Assim é Galo
Não. O pênalti não poderia acontecer no começo do jogo. Não seria “Galo” uma classificação assim. Não. A defesa não poderia ser com as mãos, teria que acontecer necessariamente com a ponta dos pés. Assim é Galo.A previsão durante toda a semana era de tempestade, mas nem a chuva teve coragem de cair no Horto. Seria bem-vinda no fim do jogo para despistar as lágrimas. Todos os Atleticanos pelo mundo mereciam estar no Independência, chorar junto, participar do abraço único que se espalhou pelo estádio. Nem todos podiam, por isso um Atleticano desmaiou na Austrália, outro correu pelo escritório na Nova Zelândia, entre muitos procurando uma rádio, um sinal de fumaça na Ásia, Europa, América.
Todos queriam ser como o garoto que abraçou o pai assim que o apito final ecoou pelas arquibancadas. O garotinho chorava, não entendia o motivo, sentia um arrepio diferente e chorava. O pai permaneceu com uma aparência serena, relembrando quando era um garoto e os quarenta e sete do segundo tempo não traziam lágrimas de felicidade. A dupla olhou para o placar eletrônico indicando 20.988 presentes. Errado! Tínhamos 20.989, contando com o Atleticano que não saiu da barriga da mãe, mas apoiou o tempo todo, ficou grudado no vidro confiando até o último minuto. O pai abraçou o filho, ainda na barriga, e cantou o hino. É questão de tempo até aquele bebê acompanhar a voz dos pais na arquibancada – LUTAR, LUTAR, LUTAR!
Quantos quarenta e sete do segundo tempo essas crianças encontrarão pela frente? Não importa. Após aquela defesa do Victor, estarão preparados para mais cento e cinco milênios ao lado do Galo. Sentirão falta da chuva para despistar as lágrimas. Talvez fosse impossível aquela defesa, mas as crianças nem sempre enxergam o mundo real. Antes de abraçar o pai, aquele garoto viu a ponta do pé de Victor salvando o Atlético e por isso o impossível aconteceu.
Contra a chuva, aos quarenta e sete, na ponta dos pés, em outros continentes, chorando, cantando, apoiando.Assim é Galo!
Fael Lima
ABRAÇO NAÇÃO!
La canhota de Dios
Fred Melo Paiva - Estado de Minas 01/06/2013 09:02Muito se fala de la mano de Dios, com a qual Maradona vingou a derrota para os ingleses nas Ilhas Malvinas. Na quinta-feira, nessa mítica quinta-feira, soubemos que Deus bate com as duas – sua perna esquerda salvou a pátria, nos redimiu de todas as nossas mazelas e devolveu à Massa a chance de chegar ao paraíso. La canhota de Dios veio finalmente fazer justiça, a justiça divina: ninguém nesse mundo merece mais que o atleticano. Eu não tenho mais dúvida: chegou a hora de resgatar os pontos acumulados no nosso plano de fidelidade.
A sociedade homenageia seus heróis erguendo bustos e estátuas. O mínimo a fazer é arrancar o pirulito da Praça Sete e em seu lugar instalar uma grande perna esquerda, como aqueles pedaços de corpos que ficam na sala de ex-votos da Basílica de Aparecida. Apenas uma perna – uma perna cabeluda diante da qual rezaríamos pelas causas impossíveis.
Quando eu chuto bola com o meu filho pequeno, e somos obrigados a escolher nossos nomes de goleiros, ele sempre opta pelo Victor (levou tempo para esquecer o Aranha, com seu nome de super-herói). Gosta da sonoridade do R, aquela do Caixa, na hora da defesa: Victorrrrrrrrrrrrrr. Então, ele me pergunta como é a musiquinha do Victor. Driblo o palavrão, dando à luz o cântico que ele adora: “Pata que pariu, é o melhor goleiro do Brasil, Victor!!!”
Chorei junto com o Kalil na imagem que ficará para a história: o presidente emocionado, enxugando as lágrimas e cantando com a Massa – “Pata que pariu, é o melhor goleiro do Brasil!” O que o Victor fez naquele pênalti foi chutar pra lá a nossa crônica falta de sorte, a cabeça de burro enterrada no nosso quintal, a injustiça que nos persegue. Sua perna esquerda chutou também a bunda de José Roberto Wright e José de Assis Aragão. Em seu voo de Bruce Lee, nos libertou finalmente da derrota para o Flamengo na Copa União, da bola que o juiz não viu entrar contra o Coritiba na semifinal de 1985, do pênalti não marcado aos 40min do segundo tempo na decisão de 1999. Aquilo não era uma perna – era um taco de beisebol a rebater a bola de ferro amarrada no pé do atleticano. Libertas quae sera tamen! Ou seja, a Libertadores será nossa também!
Faltam quatro jogos. Se Deus é por nós, quem será contra nós? Temos uma parada providencial neste mês de junho. Bernard vai calibrar o pé na selecinha. Leonardo Silva vai ganhar ritmo. R10 prometerá o título a dona Miguelina. Cuca poderá lavar a camiseta de Nossa Senhora que ele não tira faz uns três meses. Até que chegue julho, nós, atleticanos, trabalharemos pensando em Atlético. Faremos amor com nossas esposas pensando em Atlético. Chutaremos bola com nossos filhos e seremos todos a perna esquerda do Victor, La canhota de Dios.
São Victor salva o Galo brasileiro
Blog do Juca Kfouri 30/05/2013 - 22:47Coisa rara na vida do blogueiro: poder ver apenas um jogo.
E que jogo!
Do time brasileiro que mais prazer dá para ver, o do Galo, respaldado pelo estádio Independência repleto de torcedores mascarados com as máscaras de pânico porque quem cai no Horto está morto.
Que a máscara se limitasse às arquibancadas, porque no gramado haveria que ser humilde contra os mexicanos do Tijuana.
O jogo de ida no terrível gramado sintético tinha sido mesmo um terror, com o gol de empate em 2 a 2, de Luan, surgindo só no fim, daqueles típicos de quem tem, também, a sorte de campeão.
Há 48 jogos sem perder como mandante e invicto no novo Independência desde sua reabertura, há 34 jogos, com 27 vitórias, o Galo teria pela frente o Tijuana que só perdera um jogo fora de casa na Libertadores, para o Corinthians, por 3 a 0, mas que eliminara o Palmeiras, no Pacaembu.
A festa de fogos na cobertura do estádio e com mosaicos com as palavras “Vencer” e “Lutar” do hino atleticano foi de erguer atleticano do túmulo, com a massa cantando o hino do clube.
Faltava “Jogar”.
Para alegria do blogueiro, que irá contando o desenrolar do jogo, Leonardo Silva estava em campo.
O Galo deu a saída.
E com 12 segundos, uma bomba de Riascos, graças a um erro de Réver, exigiu difícil defesa de Victor.
Dava moral ao Tijuana?
Aos 14, frio na espinha com um gol mexicano, mas bem anulado por impedimento, sinal de que a arbitragem chilena era confiável.
De qualquer jeito, o Galo não conseguia se impor.
A partir do 18o. minuto o Galo pôs a bola no chão, aquietou a ansiedade e começou a controlar a partida, 57% de posse.
O 0 a 0, lembremos, punha o Galo na semifinal contra o Newell’s Old Boys.
Mas, aos 25, em contra-ataque bem tramado, embora nascido de uma falta não marcada em Jô, Riascos gelou o Independência: 1 a 0.
Marcos Rocha respondeu imediatamente, forçando a primeira defesa do goleiro rival.
O Galo precisava de um gol para voltar à Libertadores.
E a massa arrefeceu…
Aos 35, esperança: falta pela esquerda, na entrada da área mexicana.
Ronaldinho baterá…, por cima, pertinho do travessão.
Diego Tardelli era o mais lúcido e participativo dos atleticanos.
Mas foi o zagueiro Réver quem, aos 40, livrinho da silva, escorou para o gol uma cobrança de falta de Ronaldinho Galucho pela direita.
Ufa!
O Galo, sem jogar o que dele se esperava, estava de volta.
E saiu em busca de virar ainda nos minutos derradeiros, com a massa, outra vez, ensandecida.
Fim de primeiro tempo e, quer saber?, estava de bom tamanho.
O segundo tempo começou como era de se esperar, tenso e, para piorar, Richarlyson pisou na mão de Riascos, estopim de uma série de faltas seguidas.
Ninguém aliviava, muito ao contrário.
Nos primeiros dez minutos, apenas duas jogadas dignas de nota, em duas bolas alçadas pelo Galo que nem Leonardo Silva nem Jô souberam aproveitar.
Mas o Galo tinha a bola mais de 60% do tempo.
Aos 12, uma furada espetacular, dentro da área brasileira, de Moreno foi saudada pela torcida alvinegra, agradecia.
Bernard participava bastante do jogo, mas ineficaz e Jô nem lembrava o Jô do Galo.
RG aparecia bem menos do que era desejável.
Estranhamente, o Galo aparentava estar mais aflito em fazer o segundo gol, que viria a calhar, mas não era obrigatório, do que o Tijuana, que seria eliminado se não o marcasse.
Luan, a pedidos, entrou, aos 20, no lugar de Bernard.
Fazia sentido.
Aos 24, Richarlyson cometeu uma pixotada imperdoável e Victor teve de sair no pé de Piceno para evitar o temido segundo gol.
Por incrível que possa parecer, o Tijuana era mais insinuante que o Galo quando o segundo tempo chegou aos 30, momento em que, por pouco, em cobrança de escanteio, não fez o gol que faria o Galo cair no Horto, morto.
Josué entrou no lugar de Marcos Rocha que, por sinal, jogava bem, mas amarelado.
O time brasileiro não conseguia concluir uma jogada, nervoso demais.
Aos 33, medo: falta no mesmo lugar em que Ronaldinho batera no período inicial.
Arce bateu no travessão…
O Galo respondeu, enfim, prontamente, com o goleiro Saucedo salvando duas vezes nos pés de Tardelli e de Jô.
O jogo chegava aos 40.
O coração batia a mil.
Na garganta.
Jô sai, Alecsandro entra.
E, aos 43, Luan perdeu o gol que mataria o jogo, em bola preciosa de Ronaldinho que Saucedo defendeu.
Mas Luan tinha feito, no México, o gol que estava classificando o Galo.
O árbitro deu quatro torturantes minutos de acréscimos.
Aos 46, um chutão de Arce redundou num pênalti incrível de Leonardo Silva, o preferido do blogueiro…
Riascos bateu e Victor defendeu com o pé esquerdo, no meio do gol, o mesmo pé que evitara o gol de Piceno.
Impressionante! Inacreditável! Histórico!
O Galo estava salvo.
Com a sorte dos campeões!
Em tempo: Réver, ao fim do jogo, foi expulso e não jogará contra o Newell’s, em Rosario.
Foto:AFP
Emocionado com a classificação do Galo, Alexandre Kalil declara: 'agora é só guerra'
Dirigente provoca concorrentes eliminados e diz que agora sobraram os melhores
Redação - Superesportes31/05/2013 01:39
A exemplo da torcida, o presidente do Atlético viveu momentos de angústia, até explodir de felicidade com a classificação do time alvinego às semifinais da Copa Libertadores. Depois que o goleiro Victor salvou a equipe ao defender pênalti cobrado por Riascos, nos acréscimos, mantendo o placar em 1 a 1 contra o Tijuana, nesta quinta-feira, no Independência, o mandatário chorou de emoção e disse que a partir de agora a equipe precisa se preparar para uma guerra diante do Newell’s Old Boys, próximo adversário.
Entretanto, Kalil não deixou de mostrar a língua afiada com declarações polêmicas. Ele aproveitou para provocar alguns adversários, entre eles o São Paulo, e disse que a classificação foi um prêmio pela campanha do Atlético na competição. “Ultimamente, tem dado tudo certo. É como o Victor falou lá dentro, no vestiário. Ele pediu a palavra e falou que Deus reconhecia tudo o que está sendo feito no Atlético. Libertadores é isso, as porcarias saíram, agora só tem time bom. Eram 32, sobraram quatro”, afirmou o dirigente.
Apesar disso, o presidente atleticano elogiou o Tijuana pelo bom futebol e a bravura mostrados no Independência. “Não sei se o time jogou bem ou mal, o time deles é bom e mostrou isso. Empatamos e nos classificamos em Tijuana. Estamos muito satisfeitos, a torcida do Atlético está na semifinal da Libertadores. Agora a lição está dada, sobrou o que tem de melhor. Não tem mais festa, temos que ir para a guerra”, frisou.
“Temos que saber que precisamos nos preparar par aguerra, para que tudo dê certo”, continuou o mandatário, que considerou o ‘milagre’ do goleiro Victor um sinal de que o Galo está no caminho da conquista inédita. “Todos estão de parabéns, estamos classificados. Recebemos um ótimo sinal de que somos candidatos ao titulo, para isso temos só mais quatro jogos. O título está próximo, mas temos que trabalhar”, enfatizou.
Assista ao vídeo da Web Rádio Galo, postado no YouTube, com Kalil chorando após classificação
Entrevista do Victor depois do jogo:
Ronaldinho vive emoção maior que final de Copa e diz: 'Victor nos salvou'
- Por ESPN.com.br
EFE
Final
de Copa do Mundo, decisão de Champions League e partidas importantes
dos maiores campeonatos europeus. Ronaldinho Gaúcho consagrou-se no
futebol durante a última década, mas só nesta quinta-feira, aos 33 anos,
ele viveu seu jogo mais emocionante no esporte. Palavra dele mesmo.“Assim eu nunca tinha visto. Assim, podendo ficar fora do campeonato no último lance, eu nunca tinha vivido”, disse o atacante, ainda no gramado do Independência, após o empate por 1 a 1 com o Tijuana, que levou o Atlético Mineiro para a fase semifinal da Libertadores.
No último lance da partida, o clube mexicano teve a chance de vencer em uma cobrança de pênalti. O goleiro Victor defendeu. Logo após o lance, Ronaldinho foi até o companheiro para dar-lhe um abraço.
“Fui dar os parabéns. Hoje o Victor nos salvou”, disse o camisa 10.
O Atlético Mineiro teve a melhor campanha da primeira fase da Libertadores e ainda não havia perdido no mata-mata, depois de passar pelo São Paulo com duas vitórias e empatar por 2 a 2 fora de casa com o Tijuana. “Ia ser muito injusto a gente ficar de fora”, disse Ronaldinho.
A emoção na Fox Sports
A emoção na Rádio Itatiaia:
A emoção na SporTV:
A emoção pela Rádio Globo:
A emoção pela Fox Sports Mexicana:
31/05/2013
01h15
TOG (transtorno obsessivo pelo Galo), a nova epidemia que domina metade de BH
Aos 47 minutos do segundo tempo, Victor pegou um pênalti cobrado por Riascos e carimbou a passagem do time mineiro para as semifinais da competição, num jogo dramático contra o Tijuana.
Mais: com a ponta da chuteira, o herói aplicou uma bela injeção no embalo da epidemia que tomou conta de metade mais um de Belo Horizonte: TOG - transtorno obsessivo pelo Galo.
Victor salvou também a pátria verde-amarela, já que nada mais que cinco representantes nacionais haviam ficado pelo meio do caminho – São Paulo, Palmeiras, Corinthians, Grêmio e Fluminense.
Nas semis, o time do mestre Cuca vai tentar cozinhar os hermanos do Newell’s Old Boys. O tiroteio começará depois da Copa das Confederações. A equipe mineira disputará o segundo jogo em casa.
Sob o apoio de mais de 19 mil enlouquecidos torcedores, muitos deles com a máscara da ‘morte’ do filme ‘Pânico’, o Galo bom de bico manteve a invencibilidade como mandante: agora, 49 jogos (40 vitórias e nove empates).
Mas não foi nada fácil. Por muito pouco o pão de queijo não queimou. O time cometeu vários erros, como trocar a velocidade pela pressa e fazer ligação direta da defesa ao ataque. Encontrou também um Tijuana bem posicionado em campo, forte na marcação e rápido nos contra-ataques.
Embora inferior tecnicamente, a equipe mexicana soube aproveitar o nervosismo dos brasileiros e saiu na frente, com um belo gol de Riascos, o herói que viraria vilão. Quinze minutos depois, ainda no primeiro tempo, Réver empatou.
Nos últimos 45 minutos, o drama: o Galo não conseguia fazer o segundo, errava muito e permitia boas chances aos mexicanos. E aí apareceu ‘são Victor’. Primeiro, defendeu um chute cara a cara de Piceno; depois, o grande e inesquecível ato final: pegou o pênalti. E entrou para a história.
Entrevista do Cuca depois do jogo:
Site da FIFA - Victor: "Defesa mais importante da vida"
(Gazeta Press) Sexta-feira 31 de maio de 2013
A
classificação do Atlético-MG para as semifinais da Libertadores foi
dramática. Grande herói da noite, o goleiro Victor defendeu um pênalti
aos 46 minutos do segundo tempo, levando a torcida do Galo às lagrimas
nas arquibancadas do Independência. Após a partida, o jogador afirmou
que nunca tinha vivido situação semelhante na carreira.
"Fico
feliz de ter contribuído da minha forma. Mesmo com 30 anos nunca vivi
uma situação como essa. Fico feliz de ter defendido o pênalti no último
lance da partida. Hoje não fizemos um grande jogo, mas a sequência do
trabalho tem sido boa, então temos que tirar lições do jogo para buscar o
título, que é tão esperado por todos", afirmou.
O
goleiro atleticano explicou que esperou ao máximo a cobrança da
penalidade feita pelo jogador do Tijuana e não escondeu a alegria por
ter feito a defesa com os pés, salvando o Galo de uma eliminação dentro
do Independência. "Foi a defesa mais importante da minha vida, em um
momento crucial, que colocou o time na semifinal da Libertadores. Fico
feliz por ter ajudado e mais ainda por ter ajudado a conseguir essa
classificação. Eu tentei esperar ao máximo o batedor. Não defini o canto
antes e fui feliz ter feito a defesa com os pés", declarou.
Tensão e nervosismo
O técnico Cuca avaliou que o duelo contra os mexicanos do Tijuana foi dramático para o Galo, que na visão do treinador não conseguiu fazer uma grande partida, apresentando muita tensão, nervosismo e instabilidade.
O técnico Cuca avaliou que o duelo contra os mexicanos do Tijuana foi dramático para o Galo, que na visão do treinador não conseguiu fazer uma grande partida, apresentando muita tensão, nervosismo e instabilidade.
"Um jogo dramático, tenso, nervoso e o
time foi assim. Diferente da tranquilidade, do toque de bola, que a
gente teve na maioria deste ano. O time estava nervoso, tenso e não se
adaptou ao jogo. No primeiro lance, que é uma jogada nossa, já originou
uma jogada do adversário, e ali já gera um instabilidade", disse.
Para
o comandante alvinegro, a defesa do pênalti, feita pelo goleiro Victor,
aos 46 minutos do segundo tempo, pode se transformar em uma espécie de
símbolo na luta do Atlético-MG para conquistar o inédito título da
Libertadores. Cuca ainda apontou o fator sorte como um ingrediente a
mais na classificação do Galo.
"Pode ser
que seja o lance da Libertadores para nós. Esse grupo merece passar
adiante por todo que a gente tem feito. Temos nos aplicado, dedicado e
fomos abençoados. Também que ter um pouquinho de sorte na vida. O
Atlético-MG, tanto tempo que chega, bate na trave, e hoje parecia mais
uma noite daquelas, e quem sabe seja este o jogo marcante da
Libertadores", declarou.
VALEU, GOLEIRÃO!
Jogadores do Atlético agradecem a Victor pela vaga nas semifinais da Libertadores
Goleiro defendeu pênalti aos 48' do 2º tempo e evitou que Tijuana fizesse 2 a 1
Rafael Arruda - SuperesportesLeonardo Silva e Tardelli abraçam Victor após o pênalti. Desolado, Fidel Martínez assiste de longe |
Noventa minutos de partida, muito sofrimento e um herói. Victor foi consagrado pela nação alvinegra após defender pênalti cobrado por Riascos aos 48 minutos do segundo tempo. Se tomasse o gol, o Atlético seria eliminado pelo Tijuana em pleno Independência, nesta quinta-feira. O choro ameaçou sair dos olhos dos mais de 20 mil torcedores, mas o camisa 1 tratou de afastar qualquer possibilidade de derrota no Horto. No fim, os companheiros de equipe do arqueiro também deixaram seus agradecimentos.
“Hoje o mérito todo foi para o Victor. Todo mundo no banco se abraçou e graças a Deus ele pôde ser feliz e defendeu com a pontinha do pé”, disse o lateral-direito Marcos Rocha, que ainda relembrou o fato de o Atlético ter sofrido com diversos desgastes. “Viemos de várias viagens cansativas e problemas médicos de alguns jogadores, como aconteceu comigo e com o Tardelli. Mas felizmente passamos por cima disso tudo e nos classificamos”, completou.
O atacante Diego Tardelli, que talvez tenha sido o jogador mais efetivo da linha ofensiva do Atlético, também agradeceu a Victor, mas ressaltou que se a equipe pretende brigar pelo título da Libertadores, não pode passar novamente pelos “apertos” desta quinta-feira.
“É a mão de Deus. O Victor foi feliz. Não fizemos uma partida boa, mas isso dá moral para a gente. Não podemos mais passar por isso. Temos que concentrar em casa porque na Libertadores qualquer erro pode ser fatal”, avaliou.
Mais contido nas palavras, Ronaldinho Gaúcho revelou o medo de ficar de fora da Copa Libertadores. “Seria complicado poder ficar de fora da competição assim no último minuto, disse o camisa 10. Após a partida, ele foi em direção a Victor, com quem conversou por alguns instantes. “Falei que ele salvou a gente”, revelou o diálogo entre ele e o camisa 1.
Depois do apito final, todos os jogadores e integrantes da comissão técnica do Atlético fizeram questão de abraçar Victor. Os mais de 20 mil presentes no Independência também cantaram o nome do goleiro por bastante tempo. O próprio camisa 1 classificou a importância do lance: “Foi a defesa mais importante da minha vida”.
Memórias Póstumas de Eduardo Araújo
Céu, 31 de maio de 2013.Bom, como era de se esperar e eu há muito imaginava, meu coração não aguentou mais um jogo do Galo. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde eu ia morrer e ia ser assim. Acho que todo Atleticano que sofreu o que eu sofri com o Galo imagina que vai morrer um dia vendo um jogo desse time.
Curiosamente, ontem a morte não veio no sofrimento, mas na alegria. Aliás, eu acho que foi por isso que o coração não aguentou. Se fosse pra morrer do sofrimento, eu já tinha morrido antes. O coração tá calejado de sofrimento, mas de alegria… Ontem foi diferente.
Quando Leonardo Silva fez aquele pênalti, passou um filme na minha cabeça. Sem reação, eu não tive forças nem para xingar. Eu só me ajoelhei no boteco, fiz o sinal da cruz, pus as mãos no peito e comecei a rezar. Eu sei que muita gente fez isso ontem, e tenho certeza que foi com a força da oração sofrida dos milhões de Atleticanos ontem que Deus mandou Mazurkiewicz descer e tocar no pé esquerdo de Victor para corrigir as injustiças históricas que fizeram os times de 77, 78, 80, 81, 88 e 99 do Galo não terem conhecido o sabor das grandes conquistas.
Foi muito para mim. Ao ouvir a comemoração dos Atleticanos no bar, abrir os olhos e ver todo mundo abraçar o Victor, eu senti que minha hora tinha chegado. Aqui no céu é legal. A internet é rápida, tem bastante bacon e, graças a Deus, não tem nenhum cruzeirense. Acho que cada um tem o céu que merece. Aqui já encontrei Kafunga, Roberto Drummond, Telê e muitos outros e todo mundo está feliz com o Galão. Tem mais gente aqui perdida, acho que chegaram ontem no trem que me trouxe. Sabe o trem que o Raul cantava? Então, veio uns mano da TOG surfando nele. A chegada foi bacana, muita festa e alegria. Ninguém tá com raiva do Victor, do Leonardo Silva ou do resto do time que ontem não jogou nada. Perdoamos, pois se for pro Galo ser campeão, a gente morre mais vezes. Vale o sacrifício.
Nesse momento eu peço a todos que estão na terra para que continuem abraçando o time. Esqueçam o oba-oba do já ganhou quando joga em casa. Esqueçam as máscaras do Pânico. Ontem, fui eu que caí no Horto…
Mas não tem problema não: Aqui é Galo! Aqui é Galo! Aqui é Galo! Aqui é Galo!
"Pé milagroso": imprensa mundial destaca classificação dramática do Atlético
Enfoque das publicações foi a defesa milagrosa do goleiro Victor no minuto final
Redação - SuperesportesJornal estampa decepção do Tijuana |
O Marca, da Espanha, traz como título “A defesa de sua vida”, em alusão ao pênalti defendido já nos acréscimos. O diário espanhol publicou que o camisa 1 foi o grande herói da partida, com atuação mais destacada que a do craque Ronaldinho Gaúcho.
“Um pé milagroso” é o título do Olé, da Argentina. “A Libertadores tem destas coisas: o Atlético, time de impacto na fase anterior, sofreu muitíssimo contra os “Xolos” de Tijuana, dirigido por Mohamed”.
O Récord, do México, também destaca a partida: “Doloroso adeus. No minuto 93, Riascos falhou no pênalti que poderia levar o Tijuana à semifinal da Copa Libertadores”.
Já o site da Fifa ressalta a “defesa mais importante da vida de Victor”. Por sua vez, a Conmebol diz que o “Atlético completa a lista dos quatro melhores da América”.
Na semifinal, o Galo enfrenta o Newell's Old Boys.
Atlético Mineiro 1 x 1 Tijuana 30/05/2013 Copa Libertadores 2013.TIJUANA: Carlos Saucedo; Juan Carlos Núñez, Ortíz, Gandolfi e Edgar Castillo; Pellerano, Fernando Arce, Moreno (Corona) e Richard Ruíz (Márquez); Fidel Martínez (Piceño) e Riascos
Técnico: Antonio Mohamed Atlético-MG vs Tijuana 1-1
ATLÉTICO-MG: Victor; Marcos Rocha, Réver, Gilberto Silva e Júnior César; Pierre, Leandro Donizete (Josué), Tardelli e Ronaldinho; Bernard (Luan) e Jô (Alecsandro)
Técnico: Cuca.FICHA TÉCNICA
TIJUANA 2 X 2 ATLÉTICO-MG
Local: Estádio Caliente, em Tijuana (México)
Data: 23 de maio de 2013 (quinta-feira)
Horário: 21h30 (horário de Brasília)
Árbitro: José Hernando Buitrago (COL)
Assistentes: Wilmar Navarro (COL) e Wilson Berrio (COL)
Cartões amarelos: (Tijuana) Pellerano (Atlético-MG) Pierre, Tardelli
Gols:
Tijuana: Riascos, aos 31 minutos do primeiro tempo; Fidel Martínez, aos sete minutos do segundo tempo
Atlético-MG: Tardelli, aos 20 e Luan, aos 46 minutos do segundo tempo
TIJUANA: Carlos Saucedo; Juan Carlos Núñez, Ortíz, Gandolfi e Edgar Castillo; Pellerano, Fernando Arce, Moreno (Corona) e Richard Ruíz (Márquez); Fidel Martínez (Piceño) e Riascos
Técnico: Antonio Mohamed
ATLÉTICO-MG: Victor; Marcos Rocha, Réver, Gilberto Silva e Júnior César; Pierre, Leandro Donizete (Josué), Tardelli e Ronaldinho; Bernard (Luan) e Jô (Alecsandro)
Técnico: Cuca..Copa Libertadores 2013.O clube mineiro agora vai encarar o Newell's Old Boys, da Argentina, que eliminou o compatriota Boca Juniors. O confronto entre brasileiros e argentinos vai ocorrer somente depois da disputa da Copa das Confederações, que será de 15 a 30 de junho.
No primeiro tempo, com as linhas de marcação compactadas, os Xolos acompanharam de perto as principais peças ofensivas do Atlético, dificultando a troca de passes do quarteto alvinegro. Dessa forma, o Tijuana chegou ao gol. Aos 25, Duvier Riascos aproveitou cruzamento da direita e finalizou de primeira, no canto esquerdo do goleiro Victor. O Galo tentou dar a resposta na sequência, com Marcos Rocha, mas o goleiro Saucedo fez grande defesa, mandando para escanteio.
Bem marcado, Ronaldinho produziu pouco até aos 38 minutos, quando cobrou falta que passou perto do gol de Saucedo. Aos 40, o gaúcho cobrou nova falta com precisão. Desta vez, a bola encontrou o zagueiro Réver sozinho dentro da área. O defensor só teve o trabalho de empurrar para as redes e igualar o placar no estádio Independência.
Precisando da vitória, o técnico da equipe mexicana, Antonio Mohamed, voltou para o segundo tempo com uma formação mais ofensiva, com Fidel Martinez no time. Sem arriscar muito, o Galo passou tentar explorar os contra-ataques. Aos 24, o Tijuana conseguiu ótima trama ofensiva, que acabou com Martinez na cara de Victor, mas o goleiro fez ótima defesa.
Aos 46, o que estava perto de ser só uma festa do Galo ganhou tons dramáticos. Arce lançou Aguilar, que foi derrubado pelo zagueiro Leonardo Silva. Dois minutos depois, Riascos cobrou, mas Victor salvou com os pés e garantiu a classificação do Atlético.