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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Um dia... Nós seremos a maioria

Era uma vez, uma cidade, uma cidade como todas as outras e ao mesmo tempo diferente de todas as demais porque naquela cidade todo mundo era feliz.
Certa vez, uma bruxa má resolveu se instalar naquela cidade e como toda bruxa má que se preza ela vendia poções, pozinhos e etc, enfim, aquelas coisas que as bruxas más vendem...

Mas, para o espanto da bruxa, ninguém comprava os produtos da bruxa, e ela ficou encafifada com aquilo. Ela então contratou uma equipe de marketing - era uma bruxa moderna - para resolver aquela situação. A equipe fez pesquisas, levantamentos, e explicou para a bruxa que naquela cidade todo mundo ao nascer vinha ao mundo com um saquinho mágico, em que nele havia uma substância realmente mágica que quando era ofertada à alguém, essa substância mágica crescia energeticamente envolvendo tanto quem deu como quem recebeu proporcionando uma autêntica sensação de paz e de felicidade. E o Nome dessa substância mágica era "Carinhos Quentes"; e todo mundo dava - e, naturalmente, assim todo mundo recebia - Carinhos Quentes e assim todos eram felizes e não precisavam dos produtos da bruxa.

A bruxa pensou, pensou e pensou até que então arquitetou um plano. Ela chegou para um pai de família e disse:

- Olha sua esposa dando Carinhos Quentes para os outros... Já pensou se acabam?

Até então, nunca alguém havia pensado na possibilidade dos Carinhos Quentes se esgotarem. O marido chegou para sua esposa e disse:

- Esposa, acabou essa história de ficar dando Carinhos Quentes para os outros. Agora é só nosso e olhe lá...

E se tornaram egoístas quanto aos Carinhos Quentes.

As crianças vendo aquilo - e as crianças sabem que palavras convencem mas exemplos arrastam... - começaram também a se tornar egoístas dos Carinhos Quentes. E com o passar do tempo, aquele novo comportamento foi se alastrando pela cidade até que um dia ninguém mais dava - e assim ninguém mais recebia - Carinhos Quentes.

As pessoas passaram a sentir um vazio, uma angústia, uma falta que não sabiam explicar do que, e assim, por desespero, começaram a consumir os produtos da bruxa.

E a bruxa ganhou rios de dinheiro, ficou muito contente, com sorriso de orelha a orelha, até que aconteceu algo com o que não contava. O que aconteceu?
As pessoas começaram a morrer - pois ninguém vive sem Carinhos Quentes! - e a bruxa pensou: "Isso eu não quero, pois se não, quem vai continuar me dando dinheiro?"... A bruxa pensou, pensou e pensou e então lançou no mercado um novo produto: Os Espinhos Frios.
Os Espinhos Frios servem para ferir, agredir, magoar as outras pessoas.

Entre dar e receber nada ou trocar Espinhos Frios, as pessoas então passaram a trocar entre si Espinhos Frios. Já não mais morriam, mas continuavam extremamente insatisfeitas, infelizes, movidas por um desejo deslizante que nunca se saciava e por aquele rol de negatividade anteriormente mencionado.
Mais adiante, alguém da equipe da bruxa teve a idéia de revestir os Espinhos Frios com uma camada que imitava aqueles quase esquecidos Carinhos Quentes de outrora. A esse novo produto foi dado o nome de "Carinhos de Plástico".

Os "Carinhos de Plástico", à primeira vista, parecem Carinhos Quentes, mas assim que se desmancha a superficialidade, revela-se que o que tem por dentro é um tremendo de um Espinho Frio.

Pois bem. Assim ia a cidade sobrevivendo, com as pessoas mediocremente trocando entre si Espinhos Frios e Carinhos de Plástico, até que um dia, um jovem regressou à cidade e a bruxa não conseguiu fazer a cabeça desse jovem.

E ele seguia sua própria natureza, dando Carinhos Quentes para quem encontrasse em seu caminho.

Algumas pessoas vendo aquilo, exclamaram: "Esse homem é louco! Está dando Carinhos Quentes..."

Mas pelo grau de evolução que ele havia conquistado em suas peregrinações e estudos na vida, ele sabia que não devia "dar bola" para esse tipo de comentário. E assim continuou seguindo sua própria natureza, dando Carinhos Quentes para quem encontrasse.

Outros disseram: "Ele é um aproveitador, um ‘171’; deve estar tentando levar alguma vantagem, por isso está dando Carinhos Quentes...".

Mais uma vez, pelo grau de evolução que havia conquistado, sabia que não devia se deixar atingir por essas acusações. E assim prosseguiu seguindo sua natureza, distribuindo autênticos Carinhos Quentes para todos.

Até que um dia, ele encontrou uma moça -e que não era uma moça comum; era uma moça especial - e ela ao receber os Carinhos Quentes, percebeu despertar em si uma luz, uma sensação de ternura e de amor e sentiu um desejo sincero de voltar a dar Carinhos Quentes. Juntos, ela e o rapaz, continuaram dando Carinhos Quentes às pessoas.

Ao poucos, outras pessoas inspiradas pelo exemplo autêntico e sincero daquele casal, foram despertando e voltando a dar Carinhos Quentes.
Pois bem. E como então essa história termina?

Para ser muito honesto, até hoje essa história ainda não terminou...

Em todos os países, em todos os estados, em todas as cidades, existem dois grupos de pessoas:

Um deles, que é a maioria, é formado pelas pessoas comuns. E quem são as pessoas comuns? São aquelas que se limitam a dar Espinhos Frios e Carinhos de Plástico...

E o outro grupo, que por enquanto ainda é a minoria, é formado pelas chamadas pessoas especiais.

E quem são as Pessoas Especiais? São as pessoas que ousam... que se permitem compartilhar com a humanidade... autênticos, genuínos Carinhos Quentes.

Esse grupo por enquanto ainda é minoria, mas temos a crença que se fizermos a nossa parte, uma massa crítica será atingida revolucionando toda a humanidade, e assim estaremos dando nossa contribuição para a edificação de um mundo melhor de se viver...

Você que chegou até aqui lembre-se desse convite para descobrir-se uma Pessoa Especial...Semeando Carinhos Quentes!

Claude Steiner



a perigo
(gessinger)

planos de vôo
tava tudo em cima: céu de brigadeiro sobre nós
pane... pânico
perdemos a altura... puxaram o tapete voador
hoje estamos a perigo
hoje estamos separados, divididos
mas um dia, um dia, nós seremos a maioria

pane...! que pena!
panos quentes
fica tudo como está; no mesmo lugar... impunemente
hoje estamos a perigo
hoje estamos separados, divididos
mas um dia, um dia, nós seremos a maioria

eu sigo em frente, pra frente eu vou
eu sigo em frente, pra frente eu vou
eu sigo em frente, pra frente eu vou
eu sigo enfrentando a onda
onde muita gente naufragou

nós seremos a maioria
seremos a maioria

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