Que legal!!
A música "Saudades dos Aviões da Panair" sendo executada na TV Veja!!...
Muito Chique!! Parabéns ao Vitor Ramil!! Chega a ser muito engraçado!!...
hehehehe...
Mas de que você está rindo?
A mídia é o 4° ou o 1° poder da república?
A resposta é simples:
O dinheiro é o primeiro poder do mundo!
O Paulo Henrique Amorim prometeu que assinaria os primeiros 300 exemplares vendidos do livro
"O quarto poder - Uma outra história".
Então eu fui um dos trezentos... o meu livro veio assinado. Será que esse "0087" é o número do exemplar?
Ao me ver lendo "O Quarto Poder - Uma outra história " de Paulo Henrique Amorim, um de meus colegas me questionou: Você acredita nesse jornalista?!
A minha resposta é a seguinte:
O cuidado e o senso crítico que tenho ao ler uma notícia ou relato que saí do Paulo Henrique Amorim é o mesmo cuidado que tenho ao ler e ouvir o relato de qualquer outro jornalista, seja da Record, da Globo, da Veja/Abril, do Estado de Minas/Diários associados, Carta Capital, do Estadão, Uol/Folha, de blogueiro, do jornal GGN, da agência Apública, ou qualquer outro.
Sei que ele possui lado.
Sei que ele tem financiamento.
Sei que ele mostra uma parte da verdade.
Sei que ele mostra a verdade apenas pelo seu ponto de vista.
Sei que ele pode esconder/ocultar outras verdades que não interessam a ele ou a seu financiador.
Sei que ele possui uma história de vida e uma experiência na oratória.
Sei disso e porque eu já vi o documentário O mercado de Notícias.
Sei disso e concordo com a visão de mundo daquele guerrilheiro que ouve música.
Sei disso porque eu entendi a razão da existência da empresa/organização InterVozes.
Todos são financiados.
As vezes o financiamento vem do estrangeiro...
Todos mostram uma parte da verdade, esconde outra e tiram uma conclusão querendo que nós tenhamos a mesma conclusão.
As vezes ele explicitar o seu lado é melhor do que ter um lado, ele ficar oculto, ele bancar de imparcial, enganando assim seu público:
No livro ele é explícito! Conta de que lado ele está, como ele fez explicitamente no livro nesse diálogo Paulo Henrique Amorim e Dilma Roussef:
(Sim!! Ele conta parte das conversas que tem com a Dilma Roussef!!)
Escreve explicitamente:
"Eu sou Castilhista, Borgista, Getulista, Janguista, Brizolista, Lulista e Dilmista, nessa ordem"
Está explícito que o PHA recebe financiamento pela Record, que é financiado pela igreja evangélica Universal, que financia também o partido político PRB, portanto se o PHA fizer qualquer elogio ao Marcelo Crivella, principal nome do PRB eu vou ficar desconfiado... Se esse elogio não for feito por outras fontes, apenas o PHA disser isso, tal elogio será meramente ignorado por mim.
Porque?!?! Oras devido ao financiamento em comum dos dois...
E nem vou esperar que ele mostre uma reportagem onde um pastor em sua pregação passa uma máquina de cartão de crédito ao invés de uma sacolinha (veja em Meias-verdades)
O caso é: Nesse livro ele não fala nada sobre Marcelo Crivella, PRB, Universal, liberdades religiosas...
Eu replico a pergunta:
Você tem o cuidado e o senso crítico ao ler uma notícia da Veja?
Você já tentou comparar a cobertura jornalistica com o que acontece na realidade?
Sei que hoje é difícil a credibilidade e montarmos um quadro geral das forças que comandam o país...
Não é fácil pintar esse quadro. Não é maniqueísta, não tem apenas dois agentes, um de cor azul e outro de cor vermelho. Nosso país é mais complicado que isso...
Os jornalistas tem mais credibilidade que a igreja?
A igreja mais credibilidade que as Forças armadas?
As forças armadas mais credibilidade que os três poderes?
E os três poderes? Judiciário, Legislativo, Executivo?
Existe credibilidade? Existe descrédito? Em qual?
Existem co-relação entre eles ou são independentes?
Quem aqui é o inocente da história?
Como nos defendemos dessa colcha de retalhos?
Não sei se bater panelas na hora que alguém estiver falando é a melhor solução.
A melhor solução é ouvir.
Ouvir, comparar com a versão do mesmo fato contado por outra fonte.
Comparar com a realidade que está na frente de nossos olhos.
Descobrir as inconsistências e contradições e pegar o mentiroso em sua mentira!
A Globo dá a versão dela sobre a CPI do Time-Life que aconteceu nos anos 60.
Aqui está a versão da Globo para compararmos com o que diz o Paulo Henrique Amorim:
http://memoriaglobo.globo.com/acusacoes-falsas/caso-time-life.htm
1962/1971 | ||||||||
A inauguração da TV Globo ocorreu em 26 de abril de 1965. Dois meses depois, Carlos Lacerda denunciaria como ilegais as relações da emissora com o grupo Time-Life. Segundo o então governador da Guanabara, os acordos firmados pela Globo com a empresa norte-americana feriam o artigo 160 da Constituição brasileira, que proibia a participação de capital estrangeiro na gestão ou propriedade de empresas de comunicação. Desencadeou-se, então, uma campanha contra a Globo, que contou com a adesão do deputado João Calmon, presidente da Abert (Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão) e um dos condôminos-proprietários dos Diários e Emissoras Associados, um dos principais grupos de comunicação da época, do qual fazia parte a TV Tupi.
A questão foi levada ao conhecimento do Contel (Conselho Nacional de Telecomunicações), que em junho de 1965 abriu um processo para investigar o caso. Paralelamente, em outubro do mesmo ano, o deputado Eurico de Oliveira apresentou um requerimento à Câmara pedindo a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
No dia 20 de abril de 1966, o próprio Roberto Marinho depôs na CPI. Em seu depoimento, o presidente das Organizações Globo afirmou que sempre respeitou a proibição de que estrangeiros fossem proprietários ou participassem da gestão de meios de comunicação. Ele explicou aos congressistas que dois contratos haviam sido firmados com o Time-Life, um contrato de assistência técnica e uma conta de participação:
“Sr. Presidente, em meados de 1961 a TV Globo estava em seus primórdios, a TV Globo nesta época ainda pertencia à Rádio Globo, que obtivera a concessão. Nós já tínhamos um terreno, na Rua Von Martius, na Gávea, lugar considerado pelos técnicos como ideal para a instalação de um estúdio de televisão. Já tínhamos um projeto do eminente patrício Henrique Mindlin e já dávamos início às escavações para as fundações. Já tínhamos pago quase totalmente os equipamentos eletrônicos, bastantes para uma emissora de televisão. Já tínhamos começado a organizar os nossos planos de trabalho, já que nós tínhamos um pouco de experiência jornalística e de radiodifusão, mas nenhuma de televisão. Foi neste momento que duas organizações americanas, a NBC e a Time-Life, nos procuraram para participarem conosco do empreendimento que íamos levar a efeito. Embora os dois grupos tivessem chegado quase simultaneamente, as nossas preferências se voltaram para a organização do Time-Life, não só porque se tratava de uma grande organização jornalística como porque essa organização se lançara há alguns anos, com grande êxito, na televisão, passando o seu Departamento de Televisão a ser talvez o mais importante departamento daquela grande organização internacional. Estudamos o assunto detidamente com os nossos advogados, já que o Art. 160 da Constituição veda a propriedade e a direção das empresas jornalísticas e de radiodifusão, o que se pode entender, por analogia, à televisão, a estrangeiros. A propriedade e a direção das empresas jornalísticas, de rádio e televisão só podem ser exercidas por brasileiros natos. Estudamos, como disse, detidamente, e chegamos à conclusão de que poderíamos assinar dois contratos com o Time-Life. Um de assistência técnica, nos moldes de numerosos, de centenas, de milhares de contratos de assistência técnica que são estabelecidos com empresas brasileiras, até mesmo com empresas vedadas, como a Petrobrás, a qualquer capital estrangeiro. O outro contrato que achamos poder estabelecer foi uma conta de participação 'joint venture', que, como V. Ex.ªs sabem, é um contrato de financiamento aleatório, uma vez que não dá nenhum direito de direção ou de propriedade a uma empresa, apenas participando o financiador dessa empresa dos seus lucros e prejuízos”.
Em sua definição jurídica, uma joint venture é uma associação de empresas não definitiva, criada para explorar determinado negócio. É um empreendimento conjunto, no qual nenhuma das partes perde sua personalidade jurídica. Difere da sociedade comercial porque se relaciona a um único projeto e porque a associação é dissolvida automaticamente após o seu término.
No seu depoimento à CPI, Roberto Marinho esclareceu que na ocasião da assinatura dos contratos entre TV Globo e Time-Life, em 24 de julho de 1962, o grupo norte-americano repassou, por adiantamento, a quantia de 300 milhões de cruzeiros mediante a assinatura de uma promissória. Mas o presidente das empresas Globo explicou que o contrato de participação nunca chegou a entrar em vigor: “com o vulto que tomou a TV Globo, com a ampliação dos nossos projetos iniciais e como consequência da inflação, nós tivemos de obter maiores recursos. O Time-Life exigiu que nós lhe vendêssemos o edifício de nossa propriedade, o edifício da TV Globo.”
Roberto Marinho leu a carta enviada pelo presidente da Time-Life, Weston C. Pullen Jr., em que ele reitera que, com a conclusão da venda do imóvel da TV Globo, o contrato de participação, chamado de contrato principal, embora nunca tenha entrado em vigor, ficava cancelado para efeito de registro. Roberto Marinho chamou atenção para o fato de que o contrato principal, por nunca ter entrado em vigor, desobrigava-o de apresentá-lo às autoridades brasileiras, mas acrescentou: “Dado o rumo tomado pelos acontecimentos em virtude dessa sucessão de denúncias ruidosas e escandalosas, eu resolvi fornecer aos órgãos que me pediram e, com muito maior razão, forneço neste momento à Câmara este contrato de conta de participação, que é muito importante, porque mostra desde logo em que condições foi iniciado este negócio.”
Em seguida, Roberto Marinho fez um resumo do contrato de participação e destacou o cuidado que a TV Globo teve em circunscrever o acordo realizado ao âmbito estritamente financeiro. A cláusula 5ª explicitava que “a contribuição financeira não dava ao Time-Life o direito de possuir ações de capital da TV Globo nem qualquer direitos que as leis brasileiras atribuíam às ações de capital”. Dizia mais esta cláusula que ficava também expressamente entendido “que Time não terá qualquer interferência direta ou indireta na direção ou administração da TV Globo”. Recorrendo à cláusula 11, Roberto Marinho enfatizou a questão: “As partes concordam em que a responsabilidade, conforme o disposto nesse contrato, pelas atividades de transmissão, bem como pelo procedimento intelectual e comercial da TV Globo, recairá exclusivamente sobre os acionistas da TV Globo e Marinho se compromete a assegurar que todas as ações da TV Globo serão sempre pertencentes a brasileiros natos.”
Quanto ao contrato de assistência técnica, que efetivamente vigorou, Roberto Marinho explicou que a empresa Time-Life se comprometia a enviar à TV Globo, na qualidade de assessor da diretoria, pessoa capacitada no campo da contabilidade. A empresa norte-americana assegurava também o treinamento da equipe da TV Globo nas especialidades necessárias para a operação técnica.
Um dos pontos mais polêmicos da CPI foi a análise das funções na TV Globo do assessor enviado pelo Time-Life, Joe Wallach. Os parlamentares queriam saber se havia ingerência de Wallach – que era funcionário do grupo norte-americano – na emissora brasileira e se ele participava das decisões sobre questões financeiras. No seu depoimento, Joe Wallach afirmou que era apenas um consultor, que dava ideias gerais de promoção, de assistência técnica e de compra de mercadorias. Ele disse não ter nenhuma responsabilidade sobre a parte financeira e nem sobre a programação da emissora.
Os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito – que foi presidida pelo então deputado Roberto Saturnino Braga e teve como relator o deputado Djalma Marinho – terminaram em setembro de 1966, com um parecer desfavorável à Globo. Os parlamentares consideraram que os contratos firmados com o Time-Life feriam a Constituição, alegando que a empresa norte-americana estaria participando da orientação intelectual e administrativa da emissora.
Em fevereiro de 1967, o governo federal mudou a legislação sobre concessões de telecomunicações, criando efetivas restrições aos empréstimos de origem externa e à contratação de assistência técnica do exterior. Contudo, tratava-se de um dispositivo legal sem efeito retroativo, e os contratos do Time-Life com a TV Globo eram de 1962 e 1965.
Em outubro de 1967, o consultor-geral da República Adroaldo Mesquita da Costa emitiu um parecer sobre o caso Globo/Time-Life. Ele considerou que não havia uma sociedade entre as duas empresas. A modalidade jurídica adotada não atribuía ao grupo norte-americano qualquer interferência na gestão da emissora e era legal na época da sua assinatura.
Com o parecer, a situação da TV Globo ficou oficialmente legalizada. Mesmo assim, Roberto Marinho resolveu encerrar o contrato de assistência técnica com o Time-Life e ressarciu o grupo americano do dinheiro desembolsado. Através de empréstimos, tomados em bancos nacionais, e empenhando todos os seus bens pessoais, pôs fim ao acordo com o Time-Life em julho de 1971.
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Não sei se é ignorância minha, porque nasci depois desses acontecimentos e até então não tinha conhecimentos dele... pode ser ignorância minha ou pode ser que é um assunto que não é tão divulgado assim (nada divulgado).
As versões batem? O que a Globo diz que fez com o que o PHA diz que foi feito?
E nos pontos divergentes? Como vou saber a versão correta?
Aí podemos pegar outras fontes, que nada tem a ver com a Globo, nada tem a ver com o PHA, que conte um pouco como era a relação americana com os países desenvolvidos nos anos 60...
Então ligarmos o quebra cabeça e ir tirando nossas conclusões...
Trechos do Livro "Confissões de um Assassino Econômico" de John Perkins
Caso Panair:
Em um dos capítulos do livro ele baseia-se no depoimento da comissão da verdade feita por Daniel Leb Sasaki e a audiência pública sobre o caso Panair na Comissão Nacional da Verdade
Comissão Nacional da Verdade - A história sendo escrita (pela primeira vez) por completo.
Eu não conhecia essa história antes... Que dureza, hein?! Todos os depoimentos são pesados, mas o
de Heloísa Starling especialmente é muito forte!
Era melhor nem ficar sabendo, já que esse jornalista é financiado pela Caixa, que é do governo que é do PT? Ou pela igreja universal?
Qual o motivo dele inventar essa história?... Ele está coligado com esses comunistas todos?
Qual o motivo do porque eu não conhecia esse caso antes?...
Eu gostei de ficar sabendo dessa história... Só por isso valeu ler o livro!!
É claro que levar em conta o financiamento por trás do jornalista é importante.
Mas não podemos usar esse argumento para fugir do assunto...
Conhecer o caso Panair é saber da nossa história.
Mais de 5000 famílias dependiam dos salários pagos pela Panair!
É um caso de corrupção. Importantíssimo! Envolvendo dinheiro público, impostos, poder, intervenção estrangeira na soberania nacional! O uso de entidades de pesquisas (hoje usa-se o Ibope, na época o IPES/IBAD ) para manipular e enganar a população. Enriquecimento ilícito! É o Governo do país se envolvendo financeiramente com empresários corruptos e entregando a eles poderes do estado para ter vantagens em seus negócios!! E destruir (essa é a palavra) seus concorrentes.
São pessoas que ainda, até nos dias atuais, militam na vida corporativa, estatal e política brasileira.
É tão importante quanto acompanhar a Operação Lava-Jato e a roubalheira na Petrobras, O Caso HSBC/SwissLeaks, a Operação Zelotes, a Operação Satiagraha, etc...
É mais um detalhe importante no emaranhado de cores/poderes/retalhos que forma o quadro de poder/influência/política do país...
As empresas da Lava-jato = Os Verdadeiros proprietários do Brasil = Os Verdadeiros proprietários da mídia.
Esse próximo texto eu peguei no fórum JusBrasil, rede social de advogados brasileiros (http://www.jusbrasil.com.br/)"Caso Panair"
Completa 50 anos, ainda sem desfecho judicial.
Publicado por ANTUNES FARIA grupo de advogados
Fundada em 1929 pelo grupo americano Panair, teve origem na empresa NYRBA (New York-Rio-Buenos Aires Lines) - que chegou ao Brasil através do Coronel Ralph O' Neil, da Marinha Americana. Fora nacionalizada em 1961, pelas mãos de Celso da Rocha Miranda e Mario Wallace Simonsen, cujos grupos econômicos somavam mais de 40 empresas.
Um dos casos mais polêmicos do direito empresarial brasileiro completa essa semana 50 anos, ainda sem uma solução em vista. O fechamento da Panais do Brasil, uma companhia aérea que dominou o setor da aviação nacional entre as décadas de 1940 e 1960 e teve a licença de operação retirada pelo regime militar sem aviso prévio, sendo, em seguida, liquidada judicialmente.
A companhia era tão querida que ficou eternizada na canção "Conversando No Bar" de Milton Nascimento, e na voz de Elis Regina.
A época, a Panair era a mais importante companhia aérea do país, concessionaria exclusiva das rotas para Europa, África e Oriente Médio, além de operar em vários países da América do Sul e em todo o Brasil, executando um serviço único de integração em 43 localidades da Amazônia.
No dia 10 de fevereiro de 1965, sem antes que fosse instaurado um processo administrativo regular, todas as suas concessões de linhas aéreas foram suspensas, por meio de um curto despacho assinado pelo então Presidente da República, o marechal Castello Branco, e pelo ministro da Aeronáutica, brigadeiro Eduardo Gomes.
"A notícia foi transmitida pelo rádio e pegou todo mundo de surpresa. A opinião pública ficou perplexa" , lembra Luiz Paulo Sampaio, filho de Paulo Sampaio, que durante 16 anos presidiu a empresa. "A Panair era o cartão de visitas do Brasil lá fora e um orgulho nacional por sua eficiência e alto padrão de atendimento. Não havia a menor expectativa de que algo como aquilo pudesse acontecer".
Ao retirar as linhas, os militares alegaram apenas que a situação financeira da companhia era irrecuperável, o que possivelmente poderia produzir reflexos futuros na segurança de voo. Os fatos, no entanto, sinalizavam o contrário. O Aviso Ministerial nº 28, emitido um ano antes pela então Diretoria de Aeronáutica Civil (DAC), então órgão regulador da aviação, atestara que a Panair tinha organização boa e pessoal técnico e serviços de manutenção adequados. Além disso, um relatório da firma Ecotec publicado dias antes da intervenção apontara que, dentre todas as aéreas brasileiras, a empresa era a que tinha as melhores chances de se recuperar da crise que assolava todo o setor, provocado, principalmente, pela forte desvalorização do câmbio e alta inflação.
Os autores do estudo destacavam que não apenas a companhia pontificava como líder absoluta no segmento de voos internacionais, fonte de receitas em dólar, como possuía uma estrutura de manutenção, segurança e proteção de voo inigualável. Ela era dona da Celma, a maior e mais avançada oficina de reparos de motores de aviões do Hemisfério Sul, localizada em Petrópolis, Rio de Janeiro, hoje denominada General Eletric (GE), que prestava serviços a congeneres nacionais, estrangeiras e para própria Força Aérea Brasileira, e controlava a mais extensa rede de estações meteorologias e de telecomunicações aeronáuticas do continente, que atendia toda aeronave de transporte civil ou militar, de qualquer nacionalidade, que cruzasse o Atlântico Sul.
"No dia da cassação das linhas, a Celma e o Departamento de Comunicações foram ocupados por tropas armadas e forçados a permanecer no ar, porque se os serviços fossem interrompidos toda aviação comercial pararia na América do Sul", recorda Sampaio. Com voos paralisados, a Panair pediu concordata da 6ª Vara Civil do Rio de Janeiro para tentar preservar intacto seu patrimônio, enquanto lutava para reaver as linhas subitamente cassadas. Porém, apenas cinco dias depois da investida militar, o juiz da 6ª Vara Civil indeferiu o pedido, convertendo-o em falência. "Nunca houverá justificativa aceitável para a decisão", garante Rocha Miranda. "Nenhum credor protestou título da companhia. Todos os nossos funcionários recebiam em dia e o patrimônio superava as dívidas. Mas o juiz recebeu a visita do pessoal do brigadeiro Eduardo Gomes e despachou dizendo que sem as linhas iríamos falir de qualquer jeito".
O maior débito da empresa correspondia a um financiamento especial pela Carteira de Câmbio do Banco do Brasil, autorizado pelo governo e contratado por todas as aéreas brasileiras para reequipamentos das frotas. Mas, do saldo de 23,9 bilhões de cruzeiros (moeda da época) das quatro maiores, apenas 4,4 bilhões eram encargo da Panair, conforme confirmaria o próprio banco ao se habilitar no processo de falência.
Algumas passagens dessa história são tão inusitadas, que mais parecem cenas de um thriller de cinema. "No dia 10 de fevereiro, poucas horas depois que o governo cassou as linhas, a Varig já tinha um avião pronto no pátio do Galeão para fazer o nosso voo que sairia para a Europa naquela noite", lembra Helio Rubens de Castro Pinto, piloto da aérea fechada. "Com certeza, eles souberam com antecedência que o governo liquidaria e tiveram tempo para treinar seus tripulantes. Ninguém põe um jato do Rio para Paris de uma hora para outra". Na época, a Varig ainda engatinhava no mercado de longo curso, com linhas apenas para os Estados Unidos. As rotas domésticas foram entregues à Cruzeiro do Sul, que seria comprada pela aérea gaucha em 1975.
Os cinco mil funcionários ficaram desempregados do dia para a noite e sem meios de sustentar as famílias. A situação se alongou por meses e vários colegas se desesperaram e acabaram se suicidando. Uma tragédia", lamenta o aeronauta.
Caso único no fórum
Aberto o processo de falência, começou a longa batalha judicial que já dura cinco décadas. Rocha Miranda afirma que, apesar de atravessar um período de déficit- como todas as congêneres, a Panair estava em melhor condição econômica do que a Varig e sempre apresentou sólida situação patrimonial e caixa robusto, operando de acordo com as melhores práticas da aviação. Porém, acrescentada, as autoridades militares e seus assessores civis não hesitaram em falsificar documentos para subsidiar novos ataques. Vários incidentes do tipo foram comprovados no poder Judiciário.
Um laudo contábil com informações sobre os contratos de seguro das aeronaves, que passaram a ser questionados pela Aeronáutica, foi interceptado no caminho para Brasília e teve seu conteúdo todo adulterado, para deixar delicada a imagem dos acionistas. Mais tarde julgado inidôneo, o documento foi rejeitado pela Justiça, que determinou novas perícias. De porte de uma segunda versão aprovada por todas as partes, o curador de massas falidas que estudou o processo concluiu serem" absolutamente normais e regulares todas as operações de seguros "e pediu o arquivamento do inquérito contra os diretores, acusados de crimes falimentares.
Pressionando, o juiz determinou a remoção do parecer, declarado que"a promoção de fls. 2062 foi desentranhada dos autos por ordem de autoridade superior". Em seguida, afastou o curador e manteve os executivos na posição de réus."Vários juristas foram intimidados e silenciados. A partir dali, a União foi para cima do patrimônio", conta Rocha Miranda."Nomearam o Banco do Brasil síndico da falência e seu representante dilapidou totalmente o acervo material da companhia, principalmente no exterior. Suas contas nunca foram aprovadas. Os aviões, hangares e lojas passaram para a Varig e a Cruzeiro a preços simbólicos, por pressão. Depois, com dois decretos, a União expropriou a Celma e a estrutura de comunicações".
Os autos, que compõe o maior processo no fórum carioca, revelam que, mesmos destituída de seus bens, a Panair sempre teve condições de quitar todas as dívidas, à vista. Em 1969, a empresa tentou encerrar a falência impetrando um pedido de concordata suspensiva, porém foi impedida pela promulgação em tempo recorde e com efeito retroativo de outros dois decretos-leis, baseados no Ato no Institucional nº 5: 469 e 669, que retiraram das aéreas o direito de retomar as atividades após processos de falência e de pedir concordata (a legislação foi aplicada uma única vez na história, no caso da Panair).
"O pedido de concordata suspensiva era irrecusável, pois a Panair tinha dinheiro de sobra para levantar a falência. Mas no dia da audiência que decidira sobre o assunto, a União voltou ao processo, reduzindo o valor que desapropriou, e providenciando uma nova dívida, absurda, absurda, com dólares convertidos. Nesse meio tempo, o governo baixou o decreto-lei nº 669", conta Sampaio."Foi uma barbaridade jurídica".
Reabilitação
Durante 15 anos, a Panair e a União brigaram nos tribunais sobre a dívida reinscrita. Em dezembro de 1984, o Supremo Tribunal Federal deu ganho de causa à companhia, confirmado que o Estado tentava cobrar obrigação já extinta. Contudo, a falência só pode ser levantada sem interferência em 1995. Apesar de parada durante 30 anos, ao encerrar o processo a empresa ainda dispunha de cerca de UU$ 10 milhões em caixa. A proibição de operar perdura até hoje.
A Comissão Nacional de Verdade (CNV), instituída em 2012 para apurar as violações de direitos humanos praticadas entre 1946 e 1988, acolheu o caso e realizou uma audiência pública em 23 de março de 2013 para reunir informações. Em 10 de dezembro do ano passado, seus integrantes confirmaram no relatório final que a companhia foi liquidada por motivos políticos e não financeiros, e que esse processo contou com a participação de agentes da União e instituições como o SNI (Serviço Nacional de Informações), beneficiando concorrentes.
Foi a primeira vez que o Estado brasileiro admitiu, públicamente, ainda que indiretamente, responsabilidade sobre a debacle. Isso pode abrir as portas para que a Panair consiga vitórias na Justiça. Desde que ressuscitou como pessoa jurídica, a empresa propôs uma série de ações judiciais contra a União, referentes, principalmente, às desapropriação e à ocupação irregular do seu patrimônio. Vários aeroportos nacionais, como os de Belém, Fortaleza, Natal e Salvador, foram construídos em terrenos de propriedade da companhia, sendo que em alguns casos a titularidade nunca foi definitivamente passada para o Estado. Os pleitos, no entanto, têm esbarrado em interpretações técnicas divergentes. Parte dos juristas entende que prescreveu o direito de a empresa pedir indenizações. Rocha Miranda apoia-se em outra vertente.
"A União não pode adquirir propriedade por usucapião. A indenização é prevista em lei", justifica."É ilusão achar que poderíamos ter pleitado qualquer coisa antes do levantamento da falência. Fomos vítimas de uma perseguição sistemática que durou 30 anos. Mas, acima de tudo, meu interesse é receber um pedido de desculpas oficial da União, uma reparação moral. Apesar da reabilitação no judiciário, até hoje há quem associe os nomes de Celso da Rocha Miranda, Mario Wallace Simonsen e Paulo de Oliveira Sampaio ao lamaçal das acusações falas. Essa é injustiça que pode ser reparada". Marylou Simonsen, filha de Mario Simonsen, concorda." Tudo o que desejo e espero é que a verdade dos fatos seja restabelecidas e conhecida ".
Por que fecharam a Panair
Até hoje, os reais motivos que levaram o regime militar a liquidar a Panair do Brasil dividem opiniões. Paulo Sampaio, o presidente da empresa, registrou para si, em seus diários pessoais, que a agressividade da Varig no esforço de conquista do mercado europeu já durava dez anos e, em 1965, motivava-se menos por cobiça e mais por sobrevivência. O lobby da empresa, segundo ele, atravessara cinco mandatos presidenciais.
"O tráfego Brasil-Europa é constituído em 70% por passageiro brasileiros natos ou naturalizados e de estrangeiros aqui residentes. A revisão dos acordos aéreos com os países do Velho Continente se orientava no sentido de sua formulação em bases que permitissem, ou melhor, que reservassem, à transportadora nacional- a Panair- 50% desse tráfego. Assim, estariam resguardados e protegidos os legítimos interesses da economia cambial brasileira e a transportadora nacional- A Panair- obteria um acréscimo de receita da ordem de 20%, sem o menor dispêndio, pois, mantido o mesmo número de frequências semanais, obter-se-ia um melhor e mais justo aproveitamento das aeronaves. O tráfego Brasil-Estados Unidos, por sua vez, apresenta situação inversa. Mas de 60% dos passageiros são de outra nacionalidade, não testando, consequentemente, qualquer perspectiva para operadora Varig, face à desfavorável posição estática. Em suma, a Panair tinha pela frente uma larga avenida. A Varig se encontrava em um beco".
De fato, Erik de Carvalho, o sucessor de Ruben Berta na presidência da aérea gaúcha, chegou a admitir à revista estrangeira Air Travel que sua companhia, mergulhada no déficit desde 1960- agravado pela aquisição do Consórcio Real- Aerovias-Nacional no ano seguinte-, só conseguiu voltar ao lucro em 1966, depois que passou a operar em linhas europeias. Em seu livro" Na periferia na história ", dese 1998, o banqueiro José Oscar de Mello Flores- que atuou no IPES (Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais) ao lado de José Bento Ribeiro Dantas, presidente da Cruzeiro - afirmou que o brigadeiro Eduardo Gomes foi ludibriado pelos rivais de Simonsen e Rocha Miranda.
"A Panair do Brasil foi tomada por brigadeiros que não eram esclarecidos porque não havia razão para isso. O maior acionista, Celso da Rocha Miranda, era ligado ao Juscelino, e por isso eles fizeram a intervenção na Panair. Agora, entregaram as linhas internacionais, que era o que interessava, à Varig, ao Rubem Berta (...) E o Bento Ribeiro Dantas, que trabalhou na Revolução desde o início, ficou com as linhas nacionais. O brigadeiro Eduardo Gomes, ministro da Aeronáutica do Castelo, foi inteiramente embrulhado". Escreveu.
Se o empresário carioca foi punido por causa da amizade que nutria com o ex-Presidente da República, Mario Wallece Simonsen teria sido alvo de um complô comercial de dimensões ainda maiores, intercontinentais. O brigadeiro Eduardo Gomes, ministro da Aeronáutica do Castelo, foi inteiramente embrulhado", escreveu.
Se o empresário carioca foi punido por causa da amizade que nutria com o ex-Presidente da República, Mario Wallace Simonsen teria sido alvo de um complô comercial de dimensões ainda maiores, intercontinentais. O falecido jurista Saulo Ramos escreveu em "Código da Vida", de 2007, que a guerra contra o empresário foi aberta devido à capacidade de sua exportadora de café Comal e da subsidiaria Wasim de concorrer lá fora com as empresas norte-americanas, que, até então, dominavam o mercado de comercialização de grãos.
"A Wasim passou a vender café agressivamente na Alemanha, no Leste Europeu, Itália e- ato suicida- Nova York, no mercado green coffe, com alguma eniciativa para ingressar no mercado de café torrado e moído. Crime explícito, porque afinal um país mais ou menos colônia não podia desejar mais do que vender matéria-prima em seu próprio território".
A tese é sustentada pelo jornalista e empresário Ricardo Amaral em seu "Ricardo Amaral apresenta Vaudeville- Memórias", de 2010. "A exportadora Comal era poderosa, a maior nacional. No exterior, a Wasim tinha uma participação enorme na distribuição das exportações de café brasileiro. Esse quase monopólio incomodava os concorrentes internacionais dos Simonsen, principalmente os norte-americanos, cujos interesses eram representados no Brasil por políticos influentes, ligados aos militares que haviam tomado o poder, inclusive o então empresário e deputado federal Herbert Levy".
Em 1963, ano em que Simonsen comprou uma rede de varejo alemã para vender café ao cliente final, Levy passou a acusá-lo de realizar operações ilícitas e lesar o Brasil em US$ 23 milhões. O deputado transformou o assunto em denúncia no Ministério Público e conseguiu aprovar na Câmara a constituição de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), cujo efeito imediato foi a destruição da credibilidade do empresário no mercado.
Laudo do Instituto de Polícia Técnica de São Paulo comprovou que cópias falsificadas de documentos tinham sido usadas para subsidiar as denúncias. Mas, apesar de as evidências apresentadas pela defesa comprovarem a inépcia das acusações- em 1º de dezembro de 1965, o Supremo Tribunal Federal trancou os processos criminais por falta de mérito-, o grupo Simonsen teve todos os seus créditos cortados no exterior. A Comal e a Wasim foram proibidas de funcionar em maio de 1964 e, um mês depois do fechamento da Panair, a 22º Vara Criminal do Rio de Janeiro, decretou o sequestro de todos os bens do empresário, cujo conglomerado possuía cerca de 40 companhias com atividade em 53 países.
"O fechamento da Panair fez parte do plano maior de desmontar o poder econômico do grupo Rocha Miranda-Simonsen. Os inimigos aproveitaram o momento político e resolveram atacar em todas as frentes" resume Luiz Paulo Sampaio. "Hoje, o complô é outro: o do silêncio".
Por décadas dominou o setor de aviação no Brasil. Como as demais empresas aéreas que possuíam sócios estrangeiros nos anos 1950 e 1960, ela sofreu pressões do governo, iniciadas na gestão do Presidente João Goulart, para que suas ações ficassem totalmente em mãos brasileiras. Tudo levava a crer, nos bastidores do poder, que a Varig naturalmente se envolveria na aquisição de parte da Panair, porém, ela acabou nas mãos dos grandes empresários Celso da Rocha Miranda e Mário Wallace Simonsen, dono da Rede Excelsior. Tal desfecho incomodou o governo e a própria VARIG, que dava como certa mais uma aquisição de outra empresa aérea nacional".
E tem mais histórias para continuarmos com a brincadeira
"Onde será que esse petralha está mentindo":
Ele conta um pouco da história da Rede Manchete, inaugurada em 1983, encerrada em 1999, substituída hoje pela Rete TV. (claro pelo seu ponto de vista!):
Vamos comparar com esse livro e esse documentário:
E claro, fala muito da história da Globo...
Vamos comparar com esse documentário e esse livro:
E fala também de um assunto inesperado! A dívida pública brasileira!
Fala da moratória de 1985, no início da redemocratização,
fala do Plano Brady,
fala do aumento unilateral dos juros feito pelos bancos americanos.
Tudo que a Maria Lúcia Fatorrelli vem denuncianado a muito tempo
(A dívida pública brasileira - Quem quer conversar sobre isso?)
A única diferença é que a Maria Lúcia denuncia que esses títulos já estavam vencidos sem valor e o PHA não cita esse fato (porém fala que houve um desconto de 30% do seu valor de face, sendo que o valor de mercado era uma defasagem de 70% do valor de face, sem dizer o motivo da defasagem)
Antes de terminar vou fazer o que o Especial "É tudo um assunto só" tem feito: misturando tudo...
No depoimento da Comissão da verdade, naquele depoimento que eu achei forte da Heloísa Starling, ela faz um elogio ao livro 1964 - A conquista do estado de René Dreifuss, não consegui o livro inteiro, apenas um capítulo importante dele:
Mas tem uma aula virtual do Instituto Humanitas Unisinos – IHU que faz uma exposição debatendo esse livro:
Aula de 2014, muito interessante, que fala de corrupção, lavagem de dinheiro, e também faz referencia aos "Donos do Brasil", do post:
As empresas da Lava-jato = Os Verdadeiros proprietários do Brasil = Os Verdadeiros proprietários da mídia.
É claro que é uma aula... muita gente tem preguiça de assistir aula...
Mas não tem outra forma: A solução para o Brasil passa pela EDUCAÇÃO.
Eu estou só ajudando a dar educação ao Brasil...
Bom, você pode ficar aí batendo panelas...
Eu vou ler mais o livro...
Depois eu conto mais histórias...
Mas fala sério:
Não é engraçado o Vitor Ramil cantar "Saudades dos Aviões da Panair" na TV Veja?!?!
O quarto poder
Emiliano José*
Não quero seja uma resenha, este texto. Que se o encare apenas e tão somente como um breve comentário sobre um belo e denso livro, com a inconfundível marca de Paulo Henrique Amorim, um dos melhores jornalistas brasileiros. Quando o classifico assim, faço-o na certeza de celebrar um homem de coragem, com posições claras, situadas à esquerda, latu senso. Gosto muito da ideia de que principal virtude da política é a coragem – originalmente de Hannah Arendt. Diria: a coragem é uma virtude essencial em qualquer área da existência humana. PHA é um homem corajoso, destemido.
Está no mundo, nas tormentas do mundo. Sabe que viver é arriscoso, à Guimarães Rosa, e não teme o risco do confronto, do debate. E o jornalismo pode fazer bem a quem queira exercer plenamente a cidadania. Ou mal. Depende da formação de quem o exerce. E do caráter. A PHA o jornalismo fez bem. E a passagem do tempo o tornou melhor, evolução nem sempre registrada em alguns outros colegas.
Não é raivoso. Mordaz, talvez. Irônico, quase sempre. Jornalista disposto a botar o dedo na ferida, e por isso volta e meia processado por quem não aceita sua interpretação dos acontecimentos. Sempre atento ao contexto, alerta com as lições da história, cuidadoso com a palavra, responsável com ela, sem nunca deixar de fustigar os podres poderes. Creio não gostar do ponto e vírgula. Não o encontro nos seus textos. Na dúvida, ponto. Frases curtas, mais adaptadas aos tiros certeiros. Parágrafos de poucas linhas. Olha o cenário com óculos de 180 graus.
O livro – O quarto poder – uma outra história, Hedra, 2015 – lança um olhar sobre sua trajetória de mais de cinco décadas de jornalismo, uma trajetória e tanto, marcada pela presença no jornalismo impresso e na televisão, e nesta insiste até hoje, atuação hoje combinada com a atuação nas redes, com seu jornal (ou é blog?) Conversa Afiada, de muito sucesso, com direito à televisão Conversa Afiada também. Representa seu espaço de cidadania plena, onde pode desenvolver, sem meios termos, seu próprio estilo, sem quaisquer restrições, porque patrão de si mesmo.
O olhar no livro é dele próprio, primeira pessoa, buscando inspiração em suas próprias anotações, feitas ao longo de todas suas décadas de repórter e editor. São mais de 550 páginas de história do jornalismo, numa edição bem cuidada. Curioso acompanhar o texto amparado por fotos de anotações de décadas passadas, guardadas ciosamente, um jornalismo meio em desuso em tempos de gravações descuidadas, só para constar, porque a verdade importa pouco.
A caneta e o papel eram sempre nossos companheiros nas situações de cobertura. Esta está esmaecida em tempos de elaborações prévias, em que o repórter, quando sai à rua, o faz apenas para obedecer a pauta, não importando o confronto com a realidade. Só teste de hipóteses, nada a ver com a procura da verdade. Triste.
PHA percorre essas décadas tumultuosas de nossa história, desde Getúlio ao menos – “a primeira vítima do Partido da Imprensa Golpista”, o PIG, expressão de seu gosto, popularizada por ele, nascida com o ex-deputado Fernando Ferro. A Rede Globo enfrenta sua pena afiada, ácida, em muitos capítulos, episódios, circunstâncias, olhar agudo do repórter, câmera implacável a esquadrinhar a história sem concessões. Trabalhou na Rede Globo.
“A Segurança Nacional precisava de uma rede nacional de televisão. E a Globo, para sua própria segurança, precisava de uma infraestrutura nacional de distribuição de áudio, vídeo e, principalmente, mensagens publicitárias.”
“Nas palavras de Homero Icaza Sánchez, ex-diretor de pesquisa da TV Globo, ´se não tem uma rede nacional, não se pode cobrar por um minuto de comercial o que se cobra. Então, a questão é econômica`.”
O primeiro Jornal Nacional foi ao ar em 1º de setembro de 1969, ano marcado pela escalada repressiva mais violenta da ditadura militar, que só vai se abrandar ali pelo final dos anos 70, quando vem anistia. A rede estava implantada.
Brizola é personagem tratado com carinho, talvez por sua ousadia e determinação, inclusive diante da perseguição movida pela mídia, a quem nunca se rendeu. Também é carinhoso com Lula, malgrado sua crítica ao fato de os governos do PT não terem enfrentado a regulação da mídia. Não lhe escapa a manipulação do debate entre Collor e Lula, feita pela Rede Globo, e ele desce ao episódio com riqueza de detalhes. Qualifica Golbery como o feiticeiro do PIG, no pré-64, sobretudo a partir da intervenção do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) na cena brasileira. “Os comandantes do assalto à opinião pública [para a preparação do golpe] eram o general Golbery do Couto e Silva e seu lugar-tenente, o escritor José Rubem Fonseca”. Não poupa FHC, a quem qualifica de “filho pródigo para a Globo”. Mostra também o papel da Rede Globo na eleição e reeleição do filho pródigo.
Vou parando por aqui. Quem quiser conhecer PHA melhor, é só adquirir o livro, bom para ser lido de uma sentada, e tem qualidades para tanto, e útil para ser guardado como elemento de pesquisa. Pudesse sugerir, e aconselharia os novos jornalistas de modo especial a lerem o livro. É o testemunho de um jornalista intrépido, cuja força de vontade e disposição de luta o levou a percorrer os caminhos da reportagem e da edição, no jornal impresso e na televisão. O contado foi vivido. E por isso mata a cobra e mostra a cobra morta.
O livro, a palavra de PHA, produz um diagnóstico riquíssimo da mídia brasileira.
Mostra o rigor de um jornalista com os fatos sem que para tanto necessite de qualquer frieza diante deles. Jornalismo imparcial é mentira. Jornalismo preocupado com a verdade é obrigação.
O panorama do jornalismo brasileiro dos dias de hoje reclama reflexão pelo descuido com a apuração dos fatos – a verdade factual é muito prezada por PHA, como o é, sei, por Mino Carta, que aparece com força no livro, especialmente no episódio de seu rompimento com a revista Veja.
Me pergunto se adianta muito tal leitura, tal a cultura desenvolvida entre os jornalistas nesses últimos anos. Insisto: acostumaram-se a sair apenas para religiosamente cumprir a pauta com objetivos pré-estabelecidos, os repórteres. E os editores, manchetar de acordo com os desígnios políticos, dos quais a mídia brasileira nunca se afastou. Somos uma das mídias mais partidarizadas do mundo – e justiça se lhe faça, a mídia hegemônica brasileira sempre teve lado, coerência, nunca tergiversou quanto a isto, e os episódios históricos evidenciam isso, de Getúlio ao golpe de 1964, e o livro de PHA documento isso à saciedade.
Navego sempre nas águas da esperança. Creio não ser possível continuar com um jornalismo tão descomprometido com a verdade, tão distante de qualquer credo ético do jornalismo, liberal que seja. Os novos jornalistas – e também os velhos – têm muito a ganhar com tal leitura. E quando manifesto esperança em mudanças é porque o jornalismo, nos termos praticados no Brasil de hoje, como demonstrado pelo livro de PHA, caminha para o suicídio. O índice de confiança da população nos nossos meios de comunicação hegemônicos está abaixo dos 5%, demonstrado por pesquisa recente. Nem que seja por algum sentimento de sobrevivência, ou só por ele, talvez sejam levados a mudar. E nem precisa mudar muito: cumprir tão somente os seus próprios manuais de redação.
Trechos do livro "O quarto poder - uma outra história"
de Paulo Henrique Amorim
Devido a nomeação de Maria Silvia Bastos Marques como presidente do BNDS no governo provisório de Michel Temer, o blog conversa afiada divugou esse trecho do livro:
http://www.conversaafiada.com.br/economia/maria-silvia-quis-descolar-uma-grana-do-bndes-para-a-globo
Sobre a notícia de que a Maria Silvia vai presidir o BNDES, vale a pena ler o que diz o livro Quarto Poder.
( Note que o banqueiro credor consultado acha os filhos do Roberto Marinho - que não têm nome próprio - uns "idiotas"... )
( Note que o banqueiro credor consultado acha os filhos do Roberto Marinho - que não têm nome próprio - uns "idiotas"... )
O que os credores achavam dos filhos do Roberto Marinho
Recolhi o testemunho de um dos presentes à reunião decisiva do grupo de Maria Silvia com Carlos Lessa, então presidente do BNDES, para resolver a divida da Globo com dinheiro público.
(Nessas horas, a intervenção estatal é virtuosa.)
Depois de uma articulada exposição de Maria Silvia, Lessa estabeleceu uma condição para prosseguir: as empresas não demitiriam ninguém.
Se o BNDES emprestasse, nenhum funcionário das empresas beneficiadas seria mandado embora.
A negociação se encerrou ali.
Na verdade, seria mais fácil Roberto Marinho filiar-se ao Bolivarismo de Chávez que Lessa emprestar dinheiro à Globo.
Nos Estados Unidos, o cerco dos credores à Globo se apertava.
Segundo a revista eletrônica Teletime – a única publicação brasileira que, sistematicamente, cobriu o dia-a-dia do naufrágio de 20 de janeiro de 2004, “a Globopar pede à Justiça de NY que rejeite recurso ao Chapter 11”- ou seja, ao Bankruptcy Code, o Código de Falência.
Se a Justiça aceitasse, a empresa teria que ser reestruturada sob as ordens dos credores e da Justiça americana.
A Globo argumentava que quase não tinha bens nos Estados Unidos e a legislação americana de falências não deveria se aplicar a uma empresa brasileira.
Ainda segundo a Teletime do dia 2 de fevereiro de 2004, a Bankruptcy Court concordou em que a legislação americana não se aplicava à Globo e não concedeu o direito reclamado pelos acionistas reunidos em torno de um gestor chamado W.R Huff.
Esse, provavelmente, era mais um dos conhecidos fundos “abutres”, que sentem ao longe o cheiro de falências e correm para tirar a última gota de sangue dos moribundos.
Mesmo derrotados, os credores insistiam em que a Globo desse informações com mais rapidez, especialmente sobre :
- quais os critérios de governança que serão adotados para sair do buraco;
- como os credores participarão da empresa reestruturada;
- e o valor e a origem de novos aportes financeiros à companhia.
Nessa altura, a Rede Record pressionou o BNDES para impedir que seus recursos fossem usados para pagar dividas – e, não, para investir em conteúdo nacional, porém, novo.
Essa divergência fez com que a Record abandonasse a Abert, controlada pela Globo.
No dia 2 de janeiro de 2004, bem no inicio do Governo Lula, portanto, conversei em Nova York com um diretor de banco que tinha assento no “comitê dos bancos credores” da Globo.
Na banca internacional, a Globo já estava irremediavelmente quebrada – sem o BNDES.
Segundo esse depoimento, restava à Globo ir “levando com a barriga”.
A Globo, em maio de 2003, tinha feito uma proposta que os credores consideraram “indecorosa”.
Eram três os grupos credores: fundos de investimento – como os “abutres"-, acionistas individuais e bancos, os maiores.
Os três grupos se juntaram e em dois, três meses fizeram uma “due dilligence” na empresa.
Em setembro, apresentaram à Globo três possibilidades:
- um alongamento dos prazos de vencimento por dez anos e juros altos;
- um “cap” de 25% - ou seja, com a garantia de que os juros não ultrapassariam esse teto -, com amortização mais rápida;
- uma aceleração (mais ou menos) da amortização.
A Globo teve um prazo entre setembro e dezembro para responder.
Enquanto era pressionada na Justiça americana.
Se, em algum momento, a Justiça considerasse que os bancos deveriam intervir na Globo, esses já tinham, de acordo com o informante, a estratégia assim definida:
- juntar tudo o que faz sentido numa empresa só;
- os bancos passavam a ter assento no “board” da empresa, ou seja, na gestão direta do negocio, especialmente no “caixa";
- jogar fora o que não presta;
- os dois filhos “idiotas”, segundo o documento - provavelmente Roberto Irineu e João Roberto - sairiam da gestão da nova empresa;
- e quanto a pagar US$ 50 milhões para ter direito à exclusividade da Copa, não !, diriam os credores. Muito caro!
A imprensa brasileira omitiu a grave situação de uma das maiores empresas do país.
Não se fala de corda em casa de enforcado...
No dia 12 desse trágico mês de janeiro de 2004, segundo a Teletime, os fundos americanos GMAM, Foundation for Research e WRH Global Securities, respaldados pelo W. R. Huff, refutaram a Globo e asseguravam que, sim, os papeis da divida foram comercializados nos Estados Unidos e ali deveriam ser julgados – e honrados.
E mais: que a Globo estava empurrando a negociação com a barriga para transferir ativos e prejudicar os credores.
Roberto Marinho morreu em 6 de agosto de 2003.
Há algum tempo, senil, não participava mais dos negócios da empresa.
Levou 78 anos para construir um império.
E cinco meses depois de sua morte os herdeiros tinham quebrado a empresa.
E só não quebraram irreversivelmente porque tiveram que entregar os anéis.
Levantaram a concordata em Nova York à custa de uma redução brutal no patrimônio.
Conta-se que o primogênito Roberto Irineu Marinho procurou o milionário mexicano Carlos Slim, que herdou, numa privatização, a telefonia do México e se tornou, com os filhos de Marinho, um dos homens mais ricos do mundo, segundo a revista Forbes.
- Eu preciso de 200 milhões de dólares até o fim da semana! Teria dito Roberto Irineu a Slim.
- Tudo bem, foi a resposta.
Slim é uma espécie de abutre.
Especialista em comprar empresas barato para vendê-las caro.
Muito mais caro.
Foi Slim quem salvou os meninos do Dr. Roberto.
Eles estavam à beira do default e de perder o emprego.
Slim comprou a NET dos Marinho.
Os Marinhos, ao mesmo tempo, contrataram um dos “gênios” da turma do Fernando Henrique Cardoso, Henri Philippe Reichstuhl, aquele que ia vender a Petrobrax, em fatias.
Anos depois, pelo espelho retrovisor, os filhos do Roberto Marinho concluíram que teria sido menos desastroso ir a default.
E pagar na Justiça.
Reichstuhl vendeu patrimônio, em muitos casos, a preço vil.
A Globo saiu vendendo.
Por exemplo, Boni comprou a afiliada do Vale do Paraíba, o jornalista esportivo e depois empresário J. Hawilla comprou outras no interior de São Paulo – e os dois ganharam um monte de dinheiro.
É possível que, a partir de 2004, a situação patrimonial de Boni e J. Hawilla – todas as considerações feitas – fosse mais saudável do que a dos filhos de Roberto Marinho.
Como diria o Zózimo Barroso do Amaral, não se recomenda convidar os filhos do Roberto Marinho e Reichstuhl para o mesmo jantar.
Outro trecho do livro é a entrevista feita com Oscar Niemeyer em 2007, que está postado aqui:(Nessas horas, a intervenção estatal é virtuosa.)
Depois de uma articulada exposição de Maria Silvia, Lessa estabeleceu uma condição para prosseguir: as empresas não demitiriam ninguém.
Se o BNDES emprestasse, nenhum funcionário das empresas beneficiadas seria mandado embora.
A negociação se encerrou ali.
Na verdade, seria mais fácil Roberto Marinho filiar-se ao Bolivarismo de Chávez que Lessa emprestar dinheiro à Globo.
Nos Estados Unidos, o cerco dos credores à Globo se apertava.
Segundo a revista eletrônica Teletime – a única publicação brasileira que, sistematicamente, cobriu o dia-a-dia do naufrágio de 20 de janeiro de 2004, “a Globopar pede à Justiça de NY que rejeite recurso ao Chapter 11”- ou seja, ao Bankruptcy Code, o Código de Falência.
Se a Justiça aceitasse, a empresa teria que ser reestruturada sob as ordens dos credores e da Justiça americana.
A Globo argumentava que quase não tinha bens nos Estados Unidos e a legislação americana de falências não deveria se aplicar a uma empresa brasileira.
Ainda segundo a Teletime do dia 2 de fevereiro de 2004, a Bankruptcy Court concordou em que a legislação americana não se aplicava à Globo e não concedeu o direito reclamado pelos acionistas reunidos em torno de um gestor chamado W.R Huff.
Esse, provavelmente, era mais um dos conhecidos fundos “abutres”, que sentem ao longe o cheiro de falências e correm para tirar a última gota de sangue dos moribundos.
Mesmo derrotados, os credores insistiam em que a Globo desse informações com mais rapidez, especialmente sobre :
- quais os critérios de governança que serão adotados para sair do buraco;
- como os credores participarão da empresa reestruturada;
- e o valor e a origem de novos aportes financeiros à companhia.
Nessa altura, a Rede Record pressionou o BNDES para impedir que seus recursos fossem usados para pagar dividas – e, não, para investir em conteúdo nacional, porém, novo.
Essa divergência fez com que a Record abandonasse a Abert, controlada pela Globo.
No dia 2 de janeiro de 2004, bem no inicio do Governo Lula, portanto, conversei em Nova York com um diretor de banco que tinha assento no “comitê dos bancos credores” da Globo.
Na banca internacional, a Globo já estava irremediavelmente quebrada – sem o BNDES.
Segundo esse depoimento, restava à Globo ir “levando com a barriga”.
A Globo, em maio de 2003, tinha feito uma proposta que os credores consideraram “indecorosa”.
Eram três os grupos credores: fundos de investimento – como os “abutres"-, acionistas individuais e bancos, os maiores.
Os três grupos se juntaram e em dois, três meses fizeram uma “due dilligence” na empresa.
Em setembro, apresentaram à Globo três possibilidades:
- um alongamento dos prazos de vencimento por dez anos e juros altos;
- um “cap” de 25% - ou seja, com a garantia de que os juros não ultrapassariam esse teto -, com amortização mais rápida;
- uma aceleração (mais ou menos) da amortização.
A Globo teve um prazo entre setembro e dezembro para responder.
Enquanto era pressionada na Justiça americana.
Se, em algum momento, a Justiça considerasse que os bancos deveriam intervir na Globo, esses já tinham, de acordo com o informante, a estratégia assim definida:
- juntar tudo o que faz sentido numa empresa só;
- os bancos passavam a ter assento no “board” da empresa, ou seja, na gestão direta do negocio, especialmente no “caixa";
- jogar fora o que não presta;
- os dois filhos “idiotas”, segundo o documento - provavelmente Roberto Irineu e João Roberto - sairiam da gestão da nova empresa;
- e quanto a pagar US$ 50 milhões para ter direito à exclusividade da Copa, não !, diriam os credores. Muito caro!
A imprensa brasileira omitiu a grave situação de uma das maiores empresas do país.
Não se fala de corda em casa de enforcado...
No dia 12 desse trágico mês de janeiro de 2004, segundo a Teletime, os fundos americanos GMAM, Foundation for Research e WRH Global Securities, respaldados pelo W. R. Huff, refutaram a Globo e asseguravam que, sim, os papeis da divida foram comercializados nos Estados Unidos e ali deveriam ser julgados – e honrados.
E mais: que a Globo estava empurrando a negociação com a barriga para transferir ativos e prejudicar os credores.
Roberto Marinho morreu em 6 de agosto de 2003.
Há algum tempo, senil, não participava mais dos negócios da empresa.
Levou 78 anos para construir um império.
E cinco meses depois de sua morte os herdeiros tinham quebrado a empresa.
E só não quebraram irreversivelmente porque tiveram que entregar os anéis.
Levantaram a concordata em Nova York à custa de uma redução brutal no patrimônio.
Conta-se que o primogênito Roberto Irineu Marinho procurou o milionário mexicano Carlos Slim, que herdou, numa privatização, a telefonia do México e se tornou, com os filhos de Marinho, um dos homens mais ricos do mundo, segundo a revista Forbes.
- Eu preciso de 200 milhões de dólares até o fim da semana! Teria dito Roberto Irineu a Slim.
- Tudo bem, foi a resposta.
Slim é uma espécie de abutre.
Especialista em comprar empresas barato para vendê-las caro.
Muito mais caro.
Foi Slim quem salvou os meninos do Dr. Roberto.
Eles estavam à beira do default e de perder o emprego.
Slim comprou a NET dos Marinho.
Os Marinhos, ao mesmo tempo, contrataram um dos “gênios” da turma do Fernando Henrique Cardoso, Henri Philippe Reichstuhl, aquele que ia vender a Petrobrax, em fatias.
Anos depois, pelo espelho retrovisor, os filhos do Roberto Marinho concluíram que teria sido menos desastroso ir a default.
E pagar na Justiça.
Reichstuhl vendeu patrimônio, em muitos casos, a preço vil.
A Globo saiu vendendo.
Por exemplo, Boni comprou a afiliada do Vale do Paraíba, o jornalista esportivo e depois empresário J. Hawilla comprou outras no interior de São Paulo – e os dois ganharam um monte de dinheiro.
É possível que, a partir de 2004, a situação patrimonial de Boni e J. Hawilla – todas as considerações feitas – fosse mais saudável do que a dos filhos de Roberto Marinho.
Como diria o Zózimo Barroso do Amaral, não se recomenda convidar os filhos do Roberto Marinho e Reichstuhl para o mesmo jantar.
http://jogosdinheirointernet.blogspot.com.br/2012/12/morre-oscar-niemeyer-aos-104-anos.html
Programas/Palestra de lançamento do livro
A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) recebe na segunda edição de seu ciclo de debates acadêmicos sobre democracia o jornalista Paulo Henrique Amorim. O evento acontece na próxima quinta-feira, 09 de junho, no auditório da Biblioteca Universitária do Campus de Cruz das Almas. Na oportunidade, o jornalista ministra a palestra Mídia e Poder na Democracia Brasileira e lança o seu livro O Quarto Poder: Uma Outra História.
Baixada Santista e Osasco - Março/2016
Palestra de lançamento do livro
"O quarto poder - uma outra história" (Hedra), do jornalista Paulo enrique Amorim, realizada no Teatro do Sindipetro-NF, em Macaé, no dia 18/02/2016
Fundação Perseu Abramo:
A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) recebe na segunda edição de seu ciclo de debates acadêmicos sobre democracia o jornalista Paulo Henrique Amorim. O evento acontece na próxima quinta-feira, 09 de junho, no auditório da Biblioteca Universitária do Campus de Cruz das Almas. Na oportunidade, o jornalista ministra a palestra Mídia e Poder na Democracia Brasileira e lança o seu livro O Quarto Poder: Uma Outra História.
Baixada Santista e Osasco - Março/2016
Foto do encontro que o PHA fala na palestra:
Palestra de lançamento do livro
"O quarto poder - uma outra história" (Hedra), do jornalista Paulo enrique Amorim, realizada no Teatro do Sindipetro-NF, em Macaé, no dia 18/02/2016
Fundação Perseu Abramo:
Por meio da iniciativa conjunta da Prefeitura de Sobral, Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e Instituto Maurício Grabois, Paulo Henrique Amorim, que é apresentador da Rede Record e autor do Blog Conversa Afiada, ministra palestra sobre 'Os desafios atuais da democracia no Brasil e o papel da mídia hegemônica' neste momento, no Centro de Convenções de Sobral. Na ocasião, o jornalista também estará lançando seu livro ‘O Quarto Poder – Uma outra História’.
Vídeos de propaganda do livro
Especial: É tudo um assunto só!
Criei uma comunidade no Google Plus: É tudo um assunto só
http://plus.google.com/u/0/communities/113366052708941119914
Outro dia discutindo sobre as manifestações do dia 15, sobre crise do governo e a corrupção da Petrobrás eu perguntei a ele se tinha acompanhado a CPI da Dívida Pública. Então ele me respondeu: Eu lá estou falando de CPI?! Não me lembro de ter falado de CPI nenhuma! Estou falando da roubalheira... A minha intenção era dizer que apesar de ter durado mais de 9 meses e de ter uma importância ímpar nas finanças do país, a nossa grande mídia pouco citou que houve a CPI e a maioria da população ficou sem saber dela e do assunto... Portanto não quis fugir do assunto... é o mesmo assunto: é a política, é a mídia, é a corrupção, são as eleições, é a Petrobras, a auditoria da dívida pública, democracia, a falta de educação, falta de politização, compra de votos, propina, reforma política, redemocratização da mídia, a Vale, o caso Equador, os Bancos, o mercado de notícias, o mensalão, o petrolão, o HSBC, a carga de impostos, a sonegação de impostos,a reforma tributária, a reforma agrária, os Assassinos Econômicos, os Blog sujos, o PIG, as Privatizações, a privataria, a Lava-Jato, a Satiagraha, o Banestado, o basômetro, o impostômetro, É tudo um assunto só!...
A dívida pública brasileira - Quem quer conversar sobre isso?
Escândalo da Petrobrás! Só tem ladrão! O valor de suas ações caíram 60%!! Onde está a verdade?
A revolução será digitalizada (Sobre o Panamá Papers)
O tempo passa... O tempo voa... E a memória do brasileiro continua uma m#rd*
As empresas da Lava-jato = Os Verdadeiros proprietários do Brasil = Os Verdadeiros proprietários da mídia.
Desastre na Barragem Bento Rodrigues <=> Privatização da Vale do Rio Doce <=> Exploração do Nióbio
Trechos do Livro "Confissões de um Assassino Econômico" de John Perkins
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MCC : Movimento Cidadão Comum - Cañotus - IAS: Instituto Aaron Swartz
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Seminário "O petróleo, o Pré-Sal e a Petrobras" e Entrevista de Julian Assange.
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Comissão Especial sobre o impeachment no Senado. Análise do Relatório de acusação(?) do Antônio Augusto Anastasia (AAA)
Pedaladas Fiscais - O que são? Onde elas vivem? Vão provocar o impeachment da Dilma?
Depoimento do Lula: "Nunca antes nesse país..." (O país da piada pronta)
(Relata "A Privataria Tucana", a Delação Premiada de Delcidio do Amaral e o depoimento coercitivo do Lula para a Polícia Federal)
Democratizando a mídia:
Entrevistas e mais entrevistas na TV 247
Entrevistas e depoimentos na TVT/DCM
Um ano do primeiro golpe de estado no Brasil no Terceiro Milênio.
Desastre em Mariana/MG - Diferenças na narrativa.
Quanto Vale a vida?!
Como o PT blindou o PSDB e se tornou alvo da PF e do MPF - É tudo um assunto só!
Ajuste Fiscal - Trabalhadores são chamados a pagar a conta mais uma vez
Resposta ao "Em defesa do PT"
Sobre o mensalão: Eu tenho uma dúvida!
Questões de opinião:
Eduardo Cunha - Como o Brasil chegou a esse ponto?
Sobre a Ditadura Militar e o Golpe de 64:
Dossiê Jango - Faz você lembrar de alguma coisa?
Comissão Nacional da Verdade - A história sendo escrita (pela primeira vez) por completo.
Luiz Carlos Prestes: Coluna, Olga, PCB, prisão, ALN, ilegalidade, guerra fria... Introdução ao Golpe de 64.
A WikiLeaks (no Brasil: A Publica) - Os EUA acompanhando a Ditadura Brasileira.
CPI da Previdência
CPI da PBH Ativos
Sobre o caso HSBC (SwissLeaks):
Acompanhando o Caso HSBC I - Saiu a listagem mais esperadas: Os Políticos que estão nos arquivos.
Acompanhando o Caso HSBC II - Com a palavra os primeiros jornalistas que puseram as mãos na listagem.
Acompanhando o Caso HSBC III - Explicações da COAF, Receita federal e Banco Central.
Acompanhando o Caso HSBC V - Defina: O que é um paraíso fiscal? Eles estão ligados a que países?
Acompanhando o Caso HSBC VI - Pausa para avisar aos bandidos: "Estamos atrás de vocês!"...
Acompanhando o Caso HSBC VII - Crime de evasão de divisa será a saída para a Punição e a repatriação dos recursos
Acompanhando o Caso HSBC VIII - Explicações do presidente do banco HSBC no Brasil
Acompanhando o Caso HSBC IX - A CPI sangra de morte e está agonizando...
Acompanhando o Caso HSBC X - Hervé Falciani desnuda "Modus-Operandis" da Lavagem de dinheiro da corrupção.
Sobre o caso Operação Zelotes (CARF):
Acompanhando a Operação Zelotes!
Acompanhando a Operação Zelotes II - Globo (RBS) e Dantas empacam as investigações! Entrevista com o procurador Frederico Paiva.
Acompanhando a Operação Zelotes IV (CPI do CARF) - Apresentação da Polícia Federal, Explicação do Presidente do CARF e a denuncia do Ministério Público.
Acompanhando a Operação Zelotes V (CPI do CARF) - Vamos inverter a lógica das investigações?
Acompanhando a Operação Zelotes VI (CPI do CARF) - Silêncio, erro da polícia e acusado inocente depõe na 5ª reunião da CPI do CARF.
Acompanhando a Operação Zelotes VII (CPI do CARF) - Vamos começar a comparar as reportagens das revistas com as investigações...
Acompanhando a Operação Zelotes VIII (CPI do CARF) - Tem futebol no CARF também!...
Acompanhando a Operação Zelotes IX (CPI do CARF): R$1,4 Trilhões + R$0,6 Trilhões = R$2,0Trilhões. Sabe do que eu estou falando?
Acompanhando a Operação Zelotes X (CPI do CARF): No meio do silêncio, dois tucanos batem bico...
Acompanhando a Operação Zelotes XII (CPI do CARF): Nem tudo é igual quando se pensa em como tudo deveria ser...
Acompanhando a Operação Zelotes XIII (CPI do CARF): APS fica calado. Meigan Sack fala um pouquinho. O Estadão está um passo a frente da comissão?
Acompanhando a Operação Zelotes XIV (CPI do CARF): Para de tumultuar, Estadão!
Acompanhando a Operação Zelotes XV (CPI do CARF): Juliano? Que Juliano que é esse? E esse Tio?
Acompanhando a Operação Zelotes XVI (CPI do CARF): Senhoras e senhores, Que comece o espetáculo!! ("Operação filhos de Odin")
Acompanhando a Operação Zelotes XVII (CPI do CARF): Trechos interessantes dos documentos sigilosos e vazados.
Acompanhando a Operação Zelotes XVIII (CPI do CARF): Esboço do relatório final - Ainda terão mais sugestões...
Acompanhando a Operação Zelotes XIX (CPI do CARF II): Melancólico fim da CPI do CARF. Início da CPI do CARF II
Acompanhando a Operação Zelotes XX (CPI do CARF II):Vamos poupar nossos empregos
Sobre CBF/Globo/Corrupção no futebol/Acompanhando a CPI do Futebol:
KKK Lembra daquele desenho da motinha?! Kajuru, Kfouri, Kalil:
Eu te disse! Eu te disse! Mas eu te disse! Eu te disse! K K K
A prisão do Marin: FBI, DARF, GLOBO, CBF, PIG, MPF, PF... império Global da CBF... A sonegação do PIG... É Tudo um assunto só!!
Revolução no futebol brasileiro? O Fim da era Ricardo Teixeira.
Onde está a falsidade?? O caso Vladimir Herzog === Romário X Marin === Verdade X Caixa Preta da Ditadura
Videos com e sobre José Maria Marin - Caso José Maria MarinX Romário X Juca Kfouri (conta anonima do Justic Just )
Do apagão do futebol ao apagão da política: o Sistema é o mesmo
Acompanhando a CPI do Futebol - Será lúdico... mas espero que seja sério...
Acompanhando a CPI do Futebol II - As investigações anteriores valerão!
Acompanhando a CPI do Futebol III - Está escancarado: É tudo um assunto só!
Acompanhando a CPI do Futebol IV - Proposta do nobre senador: Que tal ficarmos só no futebol e esquecermos esse negócio de lavagem de dinheiro?!
Acompanhando a CPI do Futebol VII - Uma questão de opinião: Ligas ou federações?!
Acompanhando a CPI do Futebol VIII - Eurico Miranda declara: "A modernização e a profissionalização é algo terrível"!
Acompanhando a CPI do Futebol IX - Os presidentes de federações fazem sua defesa em meio ao nascimento da Liga...
Acompanhando a CPI do Futebol X - A primeira Liga começa hoje... um natimorto...
Acompanhando a CPI do Futebol XI - Os Panamá Papers - Os dribles do Romário - CPI II na Câmara. Vai que dá Zebra...
Acompanhando a CPI do Futebol XII - Uma visão liberal sobre a CBF!
Acompanhando a CPI do Futebol XIII - O J. Awilla está doido! (Santa inocência!)
Acompanhando a CPI do Futebol XIV - Mais sobre nosso legislativo do que nosso futebol
Acompanhando o Governo Michel Temer
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