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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Acompanhando a Operação Zelotes XI (CPI do CARF): Tarólogo bocudo dá corpo à versão da Veja.



Caracas! Foi boa a última reunião da CPI do CARF.
O presidente da CPI, Ataídes Oliveira (PSDB/TO) postou na sua conta no youtube a íntegra de todas as reuniões até agora, vou atualizar nos post aqueles que não coloquei ainda...

Nessa última quinta-feira 03/09/2015 a 16ª reunião ouviu o depoimento do irmão do principal suspeito o Sr. Flávio Rogério da Silva,que contou que a empresa Agropecuária Terra Fértil não é uma empresa de fachada, é uma empresa antiga, familiar que existe desde muito antes dos fatos ocorridos e investigado pela CPI. Sobre as outras empresas ele pouco explicou ou ficou em silêncio como tem feito a maioria dos depoentes...

Mas o melhor depoimento foi de Hugo Rodrigues Borges. trabalhou pela empresa Terra fértil por mais de 6 anos até 2013 quando saiu devido ao "Stress" que era trabalhar lá. Não na Terra fértil, mas a partir de um certo momento ele foi desviado de função para trabalhar para a SGR Consultoria, onde ele era um "Faz tudo".
Ele disse que depois de 2013 ele passou a trabalhar como tarólogo, como sempre quis na vida.
Ele disse que enquanto trabalhava para o José Ricardo da Silva ganhava R$1500,00.
Ele mesmo se chamou de "bocudo" por falar demais.

E esse tarólogo que não consegue guardar a língua dentro da boca confirmou que durante alguns meses entre 2011 e 2012 a ex-ministra Erenice Guerra frequentou o escritório de José Ricardo da Silva e que ela parou de frequentar o escritório com medo da repercussão. O que confirma a história que até então só a Veja conhecia...

Também citou o ex-ministro de Energia Silas Roudeau(ligado ao senador Edison Lobão PMDB-MA) e também acrescentou um nome até agora não falado: testemunhou sobre um jantar com o ex-ministro da educação Cid Gomes (aquele ministro mal educado que bateu boca com o presidente da camara Eduardo Cunha no início do ano e renunciou). Mas esse foi apenas um jantar e  não meses como os outros ex-ministros.

O Hugo testemunhou pois seu CPF constava na hora de retirar quantidade vultuosas em espécie, que pode ter sido usada para pagar as "decisões" nos julgamentos do CARF.

É claro que ele não sabia o que fazia a Erenice com o José Ricardo, o que foi tratar o Cid Gomes com o suspeito e nem  qual era o destino do dinheiro que ele sacava. Só falou que contas de água e luz do escritório ficavam atrasadas e o salário dele era muito pouco! Afinal quem iria confiar algum segredo a um "bocudo"?!

Está na pauta da próxima reunião o requerimento de convocação dos 3:
Erenice Guerra,
Cid Gomes e
Silas Rondeau Cavalcante Silva.

Será que a fase do silêncio acabou?!


Foi anunciado no meio reunião uma segunda fase de busca e apreensão da Polícia Federal referente à operação Zelotes.

http://www.dpf.gov.br/agencia/noticias/2015/09/pf-cumpre-novas-buscas-da-operacao-zelotes

PF cumpre novas buscas da Operação Zelotes

03/09/2015

Brasília/DF - A Polícia Federal, em conjunto com a Corregedoria do Ministério da Fazenda e Receita Federal, cumpriu hoje, 3, novas buscas no âmbito da Operação Zelotes. O objetivo é arrecadar documentos contábeis de algumas empresas investigadas para auxiliar as análises e perícias do interesse da investigação que apura denúncias de manipulação em julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Estão sendo cumpridos 9 mandados de busca e apreensão em escritórios de contabilidade, sendo 5 em Brasília/DF, 1 em São Paulo e 3 em Santo Ângelo/RS. Também foi solicitada a quebra de sigilo fiscal, bancário e telemático de todo o material apreendido.
Com essas medidas, os investigadores esperam ter acesso a materiais que possam reforçar as provas sobre o envolvimento de 12 empresas e 11 pessoas físicas no esquema fraudulento que vinha causando potenciais lesões aos cofres públicos.

OPERAÇÃO ZELOTES
A Operação Zelotes foi deflagrada no dia 26 de março deste ano. Ao todo, 180 policiais federais e 55 fiscais da Receita Federal cumpriram 41 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Ceará e no Distrito Federal.
Os crimes investigados são: Advocacia Administrativa Fazendária, Tráfico de Influência, Corrupção Passiva, Corrupção Ativa, Associação Criminosa, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro.







          Sonegação bilionária: Augusto Nardes envolvido na Operação Zelotes?

NardesAugusto Nardes, ex-deputado federal (PP-RS), ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) — órgão auxiliar do Congresso Nacional — estaria envolvido no esquema de sonegação de impostos que pode ter causado um prejuízo de R$ 19 bilhões aos cofres públicos? Quem levantou a hipótese foi a revista Carta Capital, em matéria publicada no seu portal, nesta terça-feira (8).
Na semana passada, a força-tarefa da Operação Zelotes, que investiga o esquema bilionário que manipulava decisões e multas do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), fez buscas em Santo Ângelo (RS), cidade de Nardes, e a suspeita é de que uma empresa da qual é sócio o ministro participe da fraude. Santo Ângelo é a terra natal de Paulo Roberto Cortez, um dos principais delatores do esquema.
Nardes disse que está “tranquilo” porque se afastou de todas as empresas desde que se tornou ministro do TCU. A Carta Capital e outros veículos da imprensa informam que parte das investigações da Zelotes será enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), já que há suspeita de participação no esquema de autoridades com foro privilegiado, o que se aplica aos integrantes do Tribunal de Contas.
Para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), a Zelotes precisa investigar a fundo todas as conexões do esquema. “Devemos permanecer vigilantes para impedir as tentativas de operação abafa sobre a Zelotes. Existem grandes empresas envolvidas e com certeza nada disso ocorreria sem proteção política, por isso precisamos que a investigação se aprofunde e desvende completamente este esquema bilionário de corrupção”, defendeu Pimenta.
Augusto Nardes ganhou recentemente os holofotes da mídia e da oposição conservadora por conta da sua defesa enfática da reprovação das contas de 2014 da presidenta Dilma Rousseff. Quando foi indicado para o TCU, em 2005, pelo então presidente da Câmara, o deputado Severino Cavalcante (PP-PE), que depois renunciou ao mandato para evitar um processo de cassação de mandato, Nardes teve que enfrentar a resistência do presidente do órgão fiscalizador à época, Adylson Motta, que escreveu ao presidente Lula pedindo que não sancionasse a nomeação de Nardes devido “à inobservância do requisito constitucional da reputação ilibada e idoneidade moral”.
A Zelotes apura o esquema fraudulento de perdão de dívidas fiscais que beneficiava grandes empresas. Dentre as citadas até o momento como suspeitas, figuram o grupo midiático RBS, os bancos Santander, Bradesco, Opportunity e Safra, a construtora Camargo Correa e a fábrica Gerdau. A investigação analisa 74 processos suspeitos do Carf, julgados entre 2005 e 2013, que somados podem chegar a R$ 19 bilhões sonegados.


03/09/2015 - 16ª reunião - CPI do CARF
Horário (Texto com revisão.)
09:18

O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Bom dia a todos e bom dia a todas. Bom dia ao nosso querido Senador Donizeti, à nossa Relatora, Senadora Vanessa Grazziotin.
Em de 3 setembro de 2015, declaro aberta a 16ª Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito criada pelo Requerimento nº 407, de 2015.
Conforme convocação, a presente reunião destina-se à oitiva de: Srª Meigan Sack Rodrigues, convocada pelo Requerimento nº 22/2015, de autoria Senador José Pimentel; Sr. Edson Pereira Rodrigues, convocado através do Requerimento nº 107/2015, de autoria da Senadora Vanessa Grazziotin; Sr. Flávio Rogério da Silva, convocado pelo Requerimento nº 119/2015, de minha autoria, Senador. Ataídes Oliveira; Sr. Hugo Rodrigues Borges, convocado pelo Requerimento nº 128/2015, de autoria da Senadora Vanessa Grazziotin, e o de nº 134, de autoria do Senador Ataídes Oliveira.
Devo comunicar às Srªs e aos Srs. Senadores que os convocados, Sr. Flávio Rogério da Silva e Edson Pereira da Silva, obtiveram decisões, em caráter liminar, perante o Supremo Tribunal Federal, para que lhes sejam garantido o direito de permanecerem calados perante esta CPI se assim o desejarem, além da assistência dos seus advogados.
Também comunico que a Srª Meigan Sack Rodrigues nos apresentou agora, pela manhã, um atestado médico da Drª Adriana Patrocínio, uma otorrinolaringologista, declarando que a Srª Meigan Sack Rodrigues esteve "nesta unidade no dia 2 de setembro de 2015 para tratamento médico, sendo recomendado afastar-se do serviço por 3 (três) dias." Colocou aqui o CID, que é J02.9, e se trata de uma faringite. Aqui, inclusive, se encontra uma receita médica, que, segundo a nossa farmacêutica aqui do lado, é de Levoxin e também Novalgina e Rinossoro.
Pois bem, peço, então, à Secretaria da Mesa que nos traga até esta Comissão o Sr. Flávio Rogério da Silva, por favor.
(Pausa.)
Mais uma vez, bom dia, Sr. Flávio Rogério da Silva. Seja bem-vindo e bom dia novamente, Dr. Getúlio, que acompanha o Sr. Flávio Rogério da Silva.
O Sr. Rogério da Silva é irmão do Sr. José Ricardo da Silva – confere –, sócio e administrador de empresas juntamente com o seu irmão, José Ricardo.
O Sr. Flávio, como eu já disse, está de posse de uma liminar do Supremo Tribunal Federal, concedida pela Ministra Cármen Lúcia, que faço até questão de ler aqui:
Comunico que, nos termos da decisão cuja cópia segue via fax, defiro parcialmente liminar requerida, para assegurar ao paciente, ao ser inquerido perante a Comissão Parlamentar de Inquérito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais:
a) o direito de ser assistido e comunicar-se com o(s) seu(s) advogado(s) durante a inquirição, garantindo a ele as prerrogativas previstas na Lei nº 8.906, de 1994;
b) o direito de permanecer em silêncio sobre o conteúdo de perguntas que lhe sejam dirigidas sobre a matéria investigada; de não assinar termos ou firmar compromisso na condição de investigado.
E está, também, sob a égide do art. 5º, inciso LXIII, da nossa Constituição Federal.
Mas, aqui, a liminar não nos proíbe, evidentemente, Senadora Relatora, de fazermos as nossas indagações ao Sr. Flávio Rogério da Silva. E, também videntemente, ele responderá se entender por bem fazê-lo. Mas imagino que, de repente, o Sr. Flávio poderá contribuir com os trabalhos desta CPI nos prestando algumas informações.
Como é de praxe aqui, Sr. Flávio, logo no início dos nossos trabalhos, da inquirição dos nossos convocados, nós lhes concedemos a palavra para que falem um pouco sobre o Carf, sobre se conhecem alguma coisa sobre o funcionamento do Carf, atendo-se mais a esse ponto.
O que o senhor acha ou achava certo no funcionamento do Carf? O que estava errado? O senhor pode nos descrever alguma coisa?
Há interesse de sua parte em fazer uso da palavra?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sr. Senador, eu não entendo absolutamente nada sobre o Carf. Eu sou engenheiro agrônomo, com especialização em engenharia ambiental e sanitária. Sou administrador da Agropecuária Terra Fértil, da qual sou sócio-gerente juntamente com os meus irmãos e minha mãe.
Sobre o Carf, não tenho absolutamente nada a dizer, porque não sou advogado, não sei nada sobre o Carf.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Portanto, eu passo a palavra a nossa Relatora, Senador Vanessa Grazziotin.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Eu iria perguntar, Sr. Flávio, sobre a sua atividade profissional, mas o senhor acaba de responder: engenheiro agrônomo.
Os senhores têm, como V. Sª acaba de revelar, empresas familiares, podemos caracterizar assim.
Sobre essa Agropecuária Terra Fértil, quais as atividades que essa empresa desenvolve?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Bom; a Agropecuária Terra Fértil, na parte agrícola, é uma empresa que nós temos há quase 30 anos, desde 1987, aqui no interior de Goiás, onde fomos uns dos pioneiros na produção de soja, milho, feijão, com irrigação, poncã e café.
Também temos uma outra propriedade, na Cidade Ocidental, onde nós produzimos seringueiras, de onde já estamos extraindo látex.
Então, é uma atividade que já começou há mais de 30 anos, desde quando nós temos essa empresa. É uma empresa familiar, formada pelo meu pai e pela minha mãe, na época, e, agora, Agropecuária Terra Fértil, desde 1988.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O seu irmão, José Ricardo, é que atua no âmbito do Carf?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim; o meu irmão.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E o seu pai atuava também nessa área tributária?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim; o meu pai atuava na área tributária.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor poderia falar um pouco a respeito das atividades do seu pai?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Meu pai trabalhou, durante mais de 20 anos, quase 30 anos, na Receita Federal. Fez parte de uma das primeira turmas que chegaram aqui a Brasília. Nós viemos para Brasília em 1972, e ele trabalhou na Receita, acredito, até 1990, quando se aposentou. Depois, ele montou um escritório de advocacia, especializado em Direito Tributário.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E o senhor é sócio do seu irmão, José Ricardo, em que outras empresas além da Agropecuária Terra Fértil?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sou sócio do José Ricardo só na Agropecuária Terra Fértil.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor nunca se associou a outra empresa? O senhor foi sócio de alguma outra empresa?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Em relação ao José Ricardo, só no âmbito da Terra Fértil.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E a empresa TF Comércio de Frutas e Cereais?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim, essa empresa existiu. TF significa Terra Fértil. Era uma empresa de beneficiamento de frutas. Nós produzimos poncã e laranja na fazenda. Levávamos para a cidade para fazer um beneficiamento dessas frutas e vender no mercado diretamente.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E o seu irmão também tinha parte nessa TF Comércio de Frutas?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim, também.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Gustavo Henrique da Silva é quem?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Gustavo Henrique da Silva é meu irmão.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Eivanice?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Minha irmã.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Seu pai é o Eivanyr.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Exato.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Os seus irmãos, sua irmã e seu irmão, tinham alguma atuação no âmbito do Carf?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Meu irmão e minha irmã? Sim, eles eram conselheiros.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Quais eram conselheiros?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – O José Ricardo e a Eivanice.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O José Ricardo e a Eivanice? Os dois eram conselheiros do Carf?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E o seu irmão Gustavo, não.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não. Meu irmão Gustavo, há 15 anos – está até no inquérito que ele é advogado, que participava de reuniões nas nossas casas –, sofreu um acidente de carro. Está vivendo em cima de uma cama em estado vegetativo há 15 anos. Então, ele não pode estar em reuniões, como dizem no inquérito. Quisera Deus que ele estivesse, porque estaria presente com a gente, mas isso não aconteceu.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A empresa Linear, o senhor teve sociedade nela?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim, sou sócio com a minha esposa.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor tem quantas empresas?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Eu tenho a Agropecuária Terra Fértil e a Linear.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E a comercializadora também, que é uma outra empresa.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – A comercializadora, mas é que já não há atividade mais da comercializadora.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor foi sócio de uma empresa, ou é, chamada Idep?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas o senhor acabou de me dizer que só tinha...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, eu fui sócio, não sou mais. Sou filiado a essa empresa, que é um instituto.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E que instituto é esse? Que atividades ele desenvolve?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Esse instituto desenvolvia atividades para promover desenvolvimento. Eu fui sócio dessa... Eu trabalhei junto com essa empresa... Na verdade, eu não trabalhei nem uma vez com essa empresa porque eu tinha projetos, como disse aqui, na área do meio ambiente para processamento de lixo orgânico para a produção de adubo para ser usado na agricultura. Fiquei um tempo nessa empresa e depois não houve nenhum negócio com essa empresa e eu me desliguei.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E a empresa Ecomec?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Na Ecomec, eu trabalhei por um tempo, porque os donos da Ecomec, José Carlos, e a sua sócia, Cristiane Barreto – ele é publicitário e ela é bióloga – precisavam assinar projetos junto ao Crea na parte de meio ambiente, e eu, como sou engenheiro agrônomo... Tinha como responsável técnico nessa área do Crea.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Esses negócios que os senhores mantém praticamente em âmbito familiar são negócios lucrativos?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – São, são negócios lucrativos.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor movimenta muitos recursos na sua conta pessoal? Ou somente na conta das empresas?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, eu movimento recursos da conta da empresa e na conta pessoal. Hoje, a Agropecuária Terra Fértil quase não tem movimentação financeira. A gente montou um condomínio que se chama Flávio Rogério da Silva e outros para trabalhar na Agropecuária. Esse condomínio foi sugestão até do gerente do Banco do Brasil por conta de recursos porque, na época, para financiamento no banco, um mutuário recebia um valor. Como poderíamos fazer em três mutuários, arrendamos a área da Agropecuária Terra Fértil e conseguimos recursos para o financiamento agrícola.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, o senhor movimenta os recursos individualmente, como pessoa física?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Como pessoa física.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E o senhor declara todas as movimentações no seu imposto de renda, porque nos consta que o senhor tem movimentações muito elevadas.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Todas elas são declaradas?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – São declaradas.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor disponibilizaria as suas declarações, absolutamente tudo?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim, claro.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, em relação a essa parte da atividade de seus dois outros irmãos – seu irmão e sua irmã...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Em relação ao Carf, o senhor não tem nada a ver com isso?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Nada a ver com isso.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nada?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Nada.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Absolutamente nada?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas, com o seu pai, o senhor também nunca trabalhou nessa área mais tributária?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, na área tributária, não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nem na empresa SGR Consultoria?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não. Nunca trabalhei na SGR.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nunca? Nem prestou serviços?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Nem prestei serviços.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nem na empresa JR Advogados Associados?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Também não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nunca prestou serviços?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor é representante legal das contas bancárias das empresas SGR?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, não sou.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não é representante legal?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Da J. R.?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Também não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Também não é representante legal?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E não é sócio de José Ricardo na empresa J.R.?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não sou sócio do José Ricardo na J. R.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nunca foi?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Nunca fui.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas na Agropecuária Terra Fértil, sim?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim. Sou sócio dele, desde 1989.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E na JES Consultoria?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Na o quê?
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – JES.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – J, E, S .
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Consultoria.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, não sou.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor não é sócio?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, não sou sócio.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor poderia me dizer onde funcionava a Agropecuária Terra Fértil?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim. Funcionava...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Ou funciona?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Ela funciona na fazenda, na fazenda.
Lá tem uma sala junto ao escritório do meu irmão só de apoio, para receber documentação, deixar documentos, responder correspondências.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E o senhor saberia o endereço?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Hoje, ela está funcionando lá na QI 26, chácara 11, casa 2.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor sabe se funcionam outras empresas lá?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Só funciona a J. R. Silva.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Funciona qual?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – A J. R. Silva.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A J. R. Silva.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Isso.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E a SGR funciona lá também?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Eu não sei se a SGR funciona lá. Eu não sei sobre a SGR.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A J, E, S funciona lá também?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – J, E, S também não sei.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A ABC Consultoria?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, também não. Não sei.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor não conhece?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não conheço.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E não sabe se funciona lá?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Todas funcionam no mesmo lugar.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim, mas eu não sei.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Perfeito. Eu estou lhe informando.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Está certo.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor recebeu, ou recebia, alguma vez, algum pagamento do seu irmão José Ricardo?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Pagamento?
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – É. Algum recurso?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim. Às vezes, sim. Eu fazia recursos a ele, e ele, a mim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Relativos a?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – A empréstimo.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Emprestado?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Era só para isso?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Só para isso.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E da J. R. o senhor recebia recursos?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Da J. R. talvez tenha recebido também como empréstimo.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E da SGR?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Também.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Empréstimo?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor poderia falar um pouco sobre isso, porque não está muito claro?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Como eu disse, a nossa empresa Agropecuária Terra Fértil é uma empresa familiar. Quando havia necessidade de algum recurso, eu pedia ao meu irmão. Se ele tivesse, ele me emprestava. Da mesma forma, eu fazia a ele também.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor emprestava dinheiro para ele?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Se houvesse necessidade e eu tivesse para poder emprestar...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, quer dizer...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Nós somos irmãos.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Sim, os senhores são irmãos, mas o senhor mesmo acaba de dizer que os recursos transitavam na empresa e eram mais na sua conta...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E na conta de quem mais?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Existem contas no Banco do Brasil de Luziânia e no Sicredi, que é uma cooperativa de crédito de Luziânia, do meu irmão, da minha irmã e minha, que eu movimento, porque são recursos relativos à agropecuária, à atividade agropecuária. Eu sou procurador, inclusive, das contas.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, o senhor movimenta o dinheiro, mas quem lhe emprestava dinheiro era o seu irmão?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Eventualmente.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E de onde vinham os proventos do seu irmão para que ele tivesse tanto dinheiro assim para lhe emprestar? Muito dinheiro?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Ele tinha dinheiro para me emprestar, e eu emprestava a ele.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Sim. Mas os proventos dele vinham de onde?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não sei. Deve ser do trabalho dele.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Do trabalho dele?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim, na empresa dele.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Quais empresas?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Da SGR, J. R. Silva.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – SGR e J. R. Silva.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Permite-me, Senadora?
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Pois não.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Pois não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Permite-me, Sr. Flávio.
Quero só fazer um comunicado.
Acabo de receber aqui, em primeira mão: "A Polícia Federal, em conjunto com a Corregedoria do Ministério Público, o Ministério da Fazenda e a Receita Federal, cumpriu hoje três novas buscas no âmbito da Operação Zelotes.
O objetivo é arrecadar documentos contábeis de algumas empresas investigadas para auxiliar as análises e perícias do interesse da investigação que apura denúncias de manipulação em julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Estão sendo cumpridos nove mandados de busca e apreensão em escritórios de contabilidade, sendo cinco em Brasília, um em São Paulo e três em Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul.
Também foi solicitada a quebra de sigilo fiscal, bancário e telemático de todo o material apreendido.
Com essas medidas, os investigadores esperam ter acesso a materiais que possam reforçar as provas sobre o envolvimento de 12 empresas e 11 pessoas físicas no esquema fraudulento que vinha causando potenciais lesões aos cofres públicos.
Senadora Relatora, só queria fazer esse comunicado, de primeira mão.
Muito obrigado. Pode continuar, por favor.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Acho que é uma informação importante, visto que fica claro que este tema precisa ter a investigação aprofundada.
Faltou outro comunicado, Sr. Presidente. No dia de ontem, o Senador Pimentel concluiu a coleta das assinaturas para que a nossa CPI prossiga, faltando somente ler o requerimento no plenário do Senado, para que a gente possa prosseguir nos trabalhos.
O senhor, Sr. Flávio, recebeu, nos anos de 2012, depósitos em valores em espécie. O senhor teve, na sua conta, depósitos em valores em espécie, ou cheques. O que significam esses depósitos em espécie? Na atividade comercial que o senhor desenvolve, as transações costumam ser pagas em espécie, ou são transferências bancárias, ou o quê?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – São transferências bancárias, podem ser pagas em espécie – depósito...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – No ano de 2011, por exemplo, houve dois depósitos, cuja somatória ultrapassa meio milhão de reais. O senhor se recorda a que se refere isso, em 2001?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Pode acontecer o seguinte, Senadora: se eu preciso fazer a transferência de uma conta do José Ricardo ou da Evanice, essas contas que falei que são do movimento da Agropecuária. A transferência é no valor muito alto. Então, eu vou ao banco... Já aconteceu várias vezes de eu sacar o dinheiro, imediatamente não tirar em dinheiro e fazer o depósito na minha conta, e vice-versa. Isso, para cumprir até algum pagamento de empréstimo feito junto ao Banco do Brasil. Isso é uma transferência de uma conta para outra, feita no caixa.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas eu lhe perguntei sobre o ano de 2011, valores; são dois depósitos que somam mais de meio milhão de reais. Na conta que o senhor mantém conjunta – o senhor, sua irmã e seu irmão José Ricardo –, o senhor se lembra a que se refere esse depósito?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – De 2011. Não. Não é que não me lembre. Eu teria que verificá-los.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor não acha que, mesmo a pessoa sendo um empresário, movimentando recursos significativos, essa é uma quantia muito alta?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – É uma quantia muito alta, mas...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E 2011 não está tão distante assim.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim, mas a nossa empresa, como disse, trabalha com produtos agrícolas. Os depósitos são vultosos: mil sacas de café hoje correspondem a R$500 mil. Estamos produzindo 12 mil sacas de café neste ano. Então, os valores são vultosos mesmo.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, são comuns esses depósitos elevados.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sem dúvida.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor recebe alguma parte do trabalho que o seu irmão e a sua irmã desenvolvem nessas empresas de consultoria? O senhor recebe alguma parte desses rendimentos?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não. Não recebo nenhum rendimento desse trabalho dos meus irmãos.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E o senhor tem conhecimento ou sabe dizer mais ou menos quanto eles arrecadam em recursos?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, eu não sei. Eu não faço parte da empresa deles.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mais eles emprestam dinheiro para o senhor ou o senhor empresta dinheiro para eles?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Eu acho que é igual. Igual.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E isso é empréstimo?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Então, quando ele empresta, depois eu devolvo. Quando eu empresto, ele devolve.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor tem uma conta no Banco Bradesco?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Tenho uma conta no Banco Bradesco.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor recebeu valores assim próximos a R$1 milhão da SGR?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Se eu recebi, na conta do Bradesco, da SGR?
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Exato.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Pode ter sido. Dependendo do tempo. Pode ter sido empréstimo do meu irmão. Não sei.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Empréstimo?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – É.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Da SGR?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim. Pode ser.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor não lembra?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não. Não é que eu não me lembre. Eu tenho que verificar, Senadora.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Também o senhor efetuou mais de 90 transações a crédito para o seu irmão, José Ricardo, ou com o seu irmão, José Ricardo, que somam quase R$3 milhões e, posteriormente, débito também próximo a esse valor. Isso se refere a atividade da SGR ou a atividades da outra empresa que o senhor...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não. Se refere a atividades da agropecuária.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Porque para a gente fica difícil... O senhor foi chamado aqui para prestar esclarecimento sobre qual exatamente é a relação...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – ... dessas empresas, que são empresas familiares, com as outras atividades relativas ao Carf...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Certo.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – ... o que para nós não fica muito claro, porque os valores movimentados são muito grandes. Aí o senhor vem a nós e diz que foi empréstimo, quer dizer, um dia o senhor empresta para o seu irmão, outro dia o seu irmão empresta para o senhor. A gente quer entender como é que funciona esse mecanismo.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Qual o problema? E outra coisa, se for a conta do meu irmão e da minha irmã, lá do Banco do Brasil de Luziânia, são transações da agropecuária, quee eu sou procurador da conta, que faço essas transferências entre as contas para cobrir empréstimo, pegar financiamento junto ao Banco do Brasil para atividade da agropecuária.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E como o senhor explica que não há nas suas declarações de imposto de renda, assim como também não há na SGR, qualquer menção de prestação de serviço, de doação ou de empréstimo nas declarações de imposto de renda? Por que isso nunca é declarado?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Porque isso está na empresa. A gente passava empréstimo para o meu irmão, o meu irmão me passava empréstimo de novo e eu devolvia. Não tinha declaração de imposto de renda. Como a senhora falou mesmo, os valores eram bem próximos de débito e crédito.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas por que nunca era declarado isso? Porque, veja, quando fecha o ano, tem que declarar quanto tem na conta, de onde veio...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – ... e isso nunca, essas transações nunca eram declaradas.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não eram declaradas? Era declarado o imposto de renda.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nunca eram declaradas. De acordo com as informações, os trabalhos de investigação feitos, não.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Então, pode estar, pode estar errado, porque a gente sempre... Inclusive, vocês têm a quebra de sigilo, estão vendo isso...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Por isso mesmo que eu estou lhe afirmando isso. Por isso que eu estou lhe afirmando. E eu quero, se o senhor puder nos explicar, o porquê disso. Eu estou aqui fazendo uma afirmativa.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim, como eu disse para a senhora...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Montantes vultosos de recursos...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – ... ou empréstimos ou transferências para a conta do meu irmão para cobrir algum empréstimo feito junto ao Banco do Brasil ou para cumprir algum pagamento, certo? E se não há uma declaração, é porque o montante que foi foi o montante que veio. Um empréstimo para uma lavoura de café é em torno de R$1 milhão para a nossa lavoura. É R$1 milhão a parte do meu irmão e R$1 milhão a minha parte. São 80 hectares do meu irmão e 80 hectares meus.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Seu irmão tem quantas empresas?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Bom, eu não sei quantas empresas. Sei que ele é meu sócio na Agropecuária Terrafertil.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor não sabe quantas empresas ele...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Quantas empresas ele tem, não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas os recursos que ele empresta para a sua empresa vêm de quais empresas?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Eu não sei. Depois que ele me empresta, eu não peço para ele.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não, não. Mas, aí, sai da conta de uma empresa para a sua. O senhor não sabe?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim. Ou da SGR ou da J.R. Silva.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E aí o senhor disse que declara no Imposto de Renda. O senhor não sabem nem de onde vem o dinheiro. Então, como é que o senhor faz declaração, o senhor disse que fez?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – O dinheiro vem ou da SGR ou da J.R. Silva.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Só dessas duas?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Só.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Os senhores não recebem dinheiro de nenhuma outra empresa? O senhor não recebe dinheiro de nenhuma outra empresa ligada a seu irmão?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Na forma de empréstimo, assim, dessa maneira, com o meu irmão, não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E os recursos? Porque ele repassa recursos para agropecuária de atividades relativas a consultorias. E por que ele repassa, muitas vezes, deposita em dinheiro, em espécie?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Em dinheiro?
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Espécie.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Da SGR?
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não sei. Das empresas.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Pode ter sido feito um saque e depositado, como falei agora há pouco. Não se pegou em dinheiro. Sacou e fez um depósito na minha conta.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Sacou na boca do caixa e fez um depósito.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Isso! É!
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Quem é o responsável pela administração dos imóveis da sua família?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Dos imóveis? Se for de propriedade da Agropecuária Terra Fértil, sou eu, juntamente com a minha mãe.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Quem é o responsável?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sou eu.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor é o responsável.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim, juntamente com a minha mãe.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor utiliza alguma empresa para administrar os imóveis da família?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Faz isso como?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não; os imóveis são a Agropecuária Terra Fértil e a casa da minha mãe, que é na QI 26.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Os imóveis estão todos em nome da Agropecuária Terra Fértil?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Os imóveis que são da Agropecuária Terra Fértil, sim. Temos a casa da minha mãe; a fazenda Água Limpa, em Cristalina; a fazenda Maíra, na Cidade Ocidental; a chácara Quinta das Flores, aqui na DF-140. São essas os imóveis.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor conhece...
E todos os imóveis da família estão registrados em nome da empresa Agropecuária Terra Fértil?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor conhece Alexandre Paes dos Santos?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Conheço.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor conheceu o Sr. Alexandre como?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Eu conheci o Alexandre no escritório do meu irmão.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Ele é sócio do seu irmão?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Acho que foi sócio do meu irmão numa empresa. Foi sócio.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não é mais?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Acho que não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, ele trabalhava nesse endereço onde funciona a Agropecuária Terra Fértil...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não nesse da QI 26; é na QL 14.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Qual era a função que o Sr. Alexandre exercia nessas empresas?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Eu não sei. Eram empresas do meu irmão ou dele mesmo. Não sei.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas o senhor não frequentava o escritório da sua empresa Terra Fértil?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – O escritório era uma sala para receber documentos. Tinha um funcionário que recebia as correspondências. Eu não ia muito ao escritório.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor não frequentava?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Frequentava pouco.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Era o seu irmão?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim; o meu irmão.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O José Ricardo.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Apenas ele que frequentava. Então, o senhor não sabe dizer quais as funções que o Sr. Alexandre Paes desenvolvia nessas outras empresas que funcionavam no mesmo lugar da agropecuária.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor já foi sócio do Sr. Alexandre?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Fui.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Foi?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Fui.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – É sócio ainda?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, não sou.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor foi sócio em quais empresas?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Eu fui no Idep.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nesse Instituto.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim, no instituto. Fui filiado a esse instituto. E ele também era desse instituto.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E em que outra empresa o senhor foi sócio?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não; dele não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Somente nessa?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Só.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E essa empresa não funciona mais?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Eu não sei. Eu me desfiliei. Eu não sei se ainda funciona.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E, quando o senhor estava filiado a ela, quais eram as atividades da empresa?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Olha, eu me filiei ao instituto para levar adiante, se houvesse oportunidade, projetos no meio ambiente, como eu disse, na parte de processamento de adubo orgânico para uso em lavoura.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas essa empresa chegou a funcionar?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não; não teve nenhum projeto. Não trouxeram nenhum cliente.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nunca funcionou.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não. Não teve nenhum cliente; eu não podia apresentar nenhum projeto.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E o senhor não sabe se ela está ativa ainda?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, não sei.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas o senhor foi parte dela durante quanto tempo?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Aproximadamente três anos.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Três anos?! É um bom período.
E a empresa movimentava recursos?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Acredito que sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Com que projetos?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não; eu não sei quais os projetos dessa empresa. Eu só sei da parte dos meus projetos, que nunca atuaram nessa empresa, porque não apareceu nenhum negócio para eu apresentar um projeto.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Mas o senhor, como sócio, como filiado à empresa, nunca teve curiosidade de saber como andava, se tinha negócio, se tinha projetos, se tinha conta, se movimentava recursos e com quem? Porque era o seu nome que estava lá também como sócio.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim, como filiado, mas eu estava só na parte estritamente técnica. Eu não sabia se havia outros projetos.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não; mas não era só na parte técnica. O senhor era sócio da empresa, o que é diferente de ser um empregado ou de ter um contrato com a empresa para desenvolver algum tipo de projeto.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – O. k. Mas eu não sei.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor nunca teve nenhuma preocupação?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O seu irmão, José Ricardo, era sócio também dessa empresa?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Era o senhor, o Alexandre Paes e quem mais?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – E a filha do Alexandre, acredito.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Filha?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Filha; é.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Só os três?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Só. Acho que sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E o senhor nunca teve a preocupação em saber quais as atividades, se recebiam recursos, se não recebiam recursos...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não; eu queria apresentar o meu projeto.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O Sr. Hugo Rodrigues Borges, o senhor o conhece?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Quem é Hugo Rodrigues Borges?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Foi funcionário da Agropecuária Terra Fértil.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Ele foi funcionário da Agropecuária Terra Fértil.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Foi.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Durante quanto tempo?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Durante uns cinco, seis anos.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E ele trabalhava onde:
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Ele trabalhava lá junto no escritório...tenho um escritório, uma sala de apoio junto com meu irmão, uma sala na JR.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, ele atuava na sala?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nessa sala que o senhor disse que era só uma sala para receber correspondências, documentos?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Correspondências, exatamente.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E, além do Hugo, quem mais trabalhava?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – O Hugo fazia de tudo para nós, no escritório, inclusive levava meus filhos ao colégio, os filhos dos meus irmãos. Era um contínuo, fazia tudo.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Fazia tudo? Além dele, que outros funcionários havia?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Tinha o Luís Eduardo.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Eram dois funcionários só?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E o Luís Eduardo, fazia o quê?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Também fazia essa parte, juntava papelada para a contabilidade, para fazermos os pagamentos, em dia de pagamento, a parte de pagamento de pessoal.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor dialogava com eles como, com o Sr. Hugo e o Sr. Eduardo?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Eventualmente, quando eu ia ao escritório ou por telefone.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, o senhor ia com frequência?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, com frequência, não; eventualmente, quando eu ia ao escritório. Eu fico na fazenda, eu fico o tempo todo da fazenda. Trabalho cinco dias por semana na fazenda e venho no final de semana para ver minha família.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Além dessas atividades, de recolher documentos, levar seus filhos ao colégio, os filhos do seu irmão, o que mais fazia o Sr. Hugo?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim. Ele fazia de tudo. Eles buscava, para minha mãe, alimento para o meu irmão, que se alimenta por sonda. Então, ele fazia serviços para minha mãe, o que ela pedia, ele fazia de tudo.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Ele fazia saques, depósitos em dinheiro?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim, eventualmente, sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Fazia?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Fazia.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Eventualmente?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – É. Quando precisava fazer pagamento de pessoal, eu fazia pagamento do pessoal em dinheiro, pagamento do pessoal da fazenda.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E o Sr. Hugo só trabalhava para a agropecuária?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Ele devia trabalhar... trabalhava também para o meu irmão, quando meu irmão pedia. Ele estava junto lá...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Trabalhava para a agropecuária e para o seu irmão?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim, para o meu irmão, para a família.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E para as outras empresas de que seu irmão era proprietário, ele trabalhava?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Se meu irmão pedisse alguma coisa para ele, ele fazia.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E ele era registrado formalmente através da agropecuária?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – É, da agropecuária.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Quem é Edson? O senhor conhece?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Edson...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Acho que é Pereira Rodrigues. O senhor conhece?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Quem é ele?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Edson foi sócio do meu pai na SGR.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Na SGR?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Isso.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O seu pai foi sócio da SGR depois que deixou a Receita Federal; depois, seu pai saiu e ficou seu irmão.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Isso.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Juntamente com S. Edson.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Exato.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O Hugo também trabalhava para o Sr. Edson?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não sei, não sei se ele fazia algum serviço para o Edson.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E para o Alexandre? Ele trabalhava?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Também não sei, estavam no mesmo escritório...se fosse ao banco fazer algum serviço ou algum serviço fora...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor recebeu alguma quantia em espécie ou em chegue, dinheiro, do Sr. Edson e do Sr. Alexandre?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não. Nunca recebi.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nada?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor confirma?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor conhece o Sr. Josimar Teles da Silva?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Josimar era funcionário do Alexandre, da parte de informática.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Ele trabalhava para a agropecuária?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não. Fazia, se a gente pedisse eventualmente, um serviço na parte de...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Era assim um condomínio, não é? Um escritório em que funcionavam várias empresas?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Exatamente. Mas o Josimar fazia serviços da parte de informática, algum problema com computador.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, ele não mexia assim com papel de contabilidade?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Ele não sacava dinheiro em banco, não depositava dinheiro em banco?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, para a agropecuária, não. Para a Agropecuária Terra Fértil, não
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Para serviços agropecuários, não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor não sabe se...o senhor recebeu, alguma vez dinheiro em espécie do Sr. Josimar?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E Gegliane, o senhor conhece?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Conheço.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Quem é Gegliane?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Gegliane trabalhava no escritório do Alexandre, junto lá.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – No escritório do Alexandre, mas de qual empresa? Porque o escritório era um só, e eram muitas empresas.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim, mas não sei em que empresa ela era registrada.Não sei se era da JR, se era da do Alexandre. Eu conhecia a Gegliane.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E ela prestou algum serviço também para a Terra Fértil?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não;
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Sacou dinheiro? Depositou dinheiro?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não. Que eu saiba, não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Assim, por e-mail, pedido algum serviço por telefone, mensagem?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Para a Terra Fértil, não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Só para as outras empresas?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Só.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Sr. Presidente, eu me dou por satisfeita.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Obrigado, Senadora Vanessa Grazziotin. Como sempre, muito competente em suas perguntas. Muitas delas já feitas, elaboradas por V. Exª... Tentei anotar aqui algumas.
Sr. Flávio, eu percebo que, durante a sua fala em resposta às indagações da nossa Senadora Vanessa Grazziotin, a família é muito bem-sucedida, não é?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Muito bem-sucedida; vejo que, pelos números, tem um bom patrimônio.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E que tudo começou com o senhor seu pai, o Sr. Eivanyr.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Eivanyr e minha mãe.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E a sua mãe. A senhora sua mãe também trabalhava no Carf?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – É advogada?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – É advogada.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Advogada?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim, mas ela trabalhou no TST.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ah, advogada.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Foi funcionária de carreira do TST. Assessora de Ministro.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Quem?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora mãe do Sr. Flávio, esposa do Sr. Eivanyr.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Antes de começar algumas perguntas aqui, eu voltaria novamente à Terra Fértil. Quem são realmente os sócios da Terra Fértil, além do senhor?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – A Eivanice, minha irmã; a minha mãe, que é a sócia majoritária; o José Ricardo e o Gustavo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O nome da senhora sua mãe, por favor?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Nicea Dantas Ferreira Canário.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Niceas?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Isso. Nicea Dantas.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Nicea. O.k. Mais o Gustavo?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Gustavo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Gustavo?...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Gustavo Henrique da Silva.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O Gustavo é o quê, é parente da família?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim, é meu irmão mais novo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ah, tá. Gustavo. Irmão.
A participação, Sr. Flávio... O senhor se lembra de cabeça, a participação societária nessa empresa?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim. A minha mãe detém 95... Noventa por cento, e os quatro outros irmãos, 2,5% cada um.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Dois e meio. O.k.
A sua retirada de pró-labore na Terra Fértil, o senhor se lembra do seu último pró-labore? Da sua retirada mensal?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Lá a gente faz é distribuição de lucros, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não há retirada, há distribuição de lucro.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A sua última distribuição de lucro, do exercício de 2014, o senhor se lembra quanto foi, Sr. Flávio?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Distribuição de lucro? Ah deve ter sido... Não sei, mas em torno de uns R$100 mil, 150 mil. Distribuição de lucro.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Correto. E aí o senhor colocou que também é sócio de outras empresas.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A Terra Fértil, hoje, tem negócio com bancos, não é?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Deve ter um passivo junto a banco. O senhor tem noção desse passivo, hoje, junto a bancos, ou a banco?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Tem?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim, tenho sim. É em torno de R$5 milhões.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – R$5 milhões.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Qual escritório de contabilidade é responsável pela contabilidade da Terra Fértil?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – O escritório da AGL.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A?...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – AGL Contabilidade.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – AGL Contabilidade. O nome do proprietário, o senhor se lembra?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – É Adriano.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Adriano. Eu gostaria... Peço aqui aos nossos assessores, eu gostaria de ouvir o Sr. Adriano, o.k?
Sr. Flávio, é sabido por todos nós, brasileiros, que muitas empresas urbanas – muitas, muitas –, com as devidas exceções, criam empresas rurais com o único intuito de lavar dinheiro, lavagem de dinheiro.
Claro que nós temos muitas empresas urbanas que têm aí suas fazendas devidamente legalizadas e produtivas, não com esse intuito, mas, na maioria, são criadas exatamente para lavar esse dinheiro.
Eu espero que a Terra Fértil não seja uma empresa de lavagem de dinheiro.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – A Terra Fértil não é uma empresa para lavagem de dinheiro.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Porque, se for, eu imagino que as investigações devem chegar a esta conclusão. Se for, repito.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sr. Senador, a Agropecuária Terra Fértil foi fundada em 1989. Meu pai ainda estava no Ministério da Fazenda e não tinha escritório de SGR, nem JR Silva, nem nada. Essa empresa foi formada exclusivamente para produção agrícola. Eu fui para a fazenda, eu abri a fazenda. Nós somos pioneiros, abrimos o cerrado, plantamos, como disse, soja, temos café certificado, vendemos para a maior empresa de café, beneficiadora de café do mundo, que é a IIly Cafe, na Itália, fazemos exportação do nosso café. Produzimos também borracha, como eu disse, tomate rasteiro para a indústria, temos certificação da nossa propriedade, de nossa fazenda.
Então, a nossa agropecuária Terra Fértil não foi feita e nem foi criada para lavagem de dinheiro, Sr. Senador.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Perfeito, perfeito. O capital inicial dessa empresa, ela foi criada em 1989?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Você se lembra do capital inicial dessa empresa?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, não me lembro.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não lembra. O senhor seu pai já era proprietário dessas terras quando criou a Terra Fértil?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Já era proprietário?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim, já era. Ele comprou a fazenda, eu fui abrir a fazenda e depois foi criada a agropecuária Terra Fértil.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ele comprou nessa mesma época em 1989?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Em 1988.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Em 1988. O.k. A Senadora Vanessa fez muitas perguntas, muito interessante. Eu devo de ter poucas perguntas a fazer ao senhor.
A respeito do dinheiro, que realmente passou pela conta de V. Sª, realmente são quantias vultosas mesmo.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Se o Senador permitir.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Sim, fique à vontade.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Fui perguntado na Polícia Federal se eu tinha movimentação financeira em dez anos de R$40 milhões, e eu disse que sim, pois a nossa atividade movimenta muito dinheiro, com empréstimos.
Foi considerado, junto dessa movimentação financeira, na Polícia Federal, R$3,5 milhões de seguros que nunca foram usados. Quando a gente faz um financiamento agrícola, a gente tem que fazer um seguro agrícola. O Banco do Brasil exige – o Banco do Brasil e todos os outros bancos – que a gente faça seguro, tanto agrícola como seguro de vida. E esses seguros nunca foram usados, eu nunca tive nenhum sinistro na parte da agropecuária e também, graças a Deus, ninguém morreu.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor disse sobre empréstimos do Sr. José Ricardo, seu irmão, com a empresa Terra Fértil, e ele não tem participação societária na empresa, o José Ricardo.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – O José Ricardo tem. Na Terra Fértil, tem.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ah, não é só...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – A Nicea, minha mãe...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O Gustavo...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – O Gustavo, a Eivanice e o José Ricardo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ah, o José Ricardo. A participação do José Ricardo é, também, de 2,5%?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Agora fecha.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – O.k.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Perfeito. Perfeito. José Ricardo.
O senhor tem noção de quanto é que a Terra Fértil, hoje, deve ao Sr. José Ricardo? Você tem essa noção? Tem esses valores?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Os exatos valores não, mas acho que não deve muita coisa. Como eu disse aos Senadores, também, o crédito e o débito estão bem juntos, um ao outro.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor está sabendo que o escritório do Sr. José Ricardo, a empresa JGR e outras, juntamente com o Sr. Alexandre, o APS, estão sendo investigados pela Operação Zelotes. É o motivo pelo qual...
É o motivo pelo qual convocamos o senhor aqui hoje. E, a princípio, quero agradecer, porque o senhor tem nos dado aqui algumas informações, mesmo diante de um habeas corpus. Eu acho que isso para o senhor é muito bom. O senhor está aqui fazendo os seus esclarecimentos juntamente com o Dr. Getúlio.
Voltando novamente às quantias, são vultosas mesmo, conforme o senhor já declarou lá na Polícia Federal, os R$40 milhões – que, ao longo de dez anos; de 2005 a 2013, são oito anos... São uma boa quantia – uma boa quantia!
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Isso é movimentação financeira, Sr. Senador.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Perfeito, entrada e saída?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Exatamente. Financiamento, pagamento de financiamento, movimentação financeira, o que se movimentou.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Entraram como crédito R$40,710 milhões, e saíram os R$40,710 milhões.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O.k.
O senhor disse que recebia recursos do Sr. José Ricardo, também da empresa SGE, em suas contas particulares. Sobre essas importâncias, o senhor ia ao caixa e as sacava em espécie.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor já chegou a sacar em espécie, botar num saco, numa sacola, e sair levando?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Se eu fiz esse saque em dinheiro, foi para pagamento de pessoal, quando eu fazia saque em dinheiro.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor se lembra de qual foi o maior saque que o senhor fez? Qual é a folha de pagamento hoje da Terra Fértil?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – É em torno R$60 mil.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor já sacou no caixa alguma importância acima de R$100 mil?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Posso ter sacado, mas eu não peguei em dinheiro. E pode nem ter sido eu, mas funcionário foi fazer pagamentos, junto com boletos, com valores altos, para a gente pagar adubo, pagar semente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Saca aqui, paga aqui?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Exatamente, não precisa pegar o dinheiro. Leva o cheque, saca e faz esses pagamentos junto a esse boleto, esse ou esse, porque boletos de valores muito altos, às vezes, você não consegue fazer via internet, porque o valor é alto.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Sim, porque hoje, via internet, faz-se tudo, e é melhor do que sacar dinheiro, contar dinheiro e levar para outro local.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sem dúvida nenhuma, hoje, sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Tirar de um caixa, passar para outro caixa, ou sacar do mesmo caixa e continuar...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Mesmo pela internet, valores altos você não consegue fazer, Sr. Senador; o senhor não faz.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Tenho absoluta certeza de que a Operação Zelotes já deve ter indagado ou vai indagar esses saques através do Coaf, não é?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E o Coaf tem todo esse controle.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Exato.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Hoje, nós estamos vendo na Operação Lava Jato que o tal do dinheiro não dá para escondê-lo, não é?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – É impossível esconder o dinheiro. Ele sempre deixa uma pegada.
O.k. E todo esse dinheiro era para pagar fornecedores e funcionários?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Tão somente?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Tão somente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Vocês adquiriram outras terras depois dessa área que os senhores têm da Terra Fértil.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, desde 1992, 1994, nós não adquirimos mais nenhuma outra área.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Quanto ao patrimônio da família hoje, o senhor tem noção quanto é que vale esse patrimônio da família?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Olha, eu não posso dizer sobre o patrimônio da minha família aqui publicamente, isso o senhor sabe. Mas as informações o senhor tem na Polícia Federal. O senhor pode buscar as informações de qualquer maneira.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Uma curiosidade só.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Pois não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor recebeu um depósito em cheque no valor de R$100 mil, no dia 3/1/2012, e outro de R$60 mil, no dia 4/10/2007. Quais foram as finalidades desses pagamentos?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Olha, agora não vou me lembrar disso, preciso verificar.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Quem foi o depositante também o senhor acha que não...?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Também não.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Isso aí eu precisaria saber.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Qual foi a destinação dessa quantia?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Provavelmente estava na conta, para pagar fornecedores, para tocar o meu negócio.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – É. O senhor já respondeu à nossa Relatora sobre a conta no Banco do Brasil, de propriedade do Sr. José Ricardo, conta essa em conjunto com o Sr. Evanise, que é o irmão, não é?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, é minha irmã.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – É irmã, Evanise.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não é conjunta. Ela tem uma conta e ele tem outra.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Tá. Essa conta não é em conjunto?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Do José Ricardo, no Banco do Brasil, com a Evanise, não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O.k..
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor não tem nenhuma conta conjunta no Bradesco?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – No Bradesco. Mas ele está falando do Banco do Brasil, Senadora.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – É isso.
No Bradesco, o senhor tem conta conjunta com quem?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Flávio Rogério da Silva e outros.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ah, tá. Bradesco.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Que é o condomínio.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Flávio e outros, não é?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Esses outros...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Fazem parte do condomínio: José Ricardo e Evanise.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – JR e Evanise. O.k..
Essa conta recebeu dois depósitos, sendo o primeiro no dia 24/10/2011, no valor de R$65 mil – estou me referindo a esta conta do José Ricardo em conjunto com a Srª Evanise –; R$447 mil, também em 2011; mais R$512 mil em 2011, sendo que tais depósitos foram feitos em períodos que coincidem ou são muito próximos dos pagamentos feitos pela RBS à SGR Consultoria.
O senhor disse aqui à nossa Relatora que não tem conhecimento das atividades do irmão, José Ricardo, da empresa dele, e também da SGR. Mas há uma coincidência muito grande desses depósitos com o resultado de um julgamento do Carf. O senhor tem alguma informação sobre esses fatos?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, Senador, eu não tenho nenhuma relação com o Carf, não sei de pagamentos que foram feitos de empresas ao meu irmão, pelos serviços por ele prestados.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – É, o senhor já tinha dito isso realmente no início.
Totalizaram a quantia aproximada de R$12 milhões.
O senhor não tem informação?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – R$12 milhões...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A que título foram feitos esses depósitos? O senhor também não tem informação, imagino eu.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Depósito onde?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Esses depósitos que foram feitos...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Para a SGR?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Isso.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, eu não tenho relação com a SGR.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Eu imagino.
O senhor é titular da conta número tal do Bradesco. Essa conta recebeu, da SGR Consultoria, R$914 mil, praticamente R$1 milhão. O senhor não tinha informação sobre essas empresas, mas recebia dinheiro dessas empresas. Qual a origem desse dinheiro? Era empréstimo? Era participação? O José Ricardo fazia incorporação na Terra Fértil? Ele fazia incorporação na Terra Fértil com esse dinheiro?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, não foi feita incorporação. Foi empréstimo mesmo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Empréstimo.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM. Fora do microfone.) – Ele devolvia com juros?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas ele disse que depois entrava e saía, não é?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Exato.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Entrava e saía esse dinheiro.
Por isso é que nós precisamos conversar com o contador.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E os juros que ele cobrava do senhor?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Meu irmão não cobrava juros de mim, nem eu cobrava juros do meu irmão.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas, espere aí. Seu irmão era sócio nas outras empresas e dava, assim, dinheiro emprestado? E os outros sócios concordavam com isso? O Sr. Valadão, o Sr. José Roberto Cortez, que eram sócios dessas empresas...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Eu não faço parte da SGR. Pedia o dinheiro para o meu irmão.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Sim, o senhor pediu o dinheiro para o seu irmão, e o seu irmão pegava o dinheiro de outras empresas...
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – ... e emprestava para o senhor sem juros, sem nada?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – E depois eu devolvia. Sem juros.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E os outros sócios concordavam?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Isso eu não sei. Eu não faço parte da outra empresa, só faço parte da minha.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E o senhor demorava quanto tempo para pagar o dinheiro para ele? O senhor tem os depósitos? O senhor teria condições de mostrar a contabilidade do dinheiro que o senhor pegava e depois devolvia às empresas dele, já que o senhor disse que não incorporava?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Tenho, sim. Como a senhora mesmo disse, foram feitos três milhões a crédito e três milhões a débito. Foram devolvidos.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não, não, eu dei um exemplo aqui. Não é exatamente isso. Foram três milhões, quase quatro que ele depositou na sua conta, o senhor teve gastos depois de três milhões, ou seja há uma diferença de quase um milhão, então não é bem assim. Eu usei como exemplo.
Eu lhe pergunto: o senhor tem como comprovar, efetivamente, esses recursos vultosos que o seu irmão, que era sócio de várias outras empresas, que atuavam no âmbito do Carf, emprestava ao senhor e o senhor devolvia para essas empresas?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor tem como comprovar isso, contabilmente?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Tenho.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor nem declarava.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Devolvia para o meu irmão. Eu devolvia esse dinheiro ao meu irmão.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Devolvia como para ele?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Ué, se ele pedisse para eu depositar na SGR, eu depositava na SGR. Se fosse para depositar na conta pessoal, eu depositava na conta pessoal.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E de outras pessoas também?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, de outras pessoas não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nem assim sacando, em espécie, depositando.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, não, Senadora.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Quem é Paulo Roberto Cortez?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Eu conheço Paulo Roberto Cortez.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Conhece?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Conheço.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – De onde?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Do escritório do meu irmão. Eu já o vi lá algumas vezes.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Ele trabalhava lá?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Ele ficava no escritório do meu irmão.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Ele era sócio do seu irmão?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, não era sócio do meu irmão. Paulo Roberto Cortez, inclusive o que eu sei de Paulo Roberto Cortez é que hoje o meu irmão tem uma divergência muito grande entre eles. São inimigos. Inclusive a denúncia que foi feita, foi uma denúncia anônima feita pelo Paulo Cortez, junto com o Mallmann, que esteve aqui nesta CPI e confirmou isso.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Eu não lembro, ele era sócio do seu irmão, eles brigaram, mas isso não vem ao caso aqui.
Eu não lembro de o senhor ter falado para a gente aqui, não sei se lhe perguntei, sobre uma outra empresa, a empresa de óleos vegetais.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim. O que tem? Conheço, não sou sócio.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Qual é a empresa?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Óleos vegetais. Goiás Óleos Vegetais.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Goiás... E ela produz óleos vegetais?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Na época produzia, não sei se ainda produz. Eu não tenho mais contato com a empresa, eu não sei. Vou muito pouco.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E de quem era essa empresa?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Era de uma empresa do... Agora eu não me lembro, era dono da, da... Como é que é o nome dele? Era dono dos Pasteis Viçosa, agora eu esqueci o nome. Ele era dono dos Pasteis Viçosa.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E o que o seu irmão tinha a ver com essa empresa?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Meu irmão ficou sócio dessa empresa.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Ele era agrônomo?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não. Meu irmão não...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O José Ricardo.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Oi?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não lembro o nome dele: Tião. Sebastião.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor nunca foi sócio da Goiás?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E uma outra empresa também ligada à sua área.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Fertivita.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – É a mesma, Goiás Fertivita é a mesma empresa, fazia o mesmo.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não, não é a mesma empresa, são duas empresas diferentes.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, não sou sócio dessa empresa, não sei. Uma trabalhava junto com a outra, pelo que sei.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E o que fazia a Fertivita?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Fertivita produzia adubo orgânico mineral paletizado.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E o seu irmão também era sócio dessa?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não sei se era sócio da Fertivita.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor não sabe?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas não era tudo a mesma coisa da Goiás?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, mas a senhora disse que cada uma era uma empresa.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A SVR, o senhor falou sobre ela? A SVR?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – SVR? Não conheço a SVR.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não ficava lá no seu escritório?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – SVR?
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – É. SVR Construtora e Incorporadora.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, não conheço.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não conhece.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A indagação, Sr. Flávio, da nossa Relatora é muito interessante, porque essas remessas de numerário dessas empresas vindas do irmão José Ricardo tinha outros sócios. Esse empréstimo, na verdade, não era de família para família. Tinham sócios. E como é que esses sócios então se portavam? Qual o comportamento desses sócios diante, então, desses empréstimos de valores vultuosos? Nos causa uma curiosidade muito grande. Tenho uma empresa, tenho a Senadora Vanessa como sócia, de repente vou emprestar um dinheiro dessa empresa para um irmão, a juros zero?
Com a taxa de juros que o País tem convivido nos últimos anos acima de 7%. Realmente, é de causar estranheza, não é? Mas nós vamos, então, aproximar mais sobre essa informação. Sobre essas transações.
Aqui o senhor efetuou com o seu irmão, José Ricardo, 91 transações financeiras a crédito, que montam o valor de R$2,8 milhões aproximadamente, correspondendo a 34 e 50 transações, e a débito no valor de R$2,368 milhões. Esses montantes, como o senhor já disse, são normais pela empresa, pelo volume que a Terra Fértil movimentava.
Mas nós precisamos aqui também – e eu volto novamente a falar com os nossos consultores – desses cinco últimos balanços da Terra Fértil. Eu preciso desses cinco últimos balanços e essas cinco últimas declarações da Terra Fértil. Eu não sei se isso está já no inquérito, se estiverem já no inquérito da Zelotes as declarações não são necessárias. Mas os balanços patrimoniais, esses cinco últimos balanços patrimoniais da empresa Terra Fértil, eu peço aos nobres companheiros de trabalho que procedam esse requerimento.
Essas movimentações levantadas nas perguntas acima são típicas de processo de lavagem de dinheiro. Lamentavelmente, eu tenho que afirmar isso: que são típicas, que visam a distanciar o dinheiro da verdadeira fonte criminosa indicam que o senhor é um intermediário dessa cadeia, não é?
Nessa empresa, esses 2,5 foi doação do senhor seu pai ou o senhor entrou com dinheiro do Sr. Flávio?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, foi doação do meu pai.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Foi doação. E dessas outras empresas também foram doações também? Não, aí o senhor entrou com o dinheiro.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Qual?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Essa sociedade, por exemplo, o senhor teve uma sociedade com APS, com Alexandre, não é isso?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Eu só me filiei. É um instituto.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Um instituto. Não teve capital não, né?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor não entrou com capital não? Só filiação?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Só.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor disse que realmente conhece o Alexandre Paes, conhece também o Cortez. O senhor se lembra da senhora Erenice Guerra?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não conheço Erenice Guerra não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não. O senhor nunca a viu no escritório?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas no seu dia a dia o senhor estava muito próximo do escritório, porque o senhor conhece as pessoas, eu vi aqui as respostas dos senhor. O senhor conhece, então, o Cortez que foi sócio do senhor José Ricardo, que, inclusive, tem uma demanda trabalhista.
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Exatamente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Brigaram, todos eram conselheiros do Carf. Conheceu também a senhora Meigan Sack?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não, não conheço Meigan Sack.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não conhece?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor falou sobre o Hugo, que era o faz de tudo, não é?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Exato.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O Hugo era o faz de tudo. Nós vamos ouvir também o Hugo, que era o faz de tudo aqui. Sacava dinheiro em banco...?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Faz de tudo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – De tudo.
O senhor já recebeu dinheiro em espécie, em cheque ou qualquer outra forma do Sr. Alexandre Paes?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Nunca?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora Gegliane, o senhor já disse que a conheceu lá no escritório, não é?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Sim, sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ela também fazia esses saques em dinheiro assim? Junto a banco, o senhor tem essa informação?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor tem informação de que o José Ricardo enviou a ela, certa vez um e-mail, pedindo a ela que fosse até o cofre e sacasse R$100 mil e entregasse a alguns ex-conselheiros do Carf?
O SR. FLÁVIO ROGÉRIO DA SILVA – Não. De maneira nenhuma. Não sei não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – De maneira nenhuma.
Perfeito, Sr. Flávio.
Encerrando aqui, percebo que, sem fazer um juízo de valor, que o senhor, realmente, fez parte de todo esse grupo de empresas, conhecendo, inclusive, praticamente, todas essas pessoas do núcleo do José Ricardo. Eu espero que o senhor – e o senhor está bem acompanhado com o Dr. Getúlio – faça uma boa defesa, porque os números dessa relação nos levam a muitas dúvidas. Mas não tenho mais nenhuma pergunta a fazer ao senhor. Portanto, agradeço, mais uma vez, sua presença e sua participação, porque imaginamos que o senhor fosse ficar calado, de acordo com a égide do art. 5º, mas acho que o senhor contribuiu bastante e contribuiu muito, também, com a defesa de V. Sª. Portanto, agradeço sua presença e a presença também do Dr. Getúlio.
Peço à Secretaria que convide o Sr. Hugo até a mesa, por favor. (Pausa.)
Sr. Hugo, a princípio, agradecemos a sua presença aqui.
O senhor foi funcionário da empresa pertencente ao ex-Conselheiro do Carf, Sr. José Ricardo da Silva, não é isso?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Fazia operações bancárias, como saques, depósitos...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – ... E outros trabalhos do escritório, não é? Aqui, como disse o Sr. Flávio, irmão do José Ricardo, que o senhor deve conhecer...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Sim, conheço.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – ... o senhor fazia de tudo.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Tudo. Tudo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – De tudo lá. E acredito que o senhor pode nos dar boas informações aqui para elucidar algumas dúvidas nossas.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – O.k..
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Portanto, passo... A respeito do Carf, do funcionamento do Carf, o senhor tinha algum conhecimento de como funcionava o Carf?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Como o Sr. José Ricardo trabalhava lá dentro do Carf? O senhor tem alguma informação?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. A minha função, porque uma vez no mês tinha a sessão, era para julgar os processos, que era quarta, quinta e sexta. Então, veja bem, na quarta-feira, os processos que iam ser julgados na pauta naquele dia, dias de quarta, quinta e sexta, eu já preparava os processos, amarrava, colocava no carrinho, e eu chegava primeiro que ele. Eu já sabia onde era a sala, o lugar onde ele ficava, então, deixava os processos já no cantinho, onde ele podia manusear os processos. Daí, eu ia embora, ia ficar por conta de outras tarefas no escritório, para atender a mãe dele, o pai...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Quando o Sr. José Ricardo era Conselheiro, não é a isso que o senhor está se referindo?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso. Isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor está se referindo a quando ele era Conselheiro do Carf.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Conselheiro do Carf.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Aí, então, o senhor juntava todo o processo...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É, porque saíam no Diário Oficial todos aqueles processos que iam ser julgados. Então, eu pegava cada processo...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Dentro do escritório.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Dentro do escritório.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Dentro do escritório, o senhor pegava todo o processo...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – O processo, juntava e levava para ele onde seria julgado, no 3º andar, porque sempre foi ali, às vezes, mudava para uma sala ou outra, mas era sempre ali, e ele já tinha o lugar onde ele sentava. Então, colocava os processos já próximos para ele já chegar e ir já manuseando o processo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Manusear o processo.
Mas esse processo, então, era montado dentro do escritório do JR, né?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É, porque ficava... Porque ele tinha que estudar os processos, para se preparar no dia do julgamento. Eu não sei como funcionava lá, mas a minha função era essa: de levar os processos para ele, para ele poder estudá-los.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O processo, então era...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Era no escritório.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – ...trabalhado e montado dentro do escritório.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Do escritório.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Perfeito.
Vou passar a palavra para a Senadora Vanessa Grazziotin, que é a nossa Relatora, que deve ter algumas perguntas a fazer ao senhor.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Portanto, passo a palavra a nossa Relatora Vanessa Grazziotin.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Obrigada, Presidente.
Sr. Hugo, o senhor trabalhou, o senhor era contratado de qual das empresas?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Da Agropecuária Terra Fértil, a minha carteira era registrada pela Agropecuária Terra Fértil. Na verdade, quem me contratou foi a mãe dele, né? Então, assim, comecei lá, em 2004, em março de 2004, foi quando eles iam abrir o escritório ainda de advocacia, um amigo meu comentou que eu estava sem trabalho, ela me ligou me convidando para trabalhar com eles, mas, a princípio, era como motorista.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas o senhor era amigo da família, então?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Trabalhei em 2000 com eles, fiquei até 2002, mais ou menos...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Como motorista?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, eu trabalhava na parte burocrática da Agropecuária Terra Fértil, que ficava no Hotel San Marco. Daí eu saí, fiquei dois anos só, fui trabalhar em outra empresa, depois, saí dessa empresa e fiquei sem trabalho. Foi quando ela me ligou novamente para poder trabalhar com eles, em 2004, aí ficou até 2013, em janeiro de 2013 eu saí.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, o senhor trabalhou quase 10 anos na empresa.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Foi, foi.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Somando o período anterior, são mais de 10 anos...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – ... até 2013.
E o local foi sempre o mesmo ou houve mudança de local?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, quando eu comecei... Tá, em 2000, era no Hotel San Marco. Ele trabalhava só com a fazenda, ele estava estudando Direito, ia se formar e tal; quando eu saí, ele ainda estava estudando ainda. Em 2004, já...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Só era a Terra Fértil?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Só a Terra Fértil.
Em 2004, começou na QL 12, na Península dos Ministros, começou ali.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Em 2004?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É. Então de 2004 a 2007, era muito tranquilo, né, enquanto eram só eles mesmos ali trabalhando no escritório. Começou em 2004, na QL 12.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Até 2007, ainda era só a Terra Fértil?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu não me lembro bem o período mais ou menos da mudança que foi... Daí, em 2004, começou a SGR Consultoria, em 2004.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Em 2004, começou a SGR?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – A SGR.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – SGR era do senhor...?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eivany Antonio da Silva, o José Ricardo também era e tinha os sócios Dr. Edson e Dr. Gruginski, quer eram sócios, quando começou; eram apenas eles.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, aí, nessa QL 12, nesse escritório, deve funcionar até hoje, né?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não sei mais; não tenho essa informação.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Era, primeiro, a Terra Fértil, que foi para lá, a agropecuária e, depois, a SGR?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É. Em 2004, quando começou a SGR, na QL 12, a Agropecuária, o escritório não funcionava ali, continuava no San Marco.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E mudou quando?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Era só mesmo SGR.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E mudou para lá, quando?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não lembro bem, mas acredito que foi em 2006 ou 2007, por aí, que eles mudaram para lá, para a QL 12.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E as outras empresas que foram criadas?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Bom, essas outras empresas, não tenho conhecimento, porque, em 2007, final de 2007, acredito, 2008, como houve a junção com o Alexandre Paes, passou a Gigliane a administrar mais...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Ela era a contadora?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Ela era funcionária do Alexandre, então, tem conhecimento da parte de contabilidade. Ela não é formada em contabilidade, mas por ser muito organizada e mais ativa, e eu como ficava na rua para fazer outro tipo de trabalho, eu não tinha como organizar as coisas, eu era muito desorganizado, no sentido de... Porque não dava tempo mesmo. E, por eles verem isso também, acabou passando esse trabalho para ela, para poder organizar, mas a contabilidade era bem feitinha, sabe, tudo organizadinho, tudo...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Havia um contador além da Gigliane?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Havia, o contador era da Agropecuária Terra Fértil e acabou que ele...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Trabalhava para todas as empresas.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Para todas as empresas, mas, na SGR, não era esse contador que era da Agro não, era outro, esqueci o nome dele, mas, depois de 2008, ele saiu, e passou a ser o mesmo contador da Agropecuária.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Se eu falasse o nome de algumas empresas, o senhor poderia me dizer se funcionavam lá, naquele lugar?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Posso...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Se o senhor conhece? A Agropecuária Terra Fértil, nós já falamos.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Já. Isso.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A JR Silva.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso, funcionava.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Lá?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Já na QL 14, na 12 não; na 12 só foi a CGR. Quando houve a mudança, em 2007, mais ou menos, 2008, para a QL 14 é que passou a ser JR Silva.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E há a QL 26 também?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, não conheço.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Eu acho que ele falou QL 26, eu anotei. QI 26, não é? Ele falou. O senhor conhece algum escritório na QI 26?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, não. Eu saí da empresa em 2013, então não sei.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Sobre a empresa TF Comércio de Frutas e Cereais.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Ah, isso era, bem, quer dizer, isso foi já bem antes disso, em 2012 que eu tive conhecimento. Acho que o José Ricardo fornecia, era mesmo da fazenda dele, que eles colhiam, eles faziam o plantio, e ele montou essa distribuidora para fornecer os próprios produtos da fazenda.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E a Goiás Óleos Vegetais?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Goiás Óleos, eu não sei, mas já vi alguma coisa a respeito disso, de algumas pessoas dessa empresa terem ido ao escritório. Mas saber o que era, eu não sei.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nem sabe as atividades da empresa?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, não sei, não sei.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Da mesma forma, a Fertivita.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Também não sei dessa.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Davos Engenharia.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não conheço.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nunca ouviu falar?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – TF Comércio... Ah, é...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É essa aí já...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Comércio de Frutas, já falei. É SVR, não é?
Quantas pessoas trabalhavam nesse escritório?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Mas a senhora fala na...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – No escritório onde ficavam a Terra Fértil e várias outras empresas, porque...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – No começo, em 2004, a SGR eram só eu, a telefonista, o José Ricardo, o Dr. Gruginski, o Dr. Edson e o Dr. Ivani. Mas depois entrou a Drª Clara, para trabalhar nos processos. Até então eram só esses. Nessa mudança da QL 12 para a QL 14...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Só trabalhavam com os processos do Carf?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É, ele começou depois, em 2005 começou, entrou...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Ele ficou conselheiro do Carf em que ano? Em que ele foi para o Carf?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Foi 2005. Eu não sei se foi 2005 ou 2006, mas foi por aí.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – De 2005 até 2014?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Quando o senhor saiu de lá, ele ainda era?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Ainda era. Ainda era.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E quais eram mais os conselheiros que havia?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Conselheiro eu não conheço, as pessoas ligadas ao Carf, eu não...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas o senhor falou alguns nomes aí que eu acho que são conselheiros, não falou?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, não falei, não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Ivani não era?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – O Dr. Ivani, quando eu comecei a trabalhar, ele já era aposentado. Ele tinha o escritório dele na SBS, e aí, quando ele começou a... Abriram a SGR, e na verdade ele queria passar tudo para o José Ricardo, porque ele já estava meio cansado, não queria trabalhar, queria ficar mais tranquilo, só para...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E a irmã do Sr. José Ricardo era conselheira também?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Bom, quando eu saí de lá, me parece que ela não era bem conselheira, mas como é... Eu não sei falar o nome, não lembro a função, mas ela estava buscando ser conselheira. Mas até então não era, quando eu saí de lá.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então vamos lá. Então o senhor se lembra da SGR lá...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, a SGR foi quando começou. Eu entrei para trabalhar na SGR...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E quais outras empresas?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – JR Silva Advogados.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – JR Silva.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É.
Então, quando, em 2008, quando mudamos para a QL 14, houve outras empresas também, mas elas não funcionavam, porque era... Havia a JS, que abriu, mas não funcionava, não tinha...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – É, a JS.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É. E aí, assim...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas havia papel dessa empresa? Não funcionava, mas tinha depósitos, contas?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não funcionava. Não, não, não tinha não. Era só mesmo o contrato social, mas estava engavetado mesmo, não tinha funcionamento.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E mais alguma outra que o senhor lembra?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Aí o senhor dizia que logo no começo, quando era a SGR...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Era a SGR, aí foi...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – ... eram poucas pessoas...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Aí depois...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Foi para a QL 14 e ficou... Logo depois ele fez o contrato social, aí chamou mais pessoas para fazer parte da sociedade, e aí ficou JR Silva Advogados Associados.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E além dos processos que ele relatava, é óbvio que ali era um escritório e que trabalhavam muito com questões relativas a Direito,...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Claro.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – ... a questões tributárias.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Tributárias.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Ele era conselheiro e trabalhava também analisando, prestando consultoria para...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É, assim, eu, a minha sala ficava embaixo, na parte quase do subsolo. Então, na verdade a minha parte era para fazer serviço burocrático da empresa, atender a mãe, o pai. Então eu ficava o tempo todo girando. Então não dava para eu saber o que ele fazia, na verdade. Mas eu também não tinha como ver o que ele estava olhando, processos, o que é que ele estava estudando, se era o processo do Carf ou se era o processo do escritório. Mas os outros advogados viam todos a parte de processo. Tanto... Não sei dizer se é do Carf, mas do escritório mesmo, de clientes do escritório... A Evanise começou a estudar os processos, a Adriana... Então, era o dia todo. Eles trabalhavam muito.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Apesar de o senhor ser contratado da Agropecuária, o senhor trabalhava também, prestava serviço para essas outras empresas.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Trabalhava, fazia o serviço burocrático...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Pelo que o senhor começou relatando, o senhor trabalhava até mais para essas do que para a Agropecuária.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Na Agropecuária, na verdade, eu fui contratado, mas eu já tinha um funcionário para fazer essa parte burocrática da Agropecuária. Então, eu fazia o trabalho da JR. Silva, antes SGR, depois JR. Silva. Só que, quando começou a JR. Silva, eu já não comecei mais a fazer, a organizar papéis... Eu só ia ao banco mesmo pagar contas de consumo, funcionários, essas coisas, o serviço burocrático mesmo da empresa. Mas a Gigliane ficava por conta do contato de organizar planilha, nota fiscal, todas essas coisas. A minha função mesmo era fazer serviço burocrático: ir ao banco, sacar, pagar... Entendeu?
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor usava a sua conta? Alguém de lá pedia para o senhor usar para alguma coisa...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Na verdade, eu fazia sem consentimento, porque veja bem: era muito trabalho para mim só. Então, eram vários bancos que eu tinha que ir no dia. Então, às vezes, não dava tempo, porque tinha fila. E aí a conta vence e não havia como. Aí, quando você vai sacar no banco, você tem um limite para pegar o dinheiro – eles falam: "Não, até cinco mil eu te pago". Aí era quando eu fazia, mas eles não tinham conhecimento disso. Aí, o que é que eu pegava? Quando era um dinheiro a mais, de cinco mil, eu depositava, ia à minha agência, sacava e corria aos outros bancos para pagar, mas era só para poder ter o dinheiro, entendeu? Nesse sentido.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas o senhor movimentou bastante dinheiro na sua conta.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Na minha conta sim, apesar de que, no depoimento que eu dei na Polícia Federal, de falar que houve muita movimentação, mas era empréstimo também meu, do próprio banco, era da minha família, um que pedia emprestado ao outro, então ia fazendo essa movimentação. Mas uma parte maior também esse processo que eu fiz só para acelerar mesmo o meu trabalho, para não ficar pendente, entendeu?
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas o senhor movimentou mais de um milhão.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, na minha conta não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Sim.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Na minha conta não tem. Eu não vi esse... Eu não peguei, eu não tenho os extratos de... Porque para mim é muito difícil. Realmente eu não tenho conhecimento. Eu preciso ver, entendeu? Mas eu não tenho conhecimento não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não tem conhecimento?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Eu preciso ver, eu nunca peguei extrato...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Esse dinheiro que o senhor disse que depositava, para facilitar o pagamento, era coisa pouca?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É. Sete mil... Era no máximo só isso, porque cinco mil até eles pagavam, mas 6 mil, ou 6,5 ... "Ah, não dá para pagar", aí depositavam na minha conta, que era na agência de cima, eu ia lá e, como já me conheciam, então, se havia dinheiro, eles me pagavam. Eu corria aos outros bancos para terminar aquele pagamento. Mas não é dinheiro meu. Até porque, se tivesse ganho, se tivesse movimentado, eu não teria feito empréstimo ou estaria devendo o banco até hoje, não é?
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E, além de pagar contas, o senhor depositava também dinheiro em espécie?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Do escritório? Depositava.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Assim, qual foi o maior valor?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, de valor eu não sei, mas não era nada de exorbitante não. Assim, de...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O senhor nunca depositou cem mil?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Cem mil acho que já, sim. Por algumas vezes. Cem mil. Mas não acima disso, não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Duzentos mil?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Pode... É porque eu não lembro, mas eu acredito que sim, mas na própria conta mesmo. Eu não sei se foi Agropecuária, ou se foi JR... Mas houve.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Sim, eles lhe davam o dinheiro em espécie, lá no escritório...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Muitas vezes era em cheque. Aí...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nos envelopes. Havia os envelopes...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, isso aí eu nunca fiz não. Geralmente o cheque era feito no valor total, eu ia ao banco e dali ia fazendo os depósitos.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E os envelopes? Quem fazia os depósitos? Quem levava os envelopes de dinheiro para depositar?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Algumas vezes fui eu. O envelope, já com os dados bancários...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Porque a Gigliane falou para a gente que deixava os envelopes, tudo pronto, com o dinheiro, e o senhor ia depositar.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, isso não. Dinheiro pouco, no sentido de contas, para depósito de fornecedores, que é valor pouco. Valor grande não. Até porque não se faz depósito no banco com envelope. É na maquininha que eu estou me referindo.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não, eu sei. Eu estou dizendo que o senhor levava dinheiro no envelope. Chegava, obviamente, a abrir o envelope e dava o dinheiro para o caixa.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Quais foram os maiores valores que o senhor já pegou para depositar?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, isso eu não fiz não. Eu já fiz o envelope do próprio banco, porque ali não cabe uma quantidade maior de dinheiro...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, quando ele dava em dinheiro. Ele dava em dinheiro assim... Não colocava o dinheiro numa sacola nem nada, para o senhor levar?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Eu tinha uma pasta minha, em que eu colocava os documentos, cheques, todas as coisas para ir ao banco. Então, chegando ao banco... Porque a conta principal era da JR., onde eu ia sacar o dinheiro e, a partir dali, fazer os pagamentos. Então eu não tenho, assim, eu não tenho para quem eu estou pagando. Eu já tinha o cronogramazinho, só ia lá e fazia o que tinha que fazer.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Só farei uma pequena intervenção para agradecer a presença do tão atuante Senador Pimentel, que acabou de chegar.
Nós já ouvimos aqui, Senador Pimentel, o Sr. Flávio, que nos prestou boas informações, valiosas informações, e agora estamos aqui a ouvir o Sr. Hugo.
Sr. Hugo, eu percebo – só uma pequena intervenção – que V. Sª fazia de tudo dentro do escritório.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – De tudo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E que o escritório, segundo a Operação Zelotes, já se apurou que esse escritório tinha negócios muito duvidosos. O senhor trabalhou lá por uma longa data. Não vou fazer a pergunta ao senhor, a nossa Relatora vai continuar lhe perguntando.
Mas eu percebo que o senhor era o faz de tudo. Se hoje o senhor contribuindo da forma como o senhor está contribuindo com os trabalhos desta CPI, contando tudo aquilo que realmente o senhor sabe, com que o senhor conviveu ali dentro em termos de remessa de dinheiro, eu vejo que o senhor vai fazer uma verdadeira defesa da sua pessoa.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Com certeza.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor, com certeza, tem esse conhecimento. Mas se o senhor omitir alguma informação, evidentemente que isso servirá contra o senhor.
Então, permita-me fazer só este pequeno alerta.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Claro.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Quanto mais informações o senhor puder nos fornecer, o senhor puder puxar em sua memória, o senhor será muito – imagino – beneficiado junto à Operação Zelotes.
Aqui nós temos nosso sistema investigatório, mas a Polícia Federal e o Ministério Público, na verdade... Inclusive, Senador Pimentel, li aqui há poucos minutos que a operação Zelotes deflagrou hoje uma operação de busca e apreensão aqui em Brasília, São Paulo e Rio Grande do Sul. Parece-me que são nove ações. Eu li, mas não estou aqui com o papel.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE. Fora do microfone.) – Até que enfim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Pois é, vamos lá, vamos ver se a gente consegue buscar um pouco desse dinheiro que foi desviado do povo.
Eu só queria fazer essa intervenção. A nossa Senadora teve que se retirar. O senhor quer fazer uso da palavra, Senador Pimentel. Já está retornando.
Senadora Vanessa, com a palavra.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Sr. Presidente, são 10h56. Já estou muito atrasada. Será que o Senador Pimentel poderia dar continuidade? Tenho aqui uma relação grande, Senador Pimentel.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – V. Exª vai se retirar?
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Terei que ir porque tenho que viajar, pegar o avião, senão perco meu voo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Agradeço, como sempre, a participação de V. Exª.
Passo, então, a palavra ao Senador Pimentel.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – Nosso Presidente, Senador Ataídes Oliveira, eu quero começar registrando que, na fase primeira da Operação Zelotes, nós tivemos algumas dificuldades, particularmente por parte do juiz Federal da causa. Como o juiz Federal foi afastado por decisão do Conselho Nacional de Justiça e foi nomeada uma outra juíza para dar continuidade, essa juíza está cumprindo o seu papel constitucional no processo de investigação.
Portanto, aquela tentativa do Sr. José Ricardo da Silva, que é um dos grandes mentores desse processo, de dificultar e, ao mesmo tempo, impedir as investigações, está sendo superada. O melhor exemplo é essa ação que hoje a Polícia Federal e o Ministério Público Federal desenvolvem em todo Território nacional exatamente nas praças onde esse grupo, que nós chamamos de grupo do Carf, tinha escritório e tinha ação, particularmente em São Paulo, que era o principal fórum de atuação.
O Sr. Hugo, como aqui já deixou muito claro, foi um servidor do escritório, com uma série de tarefas que o seu empregador assim determinava e, como empregado, não poderia ser diferente, teria que executar ou seria demitido. E isso, Sr. Hugo, para nós é muito claro. Por isso que os seus depoimentos aqui e em outros momentos são muito importantes, porque todos têm clareza da diferença entre o empregador e o empregado, as determinações do empregador. E, se o empregado não cumprir, a porta da rua está aberta. Por isso a gente tem muito essa clareza.
Nesse conjunto de informações em que já foram feitas e comprovadas – seja pela Polícia Federal, seja pelo Ministério Público Federal –, uma delas comprova que o senhor fez oito saques na conta 64.408, da agência 283-7, do Bradesco. Ou seja, as provas mostram os oito saques que V. Sª ali procedeu, identifica a agência e identifica os documentos. E a titularidade da empresa desses saques é da SGR Consultoria Empresarial Ltda. O montante dos oito saques somou R$1.012.085 milhão. Por que esse dinheiro foi sacado em espécie? O senhor tem alguma...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Pois é, a função era fazer a previsão de saque. Eu sei que uma determinada empresa depositava, era emitida a nota fiscal, consequentemente ia para a contabilidade e faziam os impostos para pagar.
Então, veja bem, eu ia ao banco, fazia esse saque e levava esse dinheiro para o escritório. Dali do escritório ia para o cofre, onde a Gegliane trabalhava para poder coordenar esse dinheiro. Agora, eu não tenho como saber para quem ia, ou de onde vinha esse dinheiro, para quê era. Eu não tinha esse contato com o José Ricardo para ele me dizer o que ele fazia das coisas.
Então, me dava uma ordem: "Olha, preciso desse dinheiro aqui. Você vai lá e traz.". E aí era com eles, até porque eu trabalhava até às 18h. Depois das 18h quem ficava ali no escritório? Eu não sei. Quem ia para o escritório? O que faziam?
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – Então o senhor fez os saques,...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Fiz.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – ... entregou os recursos na empresa, mas a partir daí o senhor não tinha...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, eu não sei para onde foi e o que foi feito. Então, a minha ligação com a empresa não era tão... sabe, assim... muito... então eu tinha que fazer o meu trabalho e o importante era isso, então o resto não interessa.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – No mês de outubro 2009 o senhor realizou três saques em espécie na conta 69.191, da agência 977, também do Banco Bradesco, o titular da conta é o Sr. José Ricardo da Silva, o somatório foi R$505.180. O senhor sabe qual foi, em seguida, o destino?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, não.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – Comprova que fez os saques?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu fiz, mas teve mais também, de outras contas também. Tinha o Idep, que a gestão era do Alexandre. Tinha uma outra conta também que eu não... da APS. Então, o que eu me lembro bem, de valor mesmo exato, que eu lembro que eu fiz uma previsão de saque, foram três dias: 400, 400 e 400. Quer dizer, um total de um milhão e duzentos, que eu não me lembro bem se é dessa conta Idep ou é APS, mas esse saque eu me lembro que foi um milhão e duzentos mil. Eu saquei 400 em um dia, no outro e... foram três dias, 400 mil. Isso é o que eu me lembro, mas houve mesmo o saque, eu saquei e todo esse dinheiro ia para o escritório.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – Teve também em uma terceira conta, o senhor fez dez saques em espécie na conta 1.311.077, da agência 2881, do Banco do Brasil, aqui em Brasília, de titularidade da pessoa jurídica que é o Ideb,...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – ... a que V. Sª aqui faz referência.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Esse aí eu me lembro.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – O montante foi de R$2.123.263. Também o senhor sacou e pegou...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso, eu saquei. E teve esse de um milhão e duzentos que eu falei, mas teve mais também.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – Tem outras operações além dessas três aqui.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO. Fora do microfone.) – Esses saques todos foram em espécie?
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – Em espécie, todos eles.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Em espécie. Fiz previsão no banco fui lá e saquei.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – Nessas três contas o saque chega a quase R$4 milhões, três milhões oitocentos e pouco. Mas tem outras operações além dessas?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Tem. Em 2004, na SGR, era tudo calmo, não tinha essa transação. Era coisa normal mesmo. Não tinha nada de extraordinário, mas começou essa movimentação...
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – A partir de 2004...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – ... assim que houve a junção do Zé Ricardo com o Alexandre. Então, começou aí. Veja bem: não dá para julgar ou eu dizer que faz... A gente olha aquilo e acha estranho aquela movimentação, mas até então está tudo certo, porque tem nota fiscal, tem impostos, a contabilidade toda feita certinha, tudo arquivado. Então, é isso que faz com que a gente faz que está tudo correto.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – Aqui no Senado nós chamamos isso de contabilidade criativa. Uma maneira generosa de camuflar fraudes. Eu sei que o funcionário não tem culpa nisso, é o meio muitas vezes.
Sr. Presidente, eram essas as nossas perguntas.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Obrigado, Senador Pimentel.
Sr. Hugo, eu volto a repetir e, me permito novamente alertar, o senhor, quando depos na Polícia Federal, disse que esse dinheiro que passava em sua conta era proveniente de bingo.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Era também, eu frequentava bastante.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas assim R$2 milhões, R$4 milhões?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, era só coisa pouca, nada de extraordinário.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O que é que passava de bingo por exemplo?
O senhor jogava muito bingo e ganhava muito dinheiro no bingo?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, dinheiro nada. Era coisa pouca, nada disso, nem acima de R$5 mil. Era só o que eu ganhava era depositado, depois tirava para não ter que ir de novo. E assim foi um tempo até eu sair de lá porque realmente já não estava...A minha vida muito tumultuada, muito doente, entendeu? Eu tive que sair para me cuidar porque, senão...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor saiu em 2013?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Em janeiro de 2013, bem no início.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O que causou a saída do senhor?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – A verdade foi todo o estresse. Então, assim, o meu trabalho lá estava...Eu já não estava mais suportando o trabalho, a quantidade de trabalho, eu estava muito doente, eu perdi todo o meu cabelo, foi fazendo inflamação nas juntas, foi uma série, problema de fígado...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Um estresse muito grande?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Muito.
Então, assim, eu fiz o tratamento, mas, na verdade, eu precisava de descanso. A pressão dentro do escritório era muito grande. Por quê? Quando houve a separação do Zé Ricardo, eu não sei qual foi a razão de cada um ter decido prosseguir para um lado, foi quando houve a planilha de prestação de contas, que iam ver quem estava devendo quem, um acerto entre eles. Eles separaram e foram para a QI 5 do Lago Sul, onde voltou a calmaria, só que o escritório com um monte de dívidas, entendeu? Então, era gente cobrando de tudo o que é lado, ele era estressado o tempo todo. Então, cansei de levar bordoada e achei assim: "Está na hora de eu sair" e larguei mão. Não dei nem satisfação.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor chegou a um grau de estresse muito grande, pelo que percebo.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Demais da conta. Tanto que, depois de uma semana de descanso, meu cabelo começou a nascer, fui melhorando e fiquei no Rio de Janeiro até setembro do ano passado.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Imagino, imagino. Imagino esse grau de estresse do senhor e a tamanha responsabilidade, não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Demais.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O que eu percebo aqui, Senador Pimentel, é que toda essa dinheirama, esse volume enorme de numerário, o senhor lidava com ele, não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, até do banco porque eu fazia previsão e ia sozinho sacar esse dinheiro.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – R$400 mil...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – O pessoal do banco me falava: "Você veio com algum segurança? Não, eu sozinho". Então, o moço falou:"Vai com cuidado, que Deus te acompanhe" e aquela coisa toda, mas era eu sozinho.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E o senhor percebia que alguma coisa estava errada?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Evidente, porque, veja bem, eu saco um montante desse dinheiro, esse dinheiro vai para o escritório, um monte de conta pendente para pagar, entendeu? Conta atrasada, conta de telefone e, no decorrer da semana, cadê o dinheiro? Não tem dinheiro.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não tinha dinheiro para pagar a conta do telefone.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – E, aí, ele falei assim, para eu suspeitar, não,... Porque a gente ficava preocupado com o pagamento de salário da gente que trabalhava, queira receber, aquela coisa...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Quanto o senhor ganhava lá?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Mil e quinhentos reais.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Só R$1.500,00?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Mil e quinhentos reais para fazer um monte de coisas, entendeu? Eu tinha que atender a mãe dele, eu tinha que atender o pai, a irmã, os filhos, faculdade, carro, o que se imaginar...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Como está o relacionamento do senhor hoje com o José Ricardo?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu não tenho contato com ele desde 2013.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Nunca mais?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Nunca mais.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O APS também o senhor nunca mais...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Nada, nunca mais, com ninguém.
Não tenho contato nenhum.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Entendo.
Eles chegaram a usar o nome do senhor para colocar em alguma empresa?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, mas só que, quando se faz o contrato social, não tem uma testemunha ali embaixo?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Tem.
O senhor era simples testemunha?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Era eu e outro funcionário da agropecuária, mas a Gegliane.
Então, a gente era testemunha e no finalzinho a gente assinava contrato, empréstimo de banco, para fazer as coisas como testemunha a gente assinava.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Gegliane, o senhor disse que conheceu ela e ela não tinha formação em contabilidade, mas por ser organizada...
não tinha formação em contabilidade, mas por ser organizada...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Ela estava cursando Pedagogia.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Por ser organizada, ela que tomava conta de tudo?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É, porque ficou assim, até então, eu nunca fui organizado mesmo, porque era muito trabalho, não dava para eu fazer, não tinha como sentar ali e ficar organizando as coisas não, porque...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Entendo, o senhor fazia outros trabalhos, não é?
O senhor chegou a ver a Gegliane? O senhor, pessoalmente, chegou a pagar algum conselheiro do Carf?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor mesmo pagar?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, nunca paguei ninguém.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor assistiu a Gegliane algum dia pagar algum...?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu não assisti, mas sabia.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ah, o senhor sabia.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Porque, veja bem; esse dinheiro ia, mas o Sr. José Ricardo dava ordem para ela e também eu acredito que ela não sabia, tá? Ele falava só: "Olha, vai vir fulano receber, você separa tanto..."
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor se lembra de um nome?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, nenhum, porque a minha salinha era lá em baixo, então, geralmente ela passava o ramal para mim e falava só: "Olha, vai em tal lugar pagar isso", ou "tem que ir ao Banco".
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas o senhor se lembra que pagava alguns conselheiros do Carf?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, conselheiro eu nunca vi. Para dizer, olha, pagou o conselheiro tal e tal.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas o senhor sabia, tinha informações que ela pagava alguns conselheiros?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – O que eu sabia era o seguinte, José Ricardo falava: "Separa R$200 mil, que vai vir fulano pegar". Então, eu já sabia que alguém iria aparecer tal hora ali para pegar.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Esse fulano era do Carf?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu não sei se era, entendeu? Por isso que eu falei para a Polícia Federal nessa planilha, que era mais fácil de verificar, porque estava toda... Desde que começou a entrar esse dinheiro alto, nessa planilha de 2009 a 2012, estava tudo ali, de onde veio e para quem foi.
Aí ele falou para mim: "Porque você não ficou com o pendrive?" Aí eu falei: "Mas que finalidade ia ter esse pendrive para mim?" Entendeu? Eu ia imaginar que estava acontecendo alguma coisa errada? Então, eu vi mesmo.
Aí estava a Gegliane com um envelope, já separadinho, para essa pessoa vir buscar. Levava numa sacolinha.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Esse dinheiro ficava, então, num envelope, então, para ser entregue.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Num envelope, na sala dela, que era a sala onde ficavam todos os arquivos...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor não viu ela entregar esse envelope nenhuma vez a alguém?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não assistiu?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É porque eu ficava na rua. Eu não ficava ali o tempo todo, sabe, no escritório.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Entendi.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Às vezes eu chegava às 18h e ficava na rua enrolando para dar a hora para eu poder ir embora para não precisar voltar.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas todo esse dinheiro aqui, que o Senador Pimentel disse, é que nós temos várias outras informações, esse dinheiro, o senhor chegava no escritório e entregava, então, à Gegliane.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – À Gegliane, que recebia ordens do José Ricardo para preparar: "Fulano...". E era assim, às vezes, vinham duas pessoas em um dia, no outro vinha... Entendeu? Era rápido, esse dinheiro sumia rápido, entendeu?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Então, quando esse dinheiro, quando o senhor sacava esse dinheiro, essa importância lá de numerário e entregava à Gegliane, já tinha, então, a sua destinação.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Já tinha. Tanto é que, às vezes, eu sentava na mesa dela, quando a gente ficava conversado, e a gente questionava, para quem vai esse dinheiro? "Não faço a menor ideia". Entendeu?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ela dizia que não tinha a menor ideia.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É. Não sei para onde é. Isso é coisa deles. Entendeu? É nesse sentido. E aí você fica pensando...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas quando chegava o credor daquele dinheiro, o dono daquele dinheiro, ela sabia quem era aquela pessoa, evidentemente.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É. Com certeza o nome, mas não sabia que dava o nome certo, mas ela entregava. Teve uma única vez que ela falou que ela ia sair, mas ficou esse dinheiro lá e ela falou: "Vai vir um rapaz aí, se ele chegar você entrega para ele", mas acabou que ela chegou e não precisou. Tive que ir para rua resolver outros problemas e ficou por isso mesmo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor mesmo nunca entregou?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Agora, sim, é estranho a quantidade de dinheiro que entra, sai, mas as despesas do escritório não tinha para pagar.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Entendi, ou seja, de todos esses milhões entravam, saiam e não sobrava dinheiro nem para pagar a conta de luz?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Então, a minha convicção, e eu sabia: "Gente, tem alguma coisa errada, porque, então, esse dinheiro não é deles, entendeu? Deve ser para algum investimento ou alguma coisa nesse sentido", porque sempre era uma luta para pagar os funcionários. Tem que juntar dinheiro, contar, fazer um empréstimo daqui e outro dali para poder ir mantendo.
Quando nós mudamos da QL14 para QI05, que só foi o José Ricardo, a Evanise e a Adriana e o Dr. Paulo, era muito difícil, entendeu? Não tinha dinheiro para nada.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor chegou a fazer empréstimo em seu nome?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Para a empresa não. Para mim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Para a empresa não. Para cobrir alguma despesa, não?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, para mim mesmo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O escritório chegou a usar o seu nome para adquirir algum empréstimo?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, até porque eu não tinha condições, no sentido de comprovação de renda.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Interessante seu Hugo, porque os seus ex-patrões hoje são milionários, não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Pois é, isso é que eu não entendo?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas o senhor não.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não sou.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas o senhor pegou tanta grana, não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É isso que eu estou falando. É aquilo, é investigar, não tem investigação?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – É.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Hoje eu não tenho nada.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor está contribuindo muito conosco aqui, quero lhe agradecer mais uma vez, viu?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu só digo o que, na verdade, o que eu sei. Eu não tenho mesmo. Vocês têm a quebra de sigilo, a minha vida pregressa, onde eu moro, o tempo que eu moro, entendeu? Não tem o que esconder.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Só essa história
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Só essa história da Polícia Federal que o senhor disse bingo, isso me preocupou um pouquinho. Esse dinheiro de bingo que o senhor se referiu à Polícia Federal é dinheirinho, é trocado?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não é, se for fazer um relato, pegar tudo, é R$2 mil, R$3mil, e isso também não era frequência, era vez ou outra.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas, se o senhor disse, na Polícia Federal, que todo esse dinheiro era de bingo, é bom que o senhor faça essa correção aqui para nós – o senhor já está fazendo – que vai lhe ajudar muito.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Pois é, então, se for ver lá, tenho empréstimos que fiz, tanto no Bradesco como no Santander.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas são empréstimos pequenos?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É, o mais alto foi R$19 mil, até paguei uma ou outra, depois, já estava no escritório, minha conta já estava toda estourada, quando ainda estava trabalhando lá.
Eu ia ao Bradesco, porque ia fazer pagamento do escritório, a gerente me cobrava, aquela coisa toda. Então, se eu tivesse dinheiro, meu nome estaria limpo, meu carro não estaria em busca e apreensão desde aquele tempo. A movimentação maior era esse processo que eu fazia de sobrar dinheiro da própria conta, como não tinha para pagar e eu tinha muita coisa para resolver, não dava, se atraso, o pau ia comer no dia seguinte, porque não pagou por conta disso. Ainda se falasse que fiz isso, era o fim da picada mesmo, de depositar na minha conta e tirar para pagar outra conta, eles não entenderiam isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor acha que sacou mais de R$5 milhões durante esse período que o senhor esteve lá?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Mas, se de uma vez só, saquei R$1,2 milhão.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Então, o senhor sacou muito mais de R$5 milhões.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Houve uma semana, em três dias, saquei R$1,2 milhão.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – É; três de R$400 mil.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Lembro que ainda ficava assim, toda vez que eu ia... Porque, quando você saca dinheiro, tem dar o seu CPF, obviamente que, se eu soubesse que era alguma coisa que estava em risco, não daria o meu CPF.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Claro.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Ela falava: "Não, você vai ter que dar, porque você é o portador do CPF". Então, sempre dava o meu CPF.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Era registrado lá.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu falava bem assim: "Bom, acredito que eles não estejam fazendo nada de errado, porque me colocariam numa cilada de estar sacando dinheiro e deixar meu CPF. Não tenho renda, ganho uma mixaria aqui, como vou explicar tantos saques?"
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Entendo.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Mas, enfim, confiei nele nesse período, só sai de lá no começo, porque realmente já não estava aguentando, porque a minha vontade, na verdade, era de matar o José Ricardo. Era um ódio que me consumia, porque eu imaginava já isso; só que não tenho capacidade de fazer isso, isso estava longe de mim, mas a raiva que consumia... Por isso que fiquei mais doente, entendeu?
Mas por que a minha raiva? Era a petulância dele, era o abuso dele.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ele era petulante, então?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Demais. Era muito nervoso e ofendia. "Ah, você não serve para nada, você não sabe fazer nada". Batia na mesa.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor se sentia um escravo lá no escritório, mais ou menos assim?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Era muito mais que isso, era mais que isso e, na verdade, era essa a mágoa do tratamento que tinha. Mas acho que, por um lado, foi até bom isso de sempre está chutado, aquela coisa toda, porque acho que talvez, se a confiança fosse maior, estaria numa situação pior.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas ele, em especial, deveria ter tratado o senhor com mais carinho, com mais respeito, porque o senhor era uma peça fundamental no negócio deles. Lamento também.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Pois é, mas o problema é que falo demais, entendeu? Aí é que está. Se sei de alguma coisa, poderia contar para um para outro, para outro, e complicaria a situação. Então, todos eles sabem que eu era bocudo, havia assuntos particulares da mãe que eu conversava que eles não admitiam isso, "Mas que intimidade! Minha mãe conta a vida dela para você?" Falei: "Conta!" Apesar de eu trabalhar e fazer esse serviço burocrático, isso não quer dizer que sei de tudo que eles faziam, qual o esquema, eu não estaria lá há muito tempo, porque a formiga sabe a folha que corta.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Sabe.
Sr. Hugo, o senhor já disse que realmente lhe causava uma estranheza enorme essa movimentação de dinheiro a partir de 2009 até 2012, quando José Ricardo acabou se unindo definitivamente com Alexandre Paes Santos, não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor percebeu, em meados de 2012, que havia falcatrua ali dentro daquele escritório?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Pela quantidade de dinheiro mesmo, que esse dinheiro...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não era legal.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, não era legal, mas que ele não parava no escritório. "Ué, cadê o dinheiro?" Para mim, era causa ganha, houve um causa, ganhou.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Esse dinheiro tinha que entrar na conta do escritório, mas não entrava, não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Pois é. Mas esse dinheiro tinha que entrar lá. E por que...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não tinha nem dinheiro para pagar água...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. As contas todas atrasadas, então é quando você começa... Entendeu? Só que foi se estendendo e em 2013 eu falei: "Chega, não vou mais..."
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E aí a Gegliane, então, tinha a responsabilidade de repassar esse dinheiro a outras pessoas.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Por ordem do Seu Ricardo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor acha que eram conselheiros ou ex-conselheiros do Carf? Conte isso para nós aqui. Isso é importante.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Pois é. Eu não tenho como falar. Eu não posso acusar, porque eu não tenho prova, entendeu? Nesse sentido. E eu não parava no escritório. Eu fazia mais essa parte burocrática, de ser rápido, porque você perde tempo no banco. Eram quatro, cinco bancos. Então...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Eu sei.
Lá dentro do escritório, Seu Hugo, o senhor viu a visita de algum ministro de Estado, algum político...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Só o Silas Rondeau.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Quem?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Silas Rondeau. Eram ele e a Erenice que frequentavam o escritório lá. Então, eram várias salas de reuniões, então fechavam as portas, ficavam o Silas Rondeau... Ele foi algumas vezes ao escritório e depois sumiu.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Reunião fechada.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É. Fechada. Então, a Erenice também ia, e outras pessoas que eu não conheço. Não sei quem são.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Erenice Guerra, não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É, Erenice Guerra.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ela tinha algum negócio, ela recebia algum dinheiro por serviço prestado?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, não sei, porque isso era coisa dela e eu não tinha essa intimidade, na época, com ela não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas essa presença, essas idas, lá, do Dr. Silas e da Drª Erenice, eram frequentes?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Antes de eles terminarem a sociedade, em 2012, eram bem frequentes.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Bem frequentes?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Bem frequentes, e eles começaram a se afastar, porque acho que andou repórter lá na frente, aquela coisa, acho que para não vincular a imagem dele, eu não sei, a ela... Ficou meio esquivando ali e sumiram.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Entendi.
Mas a frequência era o quê? Duas, três vezes por semana?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Mais. Mais.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mais? Todos os dias, então? Poderíamos dizer?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não todos os dias, mas, assim, menos um dia na semana, entendeu?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E aí, quando a imprensa começou a passar pela porta...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É... Eles não se importavam muito não, a Erenice ou... Mas quem se importava era o Zé Ricardo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O Zé Ricardo. E o Zé Ricardo: "Vamos afastar, porque esse trem não está muito bom."
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Para não vincular a imagem dele. É.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não vincular a imagem dele.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A Drª Erenice tinha participação?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu não sei, mas eu acredito que o Silas e a Erenice eram mais por conta do Dr. Alexandre, não é?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Do Alexandre.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Do Alexandre. É.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Tá. Tá.
E ela ficou por ali, junto com o Dr. Silas, o quê? Uns quatro, cinco anos? O senhor percebeu a presença...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, não foi isso não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Foi bem pouco. Assim, foi questão de uns seis meses, oito meses, mais ou menos aí.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Outros políticos...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Nunca vi. Houve uma reunião com... Houve um almoço com o irmão do Cid... Como é que é... Cid...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ah, do Cid Gomes?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ah, tá. Com o Ciro?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. O outro. Cid.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ah, com o Cid, que foi governador. Houve uma reunião com o Cid Gomes?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Só foi esse. É. Eu não vi, mas fiquei sabendo que houve o almoço...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor tem mais ou menos uma data que... Foi um almoço?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Foi um almoço.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Lá mesmo, no escritório?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, não foi no escritório, não. Foi fora.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Fora.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Fora.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Com o Cid.
Foi o quê? Em 2012, 2010...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu não lembro não, mas deve ter sido em 2012.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Dois mil e doze...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Final de 2011 ou 2012... Não lembro a data bem, não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Tá.
O senhor não sabe o que é que foi tratado nesse almoço?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, não faço... Realmente sei dizer.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Nesse almoço estava Zé Ricardo, o APS, o Seu Alexandre...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, o Zé Ricardo, o Dr. Alexandre, eu tenho certeza, mas os demais eu não sei não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O Zé Ricardo estava?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E também o Alexandre?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – O Alexandre.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O.k.
A Gegliane foi, não?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, ela só ajudou a...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O Cortez também não foi?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, não foi.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor não se lembra de outro nome que estava nesse almoço?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, eram só eles mesmos, porque era mais porque o Alexandre que organizava.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor sabe qual o restaurante? O senhor lembra o nome do restaurante?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não lembro. Não. Assim, não foi comentado para onde iam. Eu sabia que ia haver esse almoço, porque vinha... A gente até achou que ia para o escritório, mas acabou que mudaram tudo...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas esse almoço aconteceu?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Aconteceu.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Aconteceu. O.k.
Cid Gomes. O irmão do Ciro.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O ex-governador do Ceará.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente. E agora, assunto mesmo, o que é, eu não sei.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O assunto o senhor não sabe. O.k.
O senhor sabe se tinha alguma... O senhor viu alguma movimentação, alguma visita de empresários, empresários hoje conhecidos no Brasil?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, não. Sempre, assim, trabalhar a pessoa, não é, porque nome eu não sabia, porque é aquilo que eu te falo, eu não... A minha função lá não era coordenar essas coisas. Era mais fazer serviço de banco.
Ele tem um irmão que está em coma há 12, 13 anos, tinha que ir ao Sarah direto, trocar sonda, remédio, passava mal, era muito tumultuado.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Você fazia tudo?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Tudo, fazia tudo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Sr. Hugo, percebo que o senhor tinha um livre acesso dentro do Carf, dentro do contencioso. O senhor levava os processos do José Ricardo, o senhor tinha ali uma liberdade muito grande ali dentro das instalações, imagino eu, o senhor tinha acesso livre.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Como eu ia toda vez pegar um processo ou outro, sempre era mesma recepcionista, às vezes trocava de plantão, e já me conheciam, mas sempre me identifiquei na entrada.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Auditor da Receita que era conselheiro, vários auditores da Receita que eram conselheiros, imagino eu que o senhor conheceu muitos em atividade? Auditor, não estou falando de advogados que prestavam serviço ao Carf, mas auditores que prestavam serviço.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não conhecia ninguém, só de ver. Por exemplo, chegava ali, estavam as pessoas sentadas, então eu olhava, colocava o processo e ia embora, porque, na verdade, quanto mais tempo que eu ficasse longe do José Ricardo, para mim, era melhor. Para mim, era o melhor dia o que tinha a reunião, porque ele ficava por lá mesmo e não aparecia no escritório.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ele te perturbava?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Demais da conta. Começava na quarta-feira, sete da manhã, no trânsito ainda, ele já gritando.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor não quis entrar num processo contra ele de trabalho escravo, não? Está em tempo ainda.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, nunca pensei nisso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Passaram dois anos?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, 2013 que saí de lá.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Acho que ainda está em tempo, são 24 meses.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Ficava por três dias lá, era onde poderia ficar mais descansado.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas, desses auditores que o senhor viu lá algumas vezes nas câmaras, o senhor viu algum deles dentro do escritório algum dia? Conta para nós.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, nenhum. É isto que falo: a minha função, em relação ao Carf, era levar o processo do José Ricardo para julgar e, quando ele precisava de algum processo, ou seja, que já vinha na próxima pauta, às vezes, ele devolvia um processo para o 11º andar ou às vezes eu ia buscar algum processo. Essa era a minha função ali no Carf. Era uma vez no mês só ou uma vez ou outra quando ele pedia para pegar algum processo que ele tinha que ver, não sei se cairia na próxima pauta, alguma coisa assim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor se lembra o nome de alguma empresa que o escritório do José Ricardo e do APS firmou contrato com essa grande empresa? O senhor lembra de alguma grande empresa? Imagino que sim.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Lembrar o nome, não, se for falando os nomes, posso ir lembrando e falar, mas de cabeça...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Vou perguntar ao senhor então?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Sim, pode perguntar.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A RBS?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Sim, a RBS, eles tiveram uma causa que foi pago R$13 milhões, foi pago, me parece, não sei se foi em duas parcelas ou três.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Quatro parcelas.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Ou seja, foi emitida a nota, mas houve essa entrada, houve isso, sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Esse dinheiro foi em espécie?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Entrou dinheiro na conta, não sei se fizeram TED, mas na conta entrou em dinheiro.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor lembra desse contato com a RBS?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Lembro, lembro, sim!
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Com o Banco Safra?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – O Banco Safra lembro que tinha um contrato mesmo, mas esse contrato era bem antigo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Santander?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Santander, acho que era do Conselho o processo, do escritório.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – No caso, por exemplo, da RBS, que entrou esse volume de dinheiro, logo, logo, no mesmo dia ou no dia seguinte, o José Ricardo botava em ação para ir lá buscar esse dinheiro?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, isso aí, acredito – não lembro bem, não –, foi aos poucos mesmo, pagando as contas devagar, fazendo transferência, foi uma parte para a Agro, uma parte para a mãe.
Nessa planilha, não sei dizer exatamente, é que estava, por isso que, lá na Polícia Federal, falei: o que posso ajudar é porque essas informações, não sei, estão na planilha de 2009 a 2012, lá estão os valores, para onde foram, para que conta foram, porque todo pagamento que era feito fazia-se o cheque com o valor total, tirava a cópia desse cheque, numa folha em branco, havia uma gradezinha dizendo aquele valor, digamos R$12 mil, foi mil para isso, dois mil para aquele.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Fazia-se a distribuição.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Tudo discriminado e isso era arquivado na pasta do dia. Lá na Polícia Federal, disse "não sei onde está a dificuldade, porque tudo era anotado, tudo era bem-feito".
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Na planilha, não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Portanto, um auditor que vai pegar aquilo vai saber tudo. Vai estar tudo mastigadinho. Entendeu?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Tinha algum contrato também com o Banco Santander? O senhor se lembra?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – O Santander, eu ouvi o nome. Mas isso aí para mim é do Conselho. É um processo que estava no Conselho.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Estava no Conselho. Esse da RBS também estava no Conselho. O senhor sabia que estava no Conselho?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Do RBS, eu achei que isso era deles mesmo. Era fora do Conselho.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Do Santander o senhor sabia que estava no Conselho? Era uma causa?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, porque, na montagem do processo que eu levava para ele, como estava no Diário Oficial, tinham os nomes, então eu sabia. Por isso eu me recordo do nome.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Esses volumes, então, que o senhor levava de documentos para serem julgados, o senhor se lembra do nome de quais empresas? RBS?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Só você me falando, que eu vou confirmando.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Tá. RBS. A BR Food.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Também. Lembro. Do Conselho.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – BR Food? O senhor levou esse processo?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Levei.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor se lembra de algum processo do Bradesco?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Tinha Bradesco. Não sei se era um processo ou dois processos. Mas tinha Bradesco. Bradesco, Bank de Boston.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Vamos lembrando, então, aqui.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Mitsubish.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mitsubish.
Caoa também?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não lembro.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ford?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Ford também eu não lembro. Mas vai falando mais nomes, porque eu lembro, porque esses daqui eram...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Você lembra alguns nomes, Senador Pimentel? Eu tenho essa relação e agora está me faltando aqui.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Mitsui. Eu lembro porque eu manuseava muito. Aí nessa sessão não houve esse julgamento, devolvia o processo, depois ia de nome. Então, são nomes que eu via. Fica na capa do processo. Como me pedia para organizar nos lugares certinhos para quando ele pedisse já ter que levar, então...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O Safra?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – O Safra eu não me lembro não. Mas eu acredito que sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Acredita que sim.Tinha processo no Carf. E que o Sr. José Ricardo trabalhava esses processos e tinha contato com essas empresas, né?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Tinha. Não, o contrato, não. Que eu me lembre, lá também tem uma pasta de A a Z. Então, tinham os contatos dentro dessa pasta. Essa pasta não ficava comigo. Não dá para eu confirmar se era do escritório ou se era do...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas o senhor se lembra de algum contrato com alguma dessas empresas que a JR fez?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Eu não me lembro.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor se lembra dos volumes?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É, porque o nome está na capa. Então, por manusear, você acaba...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas acessar os contratos de prestação de serviço não?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Não sei, não.
Só os que eu tive acesso. Eu não me lembro do nome. Mas não eram de empresas. Eram mais nomes de pessoas mesmo, porque havia processos para se resolver. Agora, tem uns processos antigos, que, assim quando começou, em 2004, quando eles abriram escritório. Tinham vários contratos que eu acho que já vinham do Dr. Ivani.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor lembra algum nome?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Só Arno. Arno. Mas não dava, porque...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Pessoas físicas?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Também não lembro. Só se você tiver e eu por acaso lembrar. Falar o nome e lembrar. Mas não gravei isso, não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Aqui tem uma lista de empresa aqui que talvez facilite para a gente, né?
Via Engenharia? Você se lembra da Via Engenharia?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eles têm contrato com a Via Engenharia. Porque eu acredito que isso era contato do Dr. Bruginski.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Que era sócio.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente. Mas era porque é conhecido, aquela coisa toda. E realmente eles tinham causa. Mas acredito que não tinha nada a ver com o Conselho não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Entendido. Essa GRV Solution...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – GRV é do Carf, do processo de lá.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Do processo.
A Suzano Celulose também?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – A Suzano, deixa eu ver... Acho que não é do Carf.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Você acha que não é do Carf?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Acho que não é.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – É, mas tinha um processo lá no Carf.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Porque eu não vi mesmo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Votorantim.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É porque eu não vi mesmo. Porque do Suzano eu vi o contrato. Por isso que eu estou dizendo. A Suzano tinha um contrato, então, com o escritório do José Ricardo, não é?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A Suzano tinha um contrato, então, com o escritório do José Ricardo, não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso. Por isso eu estou dizendo que não é do Carf.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O.k.
Votorantim? Lembra de algum contrato?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Do contrato não, mas do processo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Processo junto ao Carf.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Com a participação do escritório.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não sei. Mas é porque ele julgava. Ele era conselheiro. Então, isso estava no montão que ele julgava.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Era processo que o senhor levava até lá para ser julgado.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
Esse eu não vi contrato não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Entendido.
Essa TOV Corretora.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – TOV também no Conselho. Contrato eu não vi.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Incobrasa. Lembra dessa empresa?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Conselho também do processo. Não sei se tem contrato.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Era processo que estava no Conselho para ser julgado.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso. Exatamente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Eletrolux. Lembra dela?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Também Conselho.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Werebe Associados.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Esse eu não lembro.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Qualy Marcas. Lembra desse nome?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Qualy Marcas é Conselho também.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Conselho também. Era processo que estava para ser julgado.
Caenge S.A.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Caenge eu acho que não é Conselho.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Você tem uma memória muito boa. Parabéns. Sarou o stress.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, é porque esses processos, desde 2005, o que ele fazia? O José Ricardo pegava um apanhado de processos. Ficava tudo dentro da sala. Então era montes e montes. Ele pedia para eu pegar. Eu preciso do processo tal e tal. Então eu manuseava sempre esse processo para entregar para ele. Ele me devolvia, eu colocava lá no lugar. Eu separava por... Então por muito tempo, por manusear, você acaba lembrando os nomes.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Lembrando os nomes.
Avipal. Lembra?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Conselho. Processo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Estava no Conselho para ser julgado.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Contrato eu nunca vi.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Merck S.A.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Também é processo de Conselho.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Hotéis Royal?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Esse eu não lembro.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Gestão Planejamento.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Também não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Vinicio Kalid Advocacia. Algum contrato com eles? Não se lembra?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Também não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Lemos Associados.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Lemos é Conselho. É processo. Não tem contrato com ele, não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor acha que a Gegliane foi vítima como o senhor desse processo todo?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Olha, até então, porque estou acompanhando esse processo através das reportagens que saem no Google, então, quando na Polícia Federal eu falei: olha a Gegliane... Porque até então ninguém tinha interrogado ela, aquela coisa e tal. Então eu falei: olha, ela pode ajudar porque eu não sei o que estava na planilha, mas foi ela quem fez a planilha.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ela sabia, né?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Então, assim, normalmente ela sabe. Ela vai dar uma melhor informação para vocês até chegar num parâmetro. "Ah, mas ela não está aqui, ela está na África do Sul." Eu falo assim: eu não posso fazer nada, ela fez a planilha. Ela pediu que eu fosse na gráfica para imprimir essa planilha que era gigante. Eu imprimi naquela folha de planta, e aí depois ela me pediu para que eu tirasse mais uma cópia. Por quê?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor nunca ficou com uma cópia dessa?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, ia fazer o que com aquilo. Ia servir para que uma planilha gigante?
Eu sabia que aquilo era coisa deles. Porque como eles iam separar a sociedade e coisa tal, eu falei: ah, é prestação de contas deles. Então aquilo era para ver o que o José Ricardo devia para o Alexandre, para, no frigir dos ovos, ver quem ia ficar com o quê.
Ela estava por dentro disso porque ela que manuseava, que digitava e tudo. Então melhor ela para dar essa informação.
Aí, quando eu fui ler a reportagem dela, disse que ela confirmou que ela recebeu o dinheiro para fazer isso. E eu não acreditei, porque eu ainda estava... Quando eu li a reportagem eu ainda falei assim: a Polícia Federal já vai acusando, já vai sentenciando a pessoa sem saber. Eu ainda acreditando. Mas quando eu li que ela recebeu o dinheiro e ela sabia... Aí falei: agora não sei de mais nada.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Eu acho que ela recebia um dinheiro por fora.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu vi na reportagem ela confirmando.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ela chegou a ser sócia de algumas empresas do APS, não chegou?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu não sei. Porque isso é ela com o Alexandre, entendeu. Essas coisas assim ela não contava para gente. Contava coisas corriqueiras ali dentro, quando tinha tempo para sentar e falar. Mas ela não era de comentar isso.
Então, eu fiquei admirado em saber, porque ela recebeu dinheiro. Quer dizer, é como se não soubesse de nada. E eu na verdade acreditava nela porque ela é muito organizada, fazia questão de prestar contas até o último centavo, se tudo estava certinho. Se eu esquecia de entregar algum documento... Por isso que eu te falo que eu não era organizado. Ela ficava o tempo todo cobrando: "cadê o papel, está faltando para eu colocar aqui."
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ela fazia a contabilidade criativa, como disse o Senador.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu realmente não sabia mesmo não, eu fui saber pela reportagem.
Tanto é que o Cajado, da Polícia Federal, tinha me chamado de novo, acho que era para esclarecer algumas coisas. Quando eu cheguei, a Gegliane estava lá. Ela entrou e ficou um tempão. Ele me ligou, já tinha até esquecido de que eu estava lá esperando. Então, eu fui embora, e ele falou assim: "Não, qualquer coisa, eu te chamo aqui de novo". E aí ficou por isso.
Mas aí, pegou depoimento, e eu fiquei sabendo pela reportagem que saiu.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Essa Terra Fértil. Você está lá desde 2002, e começou pela Terra Fértil, não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Foi.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Administrada pelo Sr. Flávio Rogério da Silva...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – ... que é irmão do José Ricardo, não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor chegou a fazer algum saque em banco?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Só na época em que eu trabalhava lá, mas era própria conta mesmo. O que entrava era só mesmo da colheita e empréstimos de banco, que eram para manter até a próxima colheita, entendeu? Mas eram só recursos da própria fazenda ou Finame, tudo está ligado.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor chegou a fazer alguns saques da conta do escritório para depósito na Terra Fértil?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu acredito que sim, para a Agro.
Do escritório, sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Muitos depósitos?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Alguns, entendeu? Não eram muitos, não. Esse dinheiro entrava – eu não sei qual é a finalidade –, mas a Agro sempre estava na pendência de pagar as coisas, então eles cediam essa parte para depois a Agro devolver. Entendeu?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Eu vou fazer-lhe uma pergunta, se o senhor achar que não deve responder, fique à vontade.
O senhor acha que esta empresa Terra Fértil, como outras que foram criadas, como a Goiás Óleos Vegetais, a Fertivida, funcionava para lavar o dinheiro do escritório?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu nunca imaginei isso, porque, para mim, a Terra Fértil já tem essa fazenda há muito tempo, há muitos anos, eles vêm trabalhando em cima disso. Então, para mim, a Ivanice, a D. Nice, o José Ricardo eram pessoas muito corretas. Eu tinha essa convicção nesse sentido, porque eles eram muito corretos de pagar as contas em dia, de ser justos ali, de não deixar nada passar em branco. Então, eu tinha esse respeito.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Esse conceito.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É, até o José Ricardo perder as estribeiras e começar a me tratar daquele jeito, mas a Ivanice, a mãe dele, todos me tratavam muito bem.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E o conceito que o senhor tem hoje, então, do José Ricardo?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Agora eu entendo o porquê da grosseria, do nervosismo, de voltar a fumar. Era porque alguma coisa estava errada. Então, depois que saiu toda essa história do Carf, eu fui entender o porquê da atitude dele.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Vai botando as pedras do quebra-cabeça.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente, porque fazia daquele jeito, porque chegava nervoso. Então, tinha que achar uma válvula de escape ou um saco de pancada. Por que era aquilo? Eu me sentia um lixo. Agora, eu entendo qual é a razão.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O conceito que o senhor tem hoje do José Ricardo não é de homem sério?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, mas para mim era, por conta do profissionalismo, de trabalhar, todos eles.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas o conceito que o senhor tem hoje? O senhor tem um conceito hoje de que ele não é um homem sério? Esse é o conceito?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente, por conta de tudo isso que se vem falando dele, a respeito dele, aí você começa a ligar. Agora, eu entendo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Porque o senhor esteve muitos anos.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Porque o dinheiro entrou, o dinheiro sumia, o dinheiro não aparecia.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E dinheiro não cai da árvore, não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Evidentemente.
Quando mudamos para a QI 5, ele era um desespero só, porque a conta dele estava estourada, com contas para pagar, ele fumando desesperadamente e esperando: "ah, o fulano vai me depositar o dinheiro", "há um cara que está me devendo, que vai depositar". Então, o dinheiro que entrava na conta dele já saía por causa do débito que havia na conta. Então, o dinheiro que entrava era R$30 mil, R$40 mil para cobrir, já estava estourada a conta dele. Então, sobrava pouco.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Havia muitas festas?
Vocês faziam muitas festas?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, só final de ano, era confraternização, e, assim mesmo, houve duas só.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E o APS?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Justamente, junto. Foram duas vezes. Foram dois anos: em 2011 e em 2012.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – APS é um homem muito rico hoje?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Pelo que nós sabemos, por tudo que aconteceu com ele, ele não tem dinheiro não. O que ele tem são os bens dele, essa casa na QL 12.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ele é um lobista?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É um lobista.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Lobista.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu não sei se ainda é, mas, naquele tempo, estava atuando.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – No escritório, ele agia como lobista, não é? Ele procurava as empresas que tinham processos a ser julgados no Carf? O senhor tem algum informação?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, isso aí eu não sei informar-lhe mesmo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O José Ricardo procurava algumas empresas?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Também não sei, porque, nessa movimentação do escritório, entra e sai, então, eu nem ia me atrever a perguntar, porque... Mas havia bastante gente diferente que ia a reuniões direto, entendeu?, a portas fechadas.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O Bradesco fez alguns depósitos para o escritório do José Ricardo?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Como assim? O banco?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O Banco Bradesco fez alguns depósitos?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Só empréstimo que ele fazia, né? Então, tinha...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não, não. Fora o empréstimo?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, não. Que eu saiba, não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O Bradesco, conforme o senhor lembrou aqui, tinha processo no Carf, não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – No Carf, é.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor levou alguns julgamentos para o Sr. José Ricardo, que era conselheiro na época. O senhor não chegou a ir ao banco buscar algum dinheiro...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – ... que o Bradesco mandou para o escritório?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, nenhum. E era assim, por exemplo, ele falava: "Olha, um cara está me devendo aí e ele vai entrar". Então, para organizar, deixar tudo certinho, porque você vai perguntar: "De que foi isso aqui?" "Coloca aí: JR".Entendeu?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Entendi.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Sem...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor não tinha acesso...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – A informação nenhuma, porque é aquilo que eu te falo, eu estou falando, eu seria o ideal para poder contar todas as coisas, porque eu falava demais, entendeu?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – É. Se o senhor estivesse no lugar da Gegliane...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Com certeza, já teria, né? Porque eu falo, independente de qualquer coisa que esteja, ninguém confia em mim, porque eu falo, entendeu?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Que bom. (Risos.)
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Esse é o problema. (Risos.)
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas tem que confiar, tem que confiar.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Evidente. Eu falo. Se eu estiver vendo algo errado, eu vou contar.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Eu estou confiando plenamente no que o senhor está dizendo aqui e posso dizer, Sr. Hugo,...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu falo. Eu não tenho o que esconder, entendeu?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Pois é. Olha, o senhor está fazendo – na minha concepção, salvo melhor juízo –, o senhor está fazendo uma belíssima defesa.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, eu digo assim...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor está fazendo uma belíssima defesa da pessoa do senhor...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Essa questão do...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Porque o senhor sabe que eu vim do Direito, mas eu sou empresário. O senhor sabe que um negócio dessa natureza...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Evidente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Lá no art. 327 do Código Penal, parece-me que, no parágrafo único, todo mundo que passar por ali ...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Evidente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – ... é culpado, não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Pois é, agora...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas aqui o senhor está fazendo uma verdadeira defesa, não é Senador Pimentel?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É igual àquilo...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor está fazendo uma verdadeira defesa. O senhor está tendo uma oportunidade maravilhosa. Isso aqui, a Polícia Federal e o Ministério Público vão ter acesso a toda essa fala do senhor, através das notas taquigráficas, e eu tenho certeza de que eles vão ter uma outra visão, agora, diferente do senhor, diferente da Gegliane, que chegou e não disse nada a ninguém.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Gente, mas não adianta. Você errou, e não adianta querer tapar o sol com a peneira, quando, na verdade, o Parlamento inteiro está assim, não é? Todo mundo sentando em cima do rabo, mas comigo não tem disso não!
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Está pegando fogo aqui. É verdade.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu errei, eu não me importo, não. Eu estou aqui. Todo mundo sabe onde eu moro, entendeu? "Ah, você fez isso, fez aquilo?" Fiz, sim! Eu errei, eu vou ter que pagar por isso? Vou.
Agora, veja bem, eu não vou acobertar ninguém, entendeu? Se eu soubesse, na verdade, "olha, aconteceu isso, isso e aquilo". Eu não tinha por que... Eu não tenho medo também, não. "Ah, eu não vou contar porque eu vou sofrer represália". Não é isso, não. Eu não sei, eu não sei, entendeu? O que eu sei e o que eu puder falar eu falo. Eu sei de mim!
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – É.
O José Ricardo conhecia algum ministro?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Olha, que eu saiba, não. A não ser o ex, o Silas Rondeau, que ia lá no escritório. Isso eu sei porque eu vi. Ninguém me falou, não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ele ia sempre lá, não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Hum-hum. Se ele conhece algum ministro eu não sei.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O José Ricardo, ele... Mas eu percebo que o senhor não tinha muita oportunidade de estar muito próximo dele não, não é? Até porque...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Até porque eu corria!
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Você corria dele!
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente. Se você perguntar para a Gegliane, porque veja bem, era uma briga, porque ela falava assim: "Hugo, vai lá na sala do José Ricardo e pede assinatura deste cheque". "Não, vai você!" (Risos.)
Ela: "Vai, porque eu não posso levar". "Vai você lá!" Eu me escondia. Ali eu não ia. Eu evitava, ao máximo, ficar perto dele. Porque a presença dele me repugnava.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Você o ouviu, algum dia, ao telefone, chamando alguém de amigo, alguma coisa assim?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Primeiro, porque chegava na sala dele... Se você chegasse e botasse só a carinha, para olhar assim, você já levava um esporro, de longe.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – É, não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Tinha que bater logo e você: "Ôo!" Entendeu?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ele era bruto mesmo?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É. Mas ele não era assim não, tá? Na época da Agropecuária Terra Fértil...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Quando era pobre, ele não era assim não?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É. Era bem humilde, uma pessoa assim genial, entendeu?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ah, foi depois que ele ficou rico que ele ficou assim?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Em 2004, até então, ele começou. De 2004 para 2005, ele já começou a se alterar, sabe, de arrogância...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Entendo.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Só que, ao mesmo tempo, a impressão que eu tinha era que ele era bipolar, porque, ao mesmo tempo que...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não era o dinheiro que estava chegando, não?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu não sei, porque ela atacava e, daqui a pouco, olhava para a gente e falava: "Tudo bem?" Bem calminho, mas era o dia todo assim, mudando de humor. Ao mesmo tempo em que estava uma pessoa doce, estava endemoninhado.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ele estava sabendo que o senhor viria aqui hoje?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não sei. Não faço a menor ideia.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ele chegou a falar, a pedir para alguém falar com o senhor?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Nunca ninguém me procurou.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não, né?
Ele nunca lhe ofereceu...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, nada.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Advogado, etc. Nunca fez isso não?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Nada. Ninguém me procurou.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Entendi.
Eu acho que ele não acredita que nós acreditamos no senhor.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Vai fazer o quê, né?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Eu acho que ele não acredita que nós acreditamos no senhor.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Mas é estranho também. Sabe por quê? Ninguém me procurou para, sabe, trocar um ideia.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Quando a Erenice foi ao escritório, ela ainda estava no Governo? O senhor se lembra disso?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Já tinha saído.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Tinha saído do Governo, né?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu sei dela porque, na verdade eu nunca conversei ela porque também, pelos comentários que haviam ali, era um poço de arrogância. entendeu? Então, como não era minha chefe, não era nada meu, então, para mim pouco importa entrar lá ou sair. Mas eu sei que era ela, porque eu via. Já cruzei várias vezes com ela na sala principal do escritório. Já encontrei várias vezes, mas nunca troquei palavra com ela, não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Perfeito.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu vi.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Eu não quero cansar o senhor. O senhor se lembra da Srª Meigan Sack?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Lembro. Mas ela foi algumas vezes só no escritório. Mas quando iniciou a SGR, porque o Dr. Edson era sócio, ela foi algumas vezes. Mas depois não foi mais no escritório. Ela não frequentava lá.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A Drª Adriana?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Está lá. Ela também se formou junto com eles. Eles são muito amigos. Então, ela trabalhou lá no escritório também.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Você chegou a levar processo para ela também?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Para ela não. Só José Ricardo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Só para o José Ricardo.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Só o José Ricardo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Essa briga do Cortez... Você se lembra do Cortez?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Lembro. Eu gosto dele, porque é uma pessoa muito de tratamento.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Você sabe o porquê daquela briga? O José Ricardo deixou de pagar alguma coisa?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu acredito que seja por conta do dinheiro que o Dr. Paulo emprestou para o José Ricardo, porque me parece que eram só umas economias que ele tinha. Ele precisava desse dinheiro, e o José Ricardo não tinha como pagar a ele. Aí é onde está, né? Se entra tanto dinheiro, por que não tem para pagar?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Essa Terra Fértil é muito rica, não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Ele tem só o patrimônio.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O patrimônio é muito grande.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – A fazenda em si. Eles já tentaram vendê-la, mas ficou difícil.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ele tem muitos imóveis aqui, o José Ricardo, a família. Ele tem muitos imóveis. O senhor conhece alguns imóveis?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Sim, a fazenda.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E imóvel comercial aqui?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Comercial, eu acredito que não tenha. Só mesmo... Ele tem uma chácara. São duas fazendas. A casa onde a mãe mora lá no Lago Sul. Que eu saiba, são esses.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O pai está bem de saúde? Você tem noção?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Quando eu saí de lá, ele já estava com Alzheimer já. Já estava iniciando. Ele estava com esquecimento, porque a outra parte não estava ruim não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Lá você via blocos de notas fiscais?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Tinham os blocões de notas fiscais.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Blocos de notas fiscais lá no escritório que não fossem do escritório?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Só do escritório mesmo. SGR, que já não estava mais funcionando.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor não chegou a ver bloco de notas fiscais de outras empresas de consultoria?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Só mesmo da JR e a SGR, que também já nem usava mais, porque não emitiu mais nota da SGR. Tinham os blocos, mas de outra empresa eu não vi.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Eu não quero cansar mais o depoente, o Sr. Hugo.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu estou aqui. Não há problema.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Se deixarem, eu fico o dia inteiro com o senhor.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Mas é melhor que saiba.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A prosa está boa que está danada.
Eu indago ao Senador Pimentel se deseja fazer perguntas.
Então, eu vou agradecer mais uma vez a sua presença, Hugo. Se necessário for, nós vamos convidá-lo de novo. Podemos?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Sem problemas. Para esclarecimentos, sem problemas.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O.k. Agradeço muito a sua presença. Desejo-lhe boa saúde e que o seu trabalho hoje... O que o senhor está fazendo?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu sou tarólogo. Desde 2013, eu decidi fazer o que eu gosto mesmo, porque eu fazia isso há muito tempo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Se o senhor achasse uma outra proposta, se o José Ricardo...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Não tem proposta mais. Eu prefiro fazer o que eu faço. Estou lá na minha casinha, fazendo o meu trabalho, ajudo as pessoas. E continuo nessa, entendeu?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas se o senhor fosse convidado para um outro escritório que trabalhasse nessa mesma natureza?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Para lhe pagar 50 mil por mês, você toparia?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Pelo que eu faço hoje, não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não. Pelo estresse que o senhor viveu ali dentro?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. De jeito nenhum.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Pelo negócio que o senhor fazia, o senhor não aceitaria um salário de 50 mil por mês?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Não aceitaria não. Prefiro com os meus milzinhos, jogando o meu tarô, porque é um ciclo de amizades que você vai criando. Entendeu? Então, tenho ajudado bastante gente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor se arrepende? O senhor se arrepende de ter feito esse trabalho?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Na verdade, eu sempre soube que eu tinha esse caminho para trabalhar com o tarô, a espiritualidade, mas, se eu bem soubesse, eu não teria entrado. Eu teria ficado por isso mesmo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor se arrepende?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Muito.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Isso.
O Sr. Edson, nós vamos falar com ele daqui a pouco, o senhor o conheceu?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Conheci.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Edson Pereira Rodrigues.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ele é advogado, sócio da SGR Consultoria.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Também ficava lá no escritório?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Ficou um tempo só.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Juntamente com a sua filha, a Meigan, não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Quando ele começou, em 2004, no escritório da SGR, ele já era sócio, começou e tal.
Então, parece-me que ele ia captar clientes, mas nada ligado. Até então, esse processo era ligado ao Conselho.
Então, eu não sei por que razão ele desistiu, não quis mais ficar. Ele ficou pouco tempo. Em 2006.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas ele captava clientes?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Ele levava alguns clientes mesmo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ele levava?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Mas, a bem do que eu conheço em relação a esses processos, era bem diferente. Eu acredito que não havia envolvimento.
Eu gostava muito dele.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor se lembra de algum cliente que ele captou e levou ao escritório?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, não, só nessa pasta mesmo de contrato que existe lá, mas eu não me lembro do nome, não.
Eu gostava muito dele.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Pois bem.
Então, agradeço ao senhor.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Por nada.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Eu peço, então, à Secretaria da Mesa desta Comissão que encaminhe até a mesa o Sr. Edson Pereira Rodrigues.
Sr. Edson Pereira Rodrigues, agradeço a presença do senhor e também do seu advogado, o Dr. Marcus Vinícius de Camargo Figueiredo.
O senhor está de posse de um habeas corpus, não é isso?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O.k.
O senhor pode, então, permanecer em silêncio, conforme determina a nossa Constituição, também pode falar com o Dr. Marcus, quando julgar necessário, o senhor pode também nos ajudar muito nos trabalhos desta CPI, se assim o senhor achar que deve, respondendo-nos algumas perguntas, algumas dúvidas que nós temos aqui.
Nós compartilhamos os trabalhos desta CPI, desta Comissão Parlamentar de Inquérito, com a Operação Zelotes, comandada pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, como já é de conhecimento de V. Sª.
Geralmente, como é de praxe aqui, nesta Comissão, logo de início, nós passamos a palavra. O senhor é um advogado, sócio da SGR Consultoria Empresarial Ltda. e do escritório Rodrigues e Advogados Associados, juntamente com a sua filha, a Srª Meigan Sack Rodrigues. Presidiu o Carf de 1995 a 2005. Naquela época, era um Conselho.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Exatamente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O.k.
Sua filha, a Meigan Sack Rodrigues, foi conselheira do Carf.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Representando os contribuintes, até a deflagração da Operação Zelotes.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Certo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Eu pergunto ao senhor, a V. Sª se o senhor quer fazer uso da palavra e nos descrever, como Presidente que o senhor foi do Conselho e do Carf, vamos colocar assim, por longa data, cinco, dez anos, o que o senhor pode dizer para nós sobre o Carf, nesse período e pós o período do senhor como, depois, consultor. O que o senhor via que estava certo dentro do Carf, o que estava errado dentro do Carf, o que o senhor ouvia naqueles corredores como Presidente do Carf.
O senhor quer fazer uso da palavra e falar alguma coisa sobre o Carf, mais especialmente sobre o funcionamento do Carf para nós, Sr. Edson?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Então, lhe passo a palavra, com muito prazer.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Eu pediria primeiro cinco minutos para fazer uma colocação, Excelência.
Em primeiro lugar queria me desculpar por não ter vindo na outra convocação. Eu estava adoentado. Faz dois anos que estou em tratamento de um câncer e, com a imunidade baixa, seguidamente eu fico com resfriado, garganta, atacado por uma gripe, e estava afônico e não consegui vir. Ainda não estou bem, mas... Então eu queria agradecer e me desculpar por não ter vindo aqui.
Com relação ao Carf, vou ler uns trechos para que a gente inicie aqui alguma conversa.
É importante registrar, Excelência, que exerci o cargo de Presidente do então Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, hoje Carf, por quase uma década. Tendo sido o segundo presidente na história do órgão que mais tempo exerceu o seu mandato, de 1995 a 2004, não foi 2005.
Servi a dois governos de legendas diferentes. Durante o período em que exerci as minhas atribuições, nunca houve notícia de qualquer ato desabonador da minha conduta ou dos meus pares.
Fui, inclusive, agraciado pelos relevantes serviços prestados naquele período, com a mais alta honraria concedida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, que é a medalha Noé Winkler.
Infelizmente meu nome surgiu na investigação, no ano de 2015, portanto mais de uma década após o meu desligamento do órgão, quando já exercia a advocacia.
Como advogado, respondo hoje sempre pelos meus atos e tão somente por eles, posto que tenho exercido a advocacia nos estritos limites da lei. Não posso responder por atos de terceiros, sobretudo pela empresa da qual me desliguei há oito anos.
Os trabalhos que executei no exercício da advocacia foram, sem dúvida, como advogado, pois o advogado advoga. Consistiam, via de regra, tais trabalhos em elaborar recursos, memoriais, minutas, tanto no âmbito judicial como administrativo.
A nossa história na Receita Federal do Brasil atesta a conduta ilibada no desempenho no munus publico.
Feitas tais considerações, por orientação dos nossos advogados, eu permaneci em silêncio com relação às acusações. No entanto, se houver interesse, Excelência, com relação à descrição de como funciona o Carf, o trabalho que nós exercemos enquanto presidente, eu posso fazer aqui alguma colocação com relação a isso.
Algumas pessoas que não me conhecem, talvez pelas matérias que foram veiculadas, denegrindo a nossa imagem inclusive, com as acusações que foram aqui feitas, não conhecem os preâmbulos do trabalho de advogado nessa área. Como eu disse, o advogado advoga. E eu me contive sempre nos limites da lei. Para mim, foi uma grande surpresa que, tendo havido uma denúncia, uma briga interna de outras pessoas, eu tenha sido arrastado para essa situação, sem que tenha qualquer acusação, qualquer prova com relação a nossas atividades.
Todos sabem aqui que o advogado, evidentemente, pela questão de não abrir, vamos dizer assim, a forma como você vai atacar um processo, você não não pode falar muito. Inclusive não pode dizer detalhes, porque há uma competição de certa forma nessa área nossa e aí alguns pontos que foram omitidos nas conversas que foram gravadas evidentemente não revelam o teor do trabalho que nós oferecíamos em alguns desses casos.
Há alguns erros grosseiros que foram apontados aqui. Constam dos autos que eu viajei para Londres, para Luxemburgo e para o Canadá. Nem conheço esses países. Bastava fazer uma verificação na própria Marítima da Polícia Federal, que iriam verificar que eu não viajei. Então, estou só colocando um dos muitos erros que estão aí nos autos; o senhor deve ter visto isto, que eu viajei para o Canadá. Nem conheço esse país. Conheço outros países, mas nesse nunca estive.
Então, feito isso, vou me reservar ao direito, por orientação dos nossos advogados, de não falar com relação às acusações que estão aí, até para não prejudicar a defesa, Excelência.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Perfeito, Sr. Edson Pereira Rodrigues.
A nossa Relatora hoje teve que se ausentar mais cedo e ela faz uma falta tremenda pela competência que lhe é peculiar. Nós estamos aqui com o Senador José Pimentel, tão competente e tão sábio – eu sempre tenho dito isso. Mas sábio não quer dizer idade, viu Senador Pimentel? É sábio pela experiência que V. Exª tem em sua história de vida.
Eu gostaria de passar a palavra a V. Exª, Senador Pimentel.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – Sr. Presidente, Senador Ataídes Oliveira, Sr. Edson Pereira Rodrigues, Sr. Edson, nós estamos trabalhando nesta CPI com três grandes linhas. Uma das ações é atualizar a LEF (Lei de Execução Fiscal) para que possamos ter mais celeridade no processo de recuperação dos passivos tributários.
Uma das coisas que nos preocupa muito é o tempo que se leva dentro do Carf para proferir-se o resultado de determinado recurso, que é constitucional, por parte do contribuinte e que, em seguida, não faz coisa julgada e vai ao Judiciário, fazendo coisa julgada contra a União. Temos hoje algo em torno de R$650 bilhões tramitando no Carf e leva-se em média oito anos. Eu sei que a posição dos membros do Carf, particularmente dos que representam o Tesouro, é de procurar encurtar esses prazos e têm uma série de sugestões sobre isso.
Outra linha que nós estamos trabalhando é a questão da paridade. Há muitas preocupações aqui. O nosso Senador Ataídes apresentou uma proposta de emenda Constitucional e vamos fazer todo um debate.
E o terceiro item é como fechar essas portas que, como o senhor começou registrando, resultaram em brigas internas – é verdade! –, o documento que foi encaminhado por parte dos membros do Carf, ex-auditores fiscais da Receita Federal, que a exemplo de V. Sª, que foi auditor da Receita Federal e depois Presidente do Carf por dez anos. Portanto, esse conjunto de ações, eu perguntaria, essas brigas internas tiveram que motivação? O senhor lembra qual foi a origem delas?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Primeiro, eu queria comentar, Excelência, eu tenho acompanhado seu trabalho, suas entrevistas, não o conhecia pessoalmente e queria aqui expressar minha afeição pelo senhor.
Esqueci de registrar no início aqui, faz oito anos que não pertenço a esta empresa SGE. Só para marcar mais uma vez aqui, eu tenho documentos provando isso em cartório. Então, queria deixar claro isso. Esta era uma das acusações, de que eu tinha lavado dinheiro com essa empresa. Faz oito anos que saí de lá, quase uma década.
Respondendo à sua pergunta, Senador, falando da paridade, das lutas que empreendi no conselho como Presidente, estive em alguns países representando o Carf, inseri o Carf na Associação Ibero-Americana de Tribunais Administrativos e no Conselho de Contribuintes e uma das lutas nossas era para que se reforçasse o Carf cada vez mais.
Eu brandi a espada com o orgulho da paridade, que é um exemplo no mundo. Existia, até então, no Canadá, que não era bem paritário, era um dos poucos países onde um terço ou dois terços são da cota dos contribuintes e os demais são da cota dos fazendários.
Eu penso que esse Conselho... Há um livro, inclusive traduzido para o espanhol, um livro francês, exaltando essa paridade do Conselho de Contribuintes, que, diga-se de passagem, esse Conselho atravessou três regimes, vamos dizer assim, Brasil Colônia, Brasil Império e Brasil República.
Em 1540, quando Tomé de Souza chegou à Bahia, já trouxe dois provedores-mores, para julgar as causas das capitanias em segunda instância. Depois, chamou-se Tribunal Real de Fazenda, Real Conselho de Fazenda, até que, em 1924, ele foi criado com essa composição paritária, através de um decreto. E depois, em 1932, sofreu uma outra reforma, vamos dizer assim, mas é o mesmo Conselho que está aí desde o Brasil Império.
Eu pretendia, na época, escrever um livro, e estive em Portugal algumas vezes, tentando, na Torre do Tombo, verificar alguns documentos, para escrever uma história do Conselho. Lamentavelmente, em meu tempo, não consegui isso aqui.
Eu diria que as brigas – respondendo objetivamente – as brigas, sobretudo da pessoa que eu acho que é a pessoa que fez a denúncia, segundo se veiculou na imprensa, é uma briga com outro conselheiro. A essa briga também a gente assistiu, não nesse nível talvez, mas todos nós assistimos as discussões, no próprio Supremo Tribunal Federal, entre o então Ministro Joaquim Barbosa e o Ministro Gilmar Mendes, e também entre o Ministro Joaquim Barbosa e o Ministro Lewandowski. São brigas que ficaram por ali, vamos dizer.
Mas, no Carf, isso se cristalizou. As razões não sei quais penderam para essa finalidade, e acabou acontecendo, estranhamente, de o meu nome surgir e o da minha filha, com relação a isso. As gravações não transcreveram o que eu várias vezes repeti: eu não emiti fraudes. Não vendia crédito fajuto. Não vendia, não fazia colocação de... não defendia questões que envolviam eu sair com uma situação difícil dentro dos meus colegas da Receita, amigos inclusive que eu tenho de anos lá. Não advogava para algumas pessoas – inclusive aqui em Brasília –, cujos nomes não vou declinar, até para não queimar o meu filme, como se diz, desculpe a expressão. E sempre me pautei por uma conduta ilibada. Hoje me vejo em um torvelinho.
Disse para várias pessoas que eu não sei o que é que foi pior, se foi o câncer que eu tive ou essa situação em que me encontrei, arrastado, uma situação com a qual eu não tenho nada a ver. Eu não estou nessa empresa, há oito anos, que é o pivô dessa questão aqui.
Não sei se respondi, Senador, desculpe as colocações, mas...
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – Sr. Edson, o senhor sabe que hoje está havendo mais uma ação do Ministério Público e da Polícia Federal, em desdobramento da Operação Zelotes, e já com um conjunto de informações bastante adiantadas. Essa Operação Zelotes teve algumas dificuldades, na sua fase inicial, por conta de um juiz que resolveu impedir o processo de investigação. O Conselho Nacional de Justiça o afastou, por conta disso, uma juíza assumiu, e esse processo está bastante adiantado.
Uma coisa que hoje já está comprovada é que parte dos conselheiros que representam as empresas, ou seja, aqueles que trabalhavam gratuitamente, dentro do Carf, ao longo desse período, eles, normalmente, compravam pareceres, já que eles tinham dificuldade em elaborar.
Eu pergunto se o senhor, como ex-Presidente e pai de uma filha que também foi conselheira do Carf, se V. Sª tomou conhecimento desses pareceres, que são o resultado da briga. A briga é muito clara. Era, exatamente, o preço de pareceres. Depois era feito o partilhamento do resultado, conforme demonstram contratos de advogados, depósitos bancários comprovados, documentos apreendidos na busca e apreensão e também degravações de processo com autorização judicial.
Eu pergunto se V. Sª tomou conhecimento de que conselheiros, aqueles que não são da Receita Federal, e sim aqueles que representam as empresas, pagaram ou compraram pareceres para ter resultado favorável à própria empresa.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Excelência, para mim, é até uma surpresa isso, porque, durante a minha gestão, nunca tive conhecimento disso, inclusive me dei ao trabalho de fazer alguns testes em alguns votos que proferimos quando eu não era relator de, depois da sessão, examinar se tinha sido votado algum processo a que o contribuinte não tivesse direito. Posteriormente a isso, a minha estada no Carf... Alguns advogados aqui ou alguns estagiários atuam no Carf, eu desafio alguns deles a dizer se eu estive alguma vez no Carf ou muitas vezes. Se eu estive duas vezes durante quase esses dez anos que estou fora do Carf, foi muito.
Eu desconheço completamente que se vendesse sentença. Pode até ocorrer, agora, conhecimento eu não tenho sobre isso não. Eu realmente me surpreendo com esse tipo de colocação. Quando ouvi notícia dessas gravações na imprensa, o comentário que saiu, para mim, é uma surpresa que esteja sendo aventada esta hipótese de que se comprava sentença. Como eu disse ao senhor, pode até ocorrer, mas eu não conheço isso aqui e na minha gestão nunca houve isso, não.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – A sua filha, a Srª Meigan Sack, numa degravação que a Polícia Federal e o Ministério Público procederam, degravação do dia 8 de setembro de 2014, informa que o senhor havia conversado com ela e detalha ao Sr. Wladimir Espindola, da Espindola Advogados, sobre um depósito de R$1.141.191,00 em conta da Rodrigues Advogados. V. Sª confirma essa relação, esse diálogo que a própria degravação traz para os autos?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Excelência, na verdade, honorários nós recebemos não só dessa empresa como de outras. No entanto, como nosso advogado orientou para que eu me mantivesse em silêncio ante essas acusações, eu vou respeitar a orientação dele com relação a isso, reservando-me ao direito de ficar em silêncio com relação a essa matéria.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – V. Sª já participou ou tentou participar da defesa de interesse da Ford?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Excelência, esse é outro equívoco muito grande. Vou me defender no fórum próprio, vou me manter em silêncio. Só não trabalhei para Ford.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – E quanto ao extinto Banco Bozano no seu processo de dívidas para com a União e no processo do Carf, V. Sª chegou a atuar nesse processo?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Não recordo, mas também vou me reservar ao direito de silêncio, Excelência.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – O senhor tem o direito constitucional de ficar calado...
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Sim, Excelência. Obrigado.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – ...o direito de defesa, isso não se discute, é constitucional. No entanto, o processo de investigação está muito adiantado, porque felizmente o Estado... E V. Sª quando esteve na Receita Federal ajudou a construir o arcabouço de identificação quando aquele que está envolvido num processo não quer espontaneamente se posicionar sobre aquilo. E, no caso concreto, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal já fizeram um conjunto de levantamento de dados, de depoimentos que são muito fortes contra V. Sª e sua filha. Não é só contra V. Sª e sua filha, não; envolve o conjunto de outros ex-conselheiros do Carf representando o Tesouro Nacional.
Esse sistema está em uma fase bastante, como V. Sª sabe, a nobre advogada acompanha esse questionamento. O fato de V. Sª não querer colaborar espontaneamente não vai impedir que o processo continue andando.
Portanto, nós temos aqui um conjunto de degravação envolvendo V. Sª, a Meigan, sobre a aplicação e divisão de recursos, que foram depositados, que foram sacados, com os contratos, com os depósitos, com a movimentação financeira e, por isso, Sr. Presidente, como o nobre depoente tem o direito constitucional de ficar calado, eu não vou cansá-lo, ate para respeitar a Constituição brasileira, respeitar a pessoa que aqui está, deixando claro que o fato de ele não querer colaborar não impedi o processo de investigação.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Perfeito, Senador José Pimentel.
Sr. Edson, as palavras do nosso Senador José Pimentel retratam o que eu também gostaria de falar. Eu me coaduno perfeitamente com tudo o que o Senador Pimentel colocou. A gente vê que a história do senhor, a biografia do senhor é longa, não é? Biografia bonita!
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – V. Sª é competente. Passou no concurso, na década de...
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Década de 80.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Vejo que o senhor está aqui, no momento, acompanhado do seu advogado, o Dr. Marcus, momento em que o senhor poderia – o único, eu posso dizer – fazer a sua defesa. Mas o senhor está sob a égide do art. 5º da nossa Constituição, e o senhor já colocou para o nosso Senador José Pimentel que prefere, então, não responder às nossas indagações.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Sim, Excelência.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Eu tenho aqui mais de 50 perguntas a fazer ao senhor. Mas o senhor vai fazer uso, então, de permanecer calado diante das nossas indagações?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Sim, Excelência. Eu vou fazer uso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Só para esclarecimento, o senhor disse que saiu há mais de oito anos da sociedade.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Da sociedade, sim. (Pausa.)
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Desculpe-me.
Há mais de oito anos. O senhor se lembra a data em que o senhor saiu da SGR?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Trinta de novembro de 2007.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Trinta de novembro de 2007.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – A data do meu aniversário.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Perfeito.
Em 2006, houve alguns pagamentos para o senhor.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Sim. Era sócio ainda.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – É. O senhor ainda era sócio dessa empresa.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Eu tinha saído, mas os honorários eu continuei recebendo dos processo de que eu fazia jus. Até 2011 andei recebendo alguma coisa, Senador.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Fica muito difícil a gente perguntar, e nós vamos respeitar a decisão do senhor e a do Tribunal e a nossa Constituição Federal.
O que eu posso dizer é que nós temos aqui um total de 16 degravações. Eu só queria perguntar se o senhor conhece o Sr. Murakami.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Sim, o conheço.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ele é um ex-conselheiro?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Não... Nunca foi conselheiro, Excelência.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não?! Mas é um amigo do senhor?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – É um amigo há um bom tempo já.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Qual a profissão dele? O senhor sabe?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Ele é, se não me engano, economista ou contador, não me lembro bem.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Contador ou economista, né?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Mas aí não sei se ele exerce, qual é a função que ele exerce, porque mora em São Paulo, né?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mora em São Paulo?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – É, mora em São Paulo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Vocês chegaram a trabalhar juntos?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Juntos não, foi alguma parceria em que ele trouxe algum processo para cá, não deu certo, efetivamente, algumas coisas a gente não conseguir formalizar.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor teve acesso já ao inquérito da Polícia Federal da Operação Zelotes, onde há essas degravações? O senhor teve acesso?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Sim, sim, já tive acesso, excelência.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor ou o advogado do senhor?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Sim, também.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Então, o senhor tem conhecimento dessa dezena aqui de degravações e de e-mails.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Sim, também.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A tal da degravação e o tal do e-mail não tem como sair dele, né? Ele é terrível.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Às vezes, é bom, né?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – É, mas não há como sair dele. Ainda mais o e-mail, né? Documento hábil.
Eu queria fazer várias perguntas ao senhor. Há outra pessoa aqui, também, só para... O senhor falava muito também com a filha do senhor sobre processos, né, com a Srª Meigan Sack Rodrigues? O senhor falava muito com ela.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – É minha sócia, né?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Sua sócia.
O Sr. Tarik?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Quem é o Sr. Tarik?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Um advogado também.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Um advogado.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – É.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Era sócio do senhor também, não?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Não, não concluímos nenhum negócio juntos, foi uma parceria que tentamos, mas não se fez nenhum trabalho conjunto.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Muitas degravações aqui falando de vendas de resultado, mas... Temos várias degravações aqui, viu, Senador Pimentel, como V. Exª bem disse.
O Sr. Vladimir falava também com a Srª Meigan, sua filha. O senhor lembra do Vladimir?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Lembro.
Eu queria registrar aqui, né, Excelência, que, parte dessas degravações, não conheço, inclusive, algumas foram, parece, cortadas, ou então... Parte delas, não conheço. Eu queria registrar isso aqui, para que não fique pensando que conheci todo o conteúdo.
Há uma quantidade de equívocos muito grandes nisso aqui, acabei de citar uma aí que não deveria nem ter citado, que foi a questão das viagens, está sendo afirmado, o senhor deve ter visto isso aqui, ou algumas pessoas viram.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não, aqui, não temos a história das viagens, é até uma novidade para nós, aqui, que não sabíamos da história das viagens não.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – É, que eu tinha viajado para Ásia, Luxemburgo, nunca fui a estes países aí, há uma série de equívocos aqui. Fui nomeado Delegado da Polícia Federal também, fui delegado de duas delegacias da Receita Federal, inclusive a de Porto Alegre, fui nomeado e não assumi como delegado, tenho um respeito muito grande pela minha instituição e pela Polícia Federal. Não acredito que tenham feito isso de propósito. Isso foi erro pela quantidade de massa de informações que estão tratando e que cometeram esses equívocos aqui e algumas deduções, inclusive, que são próprias da polícia e do Ministério Público, algumas deduções que também não são o que eles estão colocando aqui. Isso, na nossa defesa, no foro próprio, vamos exercitar esse direito.
Então, eu queria dizer, Excelência, que não conheço todo o conteúdo das degravações e, sequer, há algumas que me parecem completamente equivocadas quando falo em venda, decisões, essas coisas. Mas vou permanecer em silêncio com relação às demais questões.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Antes de o senhor, antes do Dr. Marcus falar com o senhor, o senhor disse que tinha conhecimento dessas gravações, não é?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Tinha, eu tinha conhecimento não do todo, só não...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E, depois, o senhor então, reflui dizendo que não tem conhecimento de todas elas.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Vejo que, de fato , não são todas, mas parte disso aqui. Então, é um equívoco, Excelência.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – É bom ouvir o senhor dizer também que conhece o trabalho da nossa Polícia Federal.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Sim, sim, conheço.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Para mim, o Ministério Público Federal, tenho o maior carinho, o maior respeito pelo trabalho que têm desenvolvido Brasil afora, e pela nossa competente Polícia Federal, que o senhor disse aqui que esteve dentro da Polícia Federal.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – É, cheguei a ser nomeado e, aí, não assumi.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Que merece muito o nosso respeito, né?
Uma degravação dessa aqui pode haver alguma falha? Pode, , porque... Não é?
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Veja bem, eu falei: a massa de trabalho que eles...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – É muito grande.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – ... é muito grande.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas eu acho muito difícil, viu, Sr. Edson? Eu acho muito difícil um e-mail estar compilado errado, uma gravação estar compilada errada. Eu acho muito difícil.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Bom, e-mail eu não acredito que esteja... Não há como.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Enfim, eu também, Senador Pimentel, não vou cansar aqui o nosso depoente. Olhe a quantidade de perguntas que temos aqui a fazer ao senhor. Mas o senhor está firme no propósito de não responder as nossas perguntas, portanto eu libero o senhor, então, deste momento...
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Obrigado, Excelência.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – ...que eu imagino que não é muito bom...
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Com certeza, Senador.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E, como o senhor disse, lá na Justiça o senhor vai, então, defender-se.
Eu agradeço a presença do senhor e a presença também do Dr. Marcus Vinícius.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Eu deixo um abraço para a Senadora Vanessa, a quem não consegui conhecer pessoalmente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Eu digo a ela.
O SR. EDSON PEREIRA RODRIGUES – Mas eu sou um fã dela.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Coloco em votação a Ata da 15ª Reunião.
As Srªs Senadoras e os Srs. Senadores que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.)
A ata está aprovada.
Nada mais havendo a tratar, declaro encerrada a presente reunião.
Agradeço, especialmente, a presença do Senador Pimentel.
(Iniciada às 9 horas e 21 minutos, a reunião é encerrada às 12 horas e 29 minutos.)

Especial: É tudo um assunto só!

Outro dia discutindo sobre as manifestações do dia 15, sobre crise do governo e a corrupção da Petrobrás eu perguntei a ele se tinha acompanhado a CPI da Dívida Pública. Então ele me respondeu: Eu lá estou falando de CPI?! Não me lembro de ter falado de CPI nenhuma! Estou falando da roubalheira... A minha intenção era dizer que apesar de ter durado mais de 9 meses e de ter uma importância impar nas finanças do país, a nossa grande mídia pouco citou que houve a CPI e a maioria da população ficou sem saber dela e do assunto... Portanto não quis fugir do assunto... é o mesmo assunto: é a política, é a mídia, é a corrupção, são as eleições, é a Petrobras, a auditoria da dívida pública, democracia, a falta de educação, falta de politização, compra de votos, proprina, reforma política, redemocratização da mídia, a Vale, o caso Equador, os Bancos, o mercado de notícias, o mensalão, o petrolão, o HSBC, a carga de impostos, a sonegação de impostos,a reforma tributária, a reforma agrária, os Assassinos Econômicos, os Blog sujos, o PIG, as Privatizações, a privataria, a Lava-Jato, a Satiagraha, o basômetro, o impostômetro, É tudo um assunto só!...




A dívida pública brasileira - Quem quer conversar sobre isso?



Escândalo da Petrobrás! Só tem ladrão! O valor de suas ações caíram 60%!! Onde está a verdade?


O tempo passa... O tempo voa... E a memória do brasileiro continua uma m#rd*


As empresas da Lava-jato = Os Verdadeiros proprietários do Brasil = Os Verdadeiros proprietários da mídia.



Sobre o mensalão: Eu tenho uma dúvida!


O Mercado de notícias - Filme/Projeto do gaúcho Jorge Furtado




As histórias do ex-marido da Patrícia Pillar


Luiz Flávio Gomes e sua "Cleptocracia"



Comentários políticos com Bob Fernandes.

Ricardo Boechat - Talvez seja ele o 14 que eu estou procurando...


InterVozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social

Ajuste Fiscal - Trabalhadores são chamados a pagar a conta mais uma vez

Como o PT blindou o PSDB e se tornou alvo da PF e do MPF - É tudo um assunto só!





Sobre a Ditadura Militar e o Golpe de 64:

Dossiê Jango - Faz você lembrar de alguma coisa?

Comissão Nacional da Verdade - A história sendo escrita (pela primeira vez) por completo.


Sobre o caso HSBC (SwissLeaks):

Acompanhando o Caso HSBC I - Saiu a listagem mais esperadas: Os Políticos que estão nos arquivos.


Acompanhando o Caso HSBC II - Com a palavra os primeiros jornalistas que puseram as mãos na listagem.


Acompanhando o Caso HSBC III - Explicações da COAF, Receita federal e Banco Central.



Acompanhando o Caso HSBC V - Defina: O que é um paraíso fiscal? Eles estão ligados a que países?

Acompanhando o Caso HSBC VI - Pausa para avisar aos bandidos: "Estamos atrás de vocês!"... 

Acompanhando o Caso HSBC VII - Crime de evasão de divisa será a saída para a Punição e a repatriação dos recursos

Acompanhando o Caso HSBC VIII - Explicações do presidente do banco HSBC no Brasil

Acompanhando o Caso HSBC IX  - A CPI sangra de morte e está agonizando...

Acompanhando o Caso HSBC X - Hervé Falciani desnuda "Modus-Operandis" da Lavagem de dinheiro da corrupção.





Sobre o caso Operação Zelotes (CARF):

Acompanhando a Operação Zelotes!

Acompanhando a Operação Zelotes II - Globo (RBS) e Dantas empacam as investigações! Entrevista com o procurador Frederico Paiva.

Acompanhando a Operação Zelotes IV (CPI do CARF) - Apresentação da Polícia Federal, Explicação do Presidente do CARF e a denuncia do Ministério Público.

Acompanhando a Operação Zelotes V (CPI do CARF) - Vamos inverter a lógica das investigações?

Acompanhando a Operação Zelotes VI (CPI do CARF) - Silêncio, erro da polícia e acusado inocente depõe na 5ª reunião da CPI do CARF.

Acompanhando a Operação Zelotes VII (CPI do CARF) - Vamos começar a comparar as reportagens das revistas com as investigações...

Acompanhando a Operação Zelotes VIII (CPI do CARF) - Tem futebol no CARF também!...

Acompanhando a Operação Zelotes IX (CPI do CARF): R$1,4 Trilhões + R$0,6 Trilhões = R$2,0Trilhões. Sabe do que eu estou falando?

Acompanhando a Operação Zelotes X (CPI do CARF): No meio do silêncio, dois tucanos batem bico...




Sobre CBF/Globo/Corrupção no futebol/Acompanhando a CPI do Futebol:

KKK Lembra daquele desenho da motinha?! Kajuru, Kfouri, Kalil:
Eu te disse! Eu te disse! Mas eu te disse! Eu te disse! K K K

A prisão do Marin: FBI, DARF, GLOBO, CBF, PIG, MPF, PF... império Global da CBF... A sonegação do PIG... É Tudo um assunto só!!

Revolução no futebol brasileiro? O Fim da era Ricardo Teixeira. 

Videos com e sobre José Maria Marin - Caso José Maria MarinX Romário X Juca Kfouri (conta anonima do Justic Just ) 

Do apagão do futebol ao apagão da política: o Sistema é o mesmo


Acompanhando a CPI do Futebol - Será lúdico... mas espero que seja sério...

Acompanhando a CPI do Futebol II - As investigações anteriores valerão!

Acompanhando a CPI do Futebol III - Está escancarado: É tudo um assunto só!

Acompanhando a CPI do Futebol IV - Proposta do nobre senador: Que tal ficarmos só no futebol e esquecermos esse negócio de lavagem de dinheiro?! 

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