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sexta-feira, 16 de março de 2018

In Memorian: Marielle Franco

1) Marielle Franco foi assassinada. As ideias e seus ideais não podem morrer juntos.
2) Temos que ter cuidado para que o estado de violência do Rio de Janeiro não seja pretexto para
dilacerarmos mais ainda nossa frágil democracia golpeada em 2016 que está preste a morrer.

A última vez que tivemos um golpe demoramos 21 anos para sair dele.

3) Não podemos esquecer o que gera a violência brasileira: Desigualdade social.

4) Há um perigo grande na morte de Marielle Franco: Uma bandeira que une toda a nação em prol de... de... ??  Não sabemos ainda...

Por exemplo: O poder360° que mudar o ambiente das eleições 2018. (Será que elas vão ocorrer?)
https://www.poder360.com.br/analise/morte-de-marielle-desperta-ruas-e-disrupcao-muda-cenario-eleitoral-de-2018/

A grande tentativa é mudar o ambiente de discussão. Sai emprego entra violência.



“Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”, perguntou Marielle Franco, pouco antes de ser silenciada pela barbárie. Quantos mais precisarão perder a vida de forma violenta para que a desumanização acabe e o país possa voltar a viver em paz?









https://www.mariellefranco.com.br
https://pt.wikipedia.org/wiki/Marielle_Franco

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“Sou mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré.” 
A frase de apresentação em seu site oficial mostra como Marielle Franco, vereadora carioca assassinada na noite desta quarta (14), aos 38 anos, gostava de ser reconhecida.

Marielle Francisco da Silva nasceu em 27 de julho de 1979, no Complexo da Maré, zona norte do Rio. Filha de Marinete e Antonio Francisco da Silva Neto, foi criada no catolicismo —fez catequese por mais de uma década, na Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, em Bonsucesso.

Era flamenguista e funkeira com gosto, frequentando bailes e tornando-se dançarina da equipe Furacão 2000. Motivada pelos pais a estudar desde cedo, assim como sua irmã caçula, Anielle, teve inicialmente “a educação que foi possível”.

Começou a trabalhar aos 11 anos, para pagar sua escola, foi educadora numa creche na Maré e aluna da primeira turma de pré-vestibular comunitário do complexo, aos 19 anos, em 1998.

No mesmo ano, deu à luz sua filha, Luyara, fruto de um relacionamento temporário. Hoje, a menina com nome de deusa indígena tem 19 anos e é caloura de educação física na Uerj.

Marielle iniciou sua militância em direitos humanos em 2000, após a morte de uma amiga, vítima de bala perdida em tiroteio entre policiais e traficantes na Maré.

Tornou-se parte do que chamava de “bonde de intelectuais da favela”, uma geração que fez pré-vestibular comunitário e conseguiu acesso a boas faculdades —a dela, ciências sociais, na PUC Rio, onde entrou com bolsa integral em 2002.

Com os estudos e dois empregos para sustentar a filha, não participou do movimento estudantil na faculdade, mas nunca se desligou da militância pró-comunidades. Em 2006, integrou na Maré a equipe de campanha que ajudou a eleger Marcelo Freixo (PSOL) à Assembleia Legislativa do Rio. “Ela tinha uma liderança nata, era aquele menina que tinha iniciativa, rodava muito pelas regiões periféricas, no movimento negro e de mulheres”, diz Vinicius George, que também fez parte da campanha.


O deputado se tornaria seu padrinho político, nomeando-a assessora parlamentar e, posteriormente, coordenadora da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj. Em linha com a atuação política do PSOL, Marielle entrou, em 2012, no mestrado em administração pública na UFF (Universidade Federal Fluminense).

Sua dissertação (“UPP: A Redução da Favela a Três Letras”) analisava criticamente a política de segurança pública do governo de Sérgio Cabral. Ela defendia que as UPPs fortaleciam “um Estado Penal que, pelo discurso da ‘insegurança social’, aplica uma política voltada para repressão e controle dos pobres”.

Sua candidatura a vereadora, na eleição de 2016, demandou convencimento por parte de seus colegas do PSOL —ela resistia à ideia de concorrer. Fez uma campanha calcada na tríade gênero, raça e cidade, com o lema “eu sou porque nós somos” —referindo-se a mulheres, negras, de favela, como ela.

Esperava ter cerca de 6.500 votos, mas acabou escolhida por 46.502 eleitores, a quinta maior votação para o cargo. As zonas eleitorais em que teve melhor desempenho ficam no Catete, Jardim Botânico (ambos na zona sul) e na Tijuca (zona norte).

“Fiquei muito feliz com essa votação expressiva porque acho que é uma resposta da cidade nas urnas para o que querem nos tirar, que é o debate das mulheres, da negritude e das favelas”, disse, à época.

Em seus pouco mais de 13 meses de mandato, apresentou 13 projetos —entre eles, um contra o assédio às mulheres em transportes públicos, um pelo atendimento humanizado nos casos de aborto legal e um para a criação de um horário noturno em creches municipais, tendo em mente pais pobres que estudam ou trabalham à noite, sem ter com quem deixar os filhos. Era também relatora da comissão da Câmara Municipal que fiscalizará a intervenção militar no Rio.

Marielle era ainda presidente da Comissão de Defesa da Mulher e defensora dos direitos LGBTQ —há alguns anos, começou um relacionamento com Mônica, a quem classificava como “minha companheira de vida e de amor, a primeira mulher que beijei”.

Morreu atuando em prol das causas de sua vida —horas antes de ser assassinada, aos 38 anos, participou de uma roda de conversa intitulada “Jovens Negras Movendo Estruturas”. Dias antes, reproduziu denúncia de moradores sobre a ação violenta da PM no subúrbio de Acari.

Tinha orgulho de suas origens, de sua cor e de sua luta. Como escreveu em sua dissertação de mestrado, “favelada, para subir na vida, além de pegar o elevador, tem que se esforçar muito.”

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Marielle Francisco da Silva (Rio de Janeiro, 27 de julho de 1979 — Rio de Janeiro, 14 de março de 2018) foi uma socióloga, feminista, militante dos direitos humanos e política brasileira. Filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), elegeu-se vereadora do Rio de Janeiro na eleição municipal de 2016 com a quinta maior votação. Crítica da intervenção federal no Rio de Janeiro e da Polícia Militar, denunciava constantemente policiais por abusos de autoridade contra os moradores. Em 14 de março de 2018, foi assassinada a tiros.

Família, juventude e educação
Filha de Marinete e Antonio Francisco da Silva Neto, Marielle Franco nasceu e cresceu no Complexo da Maré, na cidade do Rio de Janeiro; ela apresentava-se como "cria da Maré".Na juventude, seguia o catolicismo, tendo feito catequese, e tinha como um de seus hobbies o funk, dançando na equipe Furacão 2000.[6] Em 1990, aos 11 anos de idade, começou a trabalhar, usando o salário para ajudar a pagar seus estudos.Posteriormente, também exerceu a função de educadora infantil em uma creche.

Em 1998, Franco deu à luz sua primeira e única filha, Luyara. Naquele mesmo ano, matriculou-se na primeira turma de pré-vestibular comunitário oferecido na Maré. Em 2000, começou a militar no movimento pelos direitos humanos depois de uma de suas amigas ser atingida fatalmente por uma troca de tiros entre policiais e traficantes na Maré.

Em 2002, ingressou na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), estudando Ciências Sociais com uma bolsa integral obtida pelo Programa Universidade para Todos (Prouni).Após graduar-se em Ciências Sociais, concluiu um mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), onde defendeu a dissertação intitulada "UPP - A redução da favela a três letras: uma análise da política de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro".

Carreira política
Na eleição estadual carioca de 2006, Franco integrou a equipe de campanha que elegeu Marcelo Freixo à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ).[11] Com a posse de Freixo, foi nomeada assessora parlamentar do deputado. Anos depois assumiu a coordenação da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Em 2016, sua primeira disputa eleitoral, foi eleita vereadora na capital fluminense pela coligação Mudar é possível, formada pelo PSOL e pelo PCB. Com mais de 46 mil votos, foi a quinta candidata mais votada na cidade e a segunda mulher mais votada ao cargo de vereadora em todo o país. Na Câmara Municipal, presidiu a Comissão de Defesa da Mulher e integrou uma comissão composta por quatro pessoas cujo objetivo era monitorar a intervenção federal no Rio de Janeiro. Franco trabalhou na coleta de dados sobre a violência contra as mulheres, pela garantia do aborto nos casos previstos por lei, pelo aumento na participação feminina na política e advogou pela construção de novas Casas de Parto, criadas para a realização de partos normais.

Assassinato
Franco foi executada com quatro tiros na cabeça por volta das 21h30min de 14 de março de 2018, quando também foi assassinado Anderson Pedro Mathias Gomes, motorista do veículo em que a vereadora se encontrava. A principal linha de investigação das autoridades competentes é que seu assassinato tratou-se de uma execução, embora não descartem outros potenciais motivos.[18] De acordo com a Human Rights Watch, o assassinato de Franco relacionou-se à "impunidade existente no Rio de Janeiro" e ao "sistema de segurança falido" no estado. Após ser velado na Câmara Municipal carioca, com a presença de milhares de pessoas, o corpo de Franco foi enterrado em 15 de março, no Cemitério São Francisco Xavier.

O assassinato de Franco motivou reações nacionais e internacionais, com a organização de diversos protestos em todo o território brasileiro. O Presidente Michel Temer afirmou que o crime era "inaceitável" e que "não ficaria impune", enquanto a Câmara dos Deputados realizou sessão solene em sua homenagem, bem como todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) proferiram discursos de pesar.

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Marielle foi perseguida por quatro quilômetros antes de ser morta a tiros


Os indícios apontam para uma execução. A vereadora denunciava ações de abusos policiais nas favelas cariocas


A Polícia Civil do Rio acredita que os assassinos seguiram a vereadora Marielle Franco desde quando ela saiu de uma roda de conversa intitulada “Jovens Negras Movendo Estruturas”, na Lapa, no Centro do Rio de Janeiro. Ela pode ter sido perseguida por cerca de quatro quilômetros. Segundo a investigação, Marielle não tinha o hábito de andar no banco de trás do veículo, que tem filme escuro nos vidros. Na noite desta quarta, no entanto, ela estava no banco traseiro quando o crime ocorreu, o que seria mais uma prova de que os assassinos estavam observando a vítima há algum tempo.

Segundo a polícia, os disparos foram efetuados a cerca de dois metros do carro das vítimas, quando um outro automóvel, um Cobalt prata, emparelhou. Além de Marielle, o motorista Anderson Pedro Gomes também foi baleado e morreu. A perícia constatou que os tiros, nove ao todo, entraram pela parte traseira do lado do carona, onde Marielle estava sentada, e três disparos acabaram atingindo o motorista. 

De acordo com a Divisão de Homicídios, o atirador seria experiente e sabia o que estava fazendo. Os assassinos usaram uma arma 9 mm para executar o crime. Policiais da Divisão de Homicídios fazem diligência nas ruas em busca de imagens de câmeras de segurança que possam esclarecer a morte de Marielle Franco. A perícia encontrou nove cápsulas de tiros no local. Os criminosos fugiram sem levar nada.

Testemunha 

Uma assessora que estava no banco de trás, Fernanda Chaves, sobreviveu. Além da assessora que estava no carro com Marielle, a polícia já ouviu, pelo menos mais uma testemunha do crime. O secretário Estadual de Direitos Humanos do Rio, Átila Alexandre Nunes, afirmou que o órgão está deixando o programa de proteção à disposição das testemunhas da morte de Marielle Franco. Ontem pela manhã, o novo chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, disse que a morte da vereadora Marielle atenta contra a democracia e reafirmou que a principal linha de investigação é execução.

“Estamos diante de um caso extremamente grave que atenta contra a dignidade da pessoa humana, que atenta contra a democracia. Quero agradecer ao deputado Marcelo Freixo por ter vindo à chefia da Polícia Civil, é uma demonstração de apreço e respeito pela instituição. Vamos adotar todas as formas possíveis e impossíveis para dar resposta a este caso gravíssimo”, disse.

A declaração foi feita ao lado do deputado Marcelo Freixo (PSOL). Segundo o parlamentar, não havia nenhuma ameaça contra a colega. Freixo disse ter conversado com familiares e amigos de Marielle, que confirmaram as informações. ‘Quem matou a Marielle tentou matar a possibilidade de uma mulher negra, nascida na Maré, feminista, estar na política. Isso não é aceitável em qualquer lugar do mundo. Vamos exigir até o último momento que se descubra o que aconteceu”, garantiu Rivaldo.

'Morte de Marielle foi uma tentativa de silenciá-la', diz ministro da Segurança Pública


Raul Jungmann disse também que estava no Rio por determinação do presidente Michel Temer (MDB) e declarou que vai acompanhar o caso pessoalmente até que ele se encerre


O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta quinta-feira, 15, que o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), de 38 anos, e do motorista Anderson Pedro Gomes, de 39, foi uma "tentativa de silenciar uma pessoa que vinha procurando defender comunidades no Rio de Janeiro". Jungmann também prometeu "todos os esforços" para que os responsáveis pelo crime sejam descobertos. Ele não quis divulgar nenhuma informação sobre as investigações e disse que não descarta nenhuma hipótese para o crime.

Jungmann também afirmou que confia no trabalho da Polícia Civil. Indicou assim que discorda da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que chegou a avaliar a possibilidade de pedir a federalização das investigações do assassinato de Marielle e de seu motorista. Essa hipótese foi descartada no início da noite, em encontro da procuradora com o procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem.

"Falei com Raquel Dodge, mas a rigor esta investigação já está federalizada porque nós temos uma intervenção federal aqui acontecendo e estamos todos trabalhando juntos", disse durante coletiva de imprensa no Centro Integrado de Comando de Controle (CICC). "Mas, se ela entender que há necessidade do deslocamento de competência e se ela entender a necessidade maior do que já vem fazendo a Polícia Federal, obviamente que nós nada temos a obstaculizar."

Jungmann disse também que estava no Rio por determinação do presidente Michel Temer (MDB) e declarou que vai acompanhar o caso pessoalmente até que ele se encerre "pelo tempo que for necessário e ao custo que for necessário".

"Quero dizer ao povo carioca que nós vamos encontrar e vamos punir os responsáveis por esse bárbaro crime. E que nos envidaremos todos os esforços para que isso venha acontecer", afirmou.

Segundo o ministro, estão trabalhando de forma integrada no caso as Polícias Civil, Militar, Federal, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a Secretaria de Segurança e a inteligência das Forças Armadas.

"Todos estão somando esforços para que a Justiça seja feita e para que esse bárbaro crime tenha a devida punição e que os responsáveis vão parar na cadeia. Essa é a nossa determinação. Pelo tempo que for necessário e ao custo que for necessário, nós vamos fazer Justiça à vereadora", disse. 

Quando questionado por repórteres se achava que o crime poderia simbolizar algum fracasso na intervenção federal, Jungmann respondeu que "a intervenção nunca se propôs a fazer mágica". "A intervenção se propôs a trabalho, trabalho e trabalho. A intervenção, até aqui, tem procurado fortalecer e reestruturar as polícias", afirmou.

Chefe da polícia do Rio diz que morte de Marielle é "atentado à democracia" 


Rio, 15 - O chefe da Polícia Civil do Estado do Rio, Rivaldo Barbosa, disse nesta quinta-feira, 15, que o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) "atenta contra a democracia". Ele não quis confirmar a hipótese de execução alegando sigilo nas investigações, mas afirmou que a polícia "não descarta nenhuma possibilidade". A Polícia Federal ofereceu ajuda nas investigações, mas o chefe da polícia civil disse que a instituição tem todas as condições de resolver o caso.

Barbosa recebeu em seu gabinete o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e os delegados Fábio Cardoso, que está assumindo a direção das Delegacias de Homicídio, e Gineton Lages, que agora é titular da Delegacia de Homicídios da Capital.

"É um caso extremamente grave, que atenta contra a dignidade da pessoa humana e que atenta contra a democracia", disse Barbosa. "Nós temos nossos protocolos estabelecidos. Quem quiser nos ajudar, receberemos a ajuda, de qualquer instituição. Entretanto, quero dizer que a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro tem capacidade para resolver esse caso."

Morte inaceitável

Marcelo Freixo disse que a morte de Marielle, que defendia o direito de minorias, "não é aceitável em lugar nenhum do mundo". "O caso da Marielle é de um atentado à democracia. É bom deixar claro isso. Não significa que a vida da Marielle valesse mais do que a vida de qualquer pessoa, não é nada disso. Quem matou a Marielle matou a possibilidade de uma mulher negra, que nasceu na favela da Maré, que era feminista, de estar na política. E isso não é aceitável em lugar nenhum do mundo", sustentou.

Freixo também criticou quem diz que os defensores dos direitos humanos defendem bandidos ou atacam a polícia. "É importante que se diga isso: o trabalho da Comissão de Direitos Humanos não é um trabalho contra a polícia", afirmou. "Denunciar policiais que cometem crimes não é um trabalho contra a polícia."

Freixo voltou a afirmar que Marielle Franco não vinha sofrendo ameaças. Ele disse ainda que as denúncias que ela vinha fazendo sobre abusos de policiais militares não tinha nenhum nome específico. E repetiu: "A gente não pode achar que polícia se mistura com o crime, e nem que direitos humanos defende bandido. Ninguém ganha com isso".

'Mataram a minha mãe e mais 46 mil eleitores', afirma filha de Marielle


A política foi morta quando voltava de um evento, no Centro do Rio. Vereadora eleita com 46.502 votos, ela foi a quinta mais votada na cidade. A trajetória dela é marcada pela luta em defesa dos direitos humanos


A filha da vereadora Marielle Castro usou seu perfil no Facebook na tarde desta quinta-feira para comentar a morte da mãe, ocorrida na noite dessa quarta-feira. No texto, Luyara Santos, de 19 anos, declara seu amor e afirma que a luta da parlamentar seguirá, mesmo com morte dela.
"Mataram a minha mãe e mais 46 mil eleitores! Nós seremos resistência porque você foi luta! Te amo", escreveu Luyara. 

Marielle, de 38 anos, foi morta a tiros na noite desta quarta dentro do carro em que seguia para casa. O ataque à Marielle ocorreu no centro do Rio. Uma assessora que acompanhava a vereadora sobreviveu ao ataque apenas com ferimentos leves. 

Ataque a tiros à Marielle ocorreu na Rua Joaquim Palhares, no centro do Rio. Ela voltava de um evento na Lapa, na mesma região, quando foi atingida. O motorista Anderson Pedro Gomes, de 39 anos, que dirigia o carro também morreu baleado. Ele estava desempregado e trabalhava fazendo bico. 

Mulher, negra, mãe, feminista, socióloga, "cria da favela", como ela mesmo gostava de falar. Nascida no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro, em 27 de julho de 1979, Marielle Francisco da Silva, a Marielle Franco, era referência na luta pelos direitos humanos. 

A mais recente conquista na área foi o mandato de vereadora na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, eleita pelo PSOL.

Cármen Lúcia diz que ideais de Marielle seguirão em todas as mulheres

Vereadora foi morta na noite dessa quarta-feira, quando voltava de um evento em participava. A polícia trabalha com a hipóteses de execução


A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, comentou na tarde desta quinta-feira a morte da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL). De acordo com ela, apesar de a vida da parlamentar ter sido encerrado no ato de violência, os ideais que ela pregava seguirão. 
“Morre uma mulher. No caso de Marielle, morre um pouco cada uma de nós. Fica viva sua luta por Justiça e igualdade. E o nosso compromisso de continuar com ela. Assim, ela continua conosco. Para sempre Marielle!”, afirmou a ministra em postagem publicada no perfil do Twitter do STF. 

Mais cedo, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Fux, iniciou a sessão plenária desta quinta-feira com uma manifestação de pesar pela morte da vereadora.
Em nome dos integrantes da Corte, Fux falou em "tentativa chocante de calar a voz política". A polícia trabalha com a suspeita de execução da vereadora.

"Nós também ficamos de certa forma chocados com essa notícia de que no mundo de hoje se tenta calar a voz política através de uma atitude que demonstra um baixíssimo déficit civilizatório nesse campo", disse o ministro, que começou seu pronunciamento afirmando que o TSE, como tribunal que vela pela "higidez do processo democrático", estava "extremamente consternado" pela morte de Marielle.

Marielle, de 38 anos, foi morta a tiros na noite desta quarta dentro do carro em que seguia para casa. O ataque à Marielle ocorreu no centro do Rio. Uma assessora que acompanhava a vereadora sobreviveu ao ataque apenas com ferimentos leves. 

Ataque a tiros à Marielle ocorreu na Rua Joaquim Palhares, no centro do Rio. Ela voltava de um evento na Lapa, na mesma região, quando foi atingida. O motorista Anderson Pedro Gomes, de 39 anos, que dirigia o carro também morreu baleado. Ele estava desempregado e trabalhava fazendo bico.

Análise: 'A comoção deve ser de toda a sociedade'


Uma vereadora foi assassinada a tiros no Rio de Janeiro. “Mas tem que ver se ela...”. “E os outros tantos que são mortos todo dia...”, “E eu que fui assaltado e ninguém falou nada...”. Não é momento de relativizações. Tentar banalizar ou partidarizar o crime ocorrido na noite de quarta-feira é sintoma de indiferença e de desumanidade. A quinta vereadora mais votada do Rio, que lutava pelo direito das mulheres e demonstrava intransigência nas denúncias de racismo e de abuso de autoridade, foi assassinada com nove disparos na cidade que sintetiza as contradições e desigualdades do Brasil, eis o fato.

As execuções de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes não devem ser vistas apenas como números a ampliar a estatística da violência brasileira. O significado vai além de partidos políticos e movimentos sociais. O ato de violência foi explícito, ostensivo; sequer houve o disfarce de uma tentativa de assalto ou algo parecido. Pelo contrário. Trata-se de uma afronta à civilidade, um recado sangrento dos que têm certeza da impunidade.

Além do mais, posicionamentos à direita ou à esquerda podem e devem ser debatidos no campo das ideias, não calados com tiros. Por isso, a comoção deve ser de toda a sociedade. Como explicou o cientista político Sérgio Abranches: “A morte de Marielle é mais uma e não é mais uma. Foi a gota d’água. Ou o Brasil se revolta, ou é melhor que se autodeclare um país sem valores, sem respeito e sem direitos.”

“Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”, perguntou Marielle Franco, pouco antes de ser silenciada pela barbárie. Quantos mais precisarão perder a vida de forma violenta para que a desumanização acabe e o país possa voltar a viver em paz?

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https://todoscomciro.com/ciro-gomes-nota-assassinato-marielle-franco-vereadora-psol-rj/

Na noite do dia 14/03, no Rio de Janeiro, uma vereadora foi executada com seu motorista em um crime de proporções macabras que imediatamente sensibilizou todo o país. Seu caso é gravíssimo e devemos cobrar das devidas autoridades providências imediatas. A sensação de impotência aumenta quando aprendemos que a vereadora vinha denunciando os malfeitos da PM em Acari e o aumento da intensidade desses malfeitos com a intervenção federal no Rio.
Ativista inconformada com a desigualdade e com o abuso de poder no Rio, a vereadora foi assassinada com 4 tiros na cabeça. O motorista, que ali cumpria um “bico” para sustentar a família, também foi vitimado na ocasião. Seus nomes eram Marielle Franco, quinta mais votada vereadora pelo PSOL no município do Rio de Janeiro, e Anderson Gomes.
Reproduzimos, abaixo, nota emitida por Ciro Gomes em sua página do Facebook sobre a tragédia:
“Desde a noite de ontem tenho acompanhado as notícias sobre o brutal assassinato da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro. Esta é uma situação grave que deve ser apurada rapidamente e com profundidade. Sua luta por um Brasil mais justo e contra a discriminação deve ser empunhada por ainda mais brasileiras e brasileiros. Meus sentimentos estão com a família, amigas e companheiras de luta de Marielle e Anderson.” – Ciro Gomes, 14/03/2018
Nossos sentimentos e preces estão com Marielle e Anderson, vítimas da violência institucionalizada e generalizada que já atinge níveis tais que nem sequer o peso e consequências das ações a que dão espaço têm medida, permitindo a ocorrência de um crime tão frio e sanguinário que, despudora e descaradamente, envia à sociedade uma mensagem que não nos pode intimidar. Que a justiça seja feita e os fatos apurados, e que nada invalide a luta que Marielle adotou como sua contra os abusos cometidos por agentes públicos (que sabemos que assombram muitos pontos do país). #MariellePresente
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VAMOS FALAR DE RIO. VAMOS FALAR DE FALSA GUERRA ÀS DROGAS. VAMOS FALAR DE ARREGO. DE MILÍCIA. DE POLÍTICA. DE POLÍCIA... DE MARIELLE.
Ao ler o título deste pequeno texto, muita gente deve estar se perguntando do que se trata esse tal de arrego. Explico: arrego é a taxa semanal que Batalhões da PM cobram para o tráfico das favelas locais funcionarem livremente. E o que acontece quando os traficantes decidem não pagar o arrego? A polícia invade a favela. Matando. Não só traficantes, mas quem estiver pela frente. A multa pelo atraso do arrego é o sangue da favela. E como a mídia costuma noticiar esse tipo de operação? Como uma operação que visa combater o tráfico. E é assim que a população que mora fora da favela enxerga esse tipo de conflito. Só que isso não tem absolutamente nada a ver com combate ao tráfico, muito pelo contrário: é um confronto para controlar o tráfico. Falsa guerra.
Esticando um pouco a análise, tem mais uma coisa importante que a gente precisa compreender: no Rio, há várias facções criminosas, com estratégias e comportamentos diferentes. Algumas delas são amigas da polícia e evitam o confronto com policiais (uma dessas, inclusive, se chama “amigo dos amigos – ADA, o nome já diz tudo). São, basicamente, sócias da PM.
Há uma outra facção, o famoso Comando Vermelho (CV), que não gosta muito de negociar com a policia e prefere manter o domínio dos seus territórios na base do confronto, da guerra. Essa facção é historicamente mais hostil à negociação. Sendo assim, nas áreas de domínio do CV, costumam ocorrer frequentes confrontos com a PM. Percebam que esse tipo de confronto, entre Polícia e CV, não se dá porque a polícia está tentando neutralizar o tráfico, mas sim - repito - pelo controle do tráfico. Tem algumas peculiaridades nessas regiões que valem à pena serem citadas aqui: em muitos desses confrontos, a PM apreende armas, drogas e traficantes. Boa parte das armas e drogas são revendidas para facções amigas e uma pequena parte apresentada na delegacia para justificar a operação. Dizem que cada fuzil é revendido por mais de 50 mil Reais. E o que eles fazem com os traficantes presos? Muitas vezes, dependendo da relevância do criminoso, entram em contato com a facção e cobram uma espécie de resgate. Outras vezes, eles simplesmente matam o traficante e ficam com todo o ouro que o cara carrega consigo (policiais costumam chamar isso de prêmio de guerra). Mais um detalhe: por que que vocês acham que traficante anda com tanto ouro no corpo? Isso mesmo, para caso seja pego, consiga abrir uma negociação em troca do que carrega no corpo.
Além dos confrontos e negociatas acima, ainda há a guerra entre facções. uma guerra que é muito interessante para os grandes traficantes de arma e para os vendedores do varejo. Vocês já estão imaginando um pouco do que é a vida na favela, né? É, isso mesmo, um inferno.
Por fim, na última década, tivemos o surgimento de uma terceira facção para jogar mais gasolina no incêndio: as milícias.
E como é o funcionamento das milícias? Seria justo chamá-las de facções criminosas?
Respondendo à primeira questão, basicamente, são facções formada por policiais militares e civis, agentes penitenciários, bombeiros e ex-militares. Quanto à segunda questão, obviamente, são grupos criminosos que se formaram para disputar território com as tradicionais facções que comandam o tráfico de drogas. Acontece que as milícias são facções que vão para além do simples comércio de drogas. Eles transformam os territórios conquistados em verdadeiros Estados paralelos. Controlam e monopolizam a venda de água e gás nas regiões dominadas. Mandam no transporte coletivo ilegal. Detêm o monopólio do fornecimento de serviços de TV a cabo e internet. Cobram pesados impostos dos comerciantes e, por fim, aqui talvez um dos pontos menos explicitados pela grande mídia, formam currais eleitorais nas regiões que dominam. Isso quer dizer que só faz campanha eleitoral nas comunidades sob controle da milícia os políticos que possuem ligação com o crime organizado. Percebam a gravidade e a ameaça à democracia que essa facção nos traz. Inclusive, muitos dos parlamentares cariocas são eleitos por milicianos. Outros tantos no parlamento declaram apoio quase que explícito às milícias. Um exemplo de apoio parlamentar ao crime organizado é a atuação da família Bolsonaro: um dos integrantes do clã, o Deputado Estadual Flávio Bolsonaro, além de ter votado contra a CPI destinada a investigar o crime organizado por milicianos no Rio de Janeiro, chegou a defender, pasmem, a legalização das facções criminosas organizadas por milicianos. A situação é extremamente crítica e quem se coloca no caminho destes esquemas corre o risco de perder a própria vida. A democracia está sob ameaça.
A nossa Marielle ousou desmascarar todo o esquema acima. Foi uma guerreira que conhecia de perto tudo que está escrito no texto -- e muito mais. Uma mulher negra, cria da favela que, com muito esforço, se graduou em sociologia na PUC-RJ e se tornou Mestra em Administração Pública pela UFF. Lutou e estudou para transformar a vida da favela. Denunciou a falsa guerra. Não se calou. Foi eleita a quinta Vereadora mais votada da cidade. Foi a voz da favela. Uma voz que não irá se calar.
Marielle, iremos defender seu legado e preservar sua memória.
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https://www.cartacapital.com.br/politica/a-primavera-feminista-chega-a-camara
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Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio, era relatora de comissão que fiscaliza a intervenção; “es­tamos sempre sob ameaça da perda de bens, pra não falar da pró­pria vida”


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Marielle Franco, genocídio negro e o Brasil que retrocede


Mulheres negras explicam o significado da morte de Marielle pela perspectiva da antropologia, da militância e da dor de ter o filho executado pela polícia.

O texto sobre a vereadora e o Caveirão nas ruas de Acari, fotografado por um morador
“Todos os indícios são de crime político. Marielle foi alvejada e nada foi roubado, ao que tudo indica. Ela vinha denunciando a violência policial na comunidade do Acari. Exigimos apuração imediata!” Juliano Medeiros, presidente nacional do Psol, no twitter

A vereadora Marielle Franco, do Psol, foi morta esta noite no Estácio, centro do Rio de Janeiro.
Dois homens atiraram contra o carro em que ela estava e fugiram. O motorista da vereadora, Anderson Pedro Gomes, também morreu, mas uma assessora sobreviveu com ferimentos.
A Comissão de Representação de Acompanhamento da Intervenção Federal na Segurança Pública do Rio é formada por 18 vereadores.
“Nós temos lado e somos contra essa intervenção. Já nos posicionamos sobre isso. Sabemos que ela é uma farsa, com objetivos eleitoreiros”, diz o texto que anunciou a relatoria para a qual ela havia sido indicada na página da vereadora no Facebook.
Nascida na Maré, Marielle foi eleita com 46.502 votos.
Era formada em Sociologia (PUC-Rio) com mestrado em Administração Pública na Universidade Federal Fluminense (UFF).
Sua tese teve como tema “UPP: a redução da favela a três letras”.
A carreira da vereadora sempre foi marcada pela defesa dos direitos humanos.
Nos últimos dias, Marielle vinha denunciando a ação da Polícia Militar em Acari, na zona Norte do Rio.
No sábado, 9 de março, escreveu:
Sábado de terror em Acari! O 41° batalhão é conhecido como Batalhão da Morte. É assim que sempre operou a polícia militar do Río de Janeiro e agora opera ainda mais forte com a intervenção. CHEGA de esculachar a população. CHEGA de matar nossos jovens.
No dia seguinte, acrescentou:
Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento. O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. Nessa semana dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior.
Nas redes sociais, ela compartilhou postagens do Coletivo Fala Akari.
O coletivo, por sua vez, havia indicado um texto da Revista Vírus narrando os acontecimentos recentes no bairro:
Por Buba Aguiar
No último dia 07 de março ocorreu um episódio trágico numa praça de Laranjeiras, Zona Sul do RJ.
Pessoas em um carro passaram atirando para executar um homem, que revidou.
O ocorrido resultou em duas pessoas mortas e uma baleada.
No dia seguinte (08/03), todos os veículos de comunicação da chamada grande mídia (Globo, SBT, Record e Band) passaram muitas horas na praça fazendo matéria sobre o que aconteceu.
Uma amiga chegou no trabalho dizendo que os jornalistas estavam fazendo filmagem do sangue que ainda estava no chão, isso já de tarde (e o negócio aconteceu tarde da noite do dia anterior).
E eu perguntei:
– “Ué, o sangue ainda tá lá?!”
E ela, ironicamente, respondeu:
– “Miga, esse povo aqui da ZS não sabe o que é pegar balde pra lavar sangue de morto na porta deles não, quem faz isso direto é a gente.”
Em Acari tivemos duas execuções extrajudiciais cometidas por policiais do 41ºBPM na segunda-feira da mesma semana (05/03) e por conta de inúmeras burocracias os corpos só puderam ser velados e enterrados na quarta, dois dias depois.
Mesmo com a repercussão que o ocorrido em Acari tomou, nada foi falado nessa mídia corporativa.
Ainda assim por conta do nosso grito pensamos que até o final dessa semana o 41ºBPM não faria nenhuma operação em Acari.
Estávamos enganados.
Operação oficial não teve mesmo.
Mas na quinta-feira mesmo eles entraram com o blindado, que chamamos de caveirão, pela localidade do Amarelinho dando tiros, no horário de crianças saírem das escolas, causando correria, medo, pânico e tudo o que a gente já sabe que acontece quando esses policiais entram.
Menos de uma hora depois foram embora como se nunca tivessem entrado lá.
No dia seguinte a mesma coisa, eles quebraram uma cancela que tem na localidade da Beira Rio passando por cima da cancela dando tiros.
Caveirão entrou de novo pelo Amarelinho também causando terror. E menos de uma hora depois foram embora.
Sabem o que é isso? Política do medo, do terror, da tentativa de nos calar.
Nenhuma das duas ações foram operações oficiais, nem mesmo a de segunda-feira foi oficial.
Diante das nossas denúncias eles devem estar “acuados” em fazer operação pois estamos em alerta, porém fazem essas ações de entrar com o caveirão, dar tiro e sair, em retaliação às nossas denúncias.
E na mídia? Ninguém fala um ai.
Há quase 2 anos atrás quando ocorreu a última chacina em Acari, ocorreu também a morte de um homem em Manguinhos, estive lá com alguns amigos.
Os moradores de Manguinhos disseram ter entrado em contato com essa mídia nojenta e eles mentiam dizendo que iriam para o local e não apareceram.
Depois disso eu e alguns companheiros fomos para Acari, havia muito trabalho a ser feito lá.
Chegando em Acari soubemos que alguns jornalistas da Globo e de uma outra emissora grande, SBT se não me falha a memória, foram em Acari e gravaram uma matéria superficial na frente do hospital, não chegaram nem a entrar na favela, não procuraram as famílias, nem nada.
Depois fomos para o IML encontrar os familiares dos jovens que foram executados.
No caminho tivemos que ouvir de um editor de um jornal do grupo Globo que ninguém tinha ido para Manguinhos porque TODO MUNDO TINHA IDO PRA ONDE TINHA MAIS MORTOS.
No artigo 5º da constituição federal diz: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
No artigo 1º da Declaração de Direitos Humanos diz: Artigo 1, Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.
Porém quando o sangue de pessoas de uma raça e classe x recebe mais atenção do que o sangue das pessoas de raça e classe y.
E quando a violência do estado (leia-se violência policial mesmo) numa favela só recebe atenção quando amontoamos corpos numa espécie de holocausto carioca, é necessário e cada vez mais urgente parar para analisar e decidir: de que lado você samba, você samba de que lado?
Eu já escolhi o meu.

Intervenção federal no Rio: “leilão do Estado e falta de investimento nos profissionais da segurança”
24/02/2018
Reprodução parcial
Cor­reio da Ci­da­dania: Em pri­meiro lugar, como ana­lisa a in­ter­venção do go­verno fe­deral na se­gu­rança pú­blica do Rio de Ja­neiro?
Ma­ri­elle Franco: Com re­ceio e pre­o­cu­pação. Já senti na prá­tica o que é dormir e acordar com ba­rulho de tanque, re­vistas e di­versas vi­o­la­ções de di­reitos, o que nos faz, fa­ve­lados e fa­ve­ladas, ter muita apre­ensão. Não só pela pers­pec­tiva do de­bate po­lí­tico e teó­rico. Na Maré, que é minha casa, meu lugar de vida, foram 14 meses de ocu­pação da Força Na­ci­onal na época das Olim­píadas. Des­pre­paro, vi­o­lação e vi­o­lência foram a ro­tina.
Além disso, tem a questão da des­con­ti­nui­dade da po­lí­tica, um ponto im­por­tante. Foram 14 meses, com avanço pra cima do va­rejo do trá­fico ar­mado e recuo da parte deles, mas a pos­te­riori não houve ne­nhum tipo de con­ti­nui­dade. O foco no va­rejo não re­solve.
A po­pu­lação da Maré mais uma vez se vê sob o jugo de muitos fuzis, seja das Forças Ar­madas, da PM ou do crime. É um ele­mento que vul­ne­ra­bi­liza quem mora lá. E a po­lí­tica pú­blica de se­gu­rança, ao invés de pensar numa pers­pec­tiva in­clu­siva, ci­dadã, com al­ter­na­tivas ao va­rejo da droga, in­fe­liz­mente chega com a mão forte do ge­neral. Por isso vejo tudo com muito re­ceio.
Cor­reio da Ci­da­dania: O que você viu com os pró­prios olhos nestes pri­meiros dias de in­ter­venção?
Ma­ri­elle Franco: Sei que a per­gunta não visa o as­pecto téc­nico por si só, mas 2018 é um ano elei­toral. Se con­si­de­rarmos as ocu­pa­ções do Com­plexo do Alemão ou da Maré, vemos que foram em anos elei­to­rais.
O pri­meiro sen­ti­mento que po­demos tirar das ruas é o re­flexo pelo es­tado do Rio, em todos os as­pectos que pre­ci­samos dar conta: ser­vi­dores sem sa­lá­rios, um sis­tema de trans­porte que não fun­ciona, uma ci­dade e re­gião me­tro­po­li­tana que não têm con­di­ções de dar ga­ran­tias de di­reitos so­ciais a seus mo­ra­dores…
Ti­vemos re­cen­te­mente duas ou três chuvas com ala­ga­mentos pela ci­dade. Enfim, existe uma pre­o­cu­pação em torno da grande po­lí­tica a res­peito de como lidar com todo esse con­texto.
No en­tanto, ob­je­ti­va­mente, já temos al­guns re­flexos. É cedo para uma ava­li­ação de­fi­ni­tiva, mas pre­ci­samos pensar na di­fe­rença entre o De­creto de Ga­rantia da Lei e da Ordem (GLO) e este pro­cesso de in­ter­venção fe­deral, num es­tado da di­mensão do Rio, en­quanto as ope­ra­ções ocorrem.
Vi­vemos a ope­ração na fa­vela da Maré, mas também na Ci­dade de Deus, por meio de forças mi­li­tares que já atu­avam quando co­meçou a vi­gorar o GLO, que entra na dis­cussão do mo­mento.
Agora, tais ope­ra­ções pa­recem ter mais apelo e le­gi­ti­mi­dade pe­rante a so­ci­e­dade, mas não há uma mu­dança tão apa­rente em termos de cir­cu­lação na ci­dade. Não dá pra ver se as pes­soas estão cir­cu­lando mais ou menos, se sen­tindo me­lhores, se há ga­ran­tias de que os ín­dices de le­ta­li­dade vão di­mi­nuir. Até porque não é a partir daí que a in­ter­venção se dá.
De todo modo, o sen­ti­mento de in­se­gu­rança é ge­ne­ra­li­zado e nas fa­velas é ainda maior. E o que es­tamos vendo, nas áreas po­bres da ci­dade, é o abuso, as ações to­tal­mente inó­cuas no com­bate à vi­o­lência – aliás, são elas pró­prias vi­o­lentas e in­cons­ti­tu­ci­o­nais –, como re­vistar mo­chila das cri­anças e fo­to­grafar ci­da­dãos.
Além de não coibir a cri­mi­na­li­dade, cri­mi­na­liza a po­breza. Armas e drogas não brotam nas fa­velas. Os que as fi­nan­ciam, e lu­cram com o mer­cado da cri­mi­na­li­dade, estão bem longe dali.
Cor­reio da Ci­da­dania: O que pensa das dis­cus­sões téc­nico-po­lí­ticas que tomam conta dos no­ti­ciá­rios prin­ci­pais? Para quem vive nos lo­cais ocu­pados pelo exér­cito tem muita di­fe­rença em re­lação a ou­tras in­cur­sões mi­li­tares, como as já men­ci­o­nadas, isto é, não chega a ser al­ta­mente in­sen­sível uma apre­ci­ação me­ra­mente téc­nica dos acon­te­ci­mentos?
Ma­ri­elle Franco: Acho que sim. Dis­cute-se com poucos ele­mentos. Mas tra­balho com dois pa­ra­lelos. A in­sen­si­bi­li­dade e o des­res­peito com o fa­ve­lado e também os pró­prios po­li­ciais. O Braga Neto (no­meado chefe da in­ter­venção fe­deral) es­tava de fé­rias. O mesmo grupo go­verna o Rio desde 2007, o ex-se­cre­tário Ro­berto Sá (exo­ne­rado nesta se­gunda, 19 de fe­ve­reiro) se­guia a linha do an­te­rior, Ma­riano Bel­trame, que tinha algum nível de pres­tígio, se po­demos dizer assim, pelo menos para quem via de fora. Temos au­to­ri­dades que ficam sa­bendo das coisas pela im­prensa. A in­sen­si­bi­li­dade e des­res­peito se di­rigem a todos os mo­ra­dores da ci­dade.
Foi feita uma en­quete com duas per­guntas, a pri­meira se a pessoa era contra ou a favor da in­ter­venção, a se­gunda sobre se acre­di­tava nos seus re­sul­tados. De um dia pra outro a apro­vação já tinha caído de 80% pra 60%.
Há des­res­peito e in­sen­si­bi­li­dade, sim, mas quem já viveu o con­fronto sabe que al­guns corpos da ci­dade são mais des­res­pei­tados.
Por­tanto, o de­bate da sen­si­bi­li­dade não existe porque esses corpos não são vistos como pes­soas pas­sí­veis de res­pei­ta­bi­li­dade. A abor­dagem aqui co­lo­cada é boa, pois também diz res­peito ao pró­prio ofi­ci­a­lato, aos agentes da se­gu­rança pú­blica que também de­ve­riam ter di­reito a outra po­lí­tica pú­blica de se­gu­rança.
Cor­reio da Ci­da­dania: Que re­sul­tados você con­si­dera mais pro­vá­veis para esta me­dida?
Ma­ri­elle Franco: Eu pre­firo ir pelo oti­mismo: que con­si­gamos manter o pro­cesso de­mo­crá­tico de 2018 em curso e as forças de se­gu­rança en­tendam que não há so­lução sem diá­logo com pro­fis­si­o­nais da área, praças, po­li­ciais civis, mo­ra­dores de áreas ocu­padas, so­ci­e­dade civil or­ga­ni­zada.
Ao não se so­lu­ci­onar o pro­blema e a in­ter­venção se con­so­lidar como algo que não re­solve, só o diá­logo po­derá re­solver.
In­ter­venção mi­litar é farsa. E não é con­versa de hashtag. É farsa mesmo.
Tem a ver com a imagem da cú­pula da se­gu­rança pú­blica, com a sal­vação do PMDB, tem re­lação com a in­dús­tria do ar­ma­men­tismo…
Há uma série de fa­tores que me levam a essa con­vicção. Uma ação mi­diá­tica. Não à toa o Temer se reuniu com seu time de mar­que­teiros para ava­liar os im­pactos do anúncio da in­ter­venção, saiu nos jor­nais.
Nós da Maré, em toda sua ex­tensão, desde o Caju, na fun­dação Oswaldo Cruz, até o final, em Ramos, tí­nhamos dois ba­ta­lhões, o 24º BIP (Ba­ta­lhão de In­fan­taria Blin­dada, do Exér­cito), e o Ba­ta­lhão de Po­lícia Mi­litar, se­pa­rados por uma dis­tância de uns 500 me­tros, além do CPOR (Centro de Pre­pa­ração de Ofi­ciais da Re­serva).
Um deles é bem perto da Ave­nida Brasil, com o qual con­vivo desde que me en­tendo por gente. Já fui em for­ma­tura de amigos que de­pois de cum­prirem ser­viço mi­litar ti­veram ali suas ce­rimô­nias.
Assim, vi de perto como é o Exér­cito ou o ba­ta­lhão ocupar por tanto tempo esse es­paço. Além do mais, a con­vi­vência entre eles é apenas tá­cita e ter­ri­to­rial, sem in­te­ração.
Por­tanto, a ocu­pação em si dos es­paços não deve re­solver a questão, como sempre vimos.
Cor­reio da Ci­da­dania: Como fica po­si­ci­o­nado o go­verno Pezão nesta si­tu­ação com traços iné­ditos, ao menos em termos for­mais po­lí­tico-ju­rí­dicos?
Ma­ri­elle Franco: Olha, o Fora Pezão só perde para o Fora Temer. Am­pli­ando um pouco a visão, o pro­cesso de de­cretar ca­la­mi­dade não de­veria partir apenas da questão da se­gu­rança, de­veria abarcar vá­rios âm­bitos, como a Uni­ver­si­dade.
O Rio está em fran­ga­lhos, sem re­cursos e go­ver­nado por quem não tem le­gi­ti­mi­dade.
Assim, Pezão dá uma car­tada, pois sabe como mexer as peças do ta­bu­leiro, no sen­tido de se apro­veitar do medo num mo­mento em que as pes­soas se res­guardam cada vez mais, pois da zona norte à zona sul es­tamos sempre na imi­nência de con­fronto e ti­ro­teios, dentro e fora das fa­velas.
Es­tamos sempre sob ameaça da perda de bens, como carros e ce­lu­lares, pra não falar da pró­pria vida…
Ele apro­veita tudo isso e dá uma ta­cada de mestre, por assim dizer, pois usa o medo das pes­soas, já que uma par­cela da so­ci­e­dade, in­fe­liz­mente, ainda acre­dita em tal tipo de so­lução.
Pre­ci­samos de res­pon­sa­bi­li­dade com o pro­cesso his­tó­rico, ou seja, ana­lisar as in­ter­ven­ções mi­li­tares e ocu­pa­ções em épocas elei­to­rais, quais as saídas e le­gi­ti­mi­dade de um go­verno que sofre pe­didos de im­pe­a­ch­ment e deve sa­lá­rios a ser­vi­dores.
O dé­cimo ter­ceiro de 2017 não foi pago ainda. O or­ça­mento da se­gu­rança de 2017 tem zero reais em in­ves­ti­mentos de qua­li­fi­cação dos pro­fis­si­o­nais da se­gu­rança. E o su­jeito ainda de­cide por uma in­ter­venção.
Assim, Pezão usa o senso comum pra res­pirar um pouco. Bem de acordo com a his­tória do PMDB, faz um mo­vi­mento de cú­pula, que leva a ci­dade à fa­lência e de­pois joga a culpa no outro, como se Pezão não fosse vice do Ca­bral.
Neste mo­vi­mento todo, ele con­segue res­pirar e ga­nhar tempo, avan­çando um pouco no pró­prio ima­gi­nário da po­pu­lação do Rio, in­fe­liz­mente.
Mas es­pero que não só na prá­tica como também com os ele­mentos como a cor­rupção, re­la­ções po­lí­ticas com Mo­reira Franco, Ca­bral, Edu­ardo Cunha, o es­tado do RJ com­pre­enda a jo­gada po­lí­tica e elei­to­reira.
Serve para o PMDB res­pirar, mas vul­ne­ra­bi­liza toda a po­pu­lação.
Cor­reio da Ci­da­dania: No âm­bito po­lí­tico fe­deral, o que pensa da ideia de Mi­chel Temer de criar o Mi­nis­tério da Se­gu­rança Pú­blica, que ab­sor­veria al­gumas prer­ro­ga­tivas do Mi­nis­tério da Jus­tiça, ou no­mear um mi­nistro ex­tra­or­di­nário caso a nova pasta não se efe­tive?
Ma­ri­elle Franco: Segue a mesma linha da res­posta an­te­rior: apro­veitar o de­bate da se­gu­rança pra se salvar e apostar em algum Jung­mann da vida pra can­di­dato, ou ainda se salvar e re­verter sua imagem.
Também se deve ao mo­mento de con­ser­va­do­rismo atroz que vi­vemos, que faz Bol­so­naro avançar nas pes­quisas.
A onda da po­lí­tica de di­reitos hu­manos, li­ber­dades, cons­truídas nos úl­timos anos, fa­lando de ra­cismo, igual­dade de gê­nero, avanço de coisas como o Pro­grama Na­ci­onal de Di­reitos Hu­manos, que sob o go­verno do PT, mesmo com todas as crí­ticas, avan­çaram, agora cede lugar ao con­ser­va­do­rismo que quer negar tudo como so­lução pra crise.
Não tem mais mi­nis­tério de Di­reitos Hu­manos ou das Mu­lheres, mas querem criar um Mi­nis­tério de Se­gu­rança que tra­ba­lharia apenas pela ló­gica ar­ma­men­tista. Em suma, é só mais uma jo­gada.
Cor­reio da Ci­da­dania: O que co­menta da en­tre­vista do ge­neral Edu­ardo Villas-Boas, a dizer “temos que agir com a ga­rantia de que não ha­verá outra Co­missão da Ver­dade”?
Ma­ri­elle Franco: Ele só pede li­cença pra vi­olar. O pró­prio in­forme do Exér­cito apre­senta a ideia de que as ins­ti­tui­ções de­mo­crá­ticas, se atu­arem com si­nergia e acom­pa­nha­mento, podem com­pro­meter sua atu­ação.
É quase a linha Bel­trame, “pra fazer ome­lete tem de que­brar ovos”, “po­demos ter perdas, mas são ne­ces­sá­rias pra manter a ordem”.
Enfim, não po­demos aceitar nem o dis­curso puro da ordem e nem o da li­cença pra tudo. O ge­neral quer o que, li­cença pra tor­turar e de­sa­pa­recer?
Pois as Co­mis­sões da Ver­dade tra­ba­lham também a questão do mo­ni­to­ra­mento de dados, da in­for­mação, coisas sobre as quais sempre se quis negar acesso.
Ele quer se de­so­brigar de prestar contas, quer se des­pre­o­cupar das re­la­ções so­ciais mais am­plas? É muito pre­o­cu­pante. O ge­neral quer li­cença pra vi­olar.
Cor­reio da Ci­da­dania: Con­si­de­rando a eu­foria econô­mica que o RJ viveu nos úl­timos anos, como lidar com este mo­mento? Como se chegou tão fundo na crise, com des­do­bra­mentos de vi­o­lência tão alar­mantes?
Ma­ri­elle Franco: Passa pela au­sência e leilão do Es­tado, passa pela com­pac­tu­ação com grupos cri­mi­nosos…
Se pe­garmos o de­bate da vi­o­lência, passa pelo trá­fico, pela dis­puta de grupos pelo seu co­mando, passa também pelas mi­lí­cias, já que existe um de­bate moral a res­peito do que faz al­guns agentes da po­lícia en­trarem em fac­ções de mi­li­ci­anos. Há ainda a questão da re­gu­la­men­tação do bico do po­li­cial, o não aper­fei­ço­a­mento dos pro­fis­si­o­nais, o de­bate hi­e­rár­quico entre as po­lí­cias…
E, mesmo sendo re­dun­dante, tem a ne­gação de di­reitos a esta po­pu­lação, claro.
Meu exemplo con­creto, também sobre os mo­ra­dores da Maré: em 1997, 98, quando co­me­çaram os cur­si­nhos pré-ves­ti­bular, a pro­porção de alunos uni­ver­si­tá­rios no local era de 1% da po­pu­lação, igual o nú­mero de fun­ci­o­ná­rios do trá­fico.
Hoje, temos cerca de 10% da po­pu­lação local na uni­ver­si­dade, mas graças a cur­si­nhos po­pu­lares e co­mu­ni­tá­rios pro­mo­vidos pela so­ci­e­dade civil, não por po­lí­ticas pú­blicas.
Há 10, 15, 20 anos com­pre­en­demos que era im­por­tante a po­pu­lação am­pliar seu re­per­tório, avançar eco­no­mi­ca­mente, am­pliar seu es­pectro cul­tural… É aí que falo do leilão de um Es­tado au­sente nas áreas fa­ve­ladas e pe­ri­fé­ricas.
A Maré tem ba­ta­lhão, Re­gião Ad­mi­nis­tra­tiva, De­tran, uma série de ór­gãos.
O que jus­ti­fica ca­veirão, como vimos nesta quinta, e toda essa ope­ração onde se in­cide no va­rejo do trá­fico de drogas se o Es­tado está ali pre­sente? Aliás, pre­sente de que modo?
Essa crise passa pelo não in­ves­ti­mento e aper­fei­ço­a­mento da se­gu­rança pú­blica e seus pro­fis­si­o­nais, pela ne­gação do di­reito a uma po­lícia ci­dadã ou o que vi­esse a ser isso.
A Maré não teve UPP, por exemplo. Porém, olhamos a Ro­cinha e vemos a des­mo­ra­li­zação através do caso Ama­rildo. Ou para o Caju, onde parte da qua­drilha que le­vava arma para o trá­fico era da pró­pria UPP local.
Enfim, tem a au­sência e leilão do Es­tado, e também sua de­sor­ga­ni­zação in­terna como ele­mentos que levam ao acir­ra­mento da crise.
Fora isso, existem ou­tros de­bates, da mo­der­ni­dade, do ter, do per­tencer, de qual corpo passa pela fa­vela e é o ele­mento sus­peito, ou quando e por que não é ele­mento sus­peito.
Se você está no Ca­tete ou no Largo do Ma­chado, numa re­gião cen­tral ou sul da ci­dade, com uma par­cela da so­ci­e­dade a dispor de um nú­mero maior de vi­a­turas, ha­verá uma de­ter­mi­nada sen­sação de se­gu­rança.
As mesmas vi­a­turas em certas áreas passam a sen­sação oposta, de in­se­gu­rança.
A au­sência do di­reito à ci­dade para tantos se­tores da po­pu­lação também faz parte do pro­cesso de acir­ra­mento da crise so­cial que nos levou ao ponto em que che­gamos.
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A Saga Continua - Coisas Que Você Precisa Saber #35 - Sobre Marielle Franco









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https://www.conjur.com.br/2018-mar-15/politicos-autoridades-direito-repudiam-morte-marielle-franco


Políticos e autoridades do Direito repudiam assassinato de Marielle Franco

O assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (Psol), na noite desta quarta-feira (14/3) no centro da cidade, gerou repúdio de diversos políticos e autoridades do Direito. 

Marielle voltava para casa após um evento quando o carro em que estava foi emparelhado por outro veículo, de onde partiram nove tiros. Quatro deles atingiram a cabeça da vereadora, que morreu na hora, assim como o motorista, Anderson Gomes.
Uma assessora que também estava no automóvel não foi alvejada. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de execução.
O presidente Michel Temer (MDB) declarou que o homicídio de Marielle e de seu motorista é “inaceitável” e “inadmissível”. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Temer ainda classificou o crime como um “atentado ao Estado de Direito e à democracia”.
O emedebista aproveitou para dizer que a intervenção federal decretada na segurança do Rio de Janeiro visa “acabar com esse banditismo desenfreado que se instalou na cidade por força das organizações criminosas”, antes que o crime “destrua nosso futuro”.
O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), classificou o assassinato da vereadora de um “ato de extrema covardia”. Ele afirmou que acompanhará a apuração dos fatos “para a punição dos autores desse crime hediondo que tanto nos entristece”.
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcello Crivella (PRB), lamentou o “brutal assassinato” de Marielle. Ele também declarou que a trajetória dela “continuará a brilhar como uma estrela de esperança para todos que, inconformados, lutam por um Rio culto, poderoso, rico, mas, sobretudo, justo e humano”.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), declarou que o assassinato da vereadora e de seu motorista “ significa um trágico avanço na escalada da barbárie que deve ser contida custe o que custar”.
O interventor federal no Rio, general Braga Netto, disse que repudia esse tipo de ação criminosa. “Ele se solidariza com as famílias e amigos. O interventor federal acompanha o caso em contato permanente com o Secretário de Estado de Segurança”, diz a nota do Gabinete de Intervenção.
Órgãos jurídicos
Autoridades do meio jurídico também demonstraram indignação com a morte da vereadora. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luiz Fux, abriu a sessão desta quinta (15/3) expressando “profundo pesar” pelo assassinato de Marielle Franco.
Em nome da Justiça Eleitoral, Fux disse que todos “que velam pela higidez do processo democrático” ficaram “chocados que no mundo de hoje se tente calar a voz da política com uma atitude que demonstra um baixíssimo déficit civilizatório nesse campo”.
“Nesses momentos a sociedade sofre muito, mas a sociedade não se cala nem há de se calar. Nós aqui, em nome de todos os colegas [magistrados], das bancas [de advocacia] e dos eleitores, gostaríamos de manifestar profundo pesar pela trágica morte dessa vereadora”, afirmou.
A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, afirmou que, com o homicídio de Marielle, “morre um pouco cada uma de nós. Fica viva sua luta por Justiça e igualdade. E o nosso compromisso de continuar com ela. Assim, ela continua conosco. Para sempre Marielle!”.
A presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministra Laurita Vaz, disse que o assassinato da integrante do Psol “é um atentado contra toda a sociedade brasileira, reflexo da intolerável realidade de violência que castiga diariamente o povo do Rio de Janeiro”. 
Destacando que Marielle representava as bandeiras do feminismo e dos direitos humanos, Laurita declarou que o STJ espera que o crime seja apurado “de forma célere e eficiente”.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, expressou integral apoio ao trabalho do Ministério Público do Rio nas investigações do assassinato da vereadora. Ela determinou a instauração de procedimento para analisar se é o caso de tentar federalizar o caso — medida possível quando o Superior Tribunal de Justiça vê violação de direitos humanos e problemas nas investigações estaduais.
Dodge designou uma equipe para acompanhar as investigações e se reunir com o procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussen. Vão integrar o grupo a secretária de Direitos Humanos do Conselho Nacional do Ministério Público, Ivana Farina; o secretário de Relações Institucionais do CNMP, Nedens Ulisses, e o secretário de Direitos Humanos da PGR, André de Carvalho Ramos.
O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Cláudio Lamachia, divulgou nota na qual disse que o “assassinato da vereadora Marielle Franco é um crime contra toda a sociedade e ofende diretamente os valores do Estado Democrático de Direito”.
Por seu turno, o presidente da seccional fluminense da OAB, Felipe Santa Cruz, declarou que a entidade “não vai descansar enquanto os culpados não forem devidamente punidos”. “Os tiros contra uma parlamentar eleita e em pleno cumprimento do mandato atingem o próprio Estado Democrático de Direito”, avaliou.
O presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros, Técio Lins e Silva, manifestou "profunda preocupação" com a ousadia de grupos criminosos, "que empregam métodos semelhantes aos utilizados pela repressão no período da ditadura militar".
O Tribunal de Justiça fluminense declarou que "a morte de uma representante eleita democraticamente pelo povo carioca representa um duro golpe no Estado Democrático de Direito".
"Ao Poder Judiciário, cabe assegurar o pleno ordenamento jurídico, de forma que as leis e princípios sejam respeitados e garantidos, dentro do espírito da pacificação social e da efetividade de suas decisões", disse a corte.
O MP-RJ opinou que a morte de Marielle é “um ataque às lutas pela igualdade de raça e gênero, bem como pela justiça social”. O órgão garantiu que “não medirá esforços” para “identificar e punir os autores deste crime bárbaro”.
O defensor público-geral do Rio, André Luís Machado de Castro, afirmou que o sacrifício de Marielle “não pode ser em vão”, já que pode estar ligado à sua atuação na defesa dos direitos dos moradores de favelas. “Além da apuração do crime e a identificação de todos os seus responsáveis, é imprescindível reforçar a proteção das pessoas que com ela trabalhavam e das comunidades cuja violência sistemática ela denunciava.”
Jayme Oliveira, presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, ressaltou ser “inadmissível que crimes desta natureza ocorram ameaçando a vida e o Estado de Direito”.
Perfil
Marielle Franco era socióloga, estava em seu primeiro mandato e vinha denunciando abusos de policiais em favelas do Rio. No último fim de semana, criticou a ação da Polícia Militar na comunidade de Acari, que terminou com a morte de dois jovens.
Ela havia sido nomeada relatora da comissão da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio criada para acompanhar a intervenção federal na segurança pública estado. A integrante do Psol vinha se posicionando publicamente contra a medida.

* Texto atualizado às 16h25, às 16h49 e às 17h36 do dia 15/3/2018 para acréscimo de informações.
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A Vereadora do Psol, Marielle Franco, 38 anos, foi executada no Estácio (14), a menos de um mês da intervenção militar. O crime chocou o Povo brasileiro que perdeu mais uma das suas vozes por Direitos Humanos, no Rio de Janeiro. O crime indica o grau de ousadia dos integrantes da “operação de mudança do sistema de governo”, em curso no País. Nada foi levado do carro.

A dinâmica da execução, de acordo com a perícia, indica precisão nos disparos dos oito tiros com pistolas calibre 9 mm - armas de precisão. Pela quantidade de disparos feitos a cerca de 7 metros de um carro em movimento e o número de projéteis que perfuraram a cabeça de Marielle - quatro -, se pode constatar que o crime foi praticado por atiradores experientes, que agiram com gana na ação criminosa.

Marielle, a quinta vereadora mais bem votada nas últimas eleições, vinha fazendo sérias denúncias sobre a atuação de agentes do 41º Batalhão de Polícia Militar, na favela da Maré. Foi Presidenta da Comissão de Defesa das Mulheres, além de atuar como relatora da Comissão de Representação criada para acompanhar a intervenção na área da segurança pública do Rio, na Câmara dos Vereadores do Município. Babá é o seu suplente.

A função exercida pela vereadora Marielle, lembra o trabalho da Juíza Patrícia Acioli (1964-2011), que por combater crimes praticados por policiais, também foi brutalmente executada.

Para a medicina legal o cadáver fala, resta saber se o corpo não será calado. Trata-se de uma execução com manchas de ódio que relacionam o crime a narrativa de mudança do regime de governo deflagrada em 2013, para derrubar a Presidenta Dilma Rousseff, que anuncia com essa execução, o grau dos choques que deverão atingir a todos os representantes do Povo que lutam por direitos humanos.

Quem não reflete sobre o citado contexto que passa pelo golpe de estado e se diz de esquerda, não merece ser mantido no parlamento, porque esse crime atinge todas as pessoas que lutaram pela redemocratização do Brasil. Marielle foi a primeira parlamentar assassinada.

A assessora de imprensa sobreviveu, mas Anderson Pedro Gomes, o motorista, estava na linha de fogo dos atiradores e foi atingido como a vereadora, só que pelas costas.

De acordo com o novo relatório da Anistia Internacional, o Brasil em 2017, liderou o número de assassinatos de diversos grupos de pessoas: jornalistas, jovens negros do sexo masculino, pessoas LGBTI, defensoras e defensores de direitos humanos, grupos ligados à defesa da terra, populações tradicionais e policiais.

Em 2016, o País atingiu a marca de mais de 61 mil homicídios. A maioria dos assassinatos registrados ocorreram no Brasil. Apenas nos nove primeiros meses de 2017, 62 defensores foram assassinados, de acordo com registros da Comissão Pastoral da Terra (CPT), a maioria dos cidadãos foram mortos em conflitos de terra e na luta por recursos naturais.

Entre o dia 1º de janeiro e 20 de setembro do último ano, o Grupo Gay da Bahia registrou 277 pessoas LGBTI assassinadas no país, o maior número desde o início da compilação dos dados, em 1980.

A população carcerária chegou a casa de 727.000 pessoas presas. Mais de 60% dos internos são negros e 40% (cerca de 290.000) se encontra presa preventivamente.

A radiografia desse quadro de perversidades revela que a população mais pobre vem sendo arrastada por retrocessos sociais, para o estágio da miséria extrema.

*André Moreau, é Professor, Jornalista, Cineasta, Coordenador-Geral da Pastoral de Inclusão dos "D" Eficientes nas Artes (Pastoral IDEA), Diretor do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê – Canal Universitário de Niterói e Coordenador da Chapa Villa-Lobos – ABI – Associação Brasileira de imprensa, arbitrariamente impedida de concorrer à direção nas eleições de 2016/2019.

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https://aosfatos.org/noticias/nao-marielle-nao-foi-casada-com-marcinho-vp-nao-engravidou-ao-16-e-nao-foi-eleita-pelo-comando-vermelho/


Não, Marielle não foi casada com Marcinho VP, não engravidou aos 16 e não foi eleita pelo Comando Vermelho
Por Tai Nalon e Ana Rita Cunha 17 de março de 2018, 13h20

  
Uma série de informações falsas circulam nas redes sociais desde a morte da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) na noite da última quarta-feira (14). Uma corrente de WhatsApp  reproduzida  pela desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Marilia Castro Neves e um tweet do deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) replicaram o boato de que Marielle foi casada com um traficante e tinha associação com o crime. O tweet do deputado foi deletado, mas o estrago já estava feito: nada disso é verdade.

Veja, abaixo, o que Aos Fatos checou — e continua apurando ao longo do dia.



FALSO:Engravidou aos 16 anos.

Morta na última quarta-feira (14), Marielle tinha 38 anos de idade e uma filha de 19, chamada Luyara Santos. Isso significa que ela engravidou entre os 18 e 19 anos — e não aos 16.

"Mataram a minha mãe e mais 46 mil eleitores! Nós seremos resistência porque você foi luta! Te amo", escreveu sua filha nas redes sociais.



FALSO:Ex-esposa do Marcinho VP.

Conforme já mostrou o site Boatos.org, Marielle nunca foi casada com ex-traficante — seja lá qual Marcinho VP a corrente de WhatsApp insinua ser. É que existem dois Marcinhos: Márcio Amaro de Oliveira, traficante carioca que atuava na favela Santa Marta, em Botafogo, zona sul do Rio, e Márcio dos Santos Nepomuceno, traficante carioca do Complexo do Alemão, zona norte da capital fluminense.

O primeiro morreu em 2003, dentro do presídio de Bangu 3, e é o personagem central do livro "Abusado", do jornalista Caco Barcellos. Integrante do Comando Vermelho, estava preso desde abril de 2000, quando foi encontrado no Morro do Falet, no Rio Comprido, zona norte do Rio. Ele estava foragido desde 1997 fora do Rio. Ou seja, a cronologia não bate: na época de sua prisão, Marielle tinha em torno de 20 anos, já tinha uma filha e estudava em pré-vestibular comunitário na Maré. Antes disso, ele sequer estava no Rio.

O Marcinho VP menos midiático é Márcio dos Santos Nepomuceno, preso desde 1997. Foi capturado em Porto Alegre, mas, desde então, também já esteve em Mossoró, no Rio Grande do Norte, e em Catanduvas, no Paraná. A data e os locais também inviabilizam a narrativa de que Marielle fora casada com o traficante.

Até uma imagem tem sido distribuída nas redes afirmando ser de Marielle e algum dos Marcinhos VPs. No entanto, ela não retrata nenhum dos dois. Um leitor enviou à equipe o rastro original da imagem: um fotolog com uma publicação de 13 de agosto de 2005.



Ainda segundo a divulgação de sua candidatura, registrada junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marielle é solteira.



No ato de registro de candidatura, Marielle também apresentou certidão da Justiça Federal no Rio de Janeiro que certifica que: "em pesquisa nos registros eletrônicos armazenados no Sistema de Acompanhamento e Informações Processuais, a partir de 25/04/1967, até a presente data, exclusivamente na Seção Judiciária do Rio de Janeiro, com sede na Cidade do Rio de Janeiro, que contra: MARIELLE FRANCISCO DA SILVA, ou vinculado ao CPF: 086.472.877-89, NADA CONSTA, na Seção Judiciária do Rio de Janeiro". Outras certidões de mesmo teor estão  aqui e aqui..

Amigos da vereadora morta no Rio também negam a informação e repudiam a tentativa de associá-la ao tráfico de drogas. No Facebook, a sobrinha de Marielle, Annie Caroline, afirma: "por favor, não compartilhe áudios de outras pessoas dizendo que é minha tia. Por favor, não diga que ela era envolvida com o Comando Vermelho. E, essencialmente, não vá nas postagens da minha prima dizer que ela é filha do Marcinho VP e que minha tia engravidou aos 16. Isso foi o cúmulo pra perceber o quanto as pessoas são insensíveis com a dor de uma filha".

Reportagem do G1 publicada neste sábado (17) mostra, inclusive, que Marielle ajudou na apuração da morte do policial civil Eduardo Oliveira em 2012. À época, Marielle era assessora da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e lotada no gabinete do deputado Marcelo Freixo (PSOL).

"Tenho pena por escreverem esse absurdo. Deveriam orar mais para que não aconteçam com elas. É triste ver o que a pessoa fez por outras e não ter reconhecimento. 'Ah porque não fez para X, Y, Z'. Ela fez por muita gente, para família de policiais. Porque eu sou de família de policial. Fico muito triste com o que escrevem, não era nem para levar a sério", disse a mãe do policial, Rose Vieira.

Marielle morava com sua mulher e sua filha na Tijuca, na zona norte do Rio.



FALSO:Eleita pelo Comando Vermelho.

Não fica claro o que significa ser "eleita pelo Comando Vermelho". O Complexo da Maré, onde Marielle se criou, é dominado por duas facções criminosas rivais: o Comando Vermelho, que detém o poder de regiões como Nova Holanda e Parque Maré, e o Terceiro Comando Puro — que se concentra em regiões maiores, como a Baixa do Sapateiro, a Vila do Pinheiro, a Vila do João. Há também regiões dominadas por milícia, mas são minoritárias.

Marielle mantinha fortes laços sobretudo na Baixa do Sapateiro, no Morro do Timbau e no Conjunto Esperança, onde passou sua infância, juventude e vida adulta — e onde o domínio sequer é do Comando Vermelho.

Trata-se de uma comunidade que, com a ausência de policiamento e de políticas do Estado, está conflagrada. As duas facções criminosas disputam o local — e o TCP parece estar em situação mais favorável.

No entanto, não há qualquer nexo entre a disputa de territórios do CV na Maré e a eleição de Marielle. A vereadora foi eleita com 46,5 mil votos, dentre os quais apenas 1,6 mil foram de eleitores da Maré e arredores. A informação é do jornal Extra e demonstra que outros candidatos das favelas não conseguiram se eleger para a Câmara de Vereadores sem os votos de outras regiões da cidade. Para se ter uma ideia, o Complexo da Maré tem mais de 130 mil habitantes, segundo o Censo 2010.

O eleitorado de Marielle, segundo mapa do jornal O Globo com base em dados do Tribunal Regional Eleitoral do Rio, se concentrou sobretudo nas zonas eleitorais do Leblon e da Gávea, de Copacabana e de Copacabana, Ipanema e Lagoa — regiões ricas da cidade. Botafogo, Urca, Humaitá e Jardim Botânico também tiveram forte participação em sua eleição, assim como as zonas eleitorais do Catete, da Glória e da Lapa, além daquelas no Maracanã e na Tijuca.

As bandeiras defendidas por Marielle vão ao encontro daquelas endossadas por movimentos que lutam pelo fim da violência perpetrada pelo tráfico e pelas incursões policiais na região. Sem UPPs (Unidades de Polícias Pacificadoras), a estratégia de combate ao crime em suas comunidades não é permanente. Policiais entram em suas favelas com regularidade em situação de conflito, o que expõe a população local e os próprios agentes da polícia. Era contra essa vulnerabilidade que Marielle militava.

"Do tráfico não se cobra a lei e o respeito. Eu cobro essa postura é do Estado", disse Marielle no Twitter.



FALSO:E ela foi eleita pelo Comando Vermelho. A favela bancou ela. O tráfico, o tráfico bancou ela, o tráfico colocou ela lá dentro.

A frase consta de um vídeo divulgado nas redes sociais e que essencialmente reproduz as falsidades já desmentidas nesta checagem. No Youtube, em um perfil que defende intervenção militar, tem mais de 3 mil visualizações, mas um leitor de Aos Fatos, que sugeriu a checagem, recebeu uma versão por WhatsApp. A afirmação sobre o financiamento da campanha da vereadora é, conforme Aos Fatos apurou, falsa.

Segundo dados disponíveis no TSE, a campanha à vereadora de Marielle Franco arrecadou R$ 92.193,33. 23% do financiamento veio da Direção Municipal e Estadual do PSOL, 8%, de doação da campanha à prefeitura de Marcelo Freixo e 3%, de recursos da própria candidata.

O restante da receita da campanha da vereadora foi financiado por 48 pessoas físicas. Desse total, 11 delas fizeram doação de prestação de serviço somando um valor estimado de doação de R$ 18.200. Entre as pessoas físicas que doaram mais de R$ 2 mil, estão dois professores, três pesquisadores de institutos de pesquisas, um advogado e dois funcionários estaduais. Nenhum deles é ou foi parte de nenhum processo judicial criminal, segundo os dados do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro consultados a partir dos CPFs dos doadores. Os dados estão nas bases do TSE e podem ser consultados aqui.


Colaborou Julianna Granjeia


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Especial: É tudo um assunto só!

Outro dia discutindo sobre as manifestações do dia 15, sobre crise do governo e a corrupção da Petrobrás eu perguntei a ele se tinha acompanhado a CPI da Dívida Pública. Então ele me respondeu: Eu lá estou falando de CPI?! Não me lembro de ter falado de CPI nenhuma! Estou falando da roubalheira... A minha intenção era dizer que apesar de ter durado mais de 9 meses e de ter uma importância ímpar nas finanças do país, a nossa grande mídia pouco citou que houve a CPI e a maioria da população ficou sem saber dela e do assunto... Portanto não quis fugir do assunto... é o mesmo assunto: é a política, é a mídia, é a corrupção, são as eleições, é a Petrobras, a auditoria da dívida pública, democracia, a falta de educação, falta de politização, compra de votos, propina, reforma política, redemocratização da mídia, a Vale, o caso Equador, os Bancos, o mercado de notícias, o mensalão, o petrolão, o HSBC, a carga de impostos, a sonegação de impostos,a reforma tributária, a reforma agrária, os Assassinos Econômicos, os Blog sujos, o PIG, as Privatizações, a privataria, a Lava-Jato, a Satiagraha, o Banestado,  o basômetro, o impostômetro, É tudo um assunto só!...


A dívida pública brasileira - Quem quer conversar sobre isso?


Escândalo da Petrobrás! Só tem ladrão! O valor de suas ações caíram 60%!! Onde está a verdade?

A revolução será digitalizada (Sobre o Panamá Papers)


O tempo passa... O tempo voa... E a memória do brasileiro continua uma m#rd*


As empresas da Lava-jato = Os Verdadeiros proprietários do Brasil = Os Verdadeiros proprietários da mídia.

Desastre na Barragem Bento Rodrigues <=> Privatização da Vale do Rio Doce <=> Exploração do Nióbio



Trechos do Livro "Confissões de um Assassino Econômico" de John Perkins 

Meias verdades (Democratização da mídia)

Spotniks, o caso Equador e a história de Rafael Correa.

O caso grego: O fogo grego moderno que pode nos dar esperanças contra a ilegítima, odiosa, ilegal, inconstitucional e insustentável classe financeira.



UniMérito - Assembleia Nacional Constituinte Popular e Ética - O Quarto Sistema do Mérito 

Jogos de poder - Tutorial montado pelo Justificando, os ex-Advogados Ativistas
MCC : Movimento Cidadão Comum - Cañotus - IAS: Instituto Aaron Swartz

TED / TEDx Talks - Minerando conhecimento humano




Mais desse assunto:

O que tenho contra banqueiros?! Operações Compromissadas/Rentismo acima da produção

Uma visão liberal sobre as grandes manifestações pelo país. (Os Oligopólios cartelizados)

PPPPPPPPP - Parceria Público/Privada entre Pilantras Poderosos para a Pilhagem do Patrimônio Público



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Foi o "Cirão da Massa" que popularizou o termo "Tattoo no toco"

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As aventuras de uma premiada brasileira! (Episódio 2016: Contra o veto da Dilma!)  

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O Mercado de notícias - Filme/Projeto do gaúcho Jorge Furtado




Quem inventou o Brasil: Livro/Projeto de Franklin Martins (O ex-guerrilheiro ouve música)

Eugênio Aragão: Carta aberta a Rodrigo Janot (o caminho que o Ministério público vem trilhando)


Luiz Flávio Gomes e sua "Cleptocracia"



Comentários políticos com Bob Fernandes. 

Quem vamos invadir a seguir (2015) - Michel Moore


Ricardo Boechat - Talvez seja ele o 14 que eu estou procurando...

Melhores imagens do dia "Feliz sem Globo" (#felizsemglobo)

InterVozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social



Sobre Propostas Legislativas:

Manifesto Projeto Brasil Nação

A PLS 204/2016, junto com a PEC 241-2016 vai nos transformar em Grécia e você aí preocupado com Cunha e Dilma?!

A PEC 55 (antiga PEC 241). Onde as máscaras caem.

Em conjunto CDH e CAE (Comissão de Direitos Humanos e Comissão de Assuntos Econômicos)

Sugestão inovadora, revolucionária, original e milagrosa para melhorar a trágica carga tributária brasileira.


Debates/Diálogos:

Debate sobre Banco Central e os rumos da economia brasileira...

Diálogo sobre como funciona a mídia Nacional - Histórias de Luiz Carlos Azenha e Roberto Requião.

Diálogo sobre Transparência X Obscuridade.

Plano Safra X Operações Compromissadas.

Eu acuso... Antes do que você pensa... Sem fazer alarde...talvez até já tenha acontecido...


Depoimento do Lula: "Nunca antes nesse país..." (O país da piada pronta)
(Relata "A Privataria Tucana", a Delação Premiada de Delcidio do Amaral e o depoimento coercitivo do Lula para a Polícia Federal)

Democratizando a mídia:

Entrevistas e mais entrevistas na TV 247


Entrevistas e depoimentos na TVT/DCM


Um ano do primeiro golpe de estado no Brasil no Terceiro Milênio.

Desastre em Mariana/MG - Diferenças na narrativa.

Quanto Vale a vida?!

Como o PT blindou o PSDB e se tornou alvo da PF e do MPF - É tudo um assunto só!


Ajuste Fiscal - Trabalhadores são chamados a pagar a conta mais uma vez

Resposta ao "Em defesa do PT" 

Sobre o mensalão: Eu tenho uma dúvida!



Questões de opinião:

Eduardo Cunha - Como o Brasil chegou a esse ponto?



Sobre a Ditadura Militar e o Golpe de 64:

Dossiê Jango - Faz você lembrar de alguma coisa?


Comissão Nacional da Verdade - A história sendo escrita (pela primeira vez) por completo.


CPI da Previdência


CPI da PBH Ativos


Sobre o caso HSBC (SwissLeaks):

Acompanhando o Caso HSBC I - Saiu a listagem mais esperadas: Os Políticos que estão nos arquivos.


Acompanhando o Caso HSBC II - Com a palavra os primeiros jornalistas que puseram as mãos na listagem.


Acompanhando o Caso HSBC III - Explicações da COAF, Receita federal e Banco Central.



Acompanhando o Caso HSBC V - Defina: O que é um paraíso fiscal? Eles estão ligados a que países? 


Acompanhando o Caso HSBC VI - Pausa para avisar aos bandidos: "Estamos atrás de vocês!"... 


Acompanhando o Caso HSBC VII - Crime de evasão de divisa será a saída para a Punição e a repatriação dos recursos


Acompanhando o Caso HSBC VIII - Explicações do presidente do banco HSBC no Brasil

Acompanhando o Caso HSBC IX  - A CPI sangra de morte e está agonizando...

Acompanhando o Caso HSBC X - Hervé Falciani desnuda "Modus-Operandis" da Lavagem de dinheiro da corrupção.



Sobre o caso Operação Zelotes (CARF):

Acompanhando a Operação Zelotes!


Acompanhando a Operação Zelotes II - Globo (RBS) e Dantas empacam as investigações! Entrevista com o procurador Frederico Paiva.



Acompanhando a Operação Zelotes IV (CPI do CARF) - Apresentação da Polícia Federal, Explicação do Presidente do CARF e a denuncia do Ministério Público.

Acompanhando a Operação Zelotes V (CPI do CARF) - Vamos inverter a lógica das investigações?

Acompanhando a Operação Zelotes VI (CPI do CARF) - Silêncio, erro da polícia e acusado inocente depõe na 5ª reunião da CPI do CARF.

Acompanhando a Operação Zelotes VII (CPI do CARF) - Vamos começar a comparar as reportagens das revistas com as investigações...

Acompanhando a Operação Zelotes VIII (CPI do CARF) - Tem futebol no CARF também!...

Acompanhando a Operação Zelotes IX (CPI do CARF): R$1,4 Trilhões + R$0,6 Trilhões = R$2,0Trilhões. Sabe do que eu estou falando?

Acompanhando a Operação Zelotes X (CPI do CARF): No meio do silêncio, dois tucanos batem bico...

Acompanhando a Operação Zelotes XII (CPI do CARF): Nem tudo é igual quando se pensa em como tudo deveria ser...

Acompanhando a Operação Zelotes XIII (CPI do CARF): APS fica calado. Meigan Sack fala um pouquinho. O Estadão está um passo a frente da comissão? 

Acompanhando a Operação Zelotes XIV (CPI do CARF): Para de tumultuar, Estadão!

Acompanhando a Operação Zelotes XV (CPI do CARF): Juliano? Que Juliano que é esse? E esse Tio?

Acompanhando a Operação Zelotes XVI (CPI do CARF): Senhoras e senhores, Que comece o espetáculo!! ("Operação filhos de Odin")

Acompanhando a Operação Zelotes XVII (CPI do CARF): Trechos interessantes dos documentos sigilosos e vazados.

Acompanhando a Operação Zelotes XVIII (CPI do CARF): Esboço do relatório final - Ainda terão mais sugestões...

Acompanhando a Operação Zelotes XIX (CPI do CARF II): Melancólico fim da CPI do CARF. Início da CPI do CARF II

Acompanhando a Operação Zelotes XX (CPI do CARF II):Vamos poupar nossos empregos 



Sobre CBF/Globo/Corrupção no futebol/Acompanhando a CPI do Futebol:

KKK Lembra daquele desenho da motinha?! Kajuru, Kfouri, Kalil:
Eu te disse! Eu te disse! Mas eu te disse! Eu te disse! K K K


A prisão do Marin: FBI, DARF, GLOBO, CBF, PIG, MPF, PF... império Global da CBF... A sonegação do PIG... É Tudo um assunto só!!



Revolução no futebol brasileiro? O Fim da era Ricardo Teixeira. 




Videos com e sobre José Maria Marin - Caso José Maria MarinX Romário X Juca Kfouri (conta anonima do Justic Just ) 





Do apagão do futebol ao apagão da política: o Sistema é o mesmo



Acompanhando a CPI do Futebol - Será lúdico... mas espero que seja sério...

Acompanhando a CPI do Futebol II - As investigações anteriores valerão!

Acompanhando a CPI do Futebol III - Está escancarado: É tudo um assunto só!

Acompanhando a CPI do Futebol IV - Proposta do nobre senador: Que tal ficarmos só no futebol e esquecermos esse negócio de lavagem de dinheiro?!

Acompanhando a CPI do Futebol VII - Uma questão de opinião: Ligas ou federações?!

Acompanhando a CPI do Futebol VIII - Eurico Miranda declara: "A modernização e a profissionalização é algo terrível"!

Acompanhando a CPI do Futebol IX - Os presidentes de federações fazem sua defesa em meio ao nascimento da Liga...

Acompanhando a CPI do Futebol X - A primeira Liga começa hoje... um natimorto...

Acompanhando a CPI do Futebol XI - Os Panamá Papers - Os dribles do Romário - CPI II na Câmara. Vai que dá Zebra...

Acompanhando a CPI do Futebol XII - Uma visão liberal sobre a CBF!

Acompanhando a CPI do Futebol XIII - O J. Awilla está doido! (Santa inocência!)

Acompanhando a CPI do Futebol XIV - Mais sobre nosso legislativo do que nosso futebol



Acompanhando o Governo Michel Temer

Acompanhando o Governo Michel Temer I





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