Se você está atrás de emprego, sabe muito bem que as coisas não estão fáceis.
Nesse caso, que tal algumas dicas para lhe ajudar a ser bem sucedido nessa busca?
Especialistas apontaram 10 palavras-chave para um bom currículo (e uma boa entrevista):
1 – PERSISTÊNCIA
O
cara pode ser o maior gênio que já pisou na Terra: se não souber
persistir, desiste facilmente e acaba virando uma promessa não cumprida.
Quando se candidatar a uma vaga, mostre que é persistente – e, se for
contratado, cumpra, é claro.
“Funcionários
persistentes não desistem com facilidade e geralmente produzem
resultados melhores”, diz o professor de gerenciamento e recursos
humanos Timothy Wiedman, da Universidade Doane (EUA).
2 – RECONHECIMENTO
Prêmios
e homenagens são sinal de que seu trabalho foi reconhecido. Uma
garantia como essa é muito bem-vinda na hora e tentar uma vaga.
“Inclua
no currículo prêmios obtidos em trabalhos anteriores ou em associações
profissionais”, aconselha Lynne Sarikas, diretora do Centro de Carreira e
MBA da Universidade do Noroeste (EUA).
3 – RESULTADOS
Em
essência, o que as empresas querem é gente que saiba entregar
resultados. Este é, assim, um termo importante no currículo e na
entrevista.
“Você
precisa mostrar ao entrevistador que é capaz de dar os resultados que
eles querem, da forma que eles querem”, diz o coach Ronald Kaufman.
“Para isso, se prepare para provar que tem as habilidades que eles
procuram, com base na sua experiência”.
4 – IMPACTO
A contratação é uma grande aposta. Se quiser ser chamado, mostre que vai causar um impacto positivo na organização.
“Quero
saber os valores que o candidato trará à organização como ele pode
influenciá-la de modo positivo, principalmente em relação a nossa
missão, nossas visões e valores”, conta o gerente de recursos humanos
Jen Strobel, da empresa Flagger Force.
5 – COMPETÊNCIA
Essa
é uma palavra-chave óbvia, mas que muitos candidatos não usam. Não se
trata de parecer arrogante, mas de mostrar que tem capacidade.
“Qualquer
empregador busca candidatos que podem provar que são capazes de ocupar o
cargo”, aponta Alan Guinn, diretor do Guinn Consultancy Group.
6 – OBJETIVIDADE
Na
comunicação, muitas vezes a mensagem se perde no meio de informações
desnecessárias e frases mal-construídas. É importante ser capaz de ir
direto ao ponto, sem rodeios.
“Hoje,
a comunicação no trabalho é um campo-minado de emoções, tecnologias e
questões legais”, lembra Brennan White, cofundador e diretor de mídias
sociais da Pandemic Labs. “A habilidade de cortar a enrolação e fazer o
que deve ser feito é indispensável”.
7 – APRENDIZADO
Todo
mundo erra, mas nem todo mundo consegue aprender com os próprios erros
para não cometê-los novamente. Essa capacidade é um grande diferencial.
“É
importante mostrar ao entrevistador como falhas no passado se tornaram
uma experiência educativa”, aponta o conselheiro de carreira Bruce
Hurwitz.
8 – COMPROMETIMENTO
Já
ouviu falar que trabalhos são como relacionamentos? Partindo desse
pressuposto, a capacidade de se comprometer é fundamental para quem
deseja ser contratado (ou casar…).
“Com
o que você se compromete e como isso pode ajudar a organização?” é uma
pergunta que o candidato deve tentar responder durante a entrevista,
aconselha a terapeuta Nancy Irwin.
9 – FLEXIBILIDADE
As
pessoas são contratadas para exercer funções específicas. Isso não
significa que nunca vão precisar realizar tarefas que “não estão no
roteiro”.
“O
ambiente de trabalho muda constantemente”, lembra a coach Andrea
Ballard. “Não importa quais as habilidades que você traz hoje; para
continuar relevante e bem-sucedido, você precisa saber mudar e se
adaptar rapidamente”.
10 – SOLUÇÕES
Um funcionário não traz apenas conhecimento, mas soluções para a organização.
“Empregadores
estão buscando candidatos que sejam solucionadores de problemas, e são
atraídos por quem usa uma linguagem baseada em soluções”, garante o
consultor de recursos humanos Delmar Johnson.
Agora que você tem esse roteiro, ponha a mão na massa e leve os dez pontos-chave em seu currículo e em suas entrevistas.
Tradução de um artigo americano postado em:[Live Science]
Pela TV aberta aqui no Brasil a única emissora a transmitir as Olimpíadas de Londres é a Record que possui o seu portal: http://rederecord.r7.com/londres-2012/
A equipe que a Record Montou para cobrir as olímpíadas tem vários nomes de peso, várias medalhas olímpicas e Panamericanas, além de jornalistas consagrados como Álvaro José(arquivo olímpico vivo) e Mylena Ciribelli:
Cerimoniais de abertura são um dos maiores momentos dos Jogos Olímpicos. A surpresa é tudo, mas sempre escapa alguma coisa.
A música tema arrebata. Ela é a alma da Olimpíada. Em Londres 2012, Survival, da banda britânica Muse, será a canção oficial .
O TEMA será tocado ao longo de todo o evento.
Na entrada dos atletas na disputa e na cerimônia de entrega das medalhas e na mídia do mundo inteiro.
A CANÇÃO fala sobre a total convicção e pura determinação de ganhar.
Pelo menos temos uma certeza, a banda MUSE vai tocar na abertura da Olimpíada para apresentar o tema.
ABERTURA que terá o diretor Danny Boyle, de Trainspotting Sem Limites e Quero Quer Ser um Milionário, no comando.
Bandas como Franz Ferdinand e Coldplay estarão lá no dia 27 de julho.
Aí Survival no clipe:
O DE$VIÔMETRO é um espaço aberto à sociedade, que demonstra por uma
projeção a cada segundo, o valor desviado por: corrupção, desfalque,
falcatrua, negociata, traficância e velhacaria, que poderia ser
investido na solução dos grandes problemas brasileiros: habitação,
saúde, segurança, educação e transporte público.
Tendo como base um estudo da FIESP, realizado em 2010, com o título
“Corrupção: custos econômicos e propostas de combate”, o qual projeta um
custo médio da corrupção no Brasil de 2,3% do PIB, isto é, R$ 69.1
bilhões ano base 2008.
Este percentual parece modesto, tendo em vista que as pessoas cuja renda
familiar per capita é superior a cinco salários mínimos, 27,8%
concordam que o problema mais grave é a corrupção.
Também divulga relatos de corrupção e desvios, publicados em jornais e
revistas e registra denúncias recebidas de fontes devidamente
identificadas.
A memória curta do eleitor já foi comprovada por vários estudos e
pesquisas, neste sentido nossa contribuição é para que não nos
esqueçamos das participações de pessoas de todas as classes e
atividades, principalmente políticos, registrando o que fizeram para
terem seus nomes envolvidos em assuntos desabonadores para numa próxima
eleição possamos melhor avaliar a quem daremos o nosso poderoso e
transformador voto.
METODOLOGIA
Tendo como base um estudo da FIESP, realizado em 2010, com o título
“Corrupção: custos econômicos e propostas de combate”, o qual projeta um
custo médio da corrupção no Brasil de 2,3% do PIB, os valores são
apurados da seguinte forma:
PROJEÇÃO DO PIB PARA O ANO CORRENTE
A.AAA.AAA.AAA.AAA,AA
APURAÇÃO DO PERCENTUAL DE 2,3%
BBB.BBB.BBB.BBB,BB
O PERCENUTAL DE 2,3% É DIVIDO PELO NÚMERO DE INDICADORES
BBB.BBB.BBB.BBB,BB / 5 = CC.CCC.CCC.CCC,CC
CADA UM QUINTO (1/5) DO VALOR APURADO É DIVIDIDO PELO VALOR UNITÁRIO DE CADA UM DOS INDICADORES
CC.CCC.CCC.CCC,CC ÷ (salário médio militar soldado de 1ª classe) = contratar D.DDD.DDD policiais
CC.CCC.CCC.CCC,CC ÷ (custo de construção de casa popular com 36m²) = construir EEE.EEE casas populares
CC.CCC.CCC.CCC,CC ÷ (salário base do professor do ensino médio
MEC) = contratar FF.FFF.FFF professores do ensino médio
CC.CCC.CCC.CCC,CC ÷ (custo de implantar um posto de saúde equipado) = construir GG.GGG postos de saúde equipado
CC.CCC.CCC.CCC,CC ÷ (custo do Km de estrada asfaltado) = asfaltar HH.HHH Km de estrada
ASSESSORES
Paulo Ivan R. Vega
Criador do portal desviometro.com.br
Contador, CRC-RS 0644760
Pós-graduado em Direito Tributário
Autor do livro Cálculos Trabalhistas Para Neófitos
Criou os programas denominados: Cálculos Trabalhistas - Rito Sumaríssimo
e Gerenciador, software gerencial e administrativo e do escritório
jurídico.
Funcionário Público Municipal
Sérgio Augustin
Doutor em Direito (UFPR)
MM Juiz de Direito/RS
MM Juiz Eleitoral da 16ª Zona
Coordenador do processo eleitoral em Caxias do Sul
Coordenador do Mestrado em Direito da UCS
Miguel Pletsch
Funcionário Público Federal Aposentado
Ex-Delegado da Receita Federal do Brasil em Caxias do Sul
Técnico em Contabilidade
Bacharel em Ciências Contábeis
Bacharel em Administração de Empresas
Especialização em Ciências Econômicas - Ciências Contábeis
Professor Universitário PUC-Uruguaiana/RS
Professor Universitário UFSM-Santa Maria/RS
Professor Universitário UCS-Caxias do Sul/RS
Consultor Tributário, Auditor Interno e Assessor de Diretoria
Joel Paulo Biondo
Advogado OAB/RS 42.946
Pós-Graduação Nível MBA Gestão Empresarial FGV/RJ
Professor de Direito Público Constitucional, Administrativo e Tributário
Sócio na Vetor Assessoria Empresarial
Ao abrir mais possibilidades de extensões, agência responsável por regular domínios na
internet provoca verdadeira guerra entre gigantes de mercado pela propriedade de novos sufixos
Publicação: Jornal Estado de Minas 26/07/2012 Caderno Inform@tica Repórter Silas Scalioni
A internet está
mais ativa do que nunca e pronta a movimentar mais alguns bilhões de
dólares. Isso desde que a Internet Corporation for Assigned Names and
Numbers (Icann) ou, em português, Corporação da Internet para Atribuição
de Nomes e Números – organismo internacional que regula a
infraestrutura técnica da web –, abriu às empresas a possibilidade de
registro de novos domínios. Em cerca de cinco meses, período em que
ficaram abertas as inscrições, foram 1.930 pedidos de posse de novos
domínios web dos chamados generic top-level domains (gTLDs) ou domínios
de nível superior.
Há alguns dias, a entidade divulgou em seu
site uma lista de quem está na briga por tais aquisições – briga, por
sinal, que envolve gigantes do mercado –, revelando que os pedidos de
registros incluem mais de 700 nomes solicitados por mais de uma empresa,
como .cloud e .app. A maior disputa está entre as norte-americanas
Google e Amazon, que se engalfinham pela posse de cerca de 20 extensões
(ou strings), entre elas .map, .music, .movie, .cloud, .app, .mail,
.book, .search, .shop, .free e .game. Algumas delas são disputadas ainda
por outras grandes concorrentes. A extensão .cloud, por envolver um
tema tão ascendente no mundo da tecnologia devido à computação nas
nuvens, é reclamada ainda por outras cinco companhias, como a Symantec. Atualmente,
há apenas 22 sufixos aprovados e utilizados no mundo, como os
tradicionais .com, .net e .org (no Brasil, são atualmente 69 extensões
com a terminação .br). “O que se está abrindo agora não é simplesmente a
possibilidade de registro de um domínio, e sim de uma empresa se tornar
proprietária de um novo sufixo. Ou seja, quem quiser depois usar esse
sufixo em seu site, terá de ter a permissão do dono e pagar um valor
pelo seu uso. Por isso há essa briga tão contundente entre gigantes
tecnológicos por determinada extensão, como no caso de .app e .cloud”,
explica o especialista em inovação e internet Ítalo de Barros Naddeo.
Mercado bilionário
Novas extensões de domínios, com sufixos dos mais variados, entram no ar até 2013,
o que para empresas pode ser um grande negócio. Mas o reinado ainda será do .com
Domínio é um nome
usado para localizar e identificar pessoas ou empresas na internet. Foi
criado para facilitar a memorização dos endereços de computadores na
rede, pois, sem ele, seria preciso guardar e digitar uma grande
sequência de números na hora de acessar um endereço web. O domínio é a
base de uma identificação profissional na internet, podendo-se dizer que
ele é o sobrenome de um site e de e-mails. É composto por um nome e uma
extensão. Por exemplo: em um endereço do tipo nomedealgumacoisa.com.br,
nomedealgumacoisa (podendo ser o de uma empresa, produto, entidade
etc.) é o nome do domínio, enquanto .com.br é a sua extensão. O que a
Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann), entidade
internacional que regula o assunto, fez ao abrir o leque dos sufixos que
completam um endereço de internet, saindo dos atuais 22 existentes,
foi, ao mesmo tempo, uma grande jogada de mercado e uma forma de
resguardar direitos de empresas proprietárias de marcas conhecidas.
“Trata-se de um negócio que vai movimentar bilhões de dólares. Só a
Icann está embolsando US$ 352 milhões pelos mais de 1,9 mil pedidos de
novos domínios que recebeu, uma vez que cada um custa US$ 185 mil (além
do pagamento de uma cota anual de US$ 25 mil)”, revela Ítalo de Barros
Naddeo, especialista em inovação e internet. E resguarda direitos da
empresa ao abrir para ela a possibilidade de criar domínios que envolvem
seus produtos e marcas, impedindo assim que outros o façam. “Num
primeiro momento, só empresas donas de produtos e marcas conhecidas
puderam fazer essa solicitação, mas, vencido o prazo dado pela Icann,
qualquer um vai poder pedir registros”, completa.
valorização O
mercado é cheio de investidores, gente que vive a pesquisar o que ocorre
no mundo para registrar patentes e domínios que possam depois
interessar aos mais diversos segmentos. “Ou seja, se um domínio
registrado por alguém se valorizar, com certeza essa pessoa o venderá
com muito lucro”, diz ele, salientando que, com essa medida do Icann,
uma empresa poderia solicitar domínios de várias coisas relacionadas a
ela. Trazendo para a realidade brasileira, uma grande indústria
alimentícia de embutidos de carne, para se resguardar, poderia fazer
registros do tipo .coxa, .peito, .peru, .chester, .salsicha e assim por
diante.” Portanto, segundo Naddeo, abrir esse leque representa mais
dinheiro no caixa da Icann e para o investidor a possibilidade de
aumentar sua carteira de domínios, uma vez que as empresas não vão
conseguir registrar todas as possibilidades existentes. Ele cita, como
caso de sucesso, o indiano Bhavin Turakhia, dono da empresa de hosting
Directi, que pediu o registro de 31 sufixos (como .web e .música).
“Hoje, ele tem uma empresa conhecida e até pôde se inscrever nessa
abertura da Icann. Mas é também um investidor e proprietário de um
enorme banco de domínios”, informa. Quanto ao caso de registros
solicitados por mais de uma empresa, Ítalo Naddeo explica que a Icann
vai fazer uma análise para definir quem tem mais a ver com aquela
solicitação. “E se houver um empate nesse quesito, fica com o registro a
empresa que fez o pedido primeiro.”
Pesquisas mais refinadas
Se
para as empresas e investidores a medida da Icann diz muito, para o
usuário final quase nada significará. A opinião é do gestor em
tecnologia Marcos Bemquerer, diretor-executivo da Colabore.Info,
especializada em serviços web 2.0. Profissional que vive a internet
desde os seus primeiros passos, ele acredita que a forma como o Google e
outras empresas de buscas vão interpretar a entrada de novos sufixos
nos domínios é que poderá melhorar ou deixar inalterada a vida do
usuário de internet. “Afinal, mais da metade dos acessos são feitos
hoje via ferramentas de busca. A forma como essas empresas vão incluir
isso em seus algoritmos é que vai definir alterações. Poderá haver um
refinamento nas pesquisas, filtrando-as por temas, se tais empresas
fizerem os acertos de forma correta. Do contrário, nada mudará”, afirma. Mas
para ele, mesmo com a aprovação de centenas de novas extensões,
dificilmente as empresas vão fugir do tradicional .com no momento de
registrar seus domínios. “Trata-se de uma extensão super conhecida e que
transmite segurança. Empresas gigantes estão procurando, sim, o
registro de certas palavras porque elas têm marcas e podem explorá-las
melhor dessa forma. Agindo assim, estarão também se resguardando da
concorrência.”
Facilidade Se não for detectado nenhum
impedimento, como endereçamentos iguais, criar e registrar um domínio na
internet é fácil e rápido, ao contrário do que ocorre com uma marca ou
patente, que pode demorar até anos. Há várias empresas de tecnologia que
podem fazer isso para seus clientes. Mas, se quiserem, eles mesmos
podem efetuar a solicitação no Registro.br (www.registro.br), órgão
responsável pelo controle de domínios no país. O serviço de registro
resume-se em preencher um formulário com a documentação exigida pelo
Registro.br, enviá-lo on-line, pagar a taxa e nada mais. O registro vale
por um ano e precisa ser renovado sempre via pagamento de uma taxa. “De
forma particular ou via terceiros, o custo é de cerca de R$ 30”, diz
Luiz Cláudio de Araújo Pires, diretor-presidente da Turbositem
(www.turbosite.com.br), empresa mineira credenciada pelo Registro.br e
pela Icann. “São apenas cinco empresas brasileiras credenciadas a
solicitar registros internacionais diretamente na Icann”, informa o
executivo. A Registro.br repassa aos seus credenciados apenas R$ 2 de
cada solicitação feita, valor esse que, segundo Luiz Cláudio, não cobre
nem os impostos. “Mas empresas como a nossa são prestadoras de vários
serviços de tecnologia. Podemos oferecer outras opções de negócios, como
hospedagem de sites, consultoria para criação e montagem do site,
criação, montagem e hospedagem de lojas virtuais, serviços de e-mail
marketing e todo suporte que alguém, que já tem um domínio, precisa”,
ressalta.
Novos registros de domínio marcam grande mudança na web
ICANN divulgará hoje novas extensões de domínio em ação que vai mudar a forma como acessamos sites na internet
Site Olhar Digital 12 de Junho de 2012 | 10:06h
Reprodução
A ICANN vai divulgar hoje (13/06) novas extensões de domínio de internet em uma ação que vai mudar a web de diversas maneiras.
As mudanças não vão ser restritas à forma de acessar a web, que ganhará,
por exemplo, endereços "usuário.youtube" para entrar em uma conta no
serviço de vídeos, mas também vai criar uma corrida pode novos domínios.
O Google, por exemplo, pediu diversos endereços.
Parte deles tem relação com seus produtos - como o .Google, ou o .docs.
Outros, no entanto, são vistos como oportunidades futuras para a
empresa - como o .lol.
Mas não são só empresas que querem os novos endereços. Para algumas
pessoas, a corrida por domínios é uma boa oportunidade de ganhar
dinheiro.
Frank Schilling não é representante de nenhuma empresa, mas pode ganhar muito dinheiro com a mudança, segundo a CNET.
Ele já é milionário e criou a sua fortuna comprando domínios que
poderiam interessar a companhias um dia, e segurou os endereços até
alguém comprar. Ao todo, ele é o dono de mais de 320 mil domínios apenas
com esse objetivo - vendê-los para outras empresas.
Ele investiu US$ 60 milhões do seu próprio dinheiro para fazer pedido de
novos domínios também com esse objetivo - ao todo, ele quer 54 novos
endereços.
O anúncio da ICANN
marcará uma das maiores mudanças da história da web desde o meio dos
anos 1990, quando empresas passaram a comprar os domínios .com para
divulgar as suas marcas. Agora, a internet será diferente.
"Cambistas" de domínios: veja como eles agem na web
Conheça os dois lados do mercado de compra e venda de domínios e entenda como alguns lucram com esse comércio
O
título da matéria pode soar um pouco estranho, mas você leu direitinho:
tem gente registrando domínios interessantes apenas para vendê-los mais
tarde, assim como acontece com ingressos de shows concorridos. O
internauta cria um site com um nome atrativo e aguarda até que uma
empresa ou pessoa interessada faça a oferta. Este é um mercado super
comum fora do Brasil, mas que está se popularizando cada vez mais no
país. E o motivo é simples: os domínios na internet são como endereços
físicos: se você compra um domínio com uma palavra-chave muito boa, é o
mesmo que comprar um terreno no ponto mais badalado de sua cidade.
Para entender melhor como esse mercado funciona é preciso conhecer as
duas formas de se comercializar domínios. A primeira delas é a mais
comum. Uma pessoa registra um domínio qualquer, como por exemplo,
www.wifi.com.br e o coloca a venda. O interesse pode surgir
espontaneamente, quando uma pessoa física ou jurídica decide comprar o
domínio; mas às vezes é necessário correr atrás da venda. O dono do
registro sai em busca de um possível comprador, entrando em contato com
empresas do ramo que, possivelmente, gostariam de adquirir o
endereço. "Já saí ligando para companhias e deu certo. Na terceira
ligação vendi meu domínio", conta Antonio Ventura, empresário que gastou R$ 30 para fazer o registro e faturou cerca de R$ 3 mil na venda do endereço citado.
A outra maneira é ainda mais fácil, pois não exige nem mesmo a
criatividade do futuro proprietário. Segundo Antonio, o Registro.br faz
leilões de domínios que estão abandonados por falta de pagamento, ou
simplesmente foram abandonados pelos seus donos (estima-se que 3 em cada
4 domínios registrados são abandonados ao final da anuidade). De tempos
em tempos eles listam uma quantidade absurda de endereços parados que
podem ser adquiridos por R$ 30. "Eu escolho o nome que mais me agrada e
dou meu lance. Se ninguém quiser disputar comigo, eu compro o domínio
por R$ 30. Mas, se mais alguém quiser o domínio também, eu devo aguardar
o novo leilão. Caso haja disputa pelo nome por mais de três leilões, o
endereço é congelado", explica Antonio.
O mercado negro dos domínios
Como o registro de domínios funciona no esquema "quem pegar primeiro,
leva", não há nenhum impedimento legal em comprar nomes genéricos para
vendê-los depois. Na verdade, nem mesmo é proibido registrar domínios
com nomes de marcas ou empresas. De acordo com Demi Getschko, diretor
presidente do NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do .br), para
registrar um domínio é necessário CPF ou CNPJ, mas qualquer pessoa pode
registrar o que quiser, desde que esse endereço esteja ligado a ela ou a
sua empresa.
Porém, se alguém compra um domínio com nome de marca ou empresa alheia,
pode sofrer um processo e será obrigado a transferir o endereço para a
pessoa ou companhia responsável pelo nome. "Na hora do registro não tem
como checarmos se o nome registrado no endereço é mesmo da pessoa ou
empresa, mas o proprietário está ciente de que se registrar uma marca ou
nome próprio, a empresa lesada pode processá-lo", completa.
Esse tipo de registro é bastante comum, mas é visto como antiético
dentro do mercado de comercialização de domínios. O internauta se
apropria de nomes de marcas, adicionando o .com.br (ele compra, por
exemplo, o www.apple.com.br ou www.cocacola.com.br
antes mesmo das companhias), e torce para que a empresa em questão
precise desse endereço um dia e, obviamente, pague um bom dinheiro por
ele. "O problema é que há uma forma de não ser processado mesmo usando o
nome alheio. Se a pessoa vincula o nome a alguma coisa diferente da
marca ou empresa [por exemplo, inventa 2 bonequinhos chamados 'Coca' e
'Cola', e coloca-os ilustrando o site de historinhas para crianças], ela
pode conseguir ficar com o endereço. Então, ela consegue que a empresa
pague um preço pela venda do domínio", conta Antonio.
Segundo Antonio, já aconteceu de domínios com nomes de programas
televisivos serem comprados por um bom dinheiro e também terem sido
retirados do proprietário após um processo. Ao mesmo tempo, na
modalidade ética de comercialização, muita gente também já embolsou
muito dinheiro criando domínios atrativos - como é o caso do
imóveis.com.br, que rendeu ao registrante inicial US$ 300 mil; e do
trabalhar.com, que foi vendido por US$ 20 mil.
Fazendo a coisa certa
Se você se interessou por esse mercado, acesse os leilões de domínios ou
use a criatividade para registrar um bom nome. Caso você queira comprar
domínios já registrados para iniciar seu site, busque pelo proprietário
do endereço e pague pela transferência do domínio. Há também a
possibilidade de comprar o site inteiro com todo seu conteúdo.
Pesquisador lança no Brasil livro que põe o dedo nas ameaças da gigante de buscas
Publicação: Jornal Estado de Minas Caderno Inform@tica - 26/07/2012 - Repórter Bruno Silva
Poucas empresas no
setor de tecnologia são tão benquistas quanto o Google, tanto por seus
serviços –, buscas, navegadores, sistemas para celular, entre outros –
quanto pela posição da empresa, conhecida por seu slogan: “não seja
mau”. Entretanto, a gigante tem seus críticos, e poucos são tão
contundentes quanto o norte-americano Scott Cleland, especialista
antitruste que já testemunhou três vezes no Congresso norte-americano
sobre privacidade e práticas anticoncorrenciais na internet. Nascido em
Michigan e defensor de direitos de privacidade e propriedade, Cleland
visitou o Brasil – e Brasília – pela primeira vez, no início do mês,
como parte do lançamento de seu livro Busque e destrua – por que você
não pode confiar no Google Inc. (Matrix Editora, 348 páginas), em que
ele destaca práticas da gigante de buscas que afetam a privacidade de
usuários, desrespeitam leis e governos – e como eles conseguem esconder
isso do público.
Existem várias empresas envolvidas em questões antiéticas no setor de tecnologia. Por que o senhor prioriza o Google? Há
algumas razões. A primeira: o Google é único. Não há outra empresa com a
missão de organizar toda a informação do mundo e torná-la acessível e
útil. Não dá para ser mais ambicioso do que isso. Essa missão os coloca
em tudo: o monopólio da Microsoft, por exemplo, foi apenas em softwares
para PC. Isso não afetou a Apple ou a Oracle. O Google permite que eles
estejam em qualquer mercado que seja on-line – e eles estão. A outra
razão é: me pediram para testemunhar no Senado norte-americano, na época
em que o Google queria comprar a DoubleClick (a transação foi concluída
em 2007, por US$ 3 bilhões). Essa era a única empresa no mundo que
tinha o mesmo alcance em publicidade on-line que o Google. Quando me
opus à aquisição, eu era o único analista que via um problema nisso. Eu
os avisei: se a compra fosse concluída, o governo daria a eles um
monopólio. Juntas, as duas teriam uma fatia de mercado maior que a de
todos os concorrentes. No mundo dos negócios, o mais difícil é conseguir
clientes. Você não sabe como é difícil: é preciso cortejá-los,
negociar. O Google simplesmente os comprou.
Qual a diferença entre o Google e as outras empresas? Quando
testemunhei, eles me perguntaram sobre outras empresas, como Microsoft,
Yahoo! e Facebook. O Bing, serviço de buscas da MS, é só parte do
negócio deles. A pesquisa também nunca foi o principal negócio do Yahoo!
– eles saíram, voltaram e se tornaram uma empresa de mídia. Naquela
época, o Facebook nem era tão conhecido. O Google prevaleceu sobre todos
os concorrentes quando descobriu que a publicidade em buscas e em
anúncios era o mesmo negócio. São os mesmos usuários, os mesmos clientes
e o mesmo conteúdo. Quando aprovaram a compra, sabia que o Google seria
um grande problema. Nunca tivemos um monopólio que fosse global e em
todos os mercados. Eu sabia das ambições deles, e sabia que eles eram
antiéticos. Conhecia o modo como eles se comportavam havia cinco, seis
anos e que eles continuariam assim.
A atitude da empresa motivou o senhor a escrever o livro? Sim.
O livro é parte de quatro anos de pesquisa. Eu era uma das poucas
pessoas que sabiam que isso era um problema e estava vendo-o se
desenvolver. Eu sabia que ninguém escreveria esse livro e assim descobri
que tinha algo único a oferecer. Claro, já havia lido todos os livros
escritos sobre o Google, e eles são excelentes, mas em todos os autores
cooperaram com a empresa e contaram a história deles. Não estou tentando
diminuir o que o Google conseguiu, mas sim colocar isso em perspectiva
com todo o contexto. Um bom exemplo é o caso do Google Livros. Quando
foram acusados de roubar vários livros, eles alegaram que estavam
criando uma biblioteca global. É assim que o Google pensa: eles acham
que suas boas ações são uma licença para fazer o que querem.
Qual a visão pessoal do senhor em relação ao Google? Acredito
em privacidade e em direitos de propriedade. O Google não. Meu ponto de
vista é: se você não tiver segurança e privacidade on-line, alguém pode
ser seu dono. Eu discordo do Google. Acho que o que eles fazem é
errado.
Por que o senhor acha que o Google tenta esconder tanto esse outro lado da empresa? Eles
sabem que a maioria das pessoas acha que a privacidade é importante,
propriedade é importante, mas também não há ninguém melhor do que eles
em relações públicas. Quem acompanha o setor de tecnologia sabe que o
Google anuncia seus produtos muito antes de eles chegarem ao mercado,
com grande alarde, e todo mundo cobre, porque é uma empresa legal e
inovadora. Eles vieram do nada para se tornar a marca número um do mundo
em 11 anos sem gastar um centavo em publicidade, e isso é incrível. E
eles sabiam o que estavam fazendo. Eles queriam que todos confiassem
neles. Tudo que peço a eles é que sejam honestos e tão éticos quanto
dizem para o mundo.
Como as práticas do Google são vistas pela Justiça norte-americana? Eles
estão começando a ter uma visão clara sobre isso. No último ano e meio,
muitas coisas aconteceram, principalmente em 2011, quando houve um
acordo judicial em que o Google foi obrigado a pagar US$ 500 milhões,
porque eles estavam promovendo propaganda de drogas ilegais nos Estados
Unidos, como esteroides e analgésicos proibidos. O governo
norte-americano armou um esquema em que uma pessoa fez um site que
vendia esses produtos e o Google os ajudou com informações sobre como
burlar as regras. Esse vendedor tinha uma escuta, e os agentes ouviram
tudo. Além disso, eles descobriram que Larry Page sabia disso.
Como o Google trata seus usuários? O
Google diz que somos consumidores, mas a verdade é que os usuários são o
produto que eles vendem como propaganda. Isso não é um problema, se o
Google disser que esse é o negócio deles. Por que me preocupo tanto com a
mentira e a enganação? Se o usuário acha que pode confiar na empresa,
ele baixa a guarda. A primeira linha de defesa, para nos proteger do
perigo, é ter um ceticismo saudável. O Google diz para não nos
preocuparmos, que eles não farão nada para nos causar mal – mas eles têm
feito.
Qual a visão do senhor sobre o Facebook? A rede não tem feito o mesmo que o Google? Sim
e não. O Facebook tem grandes problemas de privacidade, mas sua missão é
diferente. Eles querem conectar o mundo, serem sociais. Isso é apenas
um pedaço da torta. O Google quer a torta inteira. Apesar de seus
problemas com privacidade, o Facebook não rouba propriedade intelectual.
Não os estou defendendo, mas acho que em cinco anos eles serão como o
Yahoo! ou o MySpace. Não como o próximo Google. Quando observo os dois,
vejo que o Google é um jato e o Facebook é um avião com hélice. Ele é
bom, fará sucesso, mas não há comparação.
E o Google+? É uma ameaça ao Facebook? Todo
mundo diz que o Google+ é uma cidade fantasma, mas 250 milhões de
pessoas o usam atualmente. O Facebook levou cinco anos para chegar a
esse número, talvez mais. O Facebook não é uma ameaça ao Google, e sim o
contrário. Eles não competem diretamente, mas o Google pegou seus cerca
de 500 produtos e serviços e os integrou a um único perfil social. O
efeito de rede (a tendência de um produto de alta tecnologia aumentar
seu valor à medida que ele é mais utilizado) do Google é muito maior que
o do Facebook.
Como o senhor vê o futuro se o Google continuar a não obedecer às leis? É
um futuro muito ruim. O que engenheiros fazem? Programar. Um programa é
um plano. Quando você é engenheiro, sabe qual será o resultado dos
algoritmos e das equações, com um propósito em mente. Há um plano, um
objetivo. Ao escrever o capítulo do livro sobre recomendações e
previsões, vi que o Google tem um plano e toda vez que eles fazem isso
têm um propósito em mente. Além disso, ninguém nunca coletou toda a
informação do mundo em um lugar só. A mensagem do livro é: nós
conhecemos a natureza humana. Poder corrompe e o poder absoluto corrompe
absolutamente – é uma frase famosa de (barão inglês) Lord Acton.
Sabemos que a natureza humana não pode ser confiada se você tem poder
demais. O Google monopolizou o mundo virtual e não tende a reconhecer
fronteiras virtuais. Isso é um problema.
Isso se traduziria, por exemplo, na posição do Google em não bloquear sites e resultados de buscas a pedido do governo chinês? Não
vou defender a China, mas quando o Google se colocou contra o governo
chinês, o que eles queriam é que todos olhassem para a empresa e vissem:
“Nós estamos nos colocando contra a China, somos ótimos”. Mas a empresa
não diz que foi hackeada fortemente pelos chineses. Eles se recusaram a
bloquear as buscas, porque o governo chinês entrou no sistema deles e
roubou todas as senhas. O Google disse a parte boa, mas não a parte ruim
– que os hackers chineses entraram no Google.
O senhor usa algum produto do Google? Eu
uso Bing (ferramenta de buscas da Microsoft) na maior parte do tempo.
Se não consigo achar, e não ligo para que o Google saiba, eu uso a busca
do Google. Sei que tipo de informação eu estou disposto a dar a eles.
Mas acho que produtos como o Chrome são um erro. Tudo que passa por lá é
“fotografado” pelo Google. Eles veem tudo. Tudo que você faz no Chrome é
visto por eles. E, como é o mais rápido, é o mais usado. Além disso, o
Google paga a Mozilla (dona do Firefox) cerca de US$ 900 milhões para
que eles coloquem o Google como opção padrão de busca. Quando você junta
os dois, você tem mais de 50% do mercado.
Como o Google é visto no Vale do Silício? O
Google é faminto por atenção. Eles são como a Paris Hilton do mundo da
tecnologia. Eles também coletam inimigos. Steve Jobs era o mentor de
Larry Page e Sergey Brin. Antes de o Google contratar Eric Schmidt como
CEO, eles queriam Jobs. Ele recusou o convite, deu um tapinha nas costas
de ambos e os colocou sob sua proteção. O Google mordeu a mão que os
alimentou.
Clique aqui para conferir o site do livro de Scott Cleland
O Google está em todo lugar e sabe o que você está fazendo
agora. Conheça o homem que já escreveu um livro e depôs no Senado
americano contra uma das empresas mais admiradas no mundo
por
João Mello - Revista Galileu- 06/07/2012
Depois não vai falar que o Scott não te avisou... //Crédito: Reprodução
Imagine
a internet como um planeta. Imagine que esse planeta está sob domínio
de um ditador malévolo, um facínora completamente louco por poder e
onipresente. Medonho, não? E se esse tirano soubesse tudo –
absolutamente tudo – sobre você? Não haveria escapatória. Esse cenário
apocalíptico não é uma previsão aterradora do futuro, mas uma
constatação empírica sobre o que estamos vivendo nesse exato segundo. Ao
menos na visão de Scott Cleland.
O economista
norte-americano dedica sua vida a mostrar que o Google não é a empresa
boazinha que o senso comum costuma crer. Ele diz que nenhuma empresa em
toda a História foi tão poderosa e ao mesmo tempo tão repleta de
interesse de conflitos. Pra ficar com um exemplo: eles acham o que você
procura, mas, sempre que possível, os primeiros resultados serão de
produtos do próprio Google. E isso quase sempre é possível: “Eles já
criaram, literalmente, 500 produtos em quase todas as áreas que você
pode imaginar. E acham que ninguém pode fazer melhor que eles ”ele diz. A
arrogância com que trata os concorrentes, a própria ausência de
concorrentes – “95% dos brasileiros fazem buscas pelo Google!” – e a
falta de transparência em relação ao que, afinal, eles vão fazer com
informações pessoais de bilhões de pessoas, são os principais alvos de
Scott.
Ele mesmo não consegue fugir da gigante da
internet em seu dia a dia. “O Google é brilhante e muito inovador. Não
digo para as pessoas não utilizarem. Só digo para não confiarem”, ele
diz com bastante frequência. Agora em julho chegou ao Brasil o livro de
Scott: “Busque e Destrua”. A obra é uma compilação, item por item, de
notícias, estatísticas, processos jurídicos e curiosidades que mostram o
lado escuro da empresa. Se a opinião de Scott às vezes resvala na
típica paranóia ianque, é porque o tamanho do poder do Google dá margem
pra isso. Muita margem.
Confira abaixo como foi nossa conversa com Scott:
Antes de começar a entrevista, você comentou que o Google acha que todos nós somos idiotas. Por que você diz isso? Scott Cleland:
O Google acredita que sabe tudo. Eles são brilhantes, muito inovadores,
fazem coisas maravilhosas. O problema é que eles são muito arrogantes e
acreditam que sabem o que é melhor para todo mundo. Você vê o Google
criando produtos em quase todas as direções: eles acham que tudo que os
outros já fizeram, eles podem fazer melhor. E, de fato, eles fizeram
algumas inovações espetaculares... Quais seriam essas coisas maravilhosas, que você admira o Google por ter feito? Scott Cleland:
Bem, eles já criaram, literalmente, 500 produtos em diversas áreas:
e-mail, livros, vídeos, viagens. Agora, até um carro que se auto- dirige
eles querem fazer! Sequenciamento de DNA, impressão digital,
reconhecimento facial...quase tudo que você conseguir pensar, o Google
estará trabalhando naquilo. E, normalmente, eles acham que ninguém faz
essas coisas melhor que eles. E isso não é verdade? Scott Cleland: Não.
Essa arrogância é que cria muitos problemas. Tem uma palavra em inglês,
hubris (confiança excessiva), que eu chamo de goobris. Eles são a
empresa mais ambiciosa e prepotente que nós já vimos. Imagino
que você ouça essa pergunta o tempo todo, mas eu não posso deixar
passar a oportunidade. Quando você precisa procurar por algo na
internet, a que site você recorre? Scott Cleland:
Normalmente eu uso Bing. Se mesmo assim eu não achar, posso dar um
Google. Eu não digo que o Google é de todo o ruim, o ponto é que eles só
contam o lado bom. E tem um lado ruim, tem muitas coisas erradas. E o
meu livro é o primeiro a contar o outro lado da coisa. Não estou dizendo
que as pessoas nunca devem usar o Google: elas não podem é confiar no
Google. E se você está na frente de um computador e bate aquela vontade de ver um vídeo, ouvir uma música. Como você foge do Youtube? Scott Cleland:
Se só está no Youtube e eu não me importo que o Google saiba, eu
assisto lá mesmo. Acontece que as pessoas precisam saber que o Google
grava tudo. A internet é uma imensa máquina de copiar e tudo que fazemos
na internet o Google pode rastrear, de um jeito ou de outro. O problema
é que eles foram os primeiros a perceber que a internet pode copiar
tudo. E daí, a missão deles é organizar toda a informação do mundo. Isso
inclui sua informação privada, sua propriedade privada. E eles não
pedem sua permissão pra isso. Você pode explicar qual o critério usado pelo Google para mostrar os resultados de busca? Scott Cleland: Eles
sabem o que você procurou antes, quais sites entrou, o que você leu,
quais notícias você deu uma olhada. Eles sabem tudo sobre você: o que
você quer, o que você pensa, o que você assiste, o que você quer fazer,
aonde você quer ir. Eles sabem tudo isso, então os seus resultados não
serão iguais aos meus. Isso pode ser bom, mas pode ser ruim. Há quem não
ligue para a privacidade, mas os que se importam não têm a opção de
tê-la.
Quando você cria uma conta no Gmail, em nenhum momento aparece um pedido de autorização para isso tudo? Scott Cleland: Bem,
originalmente, o Google tinha uma configuração de privacidade para cada
produto seu. Em janeiro, eles unificaram tudo. A razão pela qual a
União Europeia e alguns estados dos EUA estão reclamando é que não foi
oferecida ao usuário a opção de recusar isso. Eles dizem “agora vou
combinar todas as informações que tenho a seu respeito” e não te deixam
dizer não. Eles deveriam deixar. Se eu deletar minha conta no Gmail, aquela informação toda será, de fato, apagada? Scott Cleland: Nós
não sabemos. Quando Google coleta a informação do mundo todo, eles
fazem três cópias. Então, não sabemos se eles apagam todos esses dados. E como o Google usa minhas informações para lucrar? Scott Cleland:
Eles estão no ramo da propaganda. Eles gostam de dizer que trabalham
para os usuários, mas usuários não pagam nada pra ele. Não há nada
errado com o ramo da publicidade. Mas eles dizem “Nós somos éticos,
somos confiáveis, nosso slogan é: Dont´Be Evil (Não seja mau)”. Porém,
eles têm um histórico de fazer muitas, muitas coisas erradas. Eles dizem
que não tem um conflito de interesses, mas nenhuma empresa, em toda a
História, teve mais conflitos de interesse do que eles. Então eles pegam o mercado de propagandas, juntam com todas as informações do mundo e criam um negócio novo? Scott Cleland:
Exato. E o problema é que eles são um monopólio global: 95% dos
brasileiros fazem busca pelo Google. Ou seja: o mercado de buscas é
totalmente controlado por eles. O Google está sendo investigado por
autoridades antitruste nos EUA, Europa, Índia, Coreia do Sul, Argentina e
também há algumas reclamações aqui no Brasil. Os produtos do Google são
os primeiros a aparecer na lista de resultados. Por que isso é
importante? Os dois primeiros resultados pegam 50% do mercado. O mundo
inteiro fica com o resto. O povo brasileiro deve se perguntar: nós
queremos que nossa cultura seja filtrada e organizada pelo Google? Você consegue nos dar uma noção da quantidade de informação coletada pelo Google? Scott Cleland: É
difícil até de imaginar, mas deixe eu colocar dessa maneira: toda a
informação que já foi criada no mundo, do início dos tempos até o ano
2000, tinha 5 petabytes de tamanho. O Google copia 5 PB de informação a
cada dois dias. As pessoas não têm ideia de como essa informação é
poderosa. Qual o próximo grande passo do Google? Scott Cleland: O
próximo grande lance é bem perturbador: o nome é Google Now. Agora que
eles têm informações de todo mundo, eles acham que pode ser útil dizer o
que você deve fazer. Isso pode ser uma boa ideia para várias situações.
Você está aqui e quer uma pizza: onde está a pizzaria mais próxima?
Isso poderia ser algo simples e prestativo, mas eles também podem te
dizer que emprego você deveria ter, o que você deveria fazer hoje. Isso
pode ser muito perturbador quando eles sabem tudo sobre você. Eles podem
sugerir :“Sabe, aquele amigo seu está logo ali do lado. Você não quer
encontrá-lo?”. O CEO da Google disse que a política deles é chegar em
cima da linha do perturbador e não ultrapassá-la. Bem, eles cruzam essa
linha – e muito! E se eles resolverem decidir em quem você deveria
votar? Ou como você deveria usar o dinheiro da sua aposentadoria? Eles
podem dizer para você investir em uma empresa...que tal o Google? O quão perturbador o Google Now pode ser? Scott Cleland: Ninguém
se dá conta de quanta informação eles têm. O que você faz, quais suas
amizades, o que você assiste, o que você lê, onde você estava, para onde
você pretende ir. É o tipo de informação que a União Soviética sonhava
em ter: quais suas visões políticas, seus amigos. Eles têm mais
informações sobre eleitores do que qualquer outro órgão. Se eles
quiserem, eles podem vender essas informações e manipular uma eleição.
Eles podem não fazer isso, mas têm o poder de fazer: e o poder é algo
muito tentador de se usar quando você está sendo investigado pelas
autoridades. Faz sentido, não faz?
Nos Estados Unidos, ele já testemunhou três vezes no
Congresso sobre privacidade e concorrência na internet. Em 2001, Scott
Clealand ficou conhecido ao prever o estouro da bolha das empresas
pontocom. Recentemente ele esteve no Brasil para lançar seu livro
“Busque e Destrua – Porque você não pode confiar no Google”.
"Existem dois grandes problemas com o Google: eles
não respeitam a privacidade das pessoas e também não respeitam a
propriedade privada. E se você não tem nenhuma destas coisas, você não
tem liberdade ou segurança na internet. O Google coleta mais informações
de pessoas e empresas do que qualquer instituição jamais coletou. O
problema é que essas informações podem cair nas mãos erradas", comenta o
autor.
Segundo o pesquisador, atualmente nos Estados Unidos, o
Google é acusado por problemas de fraude, privacidade, monopólio e até
de atos criminais.
"Uma das razões de porque o Google é um
problema é porque eles não respeitam a lei. Este é um dos motivos pelos
quais escrevi o livro; as pessoas não entendem que o Google não é assim
tão confiável quanto eles se dizem ser", afirmou.
Durante a
entrevista o autor aproveitou para dizer o que significa o desenho do
dinossauro vestido com um pijama de ovelha na capa do livro.
"Todos
conhecem a expressão 'lobo em pele de cordeiro', certo? O Google
escolheu o Tiranossauro Rex como mascote da empresa. Eles inclusive têm
um esqueleto gigante de um T-Rex no prédio da companhia. Agora, que tipo
de empresa escolhe um tiranossauro como mascote? Pelo que sabemos, o
T-Rex foi o predador mais devastador e destruidor que já habitou a
Terra", disse.
E o que o Google diz sobre todas essas acusações, Scott?
"Bom,
eles ignoram minhas mensagens e também o meu livro. Claro, eles não
querem que as pessoas conheçam o outro lado da história. Eu não teria
qualquer problema com o Google se eles obedecessem as leis; se eles
fossem tão éticos e confiáveis quanto dizem ser", finaliza.
A íntegra da entrevista com Scott Clealand, o maior
crítico do Google no mundo, você confere no no link acima. Acesse e
confira tudo o que ele tem a declarar contra a gigante pontocom.
Aproveite para conhecer um pouco mais sobre o livro “Busque e Destrua” e
tire suas próprias conclusões.
A face perversa do Google
Por Ethevaldo Siqueira Estadão.com.br / Blog do Ethevaldo Siqueira – 06/06/2012
“Todos conhecem os benefícios e as coisas maravilhosas que o Google
nos proporciona. Poucos, entretanto, têm consciência dos riscos
decorrentes da destruição de sua privacidade, do rastreamento permanente
de suas consultas e do uso antiético de informações pessoais por esse
monstro digital, que indexa, armazena e manipula milhões de terabytes
por dia”.
Essas advertências são do pesquisador norte-americano Scott Cleland,
no livro Busque e Destrua (Por que você não pode confiar no Google
Inc.), que foi lançado na semana passada em São Paulo pela Editora
Matrix. Depois de ler o livro e entrevistar Cleland, acho que o mundo
deveria preocupar-se muito mais com os riscos e problemas apontados pelo
pesquisador.
O livro acusa o Google de não seguir os mais elementares padrões éticos,
como o respeito à intimidade das pessoas, à propriedade intelectual e à
honestidade das informações. E o faz repetidamente – diz Scott Cleland:
“Em 2011, a empresa pagou multa no valor de US$ 500 milhões por ter
anunciado de forma deliberada e consciente por sete anos, as importações
de um medicamento controlado ilegal e inseguro, segundo as leis
norte-americanas”. Poder absoluto
É provável que a maioria das pessoas não se preocupe com o tamanho e o
poder do Google. Mas, para Cleland, essa corporação gigantesca assusta
porque nunca existiu empresa tão grande e tão poderosa quanto esse Big
Brother ou Grande Irmão (personagem criada pelo escritor George Orwell,
em seu livro 1984).
O poder do Google cresce de forma aterradora, adverte o autor
norte-americano. “Isso nos faz relembrar a advertência do Lord Acton (o
historiador britânico), que escreveu: O poder tende a corromper. E o
poder absoluto corrompe absolutamente.”
O Google caminha para a consolidação do pior dos monopólios em âmbito
mundial: o monopólio da informação. “É o que chamo de googlepólio. Mais
do que isso: o Google rastreia tudo que você faz online. Invade sua
privacidade e atua como uma verdadeira agência de espionagem.”
Cleland levanta questões cruciais, como esta: ”Será que os líderes do
Google – os fundadores Larry Page e Sergey Brin e o presidente
contratado Eric Schmidt – estão se afastando de sua promessa de tornar o
mundo um lugar melhor? Ou estão disfarçando com tamanha eficiência seus
verdadeiros objetivos que ninguém foi capaz de notar?” Advertências
O livro de Scott Cleland não é uma condenação paranoica do Google,
embora escrito numa linguagem realmente dura. O que ele faz, sim, é uma
radiografia dos problemas dessa empresa global. No apêndice do livro, o
autor relaciona 726 documentos, artigos e pesquisas sobre a empresa,
seus processos e conflitos. Como especialista nos riscos da internet e
das redes sociais, Cleland já testemunhou três vezes perante o Congresso
americano.
Entre os capítulos do livro, há temas que chocam, mas sua
argumentação é consistente, com base em fatos, números e processos
judiciais. Eis os títulos desses capítulos: “O que é seu é do Google; A
segurança é o calcanhar-de-aquiles do Google; Googlepólio; Um pântano de
conflitos ocultos; Poder incontrolado; Por que o Google é destrutivo; A
estrada digital para a servidão; Para onde o Google nos está levando? O
que devemos fazer a respeito? A tirania do planejamento central; O
código Google”. Os dois Googles
Cleland lembra que ninguém está propondo a destruição do Google, até
porque o mundo hoje depende dele. Por isso, é essencial que a empresa
corrija seus vícios e maus procedimentos. Fiscalizar, corrigir e punir
são tarefas que cabem, prioritariamente, à Justiça, ao Ministério
Público, aos governos e a todas as entidades responsáveis pela proteção
do direito dos cidadãos.
É preciso usar todos os meios de comunicação, a começar da internet,
do próprio Google e do YouTube (que pertence a essa empresa) para
esclarecer os usuários e, em especial, para advertir nossos jovens sobre
os riscos e educá-los como internautas, para que saibam utilizar as
informações ali contidas, com o espírito crítico que esse novo Leviatã
digital nos impõe. Eu e centenas de milhões de usuários sabemos quais
são os benefícios e a utilidade do Google, como maior acervo de
informações que a humanidade já produziu, ao alcance de mais de um
bilhão de pessoas em todo o mundo. E de graça.
De graça? Na realidade, essa suposta gratuidade do Google é a grande
isca para atrair audiência. A partir daí, o Google se transforma numa
gigantesca máquina de publicidade que fatura bilhões. Seus parceiros são
todos os demais sites, portais e blogs que cedem seus espaços em troca
de uma remuneração próxima de zero. Como um polvo, o Google invade e
ocupa todos os espaços livres de todos os portais, sites e blogs.
Precisamos ser sempre críticos e independentes diante do Google e da
internet como um todo, apontando seus riscos e malefícios, em lugar de
apenas ressaltar suas maravilhas.
Meu conselho é este: seja cauteloso e desconfie sempre, leitor,
inclusive dos melhores projetos colaborativos, mesmo aqueles aparente ou
comprovadamente filantrópicos e não comerciais, como a Wikipédia.
Duvide sempre, pois a internet é um oceano de armadilhas e riscos. Aqui,
mais trechos da entrevista de Cleland. A visão de Scott Cleland
Quem é Scott Cleland? O autor do livro Busque e Destrua, lançado pela
Editora Matrix em tradução brasileira no dia 3 de julho, é pesquisador e
consultor. Fundou a Precursor LLC, empresa de consultoria que faz
pesquisas sobre o futuro da internet e de inovação em sentido amplo.
Cleland criou também a Netcompetition.org, entidade que estimula a
competição e o desenvolvimento das empresas de serviços de banda larga.
Scott Cleland não é um panfletário em busca de visibilidade e de uma
fatia, ainda que minúscula, dos imensos lucros do Google. Como
especialista em internet e Google, ele já foi convidado e compareceu ao
Congresso dos Estados Unidos para testemunhar contra o Google, a quem
acusa de ser um monopólio – aliás, “um monopólio predador”.
O especialista diz que, como todos sabemos, o Google tem muita coisa
boa, não apenas uma grande parcela de seu conteúdo, quanto seus novos
serviços. A proposta que a empresa anunciou ao nascer há 14 anos era
ajudar a humanidade a encontrar cada até agulhas perdidas no imenso
palheiro da informação do mundo. Hoje, no entanto, ela diz simplesmente
que seu propósito é organizar toda a informação do mundo.
O Google é muito mais do que um gigante de buscas de informações na
internet, mas oferece um conjunto de serviços e ferramentas, entre os
quais e-mail, a rede social, mapas, o Android (sistema operacional
móvel) e está entrando também na área de hardware.
A grande ameaça que Scott Cleland denuncia é a ameaça que o Google
significa para a privacidade de milhões de pessoas, assim como à
propriedade intelectual. Sua previsão do futuro dessa empresa é
catastrófica: “Em cinco anos poderão ocorrer desastres na área de
segurança e muitos problemas de soberania. Aliás, o Google não respeita a
soberania dos países”. Qual é a sua avaliação do Google?
Scott Cleland – Eu diria que ele é o perfeito lobo na pele de um
cordeiro, da fábula popular. Na realidade, na capa de meu livro, a
ilustração é de um Tiranossaurus rex (o T-Rex), com pele de cordeiro,
até porque diante da sede do Google na Califórnia, há um imenso
esqueleto do T-Rex. O Google tem cara de bonzinho, mas é mau.
Que mensagem você acha que os fundadores do Google estavam tentando
transmitir aos funcionários da empresa e ao mundo ao escolher como seu
mascote não-oficial o predador mais temido e destrutivo que já existiu
na face da Terra? Qual é a ética ou a declaração de princípios do Google?
O Google vende sua própria imagem como uma empresa confiável, ao
adotar o lema “Não seja mau” (Dont be evil), numa espécie de convite
para conquistar a confiança das pessoas. É claro que ela é uma companhia
incrível, que faz muitas coisas boas. Contudo, ela acha que o fato de
fazer o bem lhe permite fazer coisas erradas.
O Não seja mau é o padrão ético mais elementar já criado pela
empresa. No entanto, na prática, ele permite que se faça qualquer coisa,
mesmo que isso se aproxime do que é, indiscutivelmente, mau.
Todos os padrões religiosos ou éticos promovem o respeito pelas
pessoas, pela propriedade e pela honestidade. Mas o Google desrespeita
as pessoas, a propriedade e a honestidade em série. A empresa atropela a
Regra Dourada do “não faça a outrem o que não quer que lhe façam”. Ela
sempre trata as pessoas de uma forma como não desejaria ser tratada.
Na realidade, o Google significa a maior ameaça à privacidade de seus
usuários em todo o mundo e adota a uma das piores políticas de proteção
à propriedade intelectual do mundo. Mais de 70% das pessoas que entrevistei, todas com
escolaridade de nível universitário, disseram não considerar a
privacidade um direito importante para os cidadãos, numa pesquisa que
conduzi há quatro anos. Que acha disso?
Cleland – O fato de uma pessoa não ter consciência do valor de um
direito fundamental não a isenta dos riscos que a violação desse direito
poderá trazer. É bom lembrar que o Google compilou e coletou, sem
permissão, mais informações sobre mais pessoas do que qualquer outra
entidade na história. E não presta contas para quase ninguém.
O princípio que o Google alega – do “não seja mau” –implica
moralidade, mas a empresa não tem nenhuma consideração pelas pessoas,
pela propriedade e pela verdade. E quanto ao tamanho e ao poder do Google?
Cleland – O Google é um gigante. Ele centraliza a informação de um
modo sem precedente. Combinada com a ausência de prestação de contas e
com o desrespeito pela lei, essa concentração do poder das informações
disponíveis em todo o mundo se transforma na mais completa receita para a
tirania.
Lembre-se de que informação é poder. Como disse o Lorde Acton: “O
poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente, ou seja, de
forma absoluta”. A Apple e sua nuvem (iCloud) também não são ameaças à privacidade?
Cleland – A computação em nuvem traz sempre alguma ameaça potencial. O
problema com o Google é que ele diz que podemos confiar na sua
segurança, mas ela é, na realidade, muito fraca. Ele não se previne de
invasões, mas só tomam providências se forem acionados, amigavelmente ou
via tribunais. Em outras palavras: só consertam a porta depois que elas
foram arrombadas. Tudo em nome de uma suposta abertura. Para o Google,
“ser aberto é o mais importante”.
O caso da Apple é diferente. Quando alguém coloca um aplicativo na
App Store, ela valida, porque eles querem ter certeza que não é um
malware, ou um aplicativo (app) ruim. O Google permite que todo mundo
entre lá e só remove as coisas ruins se houver reclamações. Mas com a importância que o Google adquiriu em nossa vida, como podemos viver sem ele?
Cleland – É muito difícil. São, realmente, duas faces. De um lado, o
Google faz muitas coisas boas, tem ótimos produtos. De outro, eles
escondem os problemas. O que nos cabe é abrir bem os olhos e não confiar
cegamente.
Você quer fazer uma pesquisa? Tudo bem, faça-a. Ela é muito boa.
Mas quando falamos em política de privacidade, há alguns produtos que
não deveriam ser utilizados. Não use o Gmail. O que é o Google+? Ele
está fazendo o Google social e integrando tudo o que você tem em apenas
um arquivo. O grande problema que falo em meu livro é a
supercentralização. Nunca houve uma companhia tão ambiciosa, que
quisesse coletar todas as informações do mundo. Eles dizem tudo mesmo, e
isso inclui suas informações privadas também. Que tipo de providências o mundo deve tomar?
Cleland – Primeira coisa a fazer: exigir que o Google nos trate como
devemos ser tratados. Segunda: aplicar ao Google em escala mundial a
força da lei que impeça o Google de fazer o que quer sem dar satisfação a
ninguém.
Na realidade, o Google age como se fosse uma bolha, sem qualquer
obrigação de seguir as mesmas regras e éticas que as demais pessoas
seguem. Qual é a formação profissional dos dirigentes do Google?
Cleland – O primeiro escalão é formado só engenheiros. Esse é o
problema. A empresa reflete a visão do engenheiro. Os engenheiros do
Google deformam o mundo online. Querem impor-nos uma espécie de
igualitarismo, onde não há propriedade, não há privacidade, e ninguém
pode dizer não a ninguém. Qual é a posição do Google diante da pirataria?
Cleland – O Google não faz pirataria, a rigor. Ele tem, sim,
interesse político e financeiro em minar o conteúdo alheio.
Paralelamente, valendo-se do monopólio de busca de fato que detém, o
Google está tentando criar seu próprio conteúdo: Youtube, Maps, Google+.
Com isso, eles querem ser os primeiros em todas as áreas, tanto em
produtos quanto em conteúdo. E ninguém consegue competir com eles. Eles
são donos do baralho, ficam com as boas cartas e distribuem as ruins
para os outros jogadores. Isso é trapaça. Um decálogo satírico das diretrizes do Google
Cleland, já compilou até um código satírico das dez diretrizes que orientam a ação do Google. Quais são essas “diretrizes”?
1. A regra básica do Google: Quem controla as informações alheias governa.
2. A regra dourada do Google: Trate os outros da forma como a Google não quer ser tratado.
3. O relativismo moral do Google: Inferir que outros são maus faz a Google parecer ético.
4. A bússola moral do Google: “Mau é aquilo que Sergey (um dos
fundadores do Google) diz que é mau.” – Eric Schmidt, presidente ou
Chairman.
5. O código de ética do Google: “A política do Google com relação a
muitas coisas é aproximar-se ao máximo dos limites do obscuro e não
cruzá-los.” – Eric Schmidt
6. O princípio básico do Google: Se a coisa não aumenta, ela não pode ser monopolizada.
7. A lei da liberdade da Google: “Nasce um idiota a cada minuto”.
8. A lei da privacidade da Google: A análise de perfis está no olho de quem vê.
9. A lei de propriedade da Google: Tudo que é bom vem para aqueles
que se apoderam dele. Por outras palavras, apodere-se de algo para dele
obter o melhor resultado.
10. A lei da inovação da Google: Se no princípio você não obteve êxito, compre aquilo que obteve.