Nova janela, novos horizontes
Boas novidades, inclusive com
possibilidades de comando por toque de tela, integram o novo, e ainda
mais seguro, sistema operacional da Microsoft, que será apresentado hoje
Publicação: Jornal Estado de Minas 25/10/2012 Caderno Inform@tica Repórter Silas Scalioni
Win 8, produto da empresa criada por Bill Gates, surge, antes de tudo, de uma mudança nos seus rumos e na forma de encarar os novos tempos da mobilidade. |
Windows é um sistema operacional utilizado em cerca de 90% dos computadores do mundo. A versão XP, que chegou ao mercado em 2001, também alterou um modelo tecnológico então vigente e se tornou o maior sucesso de vendas da Microsoft. Agora, portanto, caberia mesmo ao Win 8 redefinir um caminho para a manutenção e domínio desse mercado.
A nova plataforma não chega somente com a responsabilidade de repetir o sucesso do Windows 7, que foi lançado em 2009 e vendeu mais de 650 milhões de licenças. Nem com a tarefa de manter a hegemonia da Microsoft no universo da computação pessoal, que já dura quase 20 anos. Win 8 passa a ser uma importante peça na engrenagem da transição projetada pela empresa para a era pós-PC, onde as máquinas se tornam móveis, com telas sensíveis ao toque, além de interfaces bem mais interessantes e atraentes. É por isso que o novo sistema sofreu alterações, tornando-se um projeto com visual que mais parece um smartphone.
Nesta edição, levamos até você o comentário e a análise de especialistas sobre Win 8, que abordam, entre outros itens, as principais mudanças no sistema, a segurança da plataforma – considerada bem mais eficaz –, se vale a pena migrar das versões anteriores para a nova, entre outras questões. Acompanha artigo especial sobre o tema escrito pelo colunista deste caderno, B. Piropo, que testa há dois meses o Windows 8 em seus trabalhos.
De olho no futuro
Com mudanças significativas, Windows 8 mostra nova forma de a Microsoft ver o mundo
Repórter : B. Piropo
Para B. Piropo, sistema teve muitas mudanças, mas nada comparado com a nova interface com o usuário |
Quando uma nova versão de sistema operacional é lançada, esperam-se novidades. E, de fato, há algumas. Os testes feitos indicam que a nova versão é mais rápida, tanto na inicialização do sistema quanto na carga e execução de programas (veja os testes do Baixaqui em vídeo em http://www.youtube.com/watch?v=mCmMLUmaRsE). Houve alterações que aumentam a segurança em relação ao Windows 7. O sistema usa menos memória e menos poder de processamento. Aceita múltiplos monitores e permite configurá-los com a mesma facilidade com que se muda a resolução da tela.
O Windows Explorer foi completamente reformulado e agora, à semelhança de praticamente todos os novos aplicativos da MS, usa uma interface baseada nas “Faixas de opções” (aquelas mesmas do pacote Office) e oferece novas funções, como a interessante “Copiar caminho”, que copia para a Área de transferência o caminho completo do objeto selecionado. Novidades que, segundo o artigo “Improvements in Windows Explorer”, de Steven Sinofsky, publicado no Blog da Microsoft dedicado ao Windows 8 (veja em http://blogs.msdn.com/b/b8/archive/2011/08/29/improvements-in-windows-explorer.aspx), foram todas baseadas nas funções mais utilizadas pelos usuários, segundo centenas de milhões de observações telemétricas do programa de experiência do usuário da empresa criada por Bill Gates.
NOVA CARA Em suma: o Windows mudou um bocado. Mas aposto que tudo isso ficará em segundo plano diante da alteração mais evidente, mais radical e mais controversa de todas: a interface com o usuário. Essa é que vai dar o que falar. E o mais curioso é que, sabendo usá-la, a mudança torna-se irrelevante. Mas vamos por partes: o que mudou, por que e como contornar as mudanças.
Ligue uma máquina com Windows 8 e registre-se (faça login). Se você é um velho usuário de Windows e esta é sua primeira experiência com Windows 8, sua reação será um misto de susto e surpresa. Surpresa porque, se você não usa um Windows Phone, nunca viu algo parecido. E susto porque estará totalmente perdido, sem a menor noção de por onde começar. Onde está seu velho menu Iniciar? E a Área de trabalho? E a Barra de tarefas? Cadê os ícones de seus programas? Tudo o que você vê é uma tela azul (cor que pode ser mudada, pois azul é só o padrão) e uns tantos objetos quadrados ou retangulares, muitos deles animados. Que diabo é isso?
Isso, meu amigo, é a interface Metro (consta que alguém na Microsoft não gostou desse nome e vai mudá-lo, mas por enquanto é esse mesmo): a cara nova de Windows.
Agora, faça o seguinte: procure um amigo que use um Windows Phone e peça a ele que lhe mostre o aparelho. Notou alguma semelhança? Pois é... É a mesma cara de Windows 8.
FIM DOS PCS? Pergunte a um porta-voz da Microsoft a razão disso e ele lhe dirá que a ideia é “homogeneizar a experiência do usuário”, fazendo com que ele opere da mesma forma seu telefone, seu computador de mesa e, logo, logo, seu tablet. E estamos conversados. Mas eu me atrevo a ir um pouco mais longe. Creio que, como eu e tantos outros, a Microsoft desconfia que estamos no limiar da era pós-PC (se quiser descobrir de onde tirei esta ideia, leia a coluna “Começou a era pós-PC?” em http://blogs.forumpcs.com.br/bpiropo/2012/09/11/comecou-a-era-pos-pc/).
No que toca a Windows 8, o que me faz crer que a empresa acredita que os PCs estão com os dias contados não é o fato de, ao rodar o novo sistema, sua interface passar a ser igual à dos dispositivos móveis. Mas, sim, o fato de ela ter sido otimizada para eles (mais precisamente para telas sensíveis ao toque). O que torna particularmente difícil a operação com o mouse (se você pretende instalar Windows 8, sugiro que aprenda os atalhos de teclado. Vai aqui uma relação completa em http://blogs.msdn.com/b/santhoshonline/archive/2012/08/05/windows8-desktop-keyboard-shortcuts.aspx.) Mas, seja como for, é certo que Windows 8 não foi desenvolvido para os usuários dos PCs. Seu alvo são os usuários de dispositivos móveis.
Acha então que não vale a pena instalar Windows 8 em seu micro de mesa? Bobagem. Vale sim. Eu mesmo, depois de mais de três meses de uso diário, desde os tempos da versão beta RC, estou convencido de que ele é bem melhor que Windows 7. Portanto, sugiro instalar. E a interface Metro? Bem, um daqueles objetos da tela de abertura é, justamente, o “Área de trabalho”. Um clique nele e aquela tela estrambótica desaparece, dando lugar à sua velha conhecida Área de trabalho, com Barra de tarefas e tudo. Veja detalhes e como trabalhar com ela na coluna desta semana, na página 2.
E, com um sistema tão melhor, quem vai brigar por causa de um mero menu Iniciar?
PRINCIPAIS NOVIDADES
Nova tela inicial
Na tela de abertura do 8 podem-se iniciar aplicativos, alternar entre tarefas, compartilhar conteúdo e verificar notificações, tudo por meio de mosaicos que mostram ainda atualizações em tempo real (inclusive noticiário) e até verificar agendas. É possível também personalizar essa tela, pondo todas as informações importantes em um só lugar, como contatos, sites etc. Seus aplicativos favoritos ficam sempre na frente e centralizados.
Nas nuvens
Todos os arquivos não ficam mais armazenados em um dispositivo e sim na nuvem. Assim, tendo uma conta da Microsoft, você pode, por exemplo, iniciar um projeto em um PC com o Windows 8 e terminá-lo em outro. Será possível ainda compartilhar o seu PC com outras pessoas, que poderão ter sua própria experiência conectada à nuvem personalizada, também entrando com uma conta da Microsoft.
Mouse ou toque
Com equipamentos touch screen, o que se faz com um mouse e um teclado poderá ser feito com o toque. O sistema oferece ao usuário a opção de usar um ou outro processo, de acordo com a tarefa. Para algumas, mouse e teclado são melhores, enquanto para outras o toque de tela é o ideal.
Com botões
O Win 8 criou novas e rápidas maneiras de navegar pelo sistema e realizar tarefas comuns. Para isso, usam-se os botões, que podem ser acessados via touch, passando-se o dedo na borda direita da tela ou, pelo mouse, clicando no canto superior direito da tela para exibir a barra de botões. Eles são a forma mais rápida de acessar as tarefas essenciais.
Pesquisar
Como no 7, com o Win 8 podem-se pesquisar facilmente aplicativos, configurações ou arquivos no PC. Só que agora, com o botão Pesquisar, a pesquisa vai mais adiante por meio de aplicativos específicos diretamente na tela inicial. E, se as informações pedidas estiverem na web, é só escolher o Internet Explorer nos resultados da pesquisa que os resultados são mostrados imediatamente. Você vai poder ainda instalar outros aplicativos abrindo, assim, possibilidade de ampliar suas pesquisas por temas.
Compartilhamento
Um botão Compartilhar do sistema facilita o compartilhamento de arquivos e informações. Como o botão Pesquisar, o recurso pode ser usado de dentro dos aplicativos. Ou seja, não é preciso ficar saindo e entrando em um aplicativo para compartilhar conteúdos. É possível, assim, enviar mensagens via aplicativo e-mail ou compartilhar fotos no SkyDrive. E os aplicativos mais usados são relacionados para acesso mais rápido. Você escolhe se quer compartilhar com apenas uma pessoa ou com todos os seus contatos.
Configurações
O botão Configurações do novo OS é o local para realização de tarefas básicas, como ajustar o volume ou desligar o PC. Quando você estiver em um aplicativo, o botão o leva para as configurações desse aplicativo, para que se possam configurar contas de e-mail, selecionar opções de som e vídeo ou escolher uma configuração de controle de jogos. Pode ainda levá-lo diretamente para as configurações do PC para, por exemplo, alterar temas, configurar o compartilhamento com o Grupo Doméstico ou para usar o Windows Update.
Ajustar e alternar aplicativos
Se você estiver usando o toque, basta passar o dedo pela borda esquerda para voltar ao último aplicativo ou continuar rolando o dedo para voltar a outros. Se for com o mouse, é só movê-lo para o canto esquerdo superior para ver o último aplicativo. E, do canto para baixo, podem-se ver os aplicativos usados por último.
Loja app
Todos os aplicativos estão disponíveis na nova loja do Windows, local para descobrir uma grande variedade deles, que estão agrupados por categorias.
Novo Internet Explorer
Com o Internet Explorer 10, a Microsoft busca nova experiência na web. O navegador passa a dedicar a sua tela inteira, de uma borda à outra, aos seus sites. As guias e os controles de navegação agora só aparecem quando são necessários.
O coração do computador
Para o professor da UFMG Sérgio Vale Aguiar, os sistemas têm de evoluir e se adaptar aos novos desafios, tipos de máquinas e às novas necessidades do usuário |
É por isso que os sistemas operacionais são tão importantes, pois eles controlam tudo o que ocorre no computador. “São como o motor de um carro, que você normalmente não vê, mas que faz o veículo funcionar e andar. Eles comandam todos os computadores, o servidor de e-mail, o servidor web da página acessada, seu telefone celular e até seu tocador de MP3. Estão hoje até em Marte, controlando o robô da Nasa que está pesquisando o planeta”, diz o professor de ciência da computação da UFMG Sérgio Vale Aguiar Campos.
Segundo ele, para tantas tarefas diferentes, há diversos tipos e configurações de sistemas operacionais. Normalmente as pessoas acham que Windows é usado em desktop, Unix e Linux em servidores e MacOS (da Apple) quando se quer um hardware mais bonito. “Mas não é bem assim. Linux também é excelente em desktops e Windows é usado também em servidores, por exemplo”, afirma ele, explicando que os sistemas operacionais mais usados hoje em dia vêm de duas grandes famílias: Unix e Windows. A mais antiga é a Unix, que nasceu ainda nos anos 1960. “Era usada na época nos grandes mainframes, sendo um software completo, complexo e seguro. Durante os anos 1970 dominou o mercado, mas quando surgiram os computadores pessoais, no fim da década, eles não funcionaram bem por serem muito pesados”, conta.
Nessa época, apareceram diversos outros sistemas operacionais bem mais simples e leves, prevalecendo o MS-DOS da Microsoft. Foi quando nasceu a segunda família. “Ao longo dos anos 1980 e 1990, os computadores pessoais foram ficando mais poderosos e a família MS-DOS cresceu em complexidade e funcionalidade para acompanhar essa capacidade. Aparecia assim a família Windows com a versão 3.1, que cresceu e agora ganha mais um integrante com o Windows 8.”
Em paralelo, no fim dos anos 1980 e início dos anos 1990 o Unix foi redescoberto, uma vez que os computadores pessoais tornaram-se capazes de executar sistemas operacionais complexos. “Diversos unixes foram criados, como o Minix e o FreeBSD. Um deles se tornou mais popular: o Linux. O sistema operacional da Apple, o MacOS, é um ramo da família FreeBSD, ou seja, é também um Unix/Linux”, revela o professor.
VARIAÇÕES Para Sérgio, como o interesse hoje está voltado para dispositivos móveis, os sistemas operacionais também se voltam para eles. O iOS da Apple é uma variação do MacOS; o Android, do Linux; e o Windows Mobile, naturalmente, do Windows. Dessa forma, segundo ele, os sistemas operacionais evoluem, se adaptam a novos desafios, ambientes, tipos de computadores e usuários. “Todos temos nossas preferências. Eu, por exemplo, uso e recomendo Linux. Contudo, não podemos ignorar as outras famílias, pois elas se influenciam de diversas formas”, afirma ele, exemplificando que partes da interface do Windows 7 se parecem muito com a Linux.
Ao mesmo tempo, versões mais recentes do Linux tem uma aparência e operação muito próximas de produtos da Apple. “O mesmo ocorre nos sistemas usados em tablets e celulares. Lembrem-se que a tarefa principal do carro é nos levar do ponto A ao ponto B. Portanto, o importante é poder contar com um bom motor.”
Migrar ou não migrar, eis a questão...
“A Microsoft anuncia o lançamento do Win 8 e dá, entre outros itens, destaque especial para a sua tela inicial. Para mim, entretanto, o grande diferencial do novo sistema operacional é estar preparado para rodar em qualquer dispositivo, especialmente para aqueles sensíveis ao toque.” A afirmação é do gestor de TI José Orlando Alves Vieira, lembrando que desde maio a empresa disponibilizou a versão Windows 8 Release Preview, para testes, e que quem a baixou pôde fazer uma avaliação, comparar com o Windows 7 e decidir se vale a pena fazer o upgrade. “Grande parte dos interessados na avaliação são aqueles que estão usando a versão Windows XP, que deixará de ter suporte técnico em 2014”, revela.
Mas vale a pena migrar? Segundo Nick Golevich, analista de sistemas da PolyOne Corp, vale sim, destacando que o boot está mais rápido e a interface Metro (com um painel de controle próprio) oferece interessantes recursos técnicos. Para José Orlando, quem deverá tirar mais vantagem do Windows 8 são as pessoas que usam dispositivos móveis, como tablets, pois terão em mãos recursos que até então não tinham na versão anterior. Já quem não está acostumado com esta linguagem técnica poderá sentir certo desconforto inicial, devido à necessidade de adaptação.
CAUTELA Entretanto, de acordo com o gestor de TI, é importante ter cautela para definir pela migração, principalmente no caso de empresas que têm um parque considerável de micros instalados e configurados para uso compartilhado em rede. “Elas estarão avaliando o custo da migração, bem como os impactos da adoção pelos usuários, o que certamente demandará treinamentos e possivelmente configurações específicas por tipo de usuários, com foco na segurança. Mas essa preocupação somente se dará no início de 2014, quando a versão para ambiente corporativo estará disponível”, informa.
Para ele, quem está acostumado com o Windows 7 e o utiliza em desktop provavelmente deverá aguardar um pouco para fazer a migração e evitar passar pela adequação ao novo ambiente e sua forma de utilização. “É aguardar um pouco mais e ver o movimento dos diversos tipos de usuários, lembrando que, como de costume, toda versão recém-lançada leva um tempo até ficar estável.”
Tudo em nome da segurança
Baseado na forma de trabalho dos sistemas móveis, Win 8 ficou bem menos sujeito a falhas
O que mais chamou a atenção do diretor de TI de um grupo de financiamento Décio Cunha Tavares, desde que usou a versão Preview do Windows 8, foi o fato de se ver de frente com um sistema operacional bem mais seguro, com uma visão diferente das estruturas de segurança até então empregadas. “Não tenho dúvida de que todos os passos dados pela Microsoft, desde o projeto do Windows Vista, para atingir um sistema menos sujeito a falhas, agora estão coroados de êxito.”
Segundo ele, o Windows Defender, que estava disponível desde o Vista, já vem instalado no Win 8 numa versão que é mais parecida com o Windows Security Essentials, um pacote completo de antivírus, antimalware e spyware da Microsoft. Dessa forma, ao abrir o OS, o usuário já começa a contar com uma das proteções mais importantes do mercado.
A novidade para uma maior segurança na nova plataforma provém do modelo que já existe nos sistemas operacionais móveis, onde quem faz as aplicações é obrigado a declarar explicitamente o que é permitido usar e fazer posteriormente. “Essa estrutura de segurança adotada pela Microsoft é chamada de AppContainer, onde todas as configurações de cada aplicativo ou programa estão contidas num conjunto de restrições declarando o que a aplicação pode e o que ela não pode fazer. É uma visão de segurança que já existe no Android e no iOS da Apple, especialmente nas aplicações que rodam em navegadores”, afirma.
A chance de um aplicativo sofrer uma alteração de um malware ou de um vírus ficou, assim, grandemente reduzida. Por exemplo, se está definido que um programa apenas abre arquivos de música no PC, ele não poderá ser infectado ou alterado para enviar e-mails ou abrir páginas web por intermédio dos navegadores. “Tudo isso deságua ainda no novo Internet Explorer 10, que também ficou muito mais seguro.”
MELHORIAS NO EXPLORER 10 Quanto à navegação na internet, o filtro Smartscreen para páginas e download, que havia no Internet Explorer versões 8 e 9, foi melhorado no 10, nos protegendo de páginas maliciosas e downloads perigosos em todo e qualquer navegador, incluindo Google Chrome e Firefox. “E temos agora menos avisos de segurança na tela. Quando há um aviso, ele ocorre apenas para os potencialmente perigosos e não mais para todos os downloads, como era antes”, explica o diretor de TI.
Ainda no aspecto segurança, Décio Cunha destaca também a existência da Windows Store, que não deixa de ser um filtro de aplicações de boa origem e comportamento mantida pela Microsoft nos mesmos moldes da App Store (Apple) e da Google Play (ex- Android Market). “Agora, há uma central específica da empresa onde podemos baixar todos os programas disponíveis para o Windows 8, sem maiores riscos.”
Para completar, de acordo com ele, há ainda no novo sistema a novidade do secure boot-UEFI, que quando utilizado permite um boot mais seguro e mais rápido, protegido contra malwares, infecções e rootkits. “Nas máquinas mais antigas, o UEFI não poderá ser utilizado. Apenas nos PCs que contarem com BIOS mais atuais e mais novas. O núcleo do Windows 8 teve algumas alterações de segurança em relação ao Windows 7 e também do uso do ASLR.
“Além do aspecto de segurança, que realmente vale a pena, a interface gráfica do Win 8 está totalmente voltada para os tablets e ambientes touchscreem, além de termos uma tela de desktop normal muito parecida com o XP. Todas as minhas impressões, no geral, foram muito favoráveis ao novo sistema, que é também muito rápido”, considera.
Sopa de letras
UEFI - Em inglês, é sigla para Unified Extensible Firmware Interface, ou interface de firmware unificada e extensível. É, basicamente, um substituto novo ao BIOS. A Apple, inclusive, já usa esse recurso em todos os seus Macs baseados em Intel.
BIOS - É parte integrante de qualquer computador desde o momento em que ele se inicializa até o ponto em que o sistema operacional assume o controle da máquina.
ASLR - Sigla para Address Space Layout Randomization, é um método de segurança de computador que envolve, aleatoriamente, organizar as posições das principais áreas de dados, geralmente incluindo a base do executável e posição de bibliotecas, em um endereço do processo.
Boot - Em informática, é o termo em inglês para o processo de iniciação do computador, que carrega o sistema operacional quando a máquina é ligada. Máquinas mais modernas buscam justamente diminuir esse tempo de espera, que em certos momentos parece interminável.
Windows 8 e o modo de usá-lo
Vou presumir a hipótese mais provável: a instalação de Windows 8 foi feita em um desktop ou num notebook com um único monitor e usando a opção de instalar o sistema “por cima” do anterior, preservando assim dados e programas. Nesse caso, ao ligar a máquina e nela se registrar (fazer login), o usuário irá se deparar com a tela de abertura da interface Metro (ver figura). Minha primeira sugestão é: não lhe faça caso. Para começar, principalmente se você está habituado com a interface de Windows 7, sua velha área de trabalho e seus ícones, simplesmente faça de conta que a interface Metro não existe.
Bem, mas ela está ali em sua frente, tapando toda a tela. Então como ignorá-la? Fácil: um único toque na tecla Windows (aquela que fica à esquerda da barra de espaços de seu teclado e exibe a bandeirinha característica) a fará desaparecer – mas cuidado, que um segundo toque a fará retornar (se isso não funcionar, um único clique do mouse em um dos retângulos maiores, aquele com a imagem de sua conhecida Área de trabalho, fará o mesmo efeito). Agora você está diante de algo que lhe é mais familiar: a mesma Área de trabalho de sua antiga versão Windows 7 e, se a migração foi feita com sucesso, os mesmos ícones dos programas na mesma posição. Até sua conhecida Barra de tarefas estará presente cumprindo as mesmas funções. Só o que estará faltando é o menu Iniciar, que se foi para sempre. Mas logo voltaremos a falar no assunto e veremos uma forma de trabalhar sem ele.
Mas então, para que serve a tal interface Metro? Bem, serve para um bocado de coisas, mas não esqueça que nosso objetivo hoje é continuar nos mantendo produtivos, apesar dela. Então, deixe-a sossegada em seu canto. Quando tiver uma folga, pressione novamente a tecla Windows que ela voltará e você poderá explorar com calma seus novos recursos. Mas, no início, simplesmente a ignore e continue trabalhando com sua boa e velha Área de trabalho.
A primeira coisa que você notará é a ausência de seu menu Iniciar. E, nele, o que mais faz falta é a lista “Todos os programas”. Não se aflija: tecle “Win+Q” (ou seja, a combinação da tecla Windows com a letra Q) e a interface Metro voltará à vida, mas dessa vez mostrando ícones quadrados de todos os programas instalados no micro. Não é a mesma coisa que a lista “Todos os programas”, mas quebra o galho. Outros itens do menu Iniciar, como o “Painel de controle” (que, encontrado, continua ativo e operante), são acessíveis com o atalho “Win+I”. Como você vê, terá que aprender e se habituar a usar os atalhos de teclado mais úteis. Veja aqui em http://www.winsupersite.com/article/windows8/master-keyboard-shortcuts-143689 uma lista dos mais usados. E depois que descobrir como ter acesso aos recursos que usa habitualmente, poderá continuar trabalhando com sua Área de trabalho, como no Windows 7.
Finalmente, uma coisa que costuma perturbar os novatos: os aplicativos Metro ocupam a tela inteira e não apresentam aquele conhecido X para fechar a janela. Nas telas sensíveis ao toque, são fechados arrastando-os para baixo com o dedo. E nos desktops? Bem, nesses, use o seguinte macete: mova o ponteiro do mouse para o topo da tela até que ele se transforme em uma pequena mão espalmada. Agora, clique e o arraste até a base da tela. A janela inicialmente diminuirá, depois fechará. E isso encerra o “guia de sobrevivência na interface Metro”. Com ele você poderá explorar o novo ambiente enquanto continua produtivo. (leia mais na Página 3)
PERGUNTE AO PIROPO
Win 8:É hora de trocar?
Sou usuária do Windows e gostaria de saber se vale a pena migrar para o Windows 8.
Tereza Silva – Belo Horizonte
Guardei essa pergunta para hoje, dia do lançamento oficial de Windows 8. Então, vamos a ela. Hoje, a decisão sobre migrar ou não migrar depende de diversos fatores. O primeiro deles é o sistema operacional que você está usando. Se for Windows XP a resposta é, seguramente, sim. A MS suspendeu o suporte para ele e não mais postará pacotes de serviços e atualizações, o que significa que logo você se verá diante de programas que se recusarão a rodar nele e de dispositivos que adotarão tecnologias que ele não suportará. Se, por outro lado, você usa Windows Vista ou Windows 7, pode – e deve – adiar a migração, já que imediatamente ao ser lançada, toda nova versão de sistema operacional apresenta problemas, que somente se manifestarão à medida que ela se disseminar, quando então serão corrigidos. A questão é saber quanto tempo esperar. Se você não está satisfeito com seu sistema atual, espere dois ou três meses. Se está, espere até o lançamento do primeiro Pacote de serviços (SP) para Windows 8. E se não tem a menor vontade de migrar, fique com seu sistema. Mas lembre-se de que haverá um dia no qual, querendo ou não, você terá que migrar: quando a MS fizer com o Windows 8 o mesmo que fez com Windows XP e suspender a produção, vendas e suporte.
LINHA DO TEMPO
O sistema operacional Windows surgiu no início dos anos 1990 para mudar a história da computação pessoal. Acompanhe os principais momentos do mais importante sucesso da Microsoft:
Windows 3.1
Lançada em março de 1992, como plataforma sucessora da Windows 3.0 e que deu início ao seu sucesso, a versão 3.1 vendeu mais de 10 milhões de cópias em dois anos. Sua logomarca era uma bandeira tremulante em quatro cores. Já trazia acesso à internet com programas extras de terceiros. Outras edições foram lançadas até 1994, quando a série foi substituída pelo Windows 95.
Windows 95
Em 24 de agosto de 1995 era lançado o Windows 95, cujo novo logotipo trazia como fundo um céu azul com nuvens. A versão revolucionou o mercado de sistemas operacionais, passando a vir instalada por padrão com o MS-DOS 7.0 (não mais separado, como era antes), e se tornou o principal lançamento da empresa na década de 1990.
Windows 98
Em 25 de junho de 1998 chegava ao mercado o Windows 98, com um logotipo mais suave em relação ao anterior. Trazia como maior novidade uma integração completa do sistema com a internet, utilizando então o Internet Explorer 4.
Windows Millenium Edition 2000
A versão foi apresentada em 14 de setembro de 2000 com algumas inovações: capacidade de lidar com várias mídias digitais, já pronta para MP3, com programa de edição de vídeo, assistente de criação de redes digitais domésticas e oferecendo possibilidade de restauração do sistema.
Windows XP
Lançado em 25 de outubro de 2001, o XP (derivação de eXPerience) foi a primeira plataforma da empresa construída em nova arquitetura e núcleo (Windows NT 5.1.). De uma família de sistemas operacionais de 32 e 64-bits, de acordo com o IDC, vendeu mais de 400 milhões de cópias até janeiro de 2006. Ficou conhecido por sua grande estabilidade e eficiência.
Windows Vista
Mais de cinco anos depois da chegada do XP, a MS apresentou o Vista, mostrando uma nova interface gráfica (apelidada de Aero), funções de busca modificadas, ferramentas de criação multimídia (como o Windows DVD Maker) e renovadas aplicações para redes de comunicação. Teve, entretanto, muita dificuldade na sua aceitação devido à maior exigência de máquina (para operá-lo, era preciso computador com configuração de no mínimo de 1GB de memória RAM, sendo que o ideal era 2GB). Sistema seguro, porém não obteve sucesso.
Windows 7
A última versão da Microsoft, antes do Win 8, foi lançada para empresas em 22 de julho de 2009 e começou a chegar ao mercado exatamente três meses depois. Diferentemente do Vista, que introduziu um grande número de novas características, Win 7 foi uma atualização mais modesta e focalizada para a linha Windows, com a intenção de tornar o sistema totalmente compatível com aplicações e hardwares. É o Windows da era wireless a apresentar mais estabilidade e rapidez.
E O FUTURO DO XP?
O Windows XP foi o sistema operacional da Microsoft de vida mais longa. E, apesar dos mal-sucedidos esforços da empresa para acabar com ele, como certos heróis de filmes americanos, o XP tem se mostrado duro de matar e ainda se aboleta em mais da metade das máquinas em funcionamento no planeta (pelo menos assim indicam as mais recentes estatísticas do respeitável site Netmarketshare, em http://netmarketshare.com/operating-system-market-share.aspx?qprid=10&qptimeframe=M&qpsp=141&qpnp=1). É um excelente sistema, mas vai ficar cada vez mais difícil permanecer fiel a ele. Primeiro, porque a MS vai tornar isso cada vez mais difícil: encerrou o suporte e, há pouco mais de um ano, suspendeu definitivamente as vendas de máquinas com o sistema instalado. Segundo, porque sem as atualizações (os famosos pacotes de serviços) e com o Windows 8 e sua interface Metro no mercado, ficará cada vez mais complicado, quando não impossível, rodar os novos aplicativos e utilizar hardware de última geração no velho XP. A Microsoft, entretanto, garante que manterá até14 de janeiro de 2020 todas as ativações e atualizações disponibilizadas para a plataforma até abril de 2014.
Tutoriais
[Tutorial] Como fazer com que email antigos apareçam no app de email
Olá pessoal tudo bem? O Josué fez mais um vídeo e esse é uma dica de um leitor aqui do blog o Fabio Moser. Espero que gostem.
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[Tutorial] Como mudar os ícones dos sites do Menu Iniciar
Olá pessoal beleza? O Lucas Maniero fez um tutorial muito
interessante, ele vai ensinar como mudar os ícones dos sites do IE 10
que ficam no menu iniciar. Segue o vídeo.
Como mudar os programas padrões no Windows 8
Muitas pessoas tem dúvidas em relação ao Windows 8 e esse
tutorial provavelmente vai solucionar uma delas. Como mudar os programas
padrões no Windows 8? Como colocar o Google Chrome como programa
padrão no Windows 8? Perguntas como essa serão respondidas nesse
tutorial.
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