No último post sobre a CPI do futebol eu disse que mudei de ideia, ao preferir federações atuantes e competentes no lugar de ligas mantidas pelos clubes, como eu defendia até então...
Mas parece que, devido a sua inércia, incompetência e até quem sabe falta de honestidade, o tempo das federações está acabando e as ligas vão assumir esse posto... Saiu no Blog do Rodrigo Mattos:
Clubes brasileiros já toparam jogar ‘Champions das Américas’, diz fundador
O empresário italiano Riccardo Silva causou alvoroço no futebol nacional com a ideia da criação de uma Liga de Campeões das Américas, juntando clubes brasileiros, norte-americanos, argentinos e mexicanos. Seu projeto – que já tem logo, executivo e sócios – tem como base a MP & Silva, empresa de sua propriedade que tem receita de US$ 720 milhões com a venda de direitos de televisão de eventos esportivos. Compra de detentores de direitos e os redistribui.
Em sua primeira entrevista a um veículo brasileiro, Silva explicou ao blog, por e-mail, qual a sua ideia para o campeonato: 64 times que disputem até dez jogos cada em sistema de mata-mata de fevereiro a novembro. Os times se classificariam pelas competições nacionais em modelo similar ao da Liga dos Campeões da Europa.
O empresário afirmou que os principais clubes querem a competição e já se comprometeram em disputá-la. No Brasil, citou Flamengo, Corinthians e São Paulo, entre outros. Foi oferecido para eles uma cota inicial de US$ 5 milhões (equivalente hoje a R$ 20 milhões) mesmo que só disputassem dois jogos (veja o gráfico). O valor poderia subir a US$ 30 milhões em caso de título.
A ideia é não interferir com a Libertadores: ele espera que a taça continue a existir. Questionado sobre a investigação do FBI sobre a Conmebol e a Concacaf, Silva disse que nunca tratou com as duas confederações em 12 anos de negócios. E afirmou apoiar qualquer medida para tornar mais limpo o mercado de venda de direitos de televisão na América do Sul.
Blog: Há muitos rumores sobre a Liga dos Campeões das Américas ser criada pela sua empresa MP & Silva. Poderia contar como esse torneio funcionaria? Qual seria o seu tamanho?
Riccardo Silva: A Liga dos Campeões das Américas (ACL) vai ser uma competição anual entre os melhores times de futebol da América do Sul, da América Central, da América do Norte e do Caribe. Há uma oportunidade de as Américas criarem uma estrutura equivalente à Liga dos Campeões da Europa e não há motivo para não fazer. Os atuais torneios de futebol das Américas são menores em termos de geografia, escala e clubes participantes comparado com outros continetes. O formato proposto inclui 64 times, jogando em mata-mata (eliminação direta) composto por jogos em casa e fora até a final, que seria um evento global jogado em uma sede única, como a Liga dos Campeões da Europa.
Riccardo Silva: A Liga dos Campeões das Américas (ACL) vai ser uma competição anual entre os melhores times de futebol da América do Sul, da América Central, da América do Norte e do Caribe. Há uma oportunidade de as Américas criarem uma estrutura equivalente à Liga dos Campeões da Europa e não há motivo para não fazer. Os atuais torneios de futebol das Américas são menores em termos de geografia, escala e clubes participantes comparado com outros continetes. O formato proposto inclui 64 times, jogando em mata-mata (eliminação direta) composto por jogos em casa e fora até a final, que seria um evento global jogado em uma sede única, como a Liga dos Campeões da Europa.
Blog: O senhor já tem um plano de negócios para o campeonato? O senhor tem sócios neste empreendimento? Se tem, quem são?
Riccardo Silva: É importante dizer que este novo torneio é formado sob os conceitos modernos do esporte, com transparência e prestação de contas. A ACL está reunindo um conselho que vai consistir de líderes de alto gabarito no esporte e nos negócios tanto da América do Norte quanto da América do Sul. Paul Tagliabue, ex-comissário da NFL (principal executivo da Liga de futebol norte-americano), será um deles, e outras pessoas de alto gabarito vão se juntar. Nós já estamos trabalhando com grandes firmas internacionais jurídicas, empresas de prestação de contas, redes de televisão, patrocinadores, etc.
Riccardo Silva: É importante dizer que este novo torneio é formado sob os conceitos modernos do esporte, com transparência e prestação de contas. A ACL está reunindo um conselho que vai consistir de líderes de alto gabarito no esporte e nos negócios tanto da América do Norte quanto da América do Sul. Paul Tagliabue, ex-comissário da NFL (principal executivo da Liga de futebol norte-americano), será um deles, e outras pessoas de alto gabarito vão se juntar. Nós já estamos trabalhando com grandes firmas internacionais jurídicas, empresas de prestação de contas, redes de televisão, patrocinadores, etc.
Blog: Como a Liga dos Campeões vale mais de US$ 1 bilhão por ano, quanto o senhor acha que valeria uma Liga de Campeões das Américas? Quanto que o senhor entende que um clube poderia arrecadar em uma competição bem organizada em toda a América?
Riccardo Silva: Nós trabalhamos com os clubes e para os clubes: os clubes pediram que nós desenvolvêssemos a Liga das Américas e nós estamos fazendo. Todos os principais clubes da América do Norte e da América do Sul querem a Liga dos Campeões das Américas e já se comprometeram em jogar o torneio quado ele acontecer, e em relação ao Brasil isso inclui Flamengo, Corinthians, São Paulo e muitos outros.
Riccardo Silva: Nós trabalhamos com os clubes e para os clubes: os clubes pediram que nós desenvolvêssemos a Liga das Américas e nós estamos fazendo. Todos os principais clubes da América do Norte e da América do Sul querem a Liga dos Campeões das Américas e já se comprometeram em jogar o torneio quado ele acontecer, e em relação ao Brasil isso inclui Flamengo, Corinthians, São Paulo e muitos outros.
Blog: O senhor planeja conversar com a Conmebol para ter um plano conjunto com a Libertadores? O senhor entende que há espaço para mais de uma competição continental? O senhor entende que a Libertadores pode gerar mais renda para os clubes do que hoje?
Riccardo Silva: Nós trabalhamos com a presunção e o desejo de que a Taça Libertadores vai continuar. É uma competição muito tradicional na América do Sul e não há motivo para desaparecer. Nós sabemos que o calendário do futebol na América do Sul é muito ocupado, mas nós estamos estudado com cuidado o calendário para propor datas para os jogos da Liga dos Campeões da Américas sem conflito com a Libertadores e com nenhuma outra competição. Vamos lembrar que a ACL é baseada na eliminação direta, metade dos clubes vão jogar apenas dois jogos, e 75% dos clubes vão jogar dois ou quatro jogos: isso é fácil de realizar em nove meses de duração que vão de fevereiro a novembro. E mesmo os times avançando até a final vão jogar um total de 10 jogos, o que não é algo impossível. Será um novo conceito: menos jogos, mas todos importantes e com audiência global.
Riccardo Silva: Nós trabalhamos com a presunção e o desejo de que a Taça Libertadores vai continuar. É uma competição muito tradicional na América do Sul e não há motivo para desaparecer. Nós sabemos que o calendário do futebol na América do Sul é muito ocupado, mas nós estamos estudado com cuidado o calendário para propor datas para os jogos da Liga dos Campeões da Américas sem conflito com a Libertadores e com nenhuma outra competição. Vamos lembrar que a ACL é baseada na eliminação direta, metade dos clubes vão jogar apenas dois jogos, e 75% dos clubes vão jogar dois ou quatro jogos: isso é fácil de realizar em nove meses de duração que vão de fevereiro a novembro. E mesmo os times avançando até a final vão jogar um total de 10 jogos, o que não é algo impossível. Será um novo conceito: menos jogos, mas todos importantes e com audiência global.
Blog: Nós ouvimos muitas projeções sobre a Liga dos Campeões das Américas, então gostaria de falar sobre a parte esportiva. A Liga dos Campeões Europeia é realizada pela UEFA e tem classificação pelos campeonatos nacionais, e há eliminatórias. Qual seria sua ideia para escolher os clubes que jogariam o novo torneio? Seria classificação pelo campeonato nacional ou qual seria o critério?
Riccardo Silva: Seria o mesmo critério da Liga dos Campeões da Europa, cada país teria um certo número de vagas de acordo com suas performances no futebol e sua população.
Riccardo Silva: Seria o mesmo critério da Liga dos Campeões da Europa, cada país teria um certo número de vagas de acordo com suas performances no futebol e sua população.
Blog: Empresas sul-americanas que atuam na distribuição de direitos da Copa América e Libertadores estão envolvidas em um caso de corrupção investigado pelo FBI. A Justiça dos EUA diz que eles tiveram uma vantagem indevida por pagarem cartolas do futebol. O senhor entende que essa investigação é uma chance de mudar o mercado de televisão sul-americano em benefício dos clubes?
Riccardo Silva: Em 12 anos nos negócios, a MP & Silva nunca comprou nenhum direito de mídia ou licenciamento da Concacaf e da Conmebol, mesmo que nós tenhamos dezenas de direitos de federações na Ásia, Europa e Oriente Médio. Nós acreditamos que esta indústria pode ser moderna, limpa e transparente, e com certeza qualquer limpeza será algo positivo, especialmente para os clubes da América do Sul.
O Juca Kfouri Respondeu:
“Champions das Américas”: a ocupação de espaços
Depois da Liga Sul-Minas-Rio eis que surge uma nova entidade que tenta ocupar o espaço das enrascadas Conmebol e CBF.
É interessante observar que nenhum dos idealizadores das duas iniciativas sugerem guerrear contra as duas entidades dirigidas por cartolas enfraquecidos pelas investigações do FBI.
Mas se há uma verdade na política é a de quem deixa vácuos abre a possibilidade para quem queira ocupá-los.
É exatamente isso que se vive neste momento de desmoronamento de velhas entidades e seus métodos inescrupulosos.
Pode-se indagar sobre como conciliar novos torneios num calendário já carregado, mas esta é uma dificuldade que o dinheiro que cada clube vier a receber pode resolver sem maiores dramas.
É interessante observar que nenhum dos idealizadores das duas iniciativas sugerem guerrear contra as duas entidades dirigidas por cartolas enfraquecidos pelas investigações do FBI.
Mas se há uma verdade na política é a de quem deixa vácuos abre a possibilidade para quem queira ocupá-los.
É exatamente isso que se vive neste momento de desmoronamento de velhas entidades e seus métodos inescrupulosos.
Pode-se indagar sobre como conciliar novos torneios num calendário já carregado, mas esta é uma dificuldade que o dinheiro que cada clube vier a receber pode resolver sem maiores dramas.
Na reunião foi aprovado o convite para Alexandre Kalil depor!... Esperarei com ansiedade...
O Senador Randolfe Rodrigues, que propôs e é vice presidente da CPI do HSBC, entrou esse mês com uma participação importante na CPI do CARF e participou hoje da CPI do Futebol... Joga em todas!
O Senador Randolfe Rodrigues, que propôs e é vice presidente da CPI do HSBC, entrou esse mês com uma participação importante na CPI do CARF e participou hoje da CPI do Futebol... Joga em todas!
Houve a pergunta sobre o porque os Clubes estão falidos e as federações são ricas, ventilou-se a possibilidade de que as federações são mais competentes em sua gestão que os clubes, mas ninguém respondeu o real motivo: O valor da folha de pagamento dos funcionários de qualquer federação é infinitamente menor que o valor da folha de pagamentos dos clube.
Ficou claro uma confusão: O que é Globo, o que é CBF. Na minha opinião os dois são irmãos siamenses. A Globo é quem paga as hospedagens e viagens das equipes para disputar a seria A...
A premiação da copa do Brasil é pago pela CBF, apesar do direitos da competição ter sido repassado para o J.Hawilla (dono de dois canais da globo... que a Globo o adora, como já mostrado pelo Blog).
GLOBO=CBF=GLOBO=CBF=GLOBO=CBF=GLOBO=CBF=GLOBO=CBF=GLOBO=CBF
07/10/2015 - 12ª Reunião - CPI do Futebol - 2015
Horário (O texto a seguir, após ser revisado, fará parte da Ata da reunião.)14:35
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Boa tarde a todos. Havendo número regimental, declaro aberta a 12ª Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito, criada pelo Requerimento nº 616, de 2015, com a finalidade de investigar a situação do futebol brasileiro.
Conforme convocação, a presente reunião destina-se, na primeira parte, à apreciação de requerimentos e, na segunda parte, será realizada audiência pública com Carlos Miguel Aidar, Presidente do São Paulo Futebol Clube, e Modesto Roma Júnior, Presidente do Santos Futebol Clube.
A audiência pública tem por fundamento o plano de trabalho proposto pelo Relator, Senador Romero Jucá, e o Requerimento nº 91, de 2015, da minha autoria, que estende o convite a todos clubes da série A.
Como ainda não temos quórum para votar e quatro dos requerimentos pautados exigem votação mediante processo nominal, proponho, para otimização do tempo de todos, que iniciemos, desde já, a audiência pública com os nossos convidados.
Assim que tivermos um número mínimo de Senadores membros presentes – seis membros – suspenderemos rapidamente a audiência e apreciaremos os requerimentos. Nesse sentido, solicito que os Senadores permaneçam no Plenário.
Gostaria de convidar aqui à Mesa o Presidente do São Paulo, Sr. Carlos Miguel Aidar, e o Presidente do Santos, Sr. Modesto Roma Júnior.
Essa audiência pública será realizada em caráter interativo, com a possibilidade de participação popular. Por isso, as pessoas que tenham interesse em participar com comentários ou perguntas, podem fazê-lo por meio do Portal e-Cidadania, no endereço www.senado.leg.br/ecidadania e do Alô Senado, através do número 0800-612211.
Para organizar nossos trabalhos, esclareço que, após a exposição inicial dos nossos convidados, a palavra será concedida aos Senadores, na ordem da inscrição. Terão preferência para uso da palavra, na seguinte ordem: o Relator, o Presidente, membros e não membros.
Com a finalidade de organizar o tempo disponível nesta audiência pública, sugiro que cada convidado tenha dez minutos para sua exposição. Concedo a palavra aos convidados. Primeiro ao Sr. Carlos Miguel Aidar, Presidente do São Paulo Futebol Clube.
Antes de ceder a palavra, gostaria de agradecer a presença dos senhores aqui nesta Comissão e dizer que é um orgulho e uma honra tê-los aqui para darem suas opiniões, prestarem alguns esclarecimentos e responderem algumas perguntas dos nossos Senadores, e dizer que o objetivo maior desta Comissão é a gente tentar repaginar o nosso futebol, moralizar o futebol. A presença dos senhores aqui é de grande relevância e importância.
Muito obrigado.
Passo a palavra ao Sr. Carlos Miguel Aidar, por favor.
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – Obrigado.
Senador Presidente Romário, Exmos Senadores, senhoras e senhores, caríssimo Presidente Modesto Roma, do Santos Futebol Clube, meu fraternal amigo.
Senador, eu milito no futebol desde 1976, 1977, quando iniciei minha carreira como Diretor Jurídico do São Paulo Futebol Clube. Nessa condição, acabei me tornando, depois de alguns anos, Presidente do Clube, nos anos de 1984 a 1988. Depois, presidente do seu Conselho, de 1988 a 1990.
Em 1987, o futebol brasileiro dava mostras de uma pré-falência. O então Presidente da CBF
... o então Presidente da CBF, o falecido Dr. Octávio Pinto Guimarães, dava um entrevista naquela oportunidade dizendo que a CBF não faria o Campeonato Brasileiro de 87 porque não tinha recursos financeiros suficientes para fazê-lo.
Eu ouvi aquela entrevista, fiquei absolutamente indignado com aquilo porque o Campeonato Brasileiro era o desmembramento ou o crescimento do antigo Rio-São Paulo e aquilo era importante para os clubes, principalmente para os clubes Paulistas que eu os conhecia melhor.
Em uma reunião que houve aqui nesta cidade, na Capital Federal, com alguns presidentes de clubes nós fundamos aquilo que poderia ser chamado do embrião da primeira liga do futebol brasileiro, que foi o chamado Clube dos 13, junto com o Botafogo, Flamengo, Vasco, Fluminense, Santos, Corinthians, Palmeiras, Cruzeiro, Atlético, Inter, Grêmio e São Paulo Futebol Clube, depois chamamos também o Bahia e fundamos o Clube dos 13. Isso em 1987, quando a primeira liga do futebol mundial nasceu em 1993, que era a Champions League, ou seja, nós nascemos antes e não conseguimos desenvolver isso, Senador. E não conseguimos porque faltou aos dirigentes, e é o que vem faltando, ao meu modo de ver, a capacidade profissional de gestão. Não dá mais, Senador, para nós tratarmos de clubes como o Santos, que está a sua direita, e o São Paulo, que está a sua esquerda, como sociedades civis sem fins econômicos.
O orçamento que nós temos, que exercemos, que consumimos, os salários que pagamos, o número de empregados que temos, o patrimônio que temos, uns mais outros menos, não importa, não faz sentido continuarmos sobre a forma de sociedades civis sem fins econômicos Está na hora de nos tornarmos, compulsoriamente, e aí só a legislação pode mudar as sociedades empresárias, é o modo que eu entendo isso.
Com a responsabilidade decorrente de uma sociedade empresária de uma gestão, se não houver esse enfoque, se não houver essa consciência profissional, essa necessidade de ter um futebol mais transparente, mais aberto, com planos de governança, com metas, enfim, não só as metas esportivas, mas as metas de gestão, eu acho que nós vamos continuar sofrendo muito. Vejo alguns movimentos isolados tentando se posicionar no cenário do futebol brasileiro. Tenho uma relação profissional ou tive uma relação profissional até 2013, quando me tornei candidato à Presidência do São Paulo, depois de tantos anos voltando à Presidência do clube. Tive uma relação profissional tanto com a Federação Paulista de Futebol quanto com a Confederação Brasileira de Futebol na condição de advogado dessas duas entidades. Meu escritório ainda atende muito pouco, eu pouco vou ao escritório, porque eu estou à mercê da equipe que eu tenho. Eu posso estar aqui, posso estar no São Paulo e o escritório continua andando, mas está errado, eu vejo que eu me dedico inteiramente ao São Paulo, não tenho remuneração alguma e sou, assim como todos os dirigentes de clubes, acusado de má gestão, não temos o apoio, não temos a compreensão. Se nos transformarmos em sociedades empresárias, Senador Romário, eu não tenho a menor dúvida que nós teremos, com segurança, uma visão de gestão em um momento profissional mais importante para o futebol.
Quando V. Exª nos convida para entender a realidade organizacional, eu entendo que este é um ponto importante que deva ser abordado.
O aspecto financeiro não é segredo para ninguém, todos os clubes estão literalmente falidos e estão falidos por força da irresponsabilidade de seus gestores, que se endividam para conquistas esportivas e deixam a conta para o sucessor pagar. E esse endividamento se dá em nível de bancos ou em nível de sonegação de tributos. Deixam de pagar os tributos para investir o dinheiro não recolhido aos cofres públicos na conquista ou na contratação de atletas ou, ao contrário, paga-se os tributos, mas se endivida no banco para fazer frente às necessidades desportivas de conquistas. E, com isso, os clubes se endividam e pagam...
se endividam e pagam juros altos, juros bancários...
Agora veio a lei de conversão, decorrente do Profut. É um oxigênio importante, mas ela, sozinha, se não houver o cumprimento das regras que ali estão insertas, se os clubes não derem a contrapartida daquilo que a legislação votada no Congresso Nacional lhes proporciona, muito em breve a situação vai ser novamente igual.
E quanto à relação dos clubes com as entidades de administração, no meu modo de ver, eu acho que os clubes deveriam ter uma participação mais ativa. Eu vejo, por exemplo, no cenário da Confederação Brasileira de Futebol, os conselhos técnicos – ou os conselhos arbitrais, como eram antes chamados – têm a participação das 27 federações estaduais, e apenas dos vinte primeiros clubes, ou seja, dos clubes da Primeira Divisão. Os clubes da Segunda, da Terceira e da Quarta, que fazem o futebol da mesma forma, não têm assento nos processos decisórios e nos processos seletivos. Eu acho isso um engano, porque um clube da Quarta Divisão um dia vai ascender à Terceira, e da Terceira à Segunda, e da Segunda à Primeira, e ele precisa participar desse movimento decisório.
Quanto à organização das competições nacionais, eu entendo que nós temos um campeonato repleto de jogos que não têm valor algum. Entendo que os campeonatos – resumindo – estaduais não devem ser sufocados. Ao contrário: devem ser classificatórios, por um campeonato nacional. Entendo como importante que movimentos de ligas sejam criados, como recentemente estão querendo criar, envolvendo dois clubes do Rio e alguns clubes de Minas. Eu acho que todos esses movimentos são salutares, para buscar uma modernização melhor ou maior para o futebol brasileiro.
É assim, Senador, a nossa primeira intervenção. Rapidamente eu faço as considerações e agradeço a oportunidade e o convite que V. Exª nos enviou, porque, diante deste Plenário, aqui, a gente pode pôr um pouco as angústias e os sofrimentos de quem dirige um clube de futebol.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Muito bem, Presidente.
Vamos fazer uma pequena pausa em relação à nossa audiência pública, antes do nosso Presidente do Santos, Sr. Modesto Roma Júnior.
Vamos partir agora, efetivamente, para a parte deliberativa, porque nós temos quórum.
De início apreciaremos os requerimentos que envolvem transferência de sigilo, mediante votação pelo processo nominal – Itens 3, 4, 5 e 6 –, podendo votá-los todos em bloco, desde que por votação nominal.
ITEM 1
Requerimento Nº 92/2015
Requer informações fiscais de Marco Polo Del Nero referentes a 2013
Autoria: Senador Romário
A Comissão já recebeu a transferência de sigilo fiscal do Sr. Del Nero. Esse requerimento apenas ajusta o período, a fim de que tenhamos acesso à movimentação do ano-base de 2013. A Receita interpretou que as informações anuais, referentes ao ano-base de 2013, deveriam ser fornecidas somente em caso de o requerimento mencionar todos os dias daquele ano, e não se referir ao período de 12 de março a 31 de dezembro de 2013, como fez o Requerimento nº 37, de 2015, aprovado pela Comissão. Trata-se de tema já aprovado pelo Colegiado. Há apenas um pequeno reajuste, referente ao período de transferência.
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Sim, Senador.
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – Eu não sou contra a gente ter as informações necessárias, mas eu queria aqui fazer um alerta: é importante a gente ouvir a opinião de todos, principalmente dos clubes, que formam a grande atividade-fim de todas essas entidades, seja a Liga, seja a CBF, seja o que for. Quem faz o futebol são os clubes. As outras entidades organizam o futebol.
Mas eu quero lembrar aqui aos Srs. Senadores que, no início da CPI, nós estivemos fazendo uma visita ao Ministro José Eduardo Cardozo; ao Procurador-Geral da República, Dr. Janot; e ao delegado geral da Polícia Federal, Diretor da Polícia Federal. E, naquele dia, eu fiz uma pergunta aos dois, e eles me comunicaram que esse processo, que nós estamos investigando hoje, estava a cabo da Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro. Então, eu queria aqui, extrapauta, convidar o Ministério Público Federal para vir aqui, a Polícia Federal para vir aqui, para saber das informações, porque nós estamos convocando e convidando
(...) não tem problema, acho que ..., mas nós temos prazo para definir o que queremos desta CPI. Isso eu venho colocando desde o primeiro momento. Eu, particularmente, acho que temos que sair com algumas ideias, agora, o Presidente do São Paulo falou uma que achei espetacular, anotei aqui, e quero ver se no relatório final vai constar essa sugestão dada pelo Presidente do São Paulo.
Então, eu sugeriria que, antes de nós ouvirmos, nós tivéssemos dados. Nós já temos as informações do Ministério Público Federal sobre o que aconteceu, se o FBI passou as informações ou não? Para que possamos realmente fazer perguntas concretas, objetivas em cima, para termos um relatório porque nós não somos polícia para investigar, o nosso papel aqui é fazer, tirar depoimentos, convidar as pessoas, convocar as pessoas.
Então, para não convocar, naquele dia, ficou acertado, Senador Romário, que uma comissão de Senadores iria procurar. Eu não sei se isso aconteceu. Eu não fui.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Não, não aconteceu.
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – Não aconteceu.
Então, minha sugestão, até para que a gente realmente possa ter mais informações. Precisamente saber da Polícia Federal, do Ministério Público Federal porque é de conhecimento público, o que tem, realmente, de concreto sendo investigado pelo Ministério Público Federal.
Naquele dia, o assessor do Dr. Janot disse para a gente que quem estava cuidando desse caso era o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro. Correto? E de lá para cá, já se vão uns dois meses e nós não temos informação nenhuma.
Eu não sei se a assessoria que foi montada aqui teve algum tipo de informação. Se não teve, eu sugiro, e você é do Rio de Janeiro, até é mais fácil para você ter essas informações, para que a gente possa ter, concretamente, mais informações sobre tudo que se passou, o que o FBI tem ou não, se ele pode ou não possar essas informações. Porque foi aquilo que nos conversamos naquele dia, naquela reunião. Não foi isso?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Perfeito. Concordo plenamente com V. Exª.
Nós já mandamos, através da assessoria desta Comissão, alguns ofícios pedindo algumas informações e pessoalmente estivemos juntos. Estamos realmente esperando do Ministério Público, da Polícia Federal e do Ministério da Justiça alguns resultados sobre o andamento do que nós fomos lá fazer e saber.
Gostaria de que o senhor pudesse encaminhar isso através de um requerimento e a gente convidaria essas pessoas, essas autoridades para virem aqui.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Sim, Senador.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Parece que eu entendi o encaminhamento.
Os requerimentos que nos votaremos aqui em globo são os de 2 a 6. É isso?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Este é o Item 1, tem outros itens.
É o Item 1, 3, 4, 5 e 6.
Eu vou ler todos aqui para V. Exª.
ITEM 3
Requerimento Nº 94/2015
Requer a transferência das informações bancárias e fiscais da empresa Zayd Empreendimentos no período de 1º de janeiro de 2012 a 31 de dezembro de 2012.
Autoria: Senador Romário
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Os Requerimento de nºs 94, 95, 96 e 97 estão companhados por escrituras públicas que fazem parte da sua fundamentação e são de acesso público, desde a publicação da pauta, por meio da ... eletrônica da Comissão.
Zayd e D'Araújo são empresas suspeitas de negociar com superfaturamento a venda de imóveis para a Confederação Brasileira de Futebol, CBF, em agosto de 2012.
ITEM 4
Requerimento Nº 95/2015
Requer a transferência das informações bancárias e fiscais de Rita de Cássia Rodrigues Moreira, administradora da empresa ZAYD EMPREENDIMENTOS 2025 LTDA., no período de 1º de janeiro de 2012 a 31 de dezembro de 2012.
Autoria: Senador Romário
ITEM 5
Requerimento Nº 96/2015
Requer a transferência das informações fiscais e bancárias da empresa D'Araujo incorporação Ltda. no período de 1º de janeiro de 2012 a 31 de dezembro de 2012.
Autoria: Senador Romário
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Essas empresas fizeram parte da venda do ...
ORADOR NÃO IDENTIFICADO – Então, foi a Zayd e a D'Araújo.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – São duas, Zayd e D'Araújo, da venda do imóvel da CBF.
E o Requerimento nº
E o Requerimento nº 6, nº 97, de 2015, requer a transferência de informações bancárias fiscais de Fernando Jales Oliveira, sócio-administrador da empresa Araújo Incorporação Ltda., do período de 1º de janeiro de 2012 a 31 de dezembro de 2012, de minha autoria.
Como votam os Senadores?
O SR. JOÃO ALBERTO SOUZA (Bloco Maioria/PMDB - MA) – Permita-me, Presidente, porque não estou entendendo bem. Desculpe-me V. Exª. Por que estou fazendo esse requerimento? Por exemplo, eu não tenho nada a respeito dessas empresas. Eu não sei nada. Na hora em que V. Exª faz um requerimento, nós vamos expor essas empresas à opinião pública. Agora, o que eu tenho de real contra essas empresas?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Senador, na segunda-feira, foi distribuída a pauta para todos os Senadores desta Comissão com todo o histórico dessas empresas e o real motivo por que nós estamos fazendo esse requerimento. Se V. Exª, por acaso, não teve tempo – porque sei que V. Exª é bastante...
O SR. JOÃO ALBERTO SOUZA (Bloco Maioria/PMDB - MA) – Não, eu não tive acesso às informações.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Todos receberam.
O SR. JOÃO ALBERTO SOUZA (Bloco Maioria/PMDB - MA. Fora do microfone.) – O senhor teve acesso às informações dessas empresas?
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM. Fora do microfone.) – Não, eu só peguei a pauta. Informações das empresas, eu não tive.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Foi encaminhado para todos os gabinetes dos Senadores, 48 horas antes, como sempre fazemos.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Presidente, permita-me.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Claro.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Presidente, é de conhecimento de todos que a pauta é pública a todas as comissões com antecedência regimental, como V. Exª sempre procedeu. E os documentos – estou entrando nesta Comissão no dia de hoje – de qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito, cada um de nós tem acesso a eles com antecedência. As empresas de que V. Exª solicita aqui a quebra do sigilo, além das personalidades, são diretamente envolvidas com o objeto dessa investigação.
Por isso, Sr. Presidente, não restam dúvidas de que há razão de ser a quebra de sigilo, a transferência dos sigilos aqui propostos, porque o papel fundamental – sempre reitero isso – é que nós estamos em uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Essas comissões estão previstas no art. 58, §2º da Constituição da República e tem poderes de investigação próprios de autoridades judiciais. Se Comissão Parlamentar de Inquérito não investigar, não há sentido ter comissão.
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Eu concordo com você, Senador Randolfe. Eu concordo. Ninguém está discordando aqui dos requerimentos; aliás, se há um Senador que faz requerimento aqui – acho que todos os requerimentos desta CPI foram feitos pelo Senador Romário.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Quase todos.
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – Eu não conheço nenhum outro requerimento. É a primeira vez que eu estou fazendo um requerimento para resgatar uma conversa que tivemos lá atrás e não necessariamente precisamos convocar; podemos até ir ao Ministério Público Federal para ter informações, se houver informações novas. Se não houver informações novas, eles não podem dizer nada. Como foi feita a pergunta por mim, Senador Randolfe, ao Dr. Janot, ao diretor da Polícia Federal e ao ministro da Justiça, eu fiz a segunda pergunta aos três lá. Se eu convocá-los ou convidá-los para ir à CPI amanhã, os senhores têm alguma coisa a acrescentar ou nos dar alguma informação que seja útil para a CPI da CBF? Os três responderam que não. Se o Ministério Público, que está sendo informado pelo FBI; se o Ministério da Justiça, que tem conhecimento público de tudo o que está acontecendo neste País; se a Polícia Federal, que, por vocação, tem que investigar não teria nenhuma informação há dois ou três meses – não estou falando hoje, tanto é que fiz um requerimento... Então, essa questão dos requerimentos do Senador Romário, insistentemente, nós estamos votando. Por exemplo: foi feito um convite aos presidentes das federações. Hoje, eu soube pelo Senador Romário, que os presidentes das federações não estão vindo pelo convite. Então, vamos convocá-los, sem problema nenhum. Agora, saber se vão acrescentar algo aqui ou não é outra conversa. Por isso que, para sairmos com o relatório, precisamos ouvir as pessoas, sem fazer juízo. Mas a pauta – e por isso a pergunta –, eu não sei quem é Zaide Empreendimentos até porque eu não posso julgar ninguém sem conhecê-los. Quando a gente quebra o sigilo bancário de uma empresa, quando a gente
sigilo bancário de uma empresa.
Quando a gente convoca uma empresa pra vir aqui, nós temos que ter a responsabilidade de saber que podemos colocar uma empresa que não tem absolutamente nada de errado numa situação de suspeita no momento. Então, temos que saber realmente os objetivos dessas convocações. Uma coisa é convocar um dirigente de futebol e, a outra, é convocar uma empresa que tem funcionários e que pode ficar, Senador Randolfe, numa situação constrangedora sem ter nada feito de errado, mas eu sou favorável aos requerimentos que estão colocados em pauta.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Senador, muitos desses requerimentos aqui e, realmente a maioria deles foi feita por mim, são também de outros Senadores, tem o do nosso Vice-Presidente Paulo Bauer, tem do nosso Relator Romero Jucá e, como eu disse logo quando iniciei a minha fala, nós estamos seguindo aqui uma ordem.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Pelo Relator, exatamente. Então, não está nada fora daquilo que a gente conversou.
Em relação a essas empresas elas foram citadas em reportagens e não se defenderam de que fizeram o superfaturamento da venda desses imóveis para a CBF. Por isso, é o objetivo dessa quebra de sigilo bancário dessas empresas.
Às próprias escrituras também a gente teve acesso e a gente sabe que essas empresas têm, sim, que prestar alguns esclarecimentos e uma das formas que a gente entende nesta Comissão, como Presidente, é quebrar o seu sigilo bancário. Eu acredito que o objeto maior dessa CPI, como o próprio Senador Randolfe falou, é investigar, apurar e colocar as coisas a limpo no nosso futebol. Acho que todos nós aqui somos sabedores de que esta CPI é bem propícia ao momento que vive o nosso futebol brasileiro e não podemos deixar de aproveitar essa oportunidade.
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco União e Força/PR - MT) – Senador Romário, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Senador Wellington.
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco União e Força/PR - MT) – Eu queria cumprimentar a apresentação do Santos, Presidente do São Paulo e V. Exª e dizer que, realmente igual a gente falou aqui em uma oportunidade, não estamos aqui para brincadeira e acho que temos que investigar a fundo, passar a limpo e não vamos deixar acontecer igual aconteceu em outras CPI´s em que não saiu relatório final, talvez até por todas as circunstâncias.
Eu não tenho problema nenhum em votar a quebra do sigilo bancário da Zaide nem da Araújo. Acho que tudo bem e creio plenamente em V. Exª que deve estar sabendo e explicando a necessidade de quebrar o sigilo bancário, mas aquele cuidado que o nosso querido Senador João Alberto e o nosso querido Senador Omar está colocando, temos que ter esse cuidado, mas acredito plenamente em V. Exª.
Vou votar favoravelmente e queria só o esclarecimento se o Item 2 está incluso nesse em globo que vamos votar agora e que participei aqui daquela oitiva com o pessoal do Rio de Janeiro, com o Presidente da Federação e, de fato, ficou um compromisso assumido para trazer os documentos.
Não mandou para a gente, é isso?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Em bloco ainda não, mas entrará.
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco União e Força/PR - MT) – Mas isso será votado em bloco do três ao seis. É isso?
O.k.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Não, não.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Presidente, e só esses precisam de...
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Item 1, 3, 4, 5 e 6.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Transferência de sigilo precisa de votação nominal, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Faremos agora.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Vamos á votação então, Presidente, porque senão...
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Como vota o Senador Zeze Perrella?
O SR. ZEZE PERRELLA (Bloco Apoio Governo/PDT - MG) – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Ciro Nogueira?
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) –
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Donizeti Nogueira?
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – João Alberto Souza?
O SR. JOÃO ALBERTO SOUZA (Bloco Maioria/PMDB - MA) – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Omar Aziz?
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Hélio José?
O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) – Em homenagem aos nogueira aqui, voto "sim" também.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Sr. Senador Randolfe Rodrigues?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Sim, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Estão aprovados os requerimentos...
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Sr. Presidente, nesses requerimentos aí estão incluídos os clubes?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Senador Davi Alcolumbre, como vota?
O SR. DAVI ALCOLUMBRE (Bloco Oposição/DEM - AP) – Sr. Presidente, voto "sim".
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Desculpe-me V. Exª.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Senador Romário, nesse requerimento estão incluídos os clubes também, a convocação dos...
estão incluídos aí os clubes, também, a convocação dos presidentes de clubes?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Vamos entrar agora.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Eu queria pedir a V. Exª que a gente, em vez de convocar... Eu acho que o termo "convocar"...
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Já foram convidados, mas não aceitaram, porque a CBF não deixa. É por aí. É por isso que é convocação.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Eu não sei até que ponto os clubes podem nos fornecer subsídios, principalmente na área de investigação.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Presidente, V. Exª foi presidente de um clube. V. Exª mais do que todos aqui tem bastante consciência do que significa um depoimento de um presidente como os dois que estão aqui.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – A minha preocupação, Senador Romário, é com a palavra "convocar" em si. Nós não estamos fazendo aqui uma CPI dos clubes, é a CPI da CBF. Eu não sei, a palavra "convocar" em si talvez fique parecendo que os clubes estão com explicações a dar.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – V. Exª tem toda razão. Inclusive, o Senador João Alberto, na nossa última reunião aqui, fez essa colocação. Ele inclusive achou que eu tinha feito a palavra "convocar", certo, Senador? E, não, eu tinha convidado. Só que, por força maior da maior entidade do futebol brasileiro, a CBF, não deixar os clubes aparecerem aqui para prestar seu depoimento, como já é de comum acordo de todos desta Comissão a importância dos presidentes dos clubes, para nos passarem tudo aquilo que eles têm sobre o futebol brasileiro, por isso a minha intenção... Eu não vejo outra forma de a gente...
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Eu estou falando, Senador Romário, porque o presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, e o Carlos Miguel Aidar vieram obviamente com convite, não é?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Com certeza, porque a CBF...
Eu não sei a posição deles se a CBF não deixasse. Mas...
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – E quantos clubes foram convidados e não vieram?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Vamos lá. Aqueles clubes que, em princípio, farão parte na nova liga que poderá ser formada, da Sul-Minas-Rio, são os seguintes clubes: Grêmio, Internacional, Joinville, Figueirense, Atlético Paranaense, Avaí, Flamengo, Fluminense, Atlético Mineiro, Cruzeiro. Foram os clubes que a gente...
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Eles foram convidados e declinaram do convite?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Declinaram do convite.
O SR. JOÃO ALBERTO SOUZA (Bloco Maioria/PMDB - MA) – E declinaram por quê, Presidente? Eles afirmaram que foi o veto da Confederação?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Alguns não responderam. E outros, como dizem "em off", não puderam aparecer por forças maiores.
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – Sr. Presidente, eu tenho uma sugestão. Aqueles presidentes, independente de estarem presidindo um clube, que votaram na última eleição para presidente da CBF têm que ser convidados a vir à CPI.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Pela ordem, Presidente.
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – Presidente de clube não vota?
O SR. ZEZE PERRELLA (Bloco Apoio Governo/PDT - MG) – Os da série A votam.
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – Aqueles que votaram são obrigados a vir aqui. Esses não têm que ser convidados, não. Presidente de federação que votou no presidente da CBF ou presidente de clube que votou no presidente da CBF não tem que ser convidado, tem que ser convocado. As outras pessoas que não estão afim à eleição da entidade serão convidadas, porque eu acho que existe, Senador Zeze Perrela, uma diferença entre ser eleitor e votar e você ser um participante, como a maioria dos clubes da série C e D, que são participantes do campeonato brasileiro. Eles não têm responsabilidade nenhuma, nem ouvidos são pela CBF.
Agora, presidente de federação que elegeu essa diretoria da CBF ou outras diretorias ou presidentes de clubes que são também corresponsáveis pela eleição do presidente têm que estar aqui, têm que discutir com a gente, sim.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Exatamente, Senador.
O SR. ZEZE PERRELLA (Bloco Apoio Governo/PDT - MG) – Presidente Romário, deixe-me só complementar. Eu fiz a colocação porque eu não sabia que eles tinham declinado do convite. Era possivelmente para evitar algum tipo de constrangimento. Na época, como presidente de clube que fui, se eu recebo uma convocação, às vezes pode passar a impressão de que eu também estou sendo investigado. E isso, para o clube em si, não é bom.
Nós tivemos aqui uma CPI do Futebol ainda quando eu era Deputado Federal. Eu era presidente do Cruzeiro. Obviamente, eu não participei da CPI, porque eu não ia investigar a mim próprio, não achava correto, seria a raposa tomando conta do galinheiro, entendeu? Mas, á época, quem estava sendo investigado não eram os clubes também. Começou-se uma investigação em cima da CBF e acabou isso indo também para os clubes. O meu próprio clube teve o sigilo quebrado e vários clubes tiveram o sigilo quebrado.
Obviamente, estava tudo correto, não tenho nenhuma preocupação com isso. Mas não...
Para mim estava tudo correto, não tenho nenhuma preocupação com isso, mas não deixa de causar algum constrangimento para o dirigente, quando ele se vê, obviamente, investigado sem... Porque a CPI da época era uma CPI da Nike. Não sei se V. Exª se recorda...
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Eu não era vivo nessa época.
O SR. ZEZE PERRELLA (Bloco Apoio Governo/PDT - MG) – Pois é... Você jogava bola ainda, na época.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Eu não era nem vivo ainda. (Risos.)
O SR. ZEZE PERRELLA (Bloco Apoio Governo/PDT - MG) – Mas acabou que causou um constrangimento, em termos de patrocínio e tudo o mais para os clubes, sabe? Por isso a minha preocupação. Obviamente, eu não estou querendo aqui proteger ninguém, e acho que é muito salutar que as pessoas venham aqui dar as suas explicações.
Eu gostaria só de falar com o meu companheiro, Carlos Miguel Aidar, com relação à colocação, que S. Sª fez, de que os clubes têm que se profissionalizar. Eu diria para V. Sª: nós aprovamos – ainda quando eu era o presidente do Cruzeiro –, e o Conselho do Cruzeiro autorizou, que o Cruzeiro se transformasse em empresa. Eu acabei saindo, e esse projeto não se concretizou. Mas hoje é aberto, para qualquer clube que queira se transformar em empresa. A pergunta que eu faria para V. Sª, e pode responder depois, é a seguinte: por que o São Paulo ainda não se transformou numa empresa?
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – Pela resistência que eu tenho internamente, porque o meu desejo era esse.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Presidente, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Só antes de V. Exª...
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – A minha é uma questão de ordem mesmo.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Por favor.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – A minha questão de ordem é a seguinte: nós lemos os requerimentos. Eu acho que nós teríamos que votar esses requerimentos, que são nominais. Os outros, que estão sendo discutidos, não são nominais.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Já votamos os nominais.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Não há mais nenhum nominal? (Fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Olha, só para V. Exªs terem mais ou menos um entendimento, essas convocações estão sendo feitas para que as pessoas venham como testemunhas.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Eu sei, mas elas estão sendo convocadas. E pelo que eu sei, além de elas não poderem ser feitas em bloco... Elas têm que ser individuais.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Não, esses primeiros requerimentos já foram votados e já...
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Não, eu estou falando... A questão é que nós estamos agora discutindo os itens 7 e 8, não é isso?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Vamos entrar nessa pauta.
Itens 2, 7 e 8.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – A transferência de sigilo... Fizemos em bloco? (Fora do microfone.)
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Eu nunca vi transferência de sigilo não ser feita de forma individual em CPI nenhuma.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – A gente já fez isso nesta própria CPI. Se eu não me engano... (Fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Não, não. Em relação à quebra de sigilo. Já foi feito assim...
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Presidente, então vamos encaminhar, porque eu acho que o mais importante agora, também, é ouvir os convidados que vieram aqui. E a gente está delongando, e eu não sei nem...
E o meu Presidente do Santos precisa trabalhar, para ganhar ainda o Campeonato Brasileiro.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Senadores, vamos à apreciação dos requerimentos.
ITEM 2
Requerimento Nº 93/2015
Solicita informações e documentos à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, conforme compromisso assumido pelo seu Presidente em audiência pública nesta Comissão.
Autoria: Senador Romário
ITEM 7
Requerimento Nº 98/2015
Requer sejam intimados, na condição de testemunhas, os Presidentes das Federações de Futebol dos 26 Estados e do Distrito Federal.
Autoria: Senador Romário
ITEM 8
Requerimento Nº 99/2015
Requer sejam intimados, na condição de testemunha, os Presidentes de Clubes de Futebol da Série A
Autoria: Senador Romário
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Presidente, primeiro eu gostaria de me posicionar favoravelmente ao item 2... (Fora do microfone.)
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Primeiro é o 2, não?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Esses Presidentes não são investigados. Eles são, aqui, apenas testemunhas. Eles vão testemunhar as coisas que vêm acontecendo dentro do nosso futebol. A investigação não é com eles.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Perfeito.
Eu tenho que me posicionar contra...
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Pelo menos até o momento em que eles chegarem aqui.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Eu tenho que me posicionar contra. Eu não vejo como essas pessoas podem ser convocadas sem ser votação nominal de um por um. Mas, se esse é o entendimento dessa Presidência, eu não entendo dessa forma e eu não vejo como essas pessoas, que não estão querendo vir, vão vir aqui... Para contribuir com o quê?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Ah, terão muita contribuição...
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Eu não vejo, se elas não estarão querendo prestar esses esclarecimentos. E V. Exª já as coloca de uma forma, Sr. Presidente, como se elas fossem investigadas. No fundo, o que vai acontecer é isso.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Não, mas eu acabei de citar para V. Exª que elas serão testemunhas aqui. Na verdade, Senador, elas não estão vindo porque elas não querem.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – E elas não estão vindo por quê?
não estão vindo porque elas não querem.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – E elas estão vindo pelo quê, Presidente?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Eu acabei de dizer para V. Exª. O que elas dizem para todos nós, que fazemos esse contato com eles, é que, por força maior, eles infelizmente não podem comparecer a esta Comissão.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Sim, Presidente, mas de qualquer forma, eles não vêm porque não querem. Ninguém está os impedindo de vir ou não vir, não é verdade?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Na verdade é o seguinte: por exemplo, esses dois senhores que estão aqui ao nosso lado são presidentes de dois clubes que não fazem parte desse... Vamos citar...
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Pelo requerimento que o senhor fez, até eles estão sendo intimados.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Não, não. Eles foram convidados e aceitaram.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Não, estou dizendo que, pelo requerimento, o senhor está convidando todos os...
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Sim, mas na verdade, no caso, eles não viriam.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Sim, mas aqui eles estão sendo. Não é verdade?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – O que acontece? Nós convidamos...
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Sim, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Deixa eu só esclarecer.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Eu vou ler o requerimento que o senhor está fazendo: "Requer que sejam intimados, na condição de testemunhas, os presidentes de clubes de futebol da série A".
Pelo que eu sei, o meu São Paulo é da série A.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Aqueles que já estiveram com certeza não voltarão.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Mas estão sendo convidados.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Com certeza não voltarão. A gente vai convocar aqueles que não puderam vir.
Outra coisa: a assessoria me comunicou aqui que não só os de clubes que eu citei, como alguns outros da série A, que inclusive, como o próprio Senador Omar falou, votaram no presidente atual, não estão tendo permissão da entidade maior de comparecer a esta CPI. Eu entendo...
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Só para tirar essa dúvida: o senhor recebeu, Dr. Aidar, alguma proibição de vir a esta CPI?
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – Não.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Então.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Claro que não. Por isso eles estão aqui.
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – Eu recebi um...
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – O senhor não disse que houve, da entidade maior...
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – Senador, me permita.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Os que responderam.
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – Eu recebi um email e uma ligação da secretaria da CPI convidando para vir aqui.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Sim, mas a Presidência da CPI está informando que outros clubes falaram que foram proibidos pela entidade maior, não é isso?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Não, a palavra não é "proibido". Ele não pode comparecer por força maior, que serão prejudicados...
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Por isso eu consulto o Presidente, Sr. Aidar. O senhor recebeu algum tipo de pressão?
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – Não, nenhum.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – O senhor recebeu?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Presidente, me permita.
O SR. DAVI ALCOLUMBRE (Bloco Oposição/DEM - AP) – Presidente.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Presidente, me parece que, claramente, nós temos situações distintas. É necessário, aqui, diferenciá-las, deixar claro que são distintas, e não embaralhá-las. Obviamente, o Dr. Carlos Miguel Aidar e o Dr. Modesto Roma Júnior estão nesta CPI espontaneamente. Não é, ao que parece, pelos dados que estão sendo apresentados, a circunstância de outros presidentes de clube que, claramente, apresentam a esta CPI um eufemismo: "força maior, não podemos vir". Esse "força maior" é um eufemismo. A gente pode tratar de inúmeras, de n formas, as razões que os levam a não vir. Obviamente, uma CPI que vai investigar a Confederação Brasileira de Futebol, se não investigar o que ocorre nas federações estaduais de futebol...
Estou aqui com meu colega, Senador Davi Alcolumbre, do Amapá. Ele sabe, ele é testemunha do que acontece na federação de futebol do nosso Estado – não é, Senador Davi? –, o que acontece, como são os procedimentos. Se nós não ouvirmos como é que funciona o sistema da CBF... O sistema da CBF funcionou... O atual Presidente e os sucessores dele foram eleitos em uma eleição que contou com o voto dos representantes das 27 federações e dos clube. Então, se nós não ouvirmos... E aqui, veja, não os estamos convocando na condição de investigados, como vieram aqui os senhores, representantes, presidentes do Santos Futebol Clube e do São Paulo Futebol Clube. Estamos convidando-os para contribuir com estas investigações. É o objeto da CPI. Se nós não tivermos a possibilidade de ouvir os presidentes das federações e os presidentes dos clubes da série A, que é onde está a sustentação da atual gestão da CBF, não terá como a CPI andar. O Senador Davi, com certeza, vai arguir aqui em favor da necessidade de convocação destes, pois ele sabe como funciona a federação de futebol do nosso Estado, e sabe as relações que tem com a Confederação Brasileira de Futebol e a necessidade de investigação. Então, eu até diria, Senador Romário, que esse requerimento seria premissa dos procedimentos de investigação que deveríamos seguir.
de investigação que deveríamos seguir.
Tínhamos aprovado o convite e eles não atenderam o convite. Por isso, estamos evoluindo para testemunha.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Se V. Exªs entendem, o que esta Comissão pode fazer de novo? Convidá-los mais uma vez.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Reiterar o convite.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Vamos reiterar o convite.
O SR. JOÃO ALBERTO SOUZA (Bloco Maioria/PMDB - MA) – Reiterar o convite.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Vamos fazer isso.
O SR. JOÃO ALBERTO SOUZA (Bloco Maioria/PMDB - MA) – Ele não vem como investigado. Vem como testemunha.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Esse requerimento de convocação já foi aprovado. Essa pauta já ficou para trás. A convocação foi aprovada.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Desculpa. Desculpa. Foi um lapso. Colocaremos para votar a convocação.
Independentemente de passar a convocação ou não, nós convidaremos de novo os presidentes, sempre com o objetivo de que esses presidentes venham a esta Casa, assim como estão esses dois, para nos prestar algum esclarecimento, passar para todos nós desta Comissão o seu conhecimento do futebol. É interessante que ouçamos. É importante que ouçamos. Na verdade, eu entendo muito bem, principalmente o Senador Perrella. Por isso, tenho esse entendimento.
O SR. DAVI ALCOLUMBRE (Bloco Oposição/DEM - AP) – Presidente Romário.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Sim.
O SR. DAVI ALCOLUMBRE (Bloco Oposição/DEM - AP) – Presidente, eu não quero entrar no mérito. Escutei atentamente todos os Senadores aqui, votei favoravelmente aos requerimentos que foram apresentados por V. Exª, mas eu quero entrar num ponto de procedimento, Presidente.
Nós tivemos um plano de trabalho que foi aprovado pelo Senador Romero Jucá, que é o Relator da CPI. Esse plano de trabalho foi aprovado com o Requerimento nº 14, apreciado e aprovado por esta Comissão.
Eu quero entrar no procedimento. O Senador Romero Jucá não está presente aqui, como Relator da Comissão. Então, o que eu queria fazer? Eu queria externar a minha preocupação quanto ao procedimento. Não quero falar do número A, do Requerimento nº 34, do Requerimento nº 55, quem é fulano, sicrano ou beltrano. Não me interessa isso aí. O que me interessa é que não saiamos dessa linha, porque o nosso Relator da Comissão não está participando, está ausente do Senado Federal.
Então, eu fico preocupado no sentido de que nós aprovamos um plano de trabalho, aprovamos um requerimento, aprovamos um procedimento e, na ausência do Relator, estamos, de certa forma, saindo do procedimento, que foi o convite. Não a convocação.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Exatamente, Senador. V. Exª tem razão, só que o convite já foi feito. Nós já fizemos o convite.
O SR. DAVI ALCOLUMBRE (Bloco Oposição/DEM - AP) – Então, eu queria que pudéssemos reiterar o convite, na ausência do Relator e deixasse...
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Eu queria entrar nesse detalhe. Nós vamos aqui votar os requerimentos de convocação e reiterar o convite.
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – Senador Romário.
O SR. ZEZE PERRELLA (Bloco Apoio Governo/PDT - MG) – Senador Romário, a minha preocupação não era nem essa também só. Eu acho que não vamos ter tempo hábil de ouvir todos os presidentes de federações e todos os presidentes de clubes até a data que nós temos para fechar esse relatório. Também é uma das minhas preocupações, que eu peço a V. Exª para observar. Se for só convite, se convidarmos os presidentes de federações, faltam 20 presidentes de federações ou mais do que isso e 18 clubes.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Senador, já fizemos. Já foram feitos os convites para os 27.
O SR. ZEZE PERRELLA (Bloco Apoio Governo/PDT - MG) – Sim, mas, se todos eles atenderem a convocação ou o convite, Senador Romário, nós vamos ter tempo hábil?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Os convites eles não atenderão, porque não atenderam.
O SR. ZEZE PERRELLA (Bloco Apoio Governo/PDT - MG) – A pergunta é: nós vamos ter tempo de ouvir todos até o fim desta CPI?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Eu não sei se teremos tempo para ouvirmos todos, mas o máximo que nós pudermos ouvir será interessante. O que eu quero deixar bem claro para V. Exª é que o convite já foi feito a todos.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Presidente, só para encaminhar, eu proporia o seguinte: o Requerimento nº 7, que trata das federações, vamos convocar. No Requerimento nº 8, em que estamos propondo intimar os presidentes dos clubes, eu sugiro que reiteremos o convite, porque já há um requerimento de convite a eles. Esse da federação aqui, vamos convocar as federações que representam todos os clubes de cada Estado.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Vamos colocar para votar.
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – Sr. Presidente, pela ordem.
Vamos deixar aqui uma coisa. Na última reunião que tivemos desta CPI, o Senador Romário, como Relator... Desculpa, o Senador Romero. Ele comunicou ao Plenário que se ausentaria, após o casamento, e que o Senador Davi Alcolumbre o substituiria, como Relator, nessa ausência dele de uma semana. Eu vejo que uma semana a mais ou uma semana a menos não vai fazer muita diferença.
uma semana a mais ou uma semana a menos não vai fazer muita diferença.
Eu acho que a sua posição de reiterar esse convite... Aqueles que não quiserem vir por convite V. Exª convocaria. Já deixaríamos isso aprovado aqui, ad referendum do Presidente, a convocação deles caso não venham por convite. Nós vamos deixar claro... Aqui estão o Carlos Aidar, Presidente do São Paulo, e o Modesto Roma, Presidente do Santos, que estão aqui como convidados. Eles não foram convocados. Estão aqui para debater o futebol, como acho que todos nós estamos querendo debater.
ORADOR NÃO IDENTIFICADO – Exatamente.
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – É isso.
Então, ficaria ad referendum já...
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Eu me comprometo com V. Exª a, depois de votado aqui, reiterarmos convite. Mas vamos votar aqui para que, se não vier como convidado, nós convoquemos.
O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) – Exato.
Então vamos fazer um adendo, Sr. Presidente, no nosso requerimento...
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Eu coloco os requerimentos mencionados em votação.
Os Srs. Senadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Contrário.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Aprovado o requerimento, com a ressalva...
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Voto contrário do Senador Ciro, por discordar quanto a ser feito em bloco.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – ... do voto contrário do Senador Ciro Nogueira.
O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) – Sr. Presidente, eu queria sugerir que nós fizéssemos uma reunião dos membros da Comissão para avaliarmos algumas pessoas que, na nossa visão coletiva, entendemos ser essencial convocar, porque nós queremos ouvi-las aqui e elas estão enrolando ou não querem vir, por convite ou por solicitação normal. Seria uma reunião interna, nossa, de avaliação, de balizamento de tudo que aconteceu até hoje.
Após essa reunião, com certeza, com o conhecimento que cada um aqui tem, vamos convocar o presidente da federação A ou B ou do clube A ou B. Conforme acabou de colocar aqui o Zeze Perrella, nosso excelente Senador de Minas Gerais, talvez nós não tenhamos mais tempo de ouvir todo mundo. Então, eu acho que V. Exª poderia nos convidar para uma reunião interna para definirmos alguns que achamos essencial ouvir e que nós vamos convocar, porque aí eles terão que vir. Isto seria para aqueles que não quiseram vir por livre e espontânea vontade.
Com relação a esse requerimento que nós acabamos de aprovar, se V. Exª entender ser necessária a presença daqueles presidentes de clubes ou federações que se negaram a vir, V. Exª já terá o direito de convocá-los.
A Federação de Brasília, por exemplo, está sob intervenção. O Presidente da Federação de Brasília está afastado. Então, creio que seria interessante que esse Presidente viesse aqui dar explicação para nós.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Muito bem, Senador.
O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) – E assim por diante.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Presidente, vamos votar os convidados?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Votação de requerimento extrapauta.
Com base no art. 121 do...
O SR. DAVI ALCOLUMBRE (Bloco Oposição/DEM - AP) – Pela ordem, Sr. Presidente.
Nós votamos agora, Sr. Presidente, os Requerimentos nºs 2 e 7, mas na forma de convite.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Não, de convocação, mas eu me comprometi com V. Exª a convidar mais uma vez aqueles que não aceitaram o primeiro convite.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ZEZE PERRELLA (Bloco Apoio Governo/PDT - MG. Fora do microfone.) – Se ele não aceitar o convite, vai ser convocado.
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – E, para não pairar dúvida, Senador Romário, para que alguém não diga que foi convidado, peça à sua assessoria a cópia do convite e a encaminhe a todos os membros da CPI com o "recebido", para que cada um atue no seu Estado para ver se força a barra para o pessoal vir.
O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) – Perfeito, Senador.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Presidente, não vamos dourar a pílula. Nós acabamos de votar um requerimento convocando essas pessoas. Não tem mais convite, não.
O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) – Pronto. É isso aí. Estou de acordo, Senador Ciro.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Com base no art. 121 do Regimento Interno, incluo, extrapauta, para que possamos apreciá-lo, o Requerimento nº 100, de minha autoria.
ITEM 9
Requerimento Nº 100/2015
Requer seja convidado, na condição de testemunha, o Sr. Alexandre Kalil, engenheiro, empresário, ex-Presidente do Clube Atlético Mineiro e Presidente da recém formada Liga Sul-Minas de Clubes.
Autoria: Senador Romário
O SR. ZEZE PERRELLA (Bloco Apoio Governo/PDT - MG) – Convoca também, uai.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Esse a gente ainda não convidou.
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – Sr. Presidente, eu...
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Requerimento nº 101.
ITEM 10
Requerimento Nº 101/2015
Requer que sejam tornados sem efeitos os Requerimentos nº 54/2015 e 86/2015.
Autoria: Senador Romário
Consulto o Plenário se há algum Senador que deseje encaminhar a votação.
Com a palavra o Senador Randolfe.
O SR. ZEZE PERRELLA (Bloco Apoio Governo/PDT - MG) – Se é do Atlético, tem que ser convocado, Presidente Romário. Não pode ser convidado. O senhor não está entendendo.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Presidente...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Presidente, me parece que a convocação deste já está incluída, porque nós aprovamos a convocação dos 20 clubes.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Ele é ex-Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Ele é ex-Presidente.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Ah, perfeitamente.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – De acordo.
Vamos ouvir os convidados.
O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) – Vamos ouvir os convidados, mas eu queria só fazer uma ponderação. Eu vou ter que sair agora para a Comissão Mista de Orçamento... Eu acho que todas as votações foram feitas...
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – Que orçamento, rapaz? Esse orçamento não existe.
O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) – Tá, mas eu vou sair agora para a Comissão Mista de Orçamento, porque sou Relator lá e tenho que ir. Eu vou relatar o comércio, a indústria e a micro e pequena empresas. Eu acho importante, Excelência, que esse trabalho tenha continuidade. Eu queria insistir
Eu queria insistir na possibilidade de uma reunião interna nossa, então, para balizar os conhecimentos de cada um sobre os temas, definirmos alguns, cuja presença achamos fundamental aqui, e priorizá-los para que não se perca mais tempo.
Finalizando, como tenho de sair, cumprimento o Modesto Roma e dizer que, lá em casa, na minha família, de oito irmãos, dois são santistas. Vejo o quanto é importante a sua passagem...
ORADOR NÃO IDENTIFICADO – O resto é corintiano. Só eu sou são paulino aqui.
O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) – ...pelo Santos. E eu queria saber, Roma, o que você, que tem um trabalho intenso e longo no Santos, que acompanhou esse futebol a vida inteira, pode colaborar conosco para passar a limpo esses desmandos e toda essa situação que está acontecendo aí. Gostaria muito que você pudesse nos esclarecer e nos dar subsídios.
Ao Aidar, que tem um trabalho excelente no São Paulo, eu queria lhe fazer uma pergunta, já que você também é veterano nessa linha e pode nos ajudar muito a ver o que se pode fazer de limpeza nessa área para fortalecer o futebol, principalmente amador, futebol de base, o futebol dos times pobres, futebol de federação pobre, como o Brasília, que mal consegue sustentar-se, e não deixar que apenas alguns se deem bem. Então, você está num time maravilhoso – sou cruzeirense, não sou são paulino. Deixo claro qual é o meu time. Não é porque eu esteja ao lado do Zeze...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) – Não, mas o meu time de coração é o Cruzeiro. Em Brasília, é o Gamão do povão, campeão de Brasília.
Então, quero dizer o seguinte, Aidar: você tem conhecimento suficiente para nos ajudar a passar a limpo esse futebol. Então, queria que você nos desse as sugestões, de coração, para passarmos isso a limpo. E queria que nos explicasse os motivos que levaram o Sr. Ataíde a agredi-lo, já que o Sr. Ataíde é vice-presidente do São Paulo.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) – Pelo menos isso, está nos jornais. Se isso tem alguma coisa a ver com a nossa CPI e com essas questões do dia a dia e dessa limpeza que está sendo feita no futebol.
Queria esse esclarecimento.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) – Eu quero saber, porque as notas taquigráficas estarão aqui disponíveis e, como Senador da República, com o mesmo direito de cada um aqui, eu tenho direito a fazer minhas perguntas. E gostaria que elas fossem respondidas.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Obrigado, Senador.
Essas perguntas, com certeza, serão respondidas.
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – Sr. Presidente, a questão das justificativas.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Passamos, agora, à votação de requerimentos.
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – Senador Romário, veja bem, esse assessor que escreveu este requerimento é atleticano, porque ele diz que "O Sr. Alexandre Kalil é um dos dirigentes mais conceituados e representativos do nosso futebol". Isso, para o Zezé Perrela, Senador, é um tiro... "Conceituado". Eu não tenho nada contra o Sr. Kalil
O SR. ZEZE PERRELLA (Bloco Apoio Governo/PDT - MG) – Enquanto eu estive lá, ele não ganhou nada. (Risos.)
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Os Srs. Senadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovados os requerimentos.
O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PSD - DF) – Senador, só para sair mesmo, eu queria cumprimentar o Omar e dizer-lhe que, como cruzeirense de coração, realmente, testemunho que o Alexandre Kalil é super legal, um cara bacana, embora seja do Galo.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Voltamos, aqui, aos nossos convidados.
Passo a palavra ao Sr. Modesto Roma Júnior, Presidente do Santos Futebol Clube.
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – Boa tarde a todos.
Senador Romário, Srs. Senadores, senhoras, senhores, Presidente Carlos Miguel Aidar, é um prazer e uma honra vir a esta Casa debater o futebol brasileiro.
Antes de começar minhas colocações, gostaria de dar um testemunho aqui de que, em momento algum, fui pressionado, instado a não vir ou qualquer coisa nesse sentido. Conversei diversas vezes, nesta semana, com o presidente da minha federação. Ele sabe normalmente que eu e o Presidente Aidar estamos aqui e, em momento algum, nenhuma, nenhuma pressão sofremos. Eu não sofri nada, nenhum "Não vá", "Cuidado", "Não fale", nada! Em momento algum, e este testemunho eu quero deixar a bem da verdade.
eu quero deixar a bem da verdade.
Eu estou no futebol há muito tempo. Eu acho que eu nasci dentro do futebol. O hino do meu clube diz que nascer, viver e, no Santos, morrer é um orgulho que nem todos podem ter. Eu ainda não morri, mas o resto eu fiz.
Quando eu nasci, meu pai já era Vice-Presidente do Santos. Eu o acompanhei durante toda a vida e hoje estou Presidente do Santos.
Como o Presidente Aidar falou, hoje é uma situação bastante difícil a do dirigente esportivo. Hoje mesmo, aqui, eu vejo que o Senador Romário está praticamente como Jesus na cruz, ladeado por dois ladrões, porque a visão que se tem do dirigente esportivo é que nós somos ladrões, que nós somos desonestos, que nós estamos nos locupletando do futebol. E nós sabemos – não é, Aidar? – que isso está longe de ser verdade. Não sei sobre falcatruas, sobre desmandos, sobre aproveitamento. Sei o que leio nos jornais, como os senhores também leem, com a diferença de que conheço muitas das pessoas.
Em 1956, meu pai disse à imprensa que, para ser campeão paulista, teve que descer ao covil dos ladrões. Já se passaram 60 anos, e eu não vejo, hoje, na relação dos dirigentes de clubes, pessoas com a intenção de roubar seus clubes. Eu vejo pessoas que estão trabalhando e até se prejudicando, muitas vezes, para dedicar seu tempo ao futebol brasileiro. Conheci muitos dirigentes, muitas pessoas, de cuja amizade hoje eu privo. O Senador Perrella fez uma brincadeira com o nome do Kalil, do Atlético, mas poderia citar o Presidente Daniel Nepomuceno, que reputo um homem de bem, ou o Presidente Peter, do Fluminense, de cuja amizade eu também privo, ou o Presidente Carlos Miguel, ou o Presidente Paulo Nobre, assim como tantos outros.
Quando eu assumi o Santos, no começo deste ano, recebi um clube esfacelado, com dívidas, com salários atrasados, com cotas de televisão adiantadas, com cotas de federação adiantadas, sem receitas e com contas a pagar. E, logo no começo do ano, eu vi um movimento de uma medida provisória que exige a modernização da gestão do futebol, que hoje, graças aos senhores, foi votada, aprovada e sancionada. Tenho esperança nessa lei. Tenho esperança de que, com essa lei, nós possamos realmente dar um virada no futebol.
Eu comentava, há pouco, com o Dr. Aidar sobre a questão de folha de pagamento, de diminuição. Posso dizer que a minha folha caiu 50%. Mas nós não somos mágicos. Não vamos conseguir resolver o problema do futebol brasileiro
Não vamos conseguir resolver o problema do futebol brasileiro em um ano, em três anos, em dez anos. Temos um afazer: precisamos ter pessoas responsáveis para administrar e gerir este patrimônio da Nação brasileira, que é o futebol.
Eu dizia e digo aos meus amigos todos que ficarei três anos. Não quero reeleição, porque o sacrifício é muito grande. Como diz o Presidente Carlos Miguel Aidar, trabalharmos do jeito que trabalhamos, sem direito a remuneração, é um castigo duro a todos nós. Não sei, Presidente Carlos Miguel, se a transformação em sociedade empresária resolveria, pois é uma mudança difícil, mas, que os presidentes e dirigentes de clubes de futebol têm de passar a ter remuneração, eu não tenho dúvida quanto a isso.
Eu, certamente, na minha gestão, não terei, mas espero que o meu sucessor tenha. Ou, por toda pecha de ladrão, por todo risco de patrimônios pessoais, com as colocações públicas e às vezes até vexatórias a que somos expostos, brevemente, não teremos ninguém para assumir os nossos clubes. Isso é uma situação terrível.
Quanto à minha relação com federações e com a Confederação Brasileira de Futebol, testemunho também que vejo progresso numa relação democrática. Vejo mais representação. Não concordo com muitas das coisas que acontecem. É claro que não concordo com os desmandos e com os absurdos e com as situações de intolerância da arbitragem brasileira – claro que não! Com o autoritarismo eu não concordo.
Nunca aceitei na minha vida o autoritarismo, e vemos hoje esse autoritarismo principalmente na arbitragem, mas não o vejo nem na Federação paulista, nem na Confederação Brasileira. Nunca, em momento algum, fui pressionado politicamente a votar em nada nessas entidades. Sempre tive, por parte tanto do Presidente Del Nero quanto do Presidente Bastos o maior respeito a mim e a meu clube. De nada posso reclamar. Na relação interpresidentes de clubes, sempre tivemos – e o Presidente Aidar é testemunha disso – uma relação amigável, uma relação de respeito entre todos nós.
Não vejam, Srs. Senadores, os presidentes de clubes como bandidos que querem prejudicar a Nação. Presidente de clube tem, sim, uma missão difícil e que eles cumprem com toda pressão de sua torcida, com toda pressão de pessoas que agem somente pela paixão e não pela razão. A nós cabe trabalhar com a razão. Ao torcedor, a paixão.
Hoje, vejo que o futebol precisa, sim, dessa radiografia que os senhores estão fazendo. Espero que cheguem às minúcias de cada comportamento nosso, de todos nós, mas peço o não julgamento prévio de quem quer que seja.
Vim por respeito aos senhores. Vim por respeito ao Senado brasileiro. Vim por respeito ao Brasil. Virei sempre que for convidado, convocado. Virei sempre, por respeito ao meu País e ao meu clube, que aqui represento.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Muito obrigado, Presidente.
Nós vamos começar o debate com o Senador Omar Aziz.
Por favor.
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – Sr. Presidente, eu quero cumprimentar V. Exª, que tem presidido a CPI e tem se empenhado muito em ajudar o futebol brasileiro.
Sr. Modesto, Presidente do Santos, tenha certeza do respeito que temos pela longa campanha vitoriosa e pela trajetória do Santos, que é um time de referência em formação de jovens brasileiros que servem ao Brasil. Temos muito orgulho por isto.
Quero cumprimentar o Dr. Carlos Aidar, Presidente do São Paulo, o nosso querido amigo Deputado Federal Andres Sanchez, do Corinthians, que também está envolvido nisso, e cumprimentar os Srs. Senadores.
Vou, primeiro, pegar as palavras do Sr. Carlos Aidar.
Ele coloca que, em 1987, bem antes de se formar uma liga no mundo, alguns clubes brasileiros tiveram a iniciativa de se criar um grupo de 13 clubes para tentar melhorar o futebol, porque, naquela época, o campeonato brasileiro tinha 60 clubes... Era, realmente, uma desorganização geral. Os clubes que tinham uma torcida maior, precisando de mais recursos e querendo se modernizar, tentaram isto em 1987.
Hoje, 2015, já se vão quase 30 anos da primeira iniciativa. São três décadas. Eu, há 30 anos, nem sonhava em ser Senador da República.
Eu já fui dirigente de clube de futebol, fui diretor de futebol, construí uma arena belíssima no meu Estado, como Governador, e queria ver o futebol do meu Estado, o Amazonas, voltar a ter os espetáculos que tinha antigamente. Infelizmente, não temos. Nós estamos com clubes na Série D, tentando chegar, mas com uma estrutura fantástica, com um investimento em estrutura fantástico. Você não tem só o estádio, você tem dois centros de treinamento, você tem outros estádios, todos ociosos.
Mas uma coisa me chamou a atenção: a falência dos clubes.
Realmente, na medida provisória que nós analisamos aqui... Você via lá o São Paulo. Eu achava que o São Paulo, clube pelo qual eu torço, eu torço pelo São Paulo, todo mundo sabe disso. Sou são-paulino. Meu clube realmente é o Nacional de Manaus, que está acima de qualquer outro. O São Paulo, para mim, era uma referência de administração, mas fiquei surpreso ao saber que o São Paulo estava com uma dívida de R$800 milhões. Foi isto que foi colocado aqui no depoimento feito pelos técnicos que vieram aqui. Eu falei que nem vendendo o patrimônio todo do São Paulo dá para pagar essa dívida. Era dívida de R$600 milhões, de R$500 milhões...
Pega aí um jogador que surge no São Paulo... E eu sou um crítico da Lei Pelé por causa disto: o jogador não pertence mais ao clube, mas a pessoas, a empresários. O cara está nascendo e o empresário já está fazendo o pai assinar um contrato. Se der certo, deu; se não der, ele perdeu R$50,00, R$100,00, R$1.000,00. Se der certo, ele vai ficar milionário com o jogador. Está desse jeito o futebol brasileiro. Nasceu uma criança: "Olha, esse cara vai ser um craque!" Aí chega lá e diz para o pai: "Assina aqui, porque eu já sou proprietário".
O clube fazia um investimento, antigamente, nas bases. Ele gastava dinheiro com odontólogo, com médico, com nutricionista, com o fisioterapeuta, com tudo, para ter o jogador para o clube. Isso era feito para o clube. Hoje, não são feitos jogadores no Brasil para o clube; eles são feitos para serem vendidos. E aí, Dr. Modesto, o único lugar que tem empresa que tem presidente que ganha menos que funcionário é o futebol.
O presidente do Bradesco é o cara que mais ganha, com certeza absoluta – eu estou falando de empresa. Não, não, no futebol é o seguinte, tudo é ladrão, preste atenção, para a torcida tudo é ladrão, porque o cara diz bem assim: "Ladrão; está roubando"; você está me entendendo. E aí é impressionante como não há, para a grande massa da opinião pública, não há ninguém honesto no futebol brasileiro. E é o futebol pentacampeão. Imagine se a gente não tivesse ganhado nada; imagine se a gente não tivesse ganhado nada!
Mas eu não vou entrar nisso; eu não quero entrar nisso! Eu estou aqui realmente com o firme propósito de que a gente saia com propostas objetivas para melhorar o futebol. E daqui a 30 anos as pessoas que forem nos suceder não estejam sentadas aqui dizendo: "Olha, 30 anos atrás havia um grande artilheiro, que era Senador da República, o Romário, foi presidente da CPI"; eu não quero isso. Como a gente está aqui se lembrando da CPI da Nike, em que veio aqui o Ronaldo, e queriam saber dele porque perderam a Copa. E ele respondeu: "Porque os caras fizeram mais gols que a gente". Se a gente tivesse feito mais gols, a gente teria ganhado.
Então veja bem, não é isso, não é isso!
Eu anotei aqui: falências dos clubes, sociedades empresariais, tornar os clubes sociedades empresariais. Não há forma de tornar os clubes sociedades empresariais se não houver uma lei de responsabilidade para os clubes. Porque vocês, como dirigentes, vocês têm uma única obrigação como presidente do clube: ganhar título. Não há outra. Se o senhor passar três anos – você não é candidato à reeleição – e não ganhar nenhum título nesses três anos, você não se reelege no Santos. Só se você tiver o conselho deliberativo todo com os amigos, mas ninguém se reelege se não ganhar título, seja Flamengo, seja São Paulo, seja Corinthians, seja onde for.
E o que acontece? Os dirigentes metem os pés pelas mãos para tentar trazer jogador. O Corinthians mesmo abriu mão de um grande jogador, vamos dizer, um jogador que deu o título mundial para o Corinthians. Você acha que a diretoria do Corinthians não ficou preocupada em perder o cara? Poxa, perder um cara desses, que deu o título, a torcida vai comer a gente; se a gente começar a perder os caras vão matar a gente no meio da rua. Tiveram que ter a coragem de abrir mão por não ter condições de pagar o salário que o Flamengo ofereceu a um ídolo da torcida do Corinthians, que não é formado na base do Corinthians, que não é brasileiro, que não é nada, mas é ídolo porque ganhou um título importante para o Corinthians. E aí o dirigente tem que tomar uma decisão dessas.
Portanto, eu não vejo outra forma, Dr. Modesto, Carlos – obrigado pela presença aqui, pelo convite que nós fizemos a vocês, foi um convite feito pelos Senadores a todos os senhores –, mas há uma total falta de transparência no futebol brasileiro. Eu sempre digo assim que não dá para a federação ser rica e os clubes, endividados; não dá! A federação não joga futebol; a federação não coloca torcedor em estádio; a federação organiza o futebol, ela não tem que ter lucro! Ela não tem que ter lucro! Da mesma forma, a Confederação Brasileira de Futebol.
A Confederação Brasileira de Futebol unicamente dirige o time masculino das diferentes bases da Seleção Brasileira, e o feminino, mais nada. Ela não tem obrigação de formar jogador, ela não tem obrigação de ter uma comissão técnica permanente...
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR (Fora do microfone.) – E nem paga o jogador convocado.
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – E nem paga o jogador convocado, está certo.
Mas o que eu quero dizer é que nós temos que ter algumas metas. Para ter um mandato de presidente tem que ter metas, e essas metas não podem ser ultrapassadas para não condenar o próximo, o sucessor a chegar e encontrar como você encontrou o Santos. Eu não estou aqui para criticar o seu antecessor – não sei nem o nome do seu antecessor, esquece, se você me falar: "Olha, o meu antecessor é fulano", eu não sei quem é, não estou aqui criticando –, mas o que ele fez não foi para tomar e botar no bolso dele, com certeza. O que ele fez foi para tentar ser campeão, para tentar manter um nível. O objetivo principal desses presidentes de clubes, sejam eles do São Paulo, do Flamengo, do Corinthians, do Nacional de Manaus ou do time do Macapá, do Senador Randolfe, que estava há pouco aqui, é o mesmo. E aí, quando eles não conseguem os objetivos, eles se tornam ladrões e reféns da reeleição, porque eles são julgados.
Nós, como políticos, somos julgados numa reeleição. Se fizermos um bom mandato, somos reeleitos; se fizermos um mau mandato, o povo diz: "Eu não quero mais votar nesse cara". Se o presidente de um clube for campeão, ele é reeleito; se o clube não for campeão, ele está fora.
Dirigente de futebol no Brasil não pode ir para estádio, porque tem medo de ser agredido. Você chega ao estádio, se o teu time vai mal, o cara se volta lá para onde você está sentado com a sua família e com seus amigos, e começa a te agredir verbalmente, fisicamente. Quer dizer, é uma situação... O cara fica numa situação... Ou ganha ou ganha. E, para ganhar ou ganhar, você vai meter os pés pelas mãos. Aí a responsabilidade financeira do clube... Ele diz: "Ah, eu vou ganhar meu título aqui, e o próximo que dê seu jeito para pagar essas dívidas".
Então, minha sugestão, Presidente Romário, é que a gente estabeleça uma lei que preveja que os presidentes dos clubes brasileiros terão que ter responsabilidades fiscais com seus clubes. Ele assume a presidência, mas vai ter uma lei de responsabilidade fiscal. Você não pode gastar mais do que arrecada e não poderá entregar o clube para ninguém, para seu sucessor, com déficit. É isso. Pode ter a lei de responsabilidade, mas você entrega com toda a cota da federação comprometida, com toda a cota da televisão comprometida, com o dinheiro do sócio não sei o quê que você inventou já todo comprometido, e o cara chega lá e diz: "Olha, eu tenho esse custo por mês, mas eu não tenho dinheiro para pagar mais, porque o cara que eu sucedi deixou tudo comprometido".
Então, essas mudanças nós temos que fazer. Por quê? Porque os clubes não são propriedades. A gente vê presidente de clube que é chamado de ladrão, em muitos campeonatos profissionais, quando termina o jogo, pegar as camisas e levar para casa para a mulher lavar, para o time poder jogar o próximo jogo. Não é como vocês, que trocam de camisa com o outro clube quando termina o primeiro tempo. Vocês têm três ou quatro uniformes por jogo. Noventa e nove por cento dos clubes brasileiros não têm um uniforme para jogar. Há uma diferença muito grande entre o futebol de que nós estamos falando aqui e o verdadeiro futebol brasileiro. É o verdadeiro futebol brasileiro que ninguém quer enxergar, porque este não está na tela da Globo, não está na tela da Record. Ele está na tele dos olhos dos milhões de torcedores brasileiros que estão em Municípios brasileiros. Só para você ter uma ideia, nós temos 5.700 Municípios. Se houver um time por Município, coisa que não tem, seriam 5.700 clubes no Brasil. Que Município brasileiro não tem um time de futebol disputando liga amadora, Terceira Divisão do Campeonato Regional ou Terceira Divisão do Campeonato Estadual? Temos isto no Brasil.
Então, não podemos chegar aqui e chamar todo dirigente de bandido. Não é verdade! Não é verdade! Muitos dirigentes sacrificam até o seu orçamento final para manter um clube funcionando. Por quê? Porque não tem diretoria, não tem torcedor, mas tem aquele amor por um time que está na vida dessas pessoas há 40 ou 50 anos.
Dito isso, para encerrar, quero dizer que torço muito para que nós possamos sair deste momento difícil do futebol brasileiro. Acredito nos bons brasileiros para retirá-lo dessa situação.
Fiquei muito sensibilizado com as suas palavras, Sr. Modesto, porque acho que o senhor assimilou algo injusto, que é ser tachado de algo que você não é. Não há nada mais injusto na vida de um ser humano do que ser acusado de uma coisa que nunca cometeu. Mas, pela paixão, pelo momento, às vezes, a palavra sai, machuca, e essas palavras não voltam atrás.
Então, se, por acaso, nós tivermos falado alguma coisa, não tenha dúvida nenhuma de que temos um respeito muito grande por todos, de que queremos o bem do futebol brasileiro. Não existe futebol grande com um clube só. Sozinho, o Corinthians não é ninguém. O Corinthians precisa do Palmeiras, do Santos e do São Paulo para ser um grande clube, porque é isso que faz dele um grande clube. Sem o Flamengo, sem o Fluminense, sem o Botafogo, o Vasco não é ninguém. Só o Vasco? Vai jogar com quem?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – O Vasco, principalmente sem o Flamengo nesse momento.
(Risos.)
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – Não falo mais sobre isso. Pensei que você fosse vascaíno, Romário, mas, no final de sua carreira, você virou América!
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Presidente, vamos ver se concluímos a fala do Senador Omar porque são quase 16 horas.
O SR. OMAR AZIZ (Bloco Maioria/PSD - AM) – Não é você que vai dizer o que a gente tem que fazer ou não aqui, rapaz! Não é você que vai chegar e pedir um aparte para dizer: "Vai, Senador, conclua!" Espera aí. A gente o respeita muito, mas a recíproca tem que ser verdadeira.
Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Muito bem, Senador.
Passo a palavra, agora, ao Senador Ciro Nogueira.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Calma, gente!
Sr. Presidente, primeiro, agradecer a presença dos dois ilustres Presidentes de clubes e dizer, Srs. Presidente, que fui Presidente de um clube no meu querido Estado do Piauí, o Ríver. Minha paixão pelo São Paulo é porque a camisa é igual...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – É verdade! Minha paixão! E fui campeão em todos os anos que fui Presidente do Ríver, graças até ao meu amigo Zeze, que me ajudava basta. Na época, era Presidente do Cruzeiro.
Eu vi, e isso foi colocado aqui um pouco pelo nosso Senador Omar. Acho que um dos maiores males que foi feito, e me perdoe o Romário, que era favorável a isso, foi a extinção da Lei do Passe. Naquele momento, falava-se que era a carta de alforria dos jogadores brasileiros, mas, no meu ponto de vista, só beneficiou 5%, no máximo, 10%, dos jogadores do País, que são os mais bem pagos. Na prática, isso acabou com praticamente todas as formações de base no País. No meu Estado, não tem um clube, Presidente Modesto, que invista, hoje, nas categorias de base. Não há mais segurança nenhuma. Por que o clube vai investir nas categorias de base se o jogador, na hora em que se forma, pode ir para um grande clube sem esse formador de jogadores, hoje, ter benefício algum? Lembro, no tempo do São Paulo, da questão do Oscar, que foi praticamente roubado pelo Internacional e o São Paulo pouco teve a ganhar naquela época.
Fico muito preocupado. Acho que muito da culpa dos 7 X 1, que tivemos da Alemanha, e, do meu ponto de vista, da queda de diferença do futebol brasileiro para o futebol mundial é da formação dos jogadores, que hoje está praticamente concentrada nos grandes clubes. Os pequenos clubes, os clubes de interior, hoje, praticamente, não têm mais categorias de base.
Queria saber, já que vocês têm uma experiência muito maior do que a nossa aqui, as sugestões para que possamos reformular e dar uma garantia aos clubes e, principalmente, para que a gente possa voltar a ter um investimento maior na formação de jogadores pelo País, para que isso não fique concentrado apenas nos grandes clubes nacionais.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Muito bem, Senador.
Passo a palavra, agora, ao Senador Donizete Nogueira.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Não vou demorar tanto quanto o Senador Omar, nem vou ser tão rápido quanto o Senador Ciro Nogueira, mas, primeiro, partir da compreensão de que o futebol é um patrimônio da sociedade brasileira, algo que está na alma do povo brasileiro e que precisa de uma gestão que corresponda a isso, e não que atenda a interesses de poucos, às vezes.
Já fui dirigente de muitas entidades, mas nunca fui dirigente de time de futebol. Fui dirigente de grupo de teatro, de federação de teatro, da confederação nacional de teatro, portanto, sei que muitas vezes pagamos para ser dirigente. Provavelmente, aquele dirigente sério de um time de futebol faz a mesma coisa. Pode ser que tenham alguns, isso é provável, que usam do time ou da imagem da história do time para poder tirar suas vantagens, mas, via de regra, penso que a maioria, e sou daqueles que acredita nas pessoas, faz um trabalho para manter a história do clube, para corresponder às expectativas dos torcedores, e isso tem um preço.
Sendo o futebol o que é para o povo brasileiro, penso que o futebol, se tiver uma gestão bem organizada, pode ser autossuficiente. Se ele tiver uma gestão bem organizada, pode ser autossuficiente. Mas é aquilo no rumo do que o Omar dizia. Por exemplo, o dirigente de um clube ou de uma federação tem que ter responsabilidade fiscal para não estraçalhar o patrimônio que o clube tem e deixar esse clube arrasado para outro vir consertar. Então, ele pode ser autossuficiente, mas precisa de algumas exigências.
Essa questão dos grandes jogadores que ficam por aqui uma temporada e vão embora, perdendo, às vezes, um pouco da identidade com o País ou com a torcida, porque alguns, que, às vezes, a gente nem conhece, estão indo muito novos e estão vindo para a Seleção, eu penso que isso não é bom. Acho que eles têm que viver a cultura do esporte no País, têm que conviver com a torcida aqui e jogar não só pela remuneração, mas também por defender uma bandeira, por defender um país. Agora, isto é muito difícil – eu penso que isto pode estar na cabeça do jogador –, porque ele ganha muito, mas tem um empresário, tem uma empresa que paga publicidade para ele que deve ganhar muito mais que ele, porque, senão, não pagaria o que paga para ele. E aí não são os times, mas, muitas vezes, é a empresa que vende os seus produtos e que fatura milhões e milhões é que paga milhões para times ou para jogadores. Então, não é fácil jogar por amor à camisa vendo alguém enchendo as burras, ganhando muito dinheiro. "Eu também preciso ganhar, porque é o meu futebol, é a minha habilidade, é a minha capacidade de criar que está fazendo com que as empresas ganhem muito dinheiro".
É assim, Senador Romário, essa discussão do dia a dia lá. O torcedor diz que não pode um jogador ganhar esse tanto de dinheiro. Eu penso que pode, porque, se alguém está pagando para ele, esse alguém está ganhando. A empresa que paga para ele colocar sua marca na camisa está ganhando muito mais que ele. Então, ele pode ganhar. Ganhar é um direito seu. Agora, é preciso que parte disso reverta ao futebol, ajude a organizar o futebol.
Eu estava entendendo, do que disse o Sr. Carlos Aidar, que tem a Primeira, a Segunda, a Terceira e a Quarta Divisões e que não reúnem tudo num colegiado só para discutir o futebol do País. Talvez não fosse possível reunir tudo num colegiado, mas cada um teria que ter uma espécie de uma câmara esportiva dentro da federação para poder discutir inclusive o seu orçamento para aquele ano, que não fosse uma coisa decidida só lá pela confederação ou pela federação, mas que – e aí eu penso que os clubes devem participar disso. Eu não vivo muito o futebol – se não participa da discussão de orçamento e essas coisas, precisa participar. Não vejo isso no meu Estado. Meu Estado é pequeno, a federação do meu Estado é pobre, os times são pequenos. Estamos lá esperneando agora para ganhar do time lá do Ciro, para podermos nos classificar. O Palmas está disputando lá com o Ríver ...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Perdeu para o Remo. O Ríver continua.
Aí eu queria perguntar: o futebol brasileiro pode ser autossuficiente?
Outra pergunta, que está um pouco fora do contexto: o que levou mesmo o FBI, do ponto de vista dos senhores, a se envolver em uma investigação contra a FIFA, contra a questão das Copas do Mundo e etc.?
E, por fim, esse modelo de transformar em empresa os clubes me parece que seria bom. Eu não tenho experiência suficiente. Eu gostaria de ouvir dos senhores se isso vai ser bom para o futebol ou se não é bom e que é por isso que ainda não se conseguiu efetivar.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Muito bem.
Senador Zeze Perrella.
O SR. ZEZE PERRELLA (Bloco Apoio Governo/PDT - MG) – Eu vou ser bem mais rápido.
Eu queria cumprimentar os nossos companheiros Modesto Roma e Carlos Miguel Aidar e dizer que tudo o que falaram eu já senti isso na pele. Fiquei 18 anos como Presidente do Cruzeiro e na minha época, eu já tinha a visão de que o clube tem que ser uma empresa.
Aidar, o nosso Cruzeiro foi, talvez, o primeiro clube brasileiro, na minha gestão, que começou a pagar diretores, a remunerar seus diretores. Antigamente, o diretor de um clube... No primeiro dia em que assumi o clube, pedi para o meu diretor de futebol que fosse ao Paraguai, na Confederação Sul-Americana, e ele disse: "Se o senhor tivesse me avisado antes, eu fiquei de levar minha mulher ao dentista." Eu falei: "Cara, vou ter que contratar pessoas que realmente tenham condição de trabalhar 10 ou 12 horas por dia para o clube, mas, para isso, vou ter que pagar." Então, coloquei todos os meus diretores, inclusive dos clubes sociais, com remuneração. Só o Presidente do Cruzeiro não tem remuneração.
Colocamos também, na época, porque nós tínhamos um problema sério: o menino era obrigado a estudar, mas o calendário esportivo era completamente incompatível com o calendário escolar. Então, criamos as escolas dentro do clube. Eu era Deputado, na época, e me falaram que isso era fisiologismo para ganhar votos, etc. – aquela história –, mas funciona até hoje. Um menino chegou perto de mim, um dia, Senador Romário, com 19 anos – ele havia sido dispensado pelo meu diretor –, e disse que queria falar comigo. Depois de muita insistência, resolvi atender o garoto. Ele falou: "Vocês fizeram um mal na minha vida e não sabem o tamanho. Cheguei aqui com 14 anos. Estou com 19 anos. Não estudei e nem vou ficar aqui, porque me dispensaram. O que eu faço agora?" Eu me senti mal com aquilo. "Não! Você, obviamente, se não vai jogar no Cruzeiro, terá oportunidade de jogar em outro clube." Mas eu fiquei com aquilo na cabeça e acabei montando também uma escola lá dentro. Em vez de levar os alunos para a escola, eu levei a escola para dentro do clube, para compatibilizar o calendário.
Então, sempre tive uma visão, como empresário que sempre fui, que temos que ter uma gestão realmente moderna e procurar profissionalizar esta relação. Sou totalmente a favor de que os clubes se transformem em empresas e que os dirigentes sejam contratados, pessoas que entendam do assunto e que saibam dirigir. Não se dirige somente com paixão. Por isso, a maioria dos clubes, talvez, do Brasil estejam quebrados.
No meu entendimento, os clubes brasileiros só vão se transformar em empresa, Senador Romário, o dia em que fizermos como se fez na Espanha. Os clubes se endividaram para construir os estádios para a Copa do Mundo da Espanha e não tiveram dinheiro, depois, para pagar os tributos. O governo propôs para eles, e era facultativo, se transformarem ou não em empresas. O governo propôs que, os clubes que se transformassem em empresas, estavam liberados do pagamento dessas dívidas. A maioria dos clubes se transformou em empresas, com raríssimas exceções. Parece-me que só o Barcelona e Real Madrid não são, porque eram clubes mais ricos e acharam que não tinham que ser. Os outros todos são profissionais.
Acho que tínhamos que caminhar para isto: uma anistia para os clubes que quisessem se transformar em empresas. E temos resistência dentro do próprio clube. Aprovei, no Cruzeiro, dentro do conselho deliberativo, a opção de nos transformarmos em empresa e a opção de o presidente sair. Isso não evoluiu. O Cruzeiro não é um clube empresa ainda, exatamente por isso. Obviamente, se se transformar em empresa, pode colocar ações na Bolsa, os dirigentes vão ser mais cobrados e a pressão diminuiria, porque, em vez de cobrar... Se o presidente do clube não vai bem, cria-se um conselho gestor ou um conselho de administração que poderá demitir aquele presidente, assim como faz com o treinador, e contrata outro.
Sei por que passamos, Presidente Carlos Miguel Aidar, quando o clube não vai bem. Às vezes, somos obrigados a vender jogador para pagar dívidas, e somos tachados de mercenários, mas, se não vendermos, não pagamos as dívidas, e somos tachados de incompetentes. Estamos "ferrados" de qualquer maneira. Um dia, em uma brincadeira, saindo do Mineirão, uma senhora me disse: "Poxa, Perrella, você só vende os jogadores bons!" "Minha filha, os ruins eu tento, mas ninguém quer." (Risos.)
Então, somos cobrados de todos os jeitos. Eles aceitam se vendermos os ruins, mas ninguém quer. O jogador virou um ativo. Somos obrigados a vender.
Enfim, sei tudo por que vocês passam e sou solidário a isso, Aidar. Sei as dificuldades por que os dirigentes passam, os problemas que tiveram nesta semana. Acho que é uma coisa muito pessoal. Torço realmente para que vocês consigam realmente resolver esses problemas internos, porque, quando não tem unidade dentro do clube... Já é difícil tocar um clube com apoio. Quando o clube se divide no conselho e tudo o mais, aí fica muito mais complicado.
Então, o apelo que eu faria a todos os clubes do Brasil, indiferentemente de quem é o presidente: deem apoio àquele presidente e esqueçam as rixas internas, porque isso só prejudica o clube. Eu torço para que vocês consigam realmente resolver essas situações todas.
Eu não pretendo mais voltar a ser dirigente. Eu sei o que eu passei com isso e sei o que os senhores passam. Eu fiquei muito tempo. Foram 18 anos, e vitorioso. Ganhei na minha gestão, como presidente, 24 títulos.
Também, Senador Romário, quero parabenizá-lo pelo convite ao Alexandre Kalil. Apesar de rixas que nós já tivemos no passado, eu o respeito muito e sei que é um grande dirigente. Todas as vezes que vou a Belo Horizonte a gente sai para jantar, para trocar informações. A gente sempre brigou muito, mas sempre na linha do respeito. Nós nunca fizemos acusações irresponsáveis na imprensa. A gente discutia muito, cada um defendendo, obviamente, o seu clube e o seu ponto de vista, mas eu o respeito como dirigente, foi um excelente dirigente. Quando eu estava lá, ele não ganhou nada. Até brinquei com ele dizendo que depois que eu saísse ele teria alguma chance. E acabou sendo campeão da Libertadores. Mas é um grande dirigente. E a contribuição dele aqui eu sei que vai ser importante para a gente.
Eu não quero mais fazer perguntas. Eu só quero agradecer a presença de vocês.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Muito obrigado, Senador.
Então, fazemos o seguinte: os senhores respondam às perguntas e eu farei as minhas no final.
Por favor, o senhor poderia já começar respondendo às perguntas do Senador Hélio José?
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco União e Força/PR - MT) – Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Desculpe. Senador Wellington Fagundes.
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco União e Força/PR - MT) – Acho que já aqui já ficou bem claro o objetivo de todos nós. Queremos aqui, claro, saudar os dois presidentes dos clubes que aqui estão, Sr. Modesto e também o Carlos Miguel, e esperar que, claro, esta CPI possa ter bons frutos para a melhoria do futebol. Agradecemos e temos certeza da boa intenção de vocês, mas é importante, como já foi colocado aqui, claro, a participação, enfim, a experiência de vocês, virem aqui e verdadeiramente poder contribuir com os passos que a gente aqui deve dar.
Tenho aqui algumas perguntas que eu gostaria de ler.
De um modo geral, as federações estaduais de futebol possuem os recursos financeiros necessários ao bom funcionamento delas, as federações. Já a realidade dos clubes, mesmo os grandes, como os dois casos aqui, o Santos e também o São Paulo, sempre é de endividamento dos clubes de um modo geral, da maioria, eu acho – não sei se algum clube grande está com todas as suas contas em dia. Na opinião de V.Sªs, o que provoca essa distorção entre os clubes e as federações? Por que a federação tem sempre mais condições financeiras e os clubes sempre estão devendo, principalmente impostos, enfim, outras tantas dívidas têm?
A Federação Paulista de Futebol assina contratos de publicidade e direitos de imagem de alto valor por ocasião do Campeonato Paulista de Futebol. Que parte desses recursos financeiros fica com a federação e que parte desses recursos é distribuída entre os clubes?
Ainda: desses contratos, muito tem sido falado sobre o contrato celebrado entre a Federação Paulista de Futebol e a General Motors do Brasil. Além de cada clube receber um automóvel em comodato, o que mais os clubes recebem através desse contrato? V. Sªs conhecem alguma irregularidade relacionada a esses contratos, a esse contrato especificamente?
E ainda, para concluir: Santos e São Paulo se enfrentarão em uma das finais da Copa do Brasil, um torneio que está no centro da investigação feita pelo Ministério Público americano e pelo FBI. As cotas da Copa do Brasil são pagas aos clubes presididos por vocês, pela CBF, pela Klefer ou pela Sport Promotion? É a pergunta. Em sua opinião, é necessário contratar empresas unicamente para fazer essa intermediação ou a CBF poderia fazer isso diretamente?
Está entendido ou não? Se quiser, posso passar por escrito também.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Só mais uma perguntinha, de 30 segundos.
Eu acompanhei uma época – e tenho um filho que, pela idade, é torcedor do São Paulo – em que aquela meninada do São Paulo era conhecida por Expressinho. O Santos, Presidente do meu Santos, é o único time de futebol pelo qual torço desde criança, quando comecei a ouvir pela Rádio Tupi de São Paulo no Triângulo Mineiro – embora eu seja mineiro, eu não torço por times de Minas porque, lá no Triângulo Mineiro, as rádios eram de São Paulo. O Santos acho que se reencontrou com o futebol depois daquela meninada, como Diego, Robinho e outros. De lá para cá, a gente vem numa constante de resultados que considero positivo.
O investimento na base não é a solução para fazer com que os clubes tenham uma folha mais barata do que contratar grandes craques para tentar resolver um campeonato ou outro?
Essa é a minha pergunta.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Muito bem.
Passo a palavra, agora, ao Sr. Carlos Miguel Aidar, Presidente do São Paulo. Se o senhor puder responder já as perguntas do Sr. Senador Hélio José...
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – Todas rapidíssimo, Senador. Eu serei bastante conciso.
A primeira consideração, em face de tudo que foi dito, é que o Itaú BBA fez um trabalho de endividamento dos clubes todos do Brasil. Só para se ter uma ideia, o São Paulo Futebol Clube é o 9º devedor na escala; há oito clubes que devem mais do que o São Paulo. E a dívida do São Paulo é de R$270 milhões, dos quais R$170 milhões são dívidas bancárias.
Nós investimos na base, Senador Romário, Srs. Senadores, R$26 milhões no ano de 2014. Nós temos um centro de treinamento de formação de atletas em Cotia que é considerado modelo único no mundo – modéstia à parte. Existe até um hotel com 140 leitos para abrigar os meninos. Há escola lá dentro. Assistência médica e dentária. É um grande investimento que nós fazemos.
Há um aspecto bastante preocupante, que é a utilização pela Confederação Brasileira de Futebol dos atletas que são convocados para servir à Seleção. Nesse período de convocação, diz a lei geral do esporte, a chamada Lei Pelé, que a CBF teria que reembolsar os clubes e ela não o faz. E ela não o faz com base numa resolução da FIFA que torna esse reembolso facultativo.
Exatamente por conta disso, o São Paulo ingressou na justiça do Rio de Janeiro, no Fórum Regional da Barra da Tijuca, que é a sede da CBF, com uma ação contra a CBF da ordem de R$23 ou R$24 milhões pela convocação e o não reembolso ao São Paulo dos atletas que serviram à Seleção nos últimos anos. Durante uma época a CBF reembolsou. De um determinado momento para cá, não sei precisar, parou de reembolsar.
A vocação clubística varia muito. Há clubes que têm que vocação para formar, outros para vender, outros para comprar. Depende muito de mesclar para achar o ponto de equilíbrio adequado. Falo isso porque é verdade que os clubes grandes são importantes, é verdade que os clubes pequenos são importantes; mas são verdades distintas. A verdade é que o clube pequeno não pode se tornar um grande se não começar a segurar seus valores. E como ele faria isso, Senador Romário? Eu confesso a V. Exª que eu não sei. Se eu tivesse essa resposta... Eu trabalhei no Ministério do Esporte voluntariamente quando era Ministro Edson Arantes do Nascimento, assinei, fiz a pesquisa e redigi o anteprojeto da Lei Pelé, que, na verdade, foi uma adequação da chamada Lei Zico, enfim, a Lei Geral do Esporte. Participei do encerramento do passe. Entendia que isso era fundamental naquela época, era a carta de alforria, a que se referiram há pouco aqui neste plenário.
Nós estamos num caminho. Mas temos obstáculos a percorrer – isso é inegável. Entendo que a responsabilidade fiscal tem que existir para o dirigente de clube. Ele tem que garantir, com seus próprios bens, o exercício do mandato, sem o que ele não pode se eleger presidente do clube. Aí se tem uma amarração importante, Senadores.
As federações são ricas e os clubes são pobres? É verdade. Mas os clubes são pobres porque são mal geridos. E as federações são ricas porque bem geridas. Mas o que acontece? As federações usam o futebol. E quem faz o futebol somos nós, clubes.
E nós, clubes, ao fazermos o futebol, não temos o retorno do futebol que nós fazemos. As federações fazem os campeonatos, os torneios, e nada é distribuído. A receita financeira da GM é só o automóvel, porque o custo do que a GM paga, não conheço o contrato, é usado lá em São Paulo para custear o campeonato paulista, viagens, locomoções, hotelaria, enfim, nós temos algumas distâncias grandes e a CBF faz também isso nas distâncias interestaduais. Você tem 33 passagens, estadias de uma ou duas, dependendo da distância que se vai percorrer.
Enfim, é evidente que todos nós temos uma ou várias soluções para melhorar o futebol brasileiro. Mas eu acredito que, fundamentalmente, o mais importante seja responsabilizar o dirigente desportivo através de legislação própria.
Embora entenda que não seja tema da CPI, como o Senador Hélio José, aqui de Brasília, fez uma pergunta sobre uma divergência que eu tive com o vice-presidente de futebol, eu queria dizer que não houve absolutamente nada de grave a não ser uma divergência conceitual e uma discussão acalorada, que acabou resultando na saída dele da vice-presidência. Hoje estou sem vice-presidente no futebol.
O sistema do São Paulo é: elege-se o presidente; o presidente convida os demais diretores. Só o presidente é eleito. E essa responsabilidade eu acho que tem que ser tirada do modelo de gestão do São Paulo. São Paulo não é só um clube de futebol. Eu tenho um clube social com mais de 20 mil sócios, fora os sócios torcedores. Então, eu tenho a obrigação de atender a parte social e o futebol.
O meu propósito, o meu projeto, o meu desejo, o meu sonho é um dia separar o futebol do social. Fazer do São Paulo Futebol Clube uma cisão e criar o São Paulo Social Clube, com gestões distintas, patrimônios distintos, conselhos distintos, enfim, administração distinta e responsabilidade distinta. Porque hoje quem consome dinheiro é o futebol e prejudica o social. E realmente há um conflito de interesse entre o esporte amador, que é praticado dentro do clube, com o futebol e com o lazer social.
Rapidamente, Senador Romário, eram essas as informações que me parecem mais objetivas.
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco União e Força/PR - MT) – Presidente, eu não entendi, talvez pela rapidez da sua fala, se o senhor disse mesmo que as federações são bem administradas e os clubes mal administrados.
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – Senador, eu entendo que sim, porque, se as federações têm dinheiro em caixa, elas estão bem administradas. O que está falando é os clubes exigirem das federações, no meu modo de ver, o repasse daquilo que eles produzem, que é o futebol. Qual é o produto que nós produzimos, nós, clubes de futebol, e não nós presidentes, mas os clubes de futebol? O que eles produzem? O futebol, que é o espetáculo, que leva torcida ao campo, que a televisão compra, que a rádio transmite. A rádio começa o programa às 8 horas e vai até 22 horas, o dia inteiro, em cima de um espetáculo que é feito pelos clubes e não os remunera por isso. A televisão faz aquele momento, e remunera e remunera bem.
Os clubes hoje estão vivendo, Senador, das cotas de televisão. O que é um absurdo, no meu modo de ver. Os clubes deveriam viver de um conjunto de receitas: publicidade estática, uniforme, bilheteria, direitos autorais. Eventos são feitos, placas são colocadas pelas federações ou pela confederação e o clube não tem participação. Nós que temos um estádio próprio bastante grande, com 67 mil assentos numerados, não conseguimos colocar esse público lá dentro. O público se afasta dos estádios. A televisão leva ao conforto do lar. Enquanto na Europa quem vai ao estádio é o cidadão de poder aquisitivo mais alto e o cidadão de poder aquisitivo menor fica em casa vendo na televisão, aqui, no Brasil, é o contrário: quem vai ao estádio são as pessoas de menor poder aquisitivo e os de maior poder aquisitivo ficam no conforto do lar. Eu acho que há uma equação errada nisso daí.
Mas, enfim, está aqui para o debate.
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco União e Força/PR - MT) – Presidente, não há uma relação muito impositiva das federações e da confederação sobre os clubes, não? Pelo que o senhor está falando, parece que é assim: os gestores dos times não têm muita habilidade ou competência na gestão, e a federação tem competência na gestão. Eu fico com a impressão de que também, pela capacidade de administração das federações ou da confederação, ela consegue impor aos times uma condição de aceitação daquilo que eles que produzem, ou seja, o produto que dá o resultado para a federação ou para a confederação, e eles não têm tanto retorno...
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – Há vozes divergentes, Senador. Nem sempre os conselhos técnicos são unânimes. Existem vozes divergentes, mas a maioria acompanha a orientação majoritária, não impositiva, mas orientadora. Não há imposição. Eu comungo com a fala do Presidente Modesto Rômulo: ninguém é obrigado a fazer nada a não ser em virtude de lei. Não há imposição da federação ou da confederação; apenas há uma aquiescência dos clubes. Talvez por faltar aos clubes exatamente essa postura mais profissional, decorrente da estrutura dele, clube, não ser profissional.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ. Fora do microfone.) – Outra pergunta que o Senador Wellington Fagundes fez foi sobre as cotas da Copa do Brasil, que são pagas pela CBF e pela Sport Promotion.
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – É pela Confederação. Se vem de outras fontes, eu desconheço, Senador, mas quem paga aos clubes é a Confederação, a CBF.
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – Eu falo com muita tranquilidade porque assinei o recibo ontem ainda, mas quem paga é a CBF. Não há nenhuma outra entidade pagando.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – O senhor quer responder mais outras perguntas?
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – Queria, sim.
Eu concordo com praticamente tudo o que o Carlos Miguel falou, mas há um ponto com o qual não tenho plena concordância. O senhor falou, Senador, da carta de alforria da Lei Geral do Esporte. Eu me nego a chamá-la de Rei Pelé, porque acho um desrespeito ao Pelé. Acho que não foi uma carta de alforria. Acho que trocou do senhor do engenho para o capitão do mato.
Hoje, nós temos um problema muito sério, que são os empresários de futebol. Talvez esse seja o maior problema que o futebol brasileiro enfrenta. A Lei Geral do Esporte dá direito aos jogadores? Dá, sim, e tem que dar. Ninguém pode ter trabalho escravo. Eu, hoje, vivo realidade de atletas de ponta que se subordinam à vontade de empresários com as tais procurações, os tais contratos de gerenciamento de carreira, que criam, sim, uma verdadeira dependência dos meninos que saem da base e vão para essas pessoas, que os seduzem de diversas formas.
Outro dia, pensava e refletia naquela velha história do Pinóquio, em que os aliciadores levavam os meninos para um barco, prometendo guloseimas, prometendo diversão, prometendo brincadeiras, e os transformava em escravos. E é mais ou menos isso que ocorre com os empresários usando esses meninos. Enquanto não tivermos uma legislação que proteja efetivamente o atleta, principalmente na formação... Os atletas são comprados, hoje, com colares e apitos, como nos tempos da colonização. Os atletas, hoje, e suas famílias, em troca de quirelas, ficam subordinados a esses cidadãos que "cafetinam" o futebol brasileiro, verdadeiros gigolôs de atletas, verdadeiros escravizadores de atletas.
É preciso... A FIFA deu um primeiro passo, porque é também grande culpada pelos tais agentes; deu-lhes força, deu-lhes poder e, hoje, percebe o grande erro que cometeu. É preciso acabar com esses verdadeiros gigolôs do futebol brasileiro. Os clubes hoje estão nessa situação de penúria muito mais por esses gigolôs do que pelas entidades representativas.
Não há pecado nas federações e na CBF? Claro que há. Claro que existe. Não são santos! Mas pior do que eles são esses cafetões de jogador de futebol. Menores escravos, sim! Não pensem que é diferente disso. Não pensem que é diferente disso. Iludem os pais dessas crianças e fazem contratos leoninos, sim. Depois, creio que foi o senhor que disse, Senador, que os jogadores saem muito novos para o exterior. Sim, para atender a ganância desses gigolôs, que levam os Messi, os Neymar, todos para fora ainda crianças, porque o que querem sempre não é o futuro do jogador, mas, sim, seu ganho fácil e rápido.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Muito bem, Presidente.
Agora, vou fazer aqui as minhas perguntas, que servem para os dois, por favor.
O Estatuto da CBF abre a possibilidade de oferecer auxílio financeiro aos clubes a critério do Presidente da CBF. O seu clube recebe auxílio financeiro da CBF? O senhor acha que esse financiamento aos clubes interfere na independência do processo eleitoral da CBF? Se recebe, qual é o valor? Essa é a primeira pergunta.
A segunda é: de modo geral, as federações estaduais de futebol possuem recursos financeiros necessários ao seu bom funcionamento. Já a realidade dos clubes, mesmo os grandes como São Paulo e Santos, é de endividamento. Na opinião de V. Sªs, o que provoca essa distorção entre clubes e federações?
São essas as minhas duas perguntas para os senhores.
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – É muito rápido, Senador Romário. Auxílio financeiro, não. O que existe é o auxílio indireto das viagens e locomoções pelo Brasil durante o campeonato brasileiro, durante a Copa do Brasil. Aí, sim, há um aporte financeiro de locomoção e de hotelaria proveniente dos patrocinadores, mas não auxílio direto em dinheiro no caixa.
Quanto à situação de as federações estarem em situação financeira melhor que os clubes, foi o que eu respondi ainda há pouco no seguinte sentido: há uma – não vou dizer conivência, é uma palavra muito forte – aceitação desse estado de coisas. Os clubes não se postam, não se posicionam contra isso e vão aceitando que as federações tenham sempre recursos em caixa. E as federações, até um certo tempo atrás, às vezes, até emprestavam dinheiro aos clubes, adiantavam dinheiro aos clubes por conta de receitas futuras, etc., e, que eu saiba, deixou de fazê-lo há alguns anos já.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Esses pagamentos, Presidente, quando o senhor se refere a passagens e hospedagens, aos clubes feitos pela CBF, o valor, o montante disso aí o senhor não tem ideia?
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – Não tenho, Senador.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – São 33 bilhetes aéreos e um ou dois pernoites, dependendo da... Há um convênio, como transportadora oficial...
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Isso está relacionado ao pagamento das despesas pelas viagens.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Isso não deixa de ser uma ajuda da CBF aos clubes.
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – É.
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – Não, desculpa, Senador. Não é uma ajuda, não. É simplesmente a remuneração dada para disputar o campeonato das verbas de publicidade que a CBF recebe. Eu não entendo isso como uma ajuda e, sim, como uma contrapartida.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – E o valor que a televisão paga aos clubes, com esse valor, normalmente, poderiam os clubes ou todos, ou só a maioria, pagar esses custos. Calma. Agora, o senhor afirmar que isso não é uma ajuda da CBF aos clubes, eu acho que o senhor está completamente enganado. Isso é uma ajuda direta, sim, aos clubes.
E essa ajuda, aí vem essa pergunta – não vamos entrar na questão se o senhor está certo ou errado, nem eu; não estou aqui para isso –: essa ajuda, no meu modo de ver, interfere na decisão dos clubes numa possível candidatura de um presidente da CBF, por exemplo?
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Presidente, só um aparte ao que o senhor está falando.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Claro, por favor, Senador.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Até discordando do que o senhor fala, porque isso não é dado apenas a um clube. Pelo o que eu entendo, é dado a todos os clubes que participam do campeonato.
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – Faz parte do regulamento.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Primeira Divisão.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Não, várias Divisões.
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – Não, todas.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Não é só a Primeira Divisão, não. Em várias Divisões, Copa do Brasil...
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Sim, mas nós estamos falando aqui da Primeira Divisão.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – Mas não existe. Eu quero dizer que se a CBF desse uma ajuda: "Não, vou dar para o Santos, não dou para o São Paulo". Aí eu consideraria uma forma de ajudar e até de interferir, mas é dado; e isso, pelo que eu sei, desde o início do campeonato, já fica predeterminado. Não é modificado de acordo com a vontade do presidente.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Então, vamos dizer que V. Exª esteja correto. Chegamos a esse acordo. Tem razão. A pergunta é: se isso, essa forma, ajuda, interfere em algum momento na hora de uma eleição de um presidente da CBF, por exemplo?
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – Eu acho que a ajuda existe nos torneios menores. Terceira Divisão, Quarta Divisão, que não tem patrocínio que permitisse isso, e acaba saindo dos torneios maiores. Eu acho que não interfere até porque eu não entendo essa contrapartida como uma ajuda. Eu acho que é uma contrapartida normal, absolutamente comercial.
Eu acho que se a federação, como disse o Presidente Aidar, quisesse ajudar, eu acho que seria o pagamento, por exemplo, dos atletas que ela convoca durante o tempo de convocação, isso sim seria algo muito mais palpável. Agora, alegar que é facultativo pela FIFA, mas é obrigatório pelo País. Então, eu acho que, como o Presidente Aidar diz, é um direito dos clubes receberem.
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – O Clube que entrou no Judiciário foi o São Paulo; os outros não tiveram razão para entrar.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Eu só quero colocar para os senhores que está no Estatuto da CBF, o Estatuto da CBF abre essa possibilidade de oferecer esse auxílio financeiro. Ou seja, isso é a critério do próprio presidente da CBF, por isso que a pergunta...
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – Mas ela não dá esse auxílio financeiro viu, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Os senhores acabam de dizer que o pagamento das passagens.
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – Mas isso não é uma ajuda, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Mas quem paga isso para os clubes?
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – Isso sai do patrocínio dos campeonatos.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Mas quem paga isso para os clubes?
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – No caso da Série A, por exemplo, quem paga as passagens é a Rede Globo; no caso da Copa do Brasil, quem paga é a CBF; por exemplo, no caso do Campeonato Brasileiro, são 33 passagens, no caso da Copa do Brasil, são 23.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Quem paga as hospedagens, também a Globo?
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – É.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Então, as hospedagens e as passagens é a Rede Globo.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PP - PI) – E acho que até tem alguns acordos do Campeonato Brasileiro.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Senador, quero só entender quando o clube recebe, no caso o Santos, esse valor, ele recebe direto?
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – Não recebe agora, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Esse auxílio. Quando o clube sai para pegar o avião, as 33 passagens, estão lá pagas as passagens pela Globo ou pela CBF?
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – Nós recebemos os bilhetes aéreos.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Quem paga esses bilhetes?
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – Existe uma agência de viagem, eu não me lembro agora qual é a agência de viagem, mas existe uma agência de viagem, que, junto com o departamento nosso de logística, faz a logística da viagem e fornece as passagens.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Só uma pergunta. Quem capta o dinheiro?
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Presidente, eu não sou contrário a isso, eu só quero entender como funciona.
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – Está certo. Eu estou aqui para isso.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Quem capta o dinheiro nos campeonatos, no caso do Campeonato Brasileiro e da Copa Brasil é a confederação que faz a captação?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Não, a captação de patrocínios, essas coisas.
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – A negociação das verbas de televisão é entre o clube e a emissora que transmite.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Na Primeira Divisão é assim que funciona?
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – É.
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – Na verdade, é assim, mas quem faz a coordenação é a confederação.
Só para V. Exª ter uma ideia, Senador, esta semana ainda, hoje é quarta-feira, esta semana ainda está-se esperando a assinatura do contrato de televisionamento do Campeonato Paulista dos próximos três anos, e os clubes ficam esperando assim como uma avidez, porque, na verdade, tem um adiantamento por conta que vai cobrir buraco de caixa da grande maioria dos clubes.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Então, no caso do Campeonato Paulista, essa verba de televisão passa pela federação e a federação distribui aos clubes?
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – Senador, eu não vi esse atual contrato. O que eu herdei era assinado com a federação e desmembramento, é um contrato mãe, com a federação e com a emissora...
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – Com anuência, não é?
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – ...e depois tem um contrato adicional para cada clube, estipulando o valor. Há o valor global e depois os valores individuais, porque obviamente há cotas diferenciadas, em função da importância de transmissão.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Quando o clube negocia com a televisão, por exemplo R$10 milhões, um exemplo, esses R$10 milhões, está embutido dentro desse valor esse valor das passagens, das hospedagens, tudo isso também, ou esse valor é mais esse auxílio?
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – Esse valor é definido no regulamento geral da competição. A parte financeira do regulamento geral da competição.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Não, a gente está falando agora de Campeonato Brasileiro?
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – Campeonato Brasileiro.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – O senhor não deve ter entendido a pergunta.
A Globo é a detentora da imagem de televisão, ela paga ao Santos R$50 milhões, um exemplo, fora esses R$50 milhões, o Santos tem mais algum tipo de auxílio, de ajuda da Globo ou é da CBF?
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – É da Globo. Essa parte das passagens aéreas e da estada do Campeonato Brasileiro, Série A. Estamos falando do Campeonato Brasileiro, Série A.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Isso é fora esses R$50 milhões, que é uma verba?
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Certo. Muito obrigado pela informação.
Senador Donizeti.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – É só para compreender. Essa questão de hotel, passagem, quanto mais longevidade o time tiver dentro do campeonato, mais ele vai receber essa ajuda, porque a cada viagem que ele vai fazer, cada jogo que ele vai fazer, ele vai receber isso. Naturalmente, quando ele recebe o jogo de volta, ele não recebe essa ajuda, ele só recebe para fazer o jogo de ida.
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – Quando ele faz o jogo de volta, o outro recebe e a gente recebe a arrecadação, a bilheteria.
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – A bilheteria tem sido o mandante sempre.
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – E isso nós estamos falando de Campeonato Brasileiro, Série A.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Eu tenho mais uma pergunta, se puder, Presidente, para eu entender: quer dizer que o São Paulo, o Santos têm as suas escolinhas de futebol, seus centros de treinamento e preparação dos atletas desde pequeno, com tudo e, depois que o atleta começa a jogar profissionalmente, o time não tem direito sobre ele, o passe é dele, a hora que ele quiser sair, ele sai, ou tem um período que ele tem compromisso com o time?
O SR. MODESTO ROMA JÚNIOR – Existe um contrato de formação.
O SR. CARLOS MIGUEL AIDAR – Existe uma obrigação do atleta em formação assinar o primeiro contrato profissional com o clube que o formou. Se ele não quiser assinar, óbvio ele pode não assinar ele tem que cumprir um período de dois para poder assinar com outro clube. Ele fica impedido de jogar por outro clube, se ele foi registrado como atleta em formação no seu Santos Futebol Clube, amanhã ele não quer assinar contrato profissional com o Santos, quer jogar com o São Paulo, ele não pode jogar pelo São Paulo a não ser dois anos depois de carência, vamos dizer assim.
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Entendi.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Muito bem.
Agradeço, mais uma vez, a presença dos presidentes.
Com certeza, mais uma vez, a reunião de hoje desta Comissão foi bem positiva, bem interessante, e certamente quem ganhou foi o nosso futebol brasileiro.
Antes de encerrar a reunião, coloco em votação a Ata da 11ª Reunião.
Os Senadores que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovada a ata.
O SR. PRESIDENTE (Romário. Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Não havendo mais nada a tratar, agradeço a presença de todos e os convido para a próxima reunião a ser realizada na semana seguinte, com pauta a ser publicada posteriormente na página da Comissão.
Declaro encerrada a presente reunião.
Muito obrigado a todos pela participação.
(Iniciada às 14 horas e 36 minutos, a reunião é encerrada às 16 horas e 50 minutos.)
Especial: É tudo um assunto só!
Criei uma comunidade no Google Plus: É tudo um assunto só
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Outro dia discutindo sobre as manifestações do dia 15, sobre crise do governo e a corrupção da Petrobrás eu perguntei a ele se tinha acompanhado a CPI da Dívida Pública. Então ele me respondeu: Eu lá estou falando de CPI?! Não me lembro de ter falado de CPI nenhuma! Estou falando da roubalheira... A minha intenção era dizer que apesar de ter durado mais de 9 meses e de ter uma importância impar nas finanças do país, a nossa grande mídia pouco citou que houve a CPI e a maioria da população ficou sem saber dela e do assunto... Portanto não quis fugir do assunto... é o mesmo assunto: é a política, é a mídia, é a corrupção, são as eleições, é a Petrobras, a auditoria da dívida pública, democracia, a falta de educação, falta de politização, compra de votos, proprina, reforma política, redemocratização da mídia, a Vale, o caso Equador, os Bancos, o mercado de notícias, o mensalão, o petrolão, o HSBC, a carga de impostos, a sonegação de impostos,a reforma tributária, a reforma agrária, os Assassinos Econômicos, os Blog sujos, o PIG, as Privatizações, a privataria, a Lava-Jato, a Satiagraha, o basômetro, o impostômetro, É tudo um assunto só!...
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