen- de 607 mil prisioneiros no Brasil, 41% estão presos sem condenação.
Enquanto isso, 7 meses depois, a cassação, ou não, de Eduardo Cunha ficou...pra próxima semana.
30 de mai de 2016
Reunido com bispos, o Papa Francisco disse estar preocupado com "golpes suaves" na América Latina. Sua Santidade referia-se ao Brasil também.
O Papa manifestou tal opinião antes de conhecida parte das conversas gravadas por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro.
As gravações com Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá, são tomografia da derrubada de Dilma Roussef.
O que o PMDB articula nas conversas vazadas é um "acordo". Um "pacto" para derrubar Dilma e fazer "Michel" presidente.
Escancarado na expressão "estancar a sangria", motivo óbvio é tentar conter a Lava Jato, que ameaça todos eles.
Além do desespero de alvos da operação, o que esse converseiro mostra?
Mostra entranhas do topo do Poder. E da Política, do PMDB de Eduardo Cunha -personagem oculto das gravações- depondo Dilma para tentar salvar seus pescoços.
Os vazamentos buscam desobstruir o caminho da Lava Jato em direção a alvos secundários. E alargá-lo rumo ao alvo primordial.
O vazamento das conversas entre Lula e Dilma havia contraído a Lava Jato. Por que ilegal ao menos parte da gravação e o vazamento. E por então ter atiçado as outras ruas.
Ruas cada dia mais ocupadas por oposições que hoje estão adiante de partidos e movimentos sociais tradicionais. Agora oposições ao governo interino.
As gravações de Machado foram em março. O procurador Janot teve acesso ao teor das conversas, e a essa trama, antes do afastamento de Dilma ser autorizado, só em maio?
Governo Temer, terceira semana. Balança o segundo ministro. Como Romero Jucá, vitimado pelo mesmo delator, Sérgio Machado.
Fabiano Silveira, ministro da Transparência, foi gravado aconselhando Renan sobre como driblar a Lava Jato.
A propósito de conselhos... Em editorial, a Folha recomenda a Gilmar Mendes "evitar atitudes que destoem das práticas do judiciário".
O ministro preside o TSE. E a Segunda Turma, que julga processos da Lava Jato.
Sábado à noite Gilmar Mendes foi ao Palácio do Jaburu. Diz o ministro do Supremo que foi discutir com o interino Temer o "orçamento do TSE".
O Papa manifestou tal opinião antes de conhecida parte das conversas gravadas por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro.
As gravações com Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá, são tomografia da derrubada de Dilma Roussef.
O que o PMDB articula nas conversas vazadas é um "acordo". Um "pacto" para derrubar Dilma e fazer "Michel" presidente.
Escancarado na expressão "estancar a sangria", motivo óbvio é tentar conter a Lava Jato, que ameaça todos eles.
Além do desespero de alvos da operação, o que esse converseiro mostra?
Mostra entranhas do topo do Poder. E da Política, do PMDB de Eduardo Cunha -personagem oculto das gravações- depondo Dilma para tentar salvar seus pescoços.
Os vazamentos buscam desobstruir o caminho da Lava Jato em direção a alvos secundários. E alargá-lo rumo ao alvo primordial.
O vazamento das conversas entre Lula e Dilma havia contraído a Lava Jato. Por que ilegal ao menos parte da gravação e o vazamento. E por então ter atiçado as outras ruas.
Ruas cada dia mais ocupadas por oposições que hoje estão adiante de partidos e movimentos sociais tradicionais. Agora oposições ao governo interino.
As gravações de Machado foram em março. O procurador Janot teve acesso ao teor das conversas, e a essa trama, antes do afastamento de Dilma ser autorizado, só em maio?
Governo Temer, terceira semana. Balança o segundo ministro. Como Romero Jucá, vitimado pelo mesmo delator, Sérgio Machado.
Fabiano Silveira, ministro da Transparência, foi gravado aconselhando Renan sobre como driblar a Lava Jato.
A propósito de conselhos... Em editorial, a Folha recomenda a Gilmar Mendes "evitar atitudes que destoem das práticas do judiciário".
O ministro preside o TSE. E a Segunda Turma, que julga processos da Lava Jato.
Sábado à noite Gilmar Mendes foi ao Palácio do Jaburu. Diz o ministro do Supremo que foi discutir com o interino Temer o "orçamento do TSE".
9 de mai de 2016
Começou como farsa, segue como comédia e circo. Que não termine em tragédia.
.
Presidente interino da câmara, o obscuro Waldir Maranhão (PP-MA) é mais um farsante, e investigado na Lava Jato.
.
Oito dos 10 sucessores de Eduardo Cunha na presidência respondem a processos ou têm condenações. E Cunha é réu, com uma pilha de processos.
.
Dos 513 deputados que votaram pelo impeachment, 299 tem ocorrências na Justiça e/ou tribunais de contas.
.
Recordemos: os pedidos de impeachment, 37 ao todo, começaram logo depois da eleição. Até as "pedaladas" a cada mês mudavam os motivos.
.
Temer também assinou "pedaladas". Anastasia, relator do impeachment no senado, "pedalou" em bilhões quando governador de Minas. Governadores e prefeitos "pedalam".
.
Tudo isso é fato. Mas a cada fato que não interessa ao jogo farsesco aplica-se o já célebre " mas não vem ao caso".
.
Usando ou não a expressão "golpe", mundo afora se percebe o óbvio: existe impeachment porque existem a Lava Jato e o megadebate sobre corrupção.
.
Então, como réus e acusados de roubar julgam quem não foi acusada de corrupção por ato de responsabilidade pessoal? Qual a legitimidade disso? Ou "não vem ao caso"?
.
Vários listados para o governo Temer, incluindo o próprio Temer, estão citados na Lava Jato ou similares. "Não vem ao caso"?
.
Como o motivo legal para o impeachment pode ser um artifício contábil usado por tantos que estão julgando ou apoiando? Ou "não vem ao caso"?
.
Truques e gambiarras se acumulam. A forma como Cunha foi suspenso não está prevista na Constituição. O Supremo, hoje o Poder real, valeu-se de uma gambiarra.
.
Há 5 meses já existiam os motivos alegados para afastar Cunha. Mas ele só foi derrubado depois de ter feito o serviço.
.
Para a história, inesquecíveis as imagens e manchetes dos que estavam com Cunha. E diante das faixas "Somos milhões de Cunhas" o silêncio cúmplice.
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Farsas antes, hoje comédia e circo de Waldir Maranhão, "O Brevíssimo", & Cia Vamos ao futuro...
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Presidente interino da câmara, o obscuro Waldir Maranhão (PP-MA) é mais um farsante, e investigado na Lava Jato.
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Oito dos 10 sucessores de Eduardo Cunha na presidência respondem a processos ou têm condenações. E Cunha é réu, com uma pilha de processos.
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Dos 513 deputados que votaram pelo impeachment, 299 tem ocorrências na Justiça e/ou tribunais de contas.
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Recordemos: os pedidos de impeachment, 37 ao todo, começaram logo depois da eleição. Até as "pedaladas" a cada mês mudavam os motivos.
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Temer também assinou "pedaladas". Anastasia, relator do impeachment no senado, "pedalou" em bilhões quando governador de Minas. Governadores e prefeitos "pedalam".
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Tudo isso é fato. Mas a cada fato que não interessa ao jogo farsesco aplica-se o já célebre " mas não vem ao caso".
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Usando ou não a expressão "golpe", mundo afora se percebe o óbvio: existe impeachment porque existem a Lava Jato e o megadebate sobre corrupção.
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Então, como réus e acusados de roubar julgam quem não foi acusada de corrupção por ato de responsabilidade pessoal? Qual a legitimidade disso? Ou "não vem ao caso"?
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Vários listados para o governo Temer, incluindo o próprio Temer, estão citados na Lava Jato ou similares. "Não vem ao caso"?
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Como o motivo legal para o impeachment pode ser um artifício contábil usado por tantos que estão julgando ou apoiando? Ou "não vem ao caso"?
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Truques e gambiarras se acumulam. A forma como Cunha foi suspenso não está prevista na Constituição. O Supremo, hoje o Poder real, valeu-se de uma gambiarra.
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Há 5 meses já existiam os motivos alegados para afastar Cunha. Mas ele só foi derrubado depois de ter feito o serviço.
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Para a história, inesquecíveis as imagens e manchetes dos que estavam com Cunha. E diante das faixas "Somos milhões de Cunhas" o silêncio cúmplice.
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Farsas antes, hoje comédia e circo de Waldir Maranhão, "O Brevíssimo", & Cia Vamos ao futuro...
18 de abr de 2016
No rosário de erros políticos, econômicos e morais que ajudam a entender a derrota do governo, um é simbólico.
Em 13 anos, Dilma ou Lula jamais convidaram o chamado "povo" para qualquer Reforma ou causa. Salvo para eleições. Ou para salvar o próprio pescoço.
O vazamento das conversas entre Dilma e Lula jogou nas ruas multidões e muitos dos movimentos sociais até então desmobilizados.
Ali, tardiamente, se entendeu o que estava, está a caminho. E que neste domingo se viu num Brasil partido.
Mas, ao contrário de certo senso comum, o Brasil não se partiu agora, ou nas campanhas. O que se se assiste é escancaração de um Brasil desde sempre partido.
Não se partiu agora, País que chegou ao século 21 com uma das piores distribuições de renda do mundo, que não tem esgoto em metade das moradias.
Pais que convive com quase 60 mil homicídios ao ano não foi partido pelo marketing.
A distância entre debate sobre corrupção nas ruas e mídias e o espetáculo grotesco que se viu na Câmara é uma tomografia.
Cheios de razões, milhões clamaram contra corrupção. A Lava Jato investiga corrupção, e sem a Lava Jato não existiria "impeachment".
Mas a autorização para o processo de impeachment não se deu contra ato de corrupção de Dilma.
Pelo contrário. No Congresso, e não apenas, o impeachment foi, é comandado por acusados de grossa corrupção na mesma Lava Jato. E não só.
Justas razões, mas também ódio de classes, profundas ignorância e hipocrisia embalam essa disputa.
Mesmo amparado por mercados e manchetes, cercado por bandos de réus em busca de salvação não será um Temer quem irá colar os cacos desse país partido.
Uma cena, e suas repercussões, resumiram mundo afora o Brasil partido. Messias Bolsonaro homenageou Ustra, torturador na ditadura. Depois xingou Jean Wyllys.
Jean cuspiu na cara de Bolsonaro... Muitos querem discutir só a cusparada. Muitos lamentam que Jean Wyllys não tenha vomitado.
Em 13 anos, Dilma ou Lula jamais convidaram o chamado "povo" para qualquer Reforma ou causa. Salvo para eleições. Ou para salvar o próprio pescoço.
O vazamento das conversas entre Dilma e Lula jogou nas ruas multidões e muitos dos movimentos sociais até então desmobilizados.
Ali, tardiamente, se entendeu o que estava, está a caminho. E que neste domingo se viu num Brasil partido.
Mas, ao contrário de certo senso comum, o Brasil não se partiu agora, ou nas campanhas. O que se se assiste é escancaração de um Brasil desde sempre partido.
Não se partiu agora, País que chegou ao século 21 com uma das piores distribuições de renda do mundo, que não tem esgoto em metade das moradias.
Pais que convive com quase 60 mil homicídios ao ano não foi partido pelo marketing.
A distância entre debate sobre corrupção nas ruas e mídias e o espetáculo grotesco que se viu na Câmara é uma tomografia.
Cheios de razões, milhões clamaram contra corrupção. A Lava Jato investiga corrupção, e sem a Lava Jato não existiria "impeachment".
Mas a autorização para o processo de impeachment não se deu contra ato de corrupção de Dilma.
Pelo contrário. No Congresso, e não apenas, o impeachment foi, é comandado por acusados de grossa corrupção na mesma Lava Jato. E não só.
Justas razões, mas também ódio de classes, profundas ignorância e hipocrisia embalam essa disputa.
Mesmo amparado por mercados e manchetes, cercado por bandos de réus em busca de salvação não será um Temer quem irá colar os cacos desse país partido.
Uma cena, e suas repercussões, resumiram mundo afora o Brasil partido. Messias Bolsonaro homenageou Ustra, torturador na ditadura. Depois xingou Jean Wyllys.
Jean cuspiu na cara de Bolsonaro... Muitos querem discutir só a cusparada. Muitos lamentam que Jean Wyllys não tenha vomitado.
25 de abr de 2016
Nas redes sociais milhões reproduzem e debatem o ator José de Abreu no "Domingão do Faustão".
Perplexidade, pasmo e debate já escancaram: espanto pela raridade, ineditismo da cena.
Cena não num programa eleitoral, humorístico, ou em contraponto num telejornal da Globo.
A propósito de explicar cusparadas em um casal, Abreu deu os nomes de Temer e próximos listados na Lava Jato.
Citando Marco Aurélio Mello, do Supremo, disse: "O impeachment é golpe".
José de Abreu disse o que uma porção do país sempre ouviu, e que outra não ouvia. E o que milhões ouviam, ouvem, mas fazem de conta não ouvir ou saber:
-Cunha é ladrão...
Essa cena resulta, também, de debate que tem acontecido nas Mídias e parlamentos mundo afora. Debate não apenas sobre impeachment e aquela grotesca noitada de votação.
Debate também sobre monopólios, atuação e influência dos meios de comunicação no processo político no Brasil.
Por exemplo: durante romarias às moradias de Temer, como ouvir réus da Lava Jato, ou de outros processos, atacando a "córrupição" sem que se pergunte a tais atores:
-Mas o senhor não é réu também?...A senhora, o senhor, não responde a processos?
Sendo quem são personagens e instituições, esse enredo sempre foi a Crônica de um Desastre Anunciado. Há 8 meses, exatos 226 dias, dissemos aqui:
"Cresce o cerco dos que querem o impeachment de Dilma. Ainda falta coesão entre os que disputam o Poder. E clareza sobre os riscos da operação".
"Riscos internos e externos. Internos porque, passados down e perplexidade virá a realidade: a conta gigantesca e o contra-ataque dos quem tem pressa e fome".
"Risco externo porque derrubar presidente é ato seríssimo. Mancha quem cai, mas pode manchar para sempre quem, mesmo com a mão do gato, derruba".
"Se não for ação estritamente legal, aos olhos da História e do mundo será altíssimo o custo de voltar a portar-se como republiqueta de bananas e golpes".
Perplexidade, pasmo e debate já escancaram: espanto pela raridade, ineditismo da cena.
Cena não num programa eleitoral, humorístico, ou em contraponto num telejornal da Globo.
A propósito de explicar cusparadas em um casal, Abreu deu os nomes de Temer e próximos listados na Lava Jato.
Citando Marco Aurélio Mello, do Supremo, disse: "O impeachment é golpe".
José de Abreu disse o que uma porção do país sempre ouviu, e que outra não ouvia. E o que milhões ouviam, ouvem, mas fazem de conta não ouvir ou saber:
-Cunha é ladrão...
Essa cena resulta, também, de debate que tem acontecido nas Mídias e parlamentos mundo afora. Debate não apenas sobre impeachment e aquela grotesca noitada de votação.
Debate também sobre monopólios, atuação e influência dos meios de comunicação no processo político no Brasil.
Por exemplo: durante romarias às moradias de Temer, como ouvir réus da Lava Jato, ou de outros processos, atacando a "córrupição" sem que se pergunte a tais atores:
-Mas o senhor não é réu também?...A senhora, o senhor, não responde a processos?
Sendo quem são personagens e instituições, esse enredo sempre foi a Crônica de um Desastre Anunciado. Há 8 meses, exatos 226 dias, dissemos aqui:
"Cresce o cerco dos que querem o impeachment de Dilma. Ainda falta coesão entre os que disputam o Poder. E clareza sobre os riscos da operação".
"Riscos internos e externos. Internos porque, passados down e perplexidade virá a realidade: a conta gigantesca e o contra-ataque dos quem tem pressa e fome".
"Risco externo porque derrubar presidente é ato seríssimo. Mancha quem cai, mas pode manchar para sempre quem, mesmo com a mão do gato, derruba".
"Se não for ação estritamente legal, aos olhos da História e do mundo será altíssimo o custo de voltar a portar-se como republiqueta de bananas e golpes".
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