Dizem que uma CPI nós sabemos como começa, mas não dá para adivinhar como termina...
A 21ª reunião da CPI do CARF foi um bom exemplo disso...
Uma esperada oitiva do tipo acareação entre Hugo Rodrigues Borges, o "tarólogo bocudo" e a Gegliane Maria Bessa Pinto, a assistente quase contadora.
No início o Hugo "tarólogo" apareceu com a cara e a coragem, sem advogado ou Habeas-corpus. A Gegliane apareceu nervosa, acompanhada por advogado e com Habeas-corpus que lhe dava o direito de permanecer calada(coisa boba, pois mesmo sem o Habeas Corpus a pessoa tem esse direito). O silêncio dela seria mais uma decepção para essa CPI cheia de mudos e calados...
A minha impressão até o momento em que a Vanessa Grazziotin ofereceu a oportunidade para a Gegliane uma sessão secreta em que ela desistisse do direito de ficar calada e cooperasse com a investigação(coisa que a relatora faz com todos que aparece com Habeas-Corpus) era que tínhamos uma cúmplice de um crime sendo pega devido o "dedodurismo" de um cara que por anos foi seu colega de trabalho ...
Essa minha impressão parecia também ser a dos senadores...
O único fato estranho que colocava em cheque essas conclusão é a história de que a Gegliane foi morar no exterior depois dos fatos, porém o exterior escolhido não foi os EUA, ou a França ou a Suíça... Ela foi morar na África do Sul, para acompanhar o marido! África do Sul não é bem um destino escolhido pelos bandidos que enriqueceram com crimes milionários como esse caso da Operação Zelotes...
Pois bem... a Gegliane surpreendeu ao dizer que não era necessário uma sessão secreta e que colaboraria com as investigações já que não tem nada a esconder... Ao término da sessão a impressão que ficou era que ela era apenas uma funcionária que realizava seu trabalho sem conhecimento das tramoias que aconteciam nas reuniões secretas dessa empresa de consultoria, e os dois esclareceram tudo o que estavam ao alcance deles. Pelo menos essa foi a impressão que ficou ao final da oitiva... O Tucano Ataídes Oliveira disse ao final da sessão:
"Eu não tenho dúvida de que a senhora realmente foi usada. Não tenho dúvida"
Outra expectativa era a "animosidade" entre os integrantes da CPI que tiveram um pesado bate-boca na última reunião. Pois bem, o presidente Ataídes voltou a seus costumeiros elogios ao adversários políticos e o José Pimentel pouco falou, mas quando o fez não parecia agressivo, pediu desculpas e justificou ausências em reuniões administrativas, e pelo menos por hora parece que se entenderam... E o nosso "RRR está em todas" (Randolfe Rodrigues da REDE) também estava presente.
Mas vamos deixar a situação dos "apenas funcionários" e do desentendimento dos Senadores de lado e passar ao que interessa: os políticos e catedráticos ladrões da história...
Primeiro os "Petralhas" e assemelhados.
A Gegliane confirmou que a Erenice Gerra frequentou o Escritório?!
Sim!
E quanto ela levou em dinheiro vivo?!
Não, dinheiro eu não vi sendo entregue a ela não... nem estava nas planilhas...
E o Silas Roudeau?
Frequentava o escritório, numa frequência menor que a Erenice Guerra e também não houve dinheiro entregue e nem estava nas planilhas...
E o Cid Gomes.
Esse foi um almoço só e não houve repasse de dinheiro... Nem a nenhuma empresa do Ceará...
Ainda tenho a opinião que esses três devem ser convocados para explicarem o que faziam com esses moços naquela época... Porém devem pairar sobre eles ainda o benefício da dúvida(o mesmo que vale para o Eduardo Cunha...) já que ainda não há denuncias ou evidências financeiras que o envolvem no esquema...
Isso não é interpretação... vou reproduzir a conversa literalmente:
Vou colocar as pessoas com cores diferentes:
– A senhora encontrou com a ex-Ministra Erenice Guerra no escritório alguma vez?
– Não eu ter encontrado. Já a vi no escritório sim.
– Ela ia frequentemente ao escritório?
– Como posso dizer para o senhor? Eu não sei qual é a frequência que o senhor está me perguntando. Que ela ia ao escritório, ia.
– Duas vezes por semana, por exemplo?
– Tinha semana que ela até passava lá uma ou duas vezes. Aí, depois, ela sumia. Então, não tinha uma coisa certa de toda semana passar lá. Não. Eu já vi várias vezes a Ministra lá sim, mas uma coisa que não era uma rotina, que não era...
– Ela tinha negócio com o Sr. Alexandre?
– Aí eu não sei responder para o senhor, porque os negócios deles...
– A senhora se lembra de ter feito algum pagamento a ela?
– Não.
– E ao ex-Ministro Silas? Também passava sempre pelo escritório?
– Passava. Ele andava, às vezes, no escritório. Depois, ele sumiu completamente. Nunca mais nem...
– Ele ia com frequência?
– Não era uma coisa com frequência, mas ele andava lá, passava uma vez na semana. Um período, ele realmente andou frequentando, só que depois ele sumiu.
– E o contato dele no escritório era mais c om o Zé Ricardo ou com o Alexandre Paes dos Santos, APS?
– Honestamente, eu não sei dizer com quem era o contado dele, porque eles chegavam, entravam numa sala de reuniões. E, às vezes, eu nem sabia quem estava dentro da sala de reuniões.
– Essa reunião que ocorreu com o ex- Governador Cid Gomes, lá do Ceará, com o Zé Ricardo e o APS, conforme relatado pelo Sr. Hugo, a senhora tem conhecimento dessa reunião?
– Eu vi o Governador, sim, lá no escritório, mas o que eles trataram, se eles tiveram reunião, isso eu não sei dizer para o senhor. Que ele esteve no escritório, esteve.
– Uma só vez ou mais vezes?
– Uma só vez. Só vi uma vez.
– Com o José Ricardo ou com o Alexandre?
– Estava todo mundo junto. Estava todo mundo junto.
– A senhora fez algum pagamento a alguém do Ceará ou recebeu alguma importância de alguma empresa do Ceará?
– Não.
(...)
– A senhora nunca entregou um envelope para a ex-Ministra Erenice?
– Não, senhor.
– Ou ao ex-Ministro Silas?
– Não.
– Nunca entregou um envelope a eles não?
– Não.
– A alguém encaminhado por eles?
– Não, senhor.
– E Parlamentares? A senhora tem conhecimento de algum Parlamentar que foi lá no escritório? Algum emissário representante dos Parlamentares?
– Não, senhor.
– um emissário representante dos Parlamentares?
– Não, senhor.
E o tal ministro do TCU? Aquele Augusto Nardes que tem um sobrinho chamado Juliano Nardes?
Quando no post A mídia é o 4° ou o 1° poder da república? (Caso Panair, CPI Times-Life) eu escrevi que era importante acompanhar o que aconteceu no nosso período ditatorial, pois...
"(...)São pessoas que ainda, até nos dias atuais, militam na vida corporativa, estatal e política brasileira (...)"
Esse Augusto Nardes é só um exemplo...
Foi vereador pelo ARENA.
Foi Deputado Estadual pelo PDS (partido que sucedeu o ARENA)
Depois da redemocratização entrou para o PPR(partido que era liderado pelo Maluf)
O PPR virou PPB e depois virou PP, até hoje...
O PP é maioria na Lava-jato...
Por essas siglas, Nardes foi deputado
federal de 1994 a 2005, quando renunciou para assumir a cadeira no
Tribunal de Contas da União (TCU).
Seu sobrinho é o Carlos Juliano... Jú para os íntimos...
O presidente da CPI, o tucano Ataídes Oliveira, que tentou e não conseguiu convocar o Lula e cia na semana passada não estava muito inteirado em quem era Juliano... a outra reportagem sobre o caso ele não se inteirou nem quis fazer requerimento de convocação...
Mas quem a Gegliane disse que sempre ia lá receber sua parte do quinhão era o Juliano... Juliano? Que Juliano?
– Mas a senhora só pagava as despesas do escritório, só as despesas administrativas? Ou a senhora pagava alguns advogados, alguns conselheiros?
– Não.
– A senhora chegou a fazer alguns pagamentos?
– Não, nunca fiz pagamento para conselheiro, nunca conheci nenhum conselheiro. Eu fazia pagamento para advogados sim, os advogados do escritório, que eram associados, pessoas que, assim, eu achava que eram sócios do Zé Ricardo. Inclusive até, algumas vezes, cheguei até a comentar com o Sr. Hugo. Nossa, por que que essa pessoa recebe tanto...
– Quem são essas pessoas, Srª Gegliane?
– O Sr. Edison.
– Edison.
– O Sr. Gruginski.
– O Gruginski.
– É, o Juliano também, eu cheguei a fazer pagamento.
– Juliano?
– É.
– Juliano? Juliano? Quem é Juliano? É conselheiro o Juliano?
– Não, eu acho que ele não é, não, não é conselheiro, ele tinha serviços com o Zé Ricardo.
– Juliano. Outros nomes que a senhora fazia pagamento?
– E os advogados que trabalhavam no escritório.
Mais tarde, quando era a Relatora Vanessa Grazziotin quem estava perguntado, ela lembrou-se que Juliano era esse... A Senadora comunista perguntou qual é o nome inteiro dele e ela respondeu...
– E esse Juliano, quem é esse Juliano?
– Esse Juliano estava sempre lá. Não sei dizer para a senhora.
– Como é o nome dele, inteiro?
– Juliano Nardes.
– Juliano Nardes.
– É. Ele estava sempre lá.
O nosso "RRR está em todas", esse estava inteirado sobre quem é o sujeito, a Gegliane não sabia que ele era sobrinho de um poderoso...:
– Perfeitamente. É o sobrinho do Sr. Nardes, Conselheiro do TCU?
– Eu não sei se ele é sobrinho, eu não conheço a vida do Juliano. Eu conheço...
– Mas é Sr. Juliano Nardes, a senhora confirma?
– É.
– Ele era advogado?
– Ele era advogado.
– É sócio da empresa?
– Ele não era sócio, mas trabalhava com o Zé Ricardo. Ele estava sempre no escritório...
– E ele recebia muito dinheiro?
– Eu não posso dizer para a senhora valores que ele recebia. Eu não tenho como dizer para a senhora quais eram os valores que ele recebia. Isso eu não...
– Então, as planilhas que a senhora enviava para... A senhora mesmo disse que ele era muito "correto", entre aspas, não é?
– Sim.
– Gostava de tudo explicado. Então esse Juliano que aparece aqui era esse Juliano Nardes. E quem é tio?
– Não sei. Essa...
– Mas a senhora escreveu.
– Não. Vou explicar para a senhora o que é esse tio. O Zé Ricardo pediu algumas retiradas e um dia ele me pediu: "Me traz uma relaçãozinha com as retiradas e as datas." Eu levei para ele, e ele próprio escreveu códigos nessas retiradas. Não fui eu, não tenho conhecimento de quem é que...
– Quem escreveu o código?
– O José Ricardo. E ele...
– Esse Tio, então, é código do José Ricardo.
– Exatamente.
E ele me pediu o seguinte: "Coloca isso no arquivo, porque, quando eu precisar disso aqui, eu quero ter acesso." Eu peguei, digitei no e-mail, porque eu falei: "É a maneira mais prática de ele ter acesso a isso." E mandei, mas eu nunca perguntei para ele e nem sei quem é, que código é esse ao qual agora ele se refere como Tio.
– E com qual frequência o Sr. Juliano ia lá com a senhora?
Nesse momento o presidente da CPI interrompeu dizendo que o "RRR está em todas" estava monopolizando as perguntas da Relatora Vanessa... Mas com o consentimento dela ele continuou...
A Gegliane falou que ela preenchia a planilha com os dizeres: Retirada JR.
Quem colocava as palavras Ju e Tio era o José Ricardo...
Ju...
Tio...
Eu já expliquei para a senhora!!...
– Não, Presidente, não são indagações. Eu queria só continuar nessa linha que a Srª Gegliane..., que está ajudando a mim e à Senadora Vanessa. E eu estava perguntando qual era a frequência com que o Sr. Juliano frequentava...
– Olha, ele ia bastante ao escritório. Não posso dizer para o senhor uma frequência certa, mas pelo menos umas duas vezes na semana ele passava lá para falar com o Zé Ricardo, passava lá. Ele não tinha sala lá.
– Vamos tentar pegar um fio da meada para a gente poder entender. Então, o Gruginsky disse que era sócio, o Sr. Edson também, e o Juliano não. E a senhora escrevia na planilha. O que a senhora escrevia na planilha? Quem pagava para o escritório e para quem o escritório pagava, ou seja, entrada e saída normal?
– Sim, sim.
– Aí há o que a senhora mesmo disse, está lá Juliano 200 mil, Tio 200 mil, Tio 200 mil. Como que eram feitos essas pagamentos? Quem fazia? De que forma?
– Pois é, olha só, o Zé Ricardo solicitava valores. Esses valores chegavam e ele ficava com eles. Algumas vezes...
– Os valores que a senhora fala é o dinheiro?
– Isso.
– Ele solicitava dinheiro e vocês, o Sr. Hugo ou a senhora, tiravam o dinheiro do banco e o dinheiro ia para lá.
– Sim.
– Era guardado no cofre?
– Muito difícil, o dinheiro não ficava guardado em cofre. Quando ele pedia um valor, às vezes, até o próprio Hugo ia lá levar o valor para ele, porque eu falava assim: "Hugo, deixa lá com ele pra mim!" O Hugo deixava. Às vezes, o Hugo: "Não, não vou, não. Estou apressado!", não sei o quê. Então, eu pegava e levava para ele. Entendeu?
Então, quando ele solicitava um valor...
– O Sr. Zé Ricardo.
– Sim, o Sr. José Ricardo.
Quando ele solicitava um valor, aquele valor chegava, e a gente já repassava pra ele.
– Perfeito.
– O que ele fazia ou deixava de fazer...
– Não, não, mas como é que aparecia o nome do Ju aqui? A senhora não só passava para ele, porque a senhora registrava.
– Sim.
– E como que era repassado para o Sr. Juliano o dinheiro?
– É isso que eu estou explicando para a senhora, umas, duas ou três vezes, o próprio José Ricardo deixou o valor para eu entregar para o Juliano.
– Em dinheiro?
– Em dinheiro.
– Um envelope?
– Sim, o dinheiro num envelope.
– Aí a senhora disse que não tinha envelope, não tinha dinheiro, que...
– Não, eu disse para a senhora que eu fiz pagamento e o nome do Juliano está aí para as pessoas que eu paguei. E é óbvio que, quando eu ia pagar, eu colocava num envelope...
– Então, para o Juliano foi dado um envelope em dinheiro. E para o Tio?
– Não, nunca entreguei nada para o Tio, já expliquei para a senhora.
– Quem entregava o dinheiro para o Tio? Isso, porque, da mesma forma que a senhora escreveu Juliano na planilha, a senhora escrevia Tio e mandava por e-mail. Quem era esse tio?
– Eu estou explicando para a senhora que isso era um código do Sr. José Ricardo, não sou eu.
– Com que ele chegava para a senhora e dizia tanto? Como é que é? Explica isso aqui para a gente.
– Eu acabei de explicar para a senhora. Ele pedia retiradas. As retiradas que ele pedia eu nunca sabia, não tinha como saber para quem eram.
Então, estava sempre assim: retirada JR, retirada Jr. E aí algumas retiradas ele colocou códigos. E, como era código, eu coloquei na planilha de receitas e despesas o que ele tinha colocado.
Eu não sei quem é Tio, porque eu nunca perguntei, mesmo porque não é do meu interesse. Ele mandou colocar Tio e, a meu ver, poderia ser o tio dele, sei lá quem.
Ê tio...
Vamos agora dar a palavra para você... Gosto de ouvir os dois lados...
Eu gosto do tal benefício da dúvida...
Gostaria que ele fosse um benefício para todos e não para aqueles que possuem bens maiores que R$1.000.000,00.
Bom, alguém (não) pode fazer a seguinte pergunta:
E o filho do Lula?!
Filho do Lula?!
Ah!... Vai ler o Post Acompanhando a Operação Zelotes XIV (CPI do CARF): Para de tumultuar, Estadão! E não me encha o saco!!
Eu ainda tenho uma dúvida danada, já disse em outros post, sobre se o(s) auditor(es) fiscal(is) fazem autos de infração corretos (nesse caso a sonegação estaria confirmada: A empresa realmente deve ao fisco e não paga porque compra o julgamento no CARF), ou então os auditores estão coligados com a quadrilha do CARF, gera os autos de infração já irregulares com a intenção da empresa ter que entrar no CARF para se livrar da multa(nesse caso a empresa é uma vítima da quadrilha).
Um auditor-fiscal contando sua versão para a operação Zelotes me tirou um pouco dessa curiosidade:
Observação:
Como a internet é maravilhasa, não? Dá voz a todos, e não só ao Sr Estadão, a Sra Globo, etc...
Ex-Fiscal da Receita Federal, José Vescovi Jr., expõe corrupção dentro da corporação e detalha a hoje chamada "Operação Zelotes", denunciada por ele, ainda em 2008. email: jvescovijr@gmail.com
Audiência Pública ALERGS - OPERAÇÃO ZELOTES
Nesta edição: CPI do Carf faz acareação e comissões estudam cadastro ambiental rural
Contrato reforça elo de Augusto Nardes com suspeita de fraude fiscal
Documentos foram apreendidos na Operação Zelotes
RBS/Globo protegem as 'contas' de Nardes
Será que o servicinho prestado por Nardes à RBS ajuda a explicar porque a TV Globo deu tanto destaque à 'votação histórica' no TCU?
Altamiro Borges, em seu blog.
O Ministério
da Fazenda confirmou que, em sua 3ª fase, a Operação Zelotes cumpriu na
última quinta-feira (8) sete mandados de busca e apreensão e que a ação
tem como objetivo coletar novos documentos sobre o escândalo. Entre os
suspeitos estão o ministro Augusto Nardes, bancos privados, montadoras e
o grupo RBS, afiliado da Rede Globo em SC e RS.
O ministro Augusto Nardes ganhou
os seus minutos de fama nesta semana ao propor a rejeição das contas do
governo Dilma. Seu frágil relatório, aprovado por unanimidade no anódino
Tribunal de Contas da União (TCU), foi motivo de festança para os
convidados especiais da sessão – entre eles, o fascista mirim Kim
Kataguiri, o jagunço Paulinho da Força e vários parlamentares do PSDB,
DEM e PPS. A mídia também deu destaque para a decisão “histórica”,
afirmando que ela reforça a cavalgada pelo impeachment da presidenta.
Todos os golpistas elegeram Augusto Nardes como o herói da semana. Mas a
bajulação não vai durar muito tempo. Nesta semana, a Operação Zelotes
confirmou que o “ético” ministro está metido num bilionário esquema de
fraude fiscal no Rio Grande do Sul. Ele teria facilitado as mutretas da
RBS, a afiliada da TV Globo no Estado.
Documentos apreendidos pela Polícia Federal revelam que Augusto Nardes ainda era um dos donos da empresa Planalto Soluções quando ela fechou parceria com uma das principais firmas de consultoria envolvidas no escândalo do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Segundo reportagem da Folha deste sábado (10), a empresa do ministro foi contratada pela SGR Consultoria, pertencente ao ex-conselheiro do Carf, José Ricardo da Silva, alvo das investigações da Operação Zelotes sobre a compra de decisões no órgão que analisa recursos contra multas. Augusto Nardes foi sócio da Planalto Soluções até maio de 2005. Seu sobrinho, Carlos Juliano, ainda é sócio da empresa.
A SGR é investigada por atuar em defesa da RBS – afiliada da Globo no Rio Grande do Sul e Santa Catarina –, que disputava no Carf a possibilidade de reduzir as multas aplicadas pela Receita Federal. Segundo as investigações, em 2011 a RBS pagou R$ 11,9 milhões para a SGR, que repassou R$ 2,55 milhões à Planalto entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012. Os pagamentos coincidem com a vitória da RBS em um processo no Carf. E-mails enviados pela secretária da SGR ao dono da empresa mencionam pagamentos ao “Tio” e reforçam a suspeita de que Augusto Nardes recebeu pelos serviços prestados R$ 1,6 milhão. Já seu sobrinho Carlos Juliano abocanhou R$ 900 mil.
Ainda de acordo com a Folha, tão generosa no tratamento dos seus aliados pontuais, o ministro do TCU afirma que desconhece os “supostos” depósitos, nega a prática do crime de tráfico de influência e garante que “não assinou nada com a RBS”. Como álibi, Augusto Nardes argumenta que deixou a empresa Planalto Soluções em 2005. Ocorre que os documentos vazados confirmam que a RBS contratou a SGR em março deste mesmo ano e que esta, por sua vez, subcontratou na sequência a firma do impoluto ministro. A saída de Augusto Nardes do seu quadro societário só ocorreu em maio de 2005, 42 dias após o contrato com a SGR. Será que o servicinho prestado à RBS ajuda a explicar porque a TV Globo deu tanto destaque à “votação histórica” no TCU?
Sobre a patética rejeição das contas do governo Dilma vale conferir o excelente artigo de André Singer, publicado neste sábado na Folha:
*****
Falso brilhante
A operação cênica do Tribunal de Contas da União, encerrada minutos antes de começar o "Jornal Nacional", merece entrar para a história dos escândalos políticos-midiáticos. Um órgão de assessoria parlamentar que se passa por corte para, em dizeres altissonantes, condenar unanimemente, e em rede de TV, a presidente da República por "desgovernança fiscal". Pode ser que o impeachment não prospere nunca, mas do ponto de vista ideológico Dilma Rousseff foi impedida na noite de quarta (7).
Os fundamentos objetivos da condenação, no entanto, passam batidos. Desculpe-me o leitor por obrigá-lo a assunto tão árido, porém não há outro modo de abordar o tema. Tomarei apenas um exemplo, referente às supostas "pedaladas fiscais", para indicar como as evidências são fracas.
Vazado em linguagem cifrada, o voto do relator busca fixar a ideia de que em 2014 a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) teria sido burlada de maneira criminosa por meio das pedaladas. Como prova, menciona-se a páginas tantas que as contas relativas à Bolsa Família, ao Seguro Desemprego e ao Abono Salarial, gerenciadas pela Caixa Econômica Federal (CEF), teriam ficado negativas em 59% dos dias daquele ano.
O TCU considera que, ao deixar no vermelho o saldo dos referidos pagamentos, a União estaria usando dinheiro emprestado da CEF, o que seria proibido pela LRF. Com efeito, produzida, entre outras coisas, para conter o uso dos bancos públicos, ela proíbe que o Estado receba crédito de casa bancária por ele controlada.
Ocorre que a resposta do Advogado-Geral da União, neste particular, foi precisa. Na defesa oral apresentada perante os ministros, Luís Inácio Adams lembrou que, ao final de 2014, o Tesouro tinha a receber da CEF 141 milhões de reais. Onde já se viu tomador de empréstimo receber em lugar de pagar dívida contraída?
A charada se resolve se pensarmos que não houve empréstimo algum. Os ministérios têm um contrato de serviço com a CEF, que administra as sobrecitadas contas. Nos dias em que ela fica negativa, produz-se um haver em favor do banco, quando positiva, em favor do Tesouro, procedendo-se a um ajuste entre uns e outros. No caso de 2014, quem devia era a Caixa e não a presidente. Onde o crime, então?
A imprensa, se quiser prestar um serviço à democracia, tem a obrigação de destrinchar o que está contido nas milhares de páginas oficiais escritas sobre o caso. Diferentemente dos episódios de corrupção, tudo está à mostra e pode-se chegar a conclusões claras.
Ao governo cabe promover ampla campanha de esclarecimento. Se não o fizer, deixará o principal argumento pró-impeachment tomar conta do público por mera repetição.
Documentos apreendidos pela Polícia Federal revelam que Augusto Nardes ainda era um dos donos da empresa Planalto Soluções quando ela fechou parceria com uma das principais firmas de consultoria envolvidas no escândalo do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Segundo reportagem da Folha deste sábado (10), a empresa do ministro foi contratada pela SGR Consultoria, pertencente ao ex-conselheiro do Carf, José Ricardo da Silva, alvo das investigações da Operação Zelotes sobre a compra de decisões no órgão que analisa recursos contra multas. Augusto Nardes foi sócio da Planalto Soluções até maio de 2005. Seu sobrinho, Carlos Juliano, ainda é sócio da empresa.
A SGR é investigada por atuar em defesa da RBS – afiliada da Globo no Rio Grande do Sul e Santa Catarina –, que disputava no Carf a possibilidade de reduzir as multas aplicadas pela Receita Federal. Segundo as investigações, em 2011 a RBS pagou R$ 11,9 milhões para a SGR, que repassou R$ 2,55 milhões à Planalto entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012. Os pagamentos coincidem com a vitória da RBS em um processo no Carf. E-mails enviados pela secretária da SGR ao dono da empresa mencionam pagamentos ao “Tio” e reforçam a suspeita de que Augusto Nardes recebeu pelos serviços prestados R$ 1,6 milhão. Já seu sobrinho Carlos Juliano abocanhou R$ 900 mil.
Ainda de acordo com a Folha, tão generosa no tratamento dos seus aliados pontuais, o ministro do TCU afirma que desconhece os “supostos” depósitos, nega a prática do crime de tráfico de influência e garante que “não assinou nada com a RBS”. Como álibi, Augusto Nardes argumenta que deixou a empresa Planalto Soluções em 2005. Ocorre que os documentos vazados confirmam que a RBS contratou a SGR em março deste mesmo ano e que esta, por sua vez, subcontratou na sequência a firma do impoluto ministro. A saída de Augusto Nardes do seu quadro societário só ocorreu em maio de 2005, 42 dias após o contrato com a SGR. Será que o servicinho prestado à RBS ajuda a explicar porque a TV Globo deu tanto destaque à “votação histórica” no TCU?
Sobre a patética rejeição das contas do governo Dilma vale conferir o excelente artigo de André Singer, publicado neste sábado na Folha:
*****
Falso brilhante
A operação cênica do Tribunal de Contas da União, encerrada minutos antes de começar o "Jornal Nacional", merece entrar para a história dos escândalos políticos-midiáticos. Um órgão de assessoria parlamentar que se passa por corte para, em dizeres altissonantes, condenar unanimemente, e em rede de TV, a presidente da República por "desgovernança fiscal". Pode ser que o impeachment não prospere nunca, mas do ponto de vista ideológico Dilma Rousseff foi impedida na noite de quarta (7).
Os fundamentos objetivos da condenação, no entanto, passam batidos. Desculpe-me o leitor por obrigá-lo a assunto tão árido, porém não há outro modo de abordar o tema. Tomarei apenas um exemplo, referente às supostas "pedaladas fiscais", para indicar como as evidências são fracas.
Vazado em linguagem cifrada, o voto do relator busca fixar a ideia de que em 2014 a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) teria sido burlada de maneira criminosa por meio das pedaladas. Como prova, menciona-se a páginas tantas que as contas relativas à Bolsa Família, ao Seguro Desemprego e ao Abono Salarial, gerenciadas pela Caixa Econômica Federal (CEF), teriam ficado negativas em 59% dos dias daquele ano.
O TCU considera que, ao deixar no vermelho o saldo dos referidos pagamentos, a União estaria usando dinheiro emprestado da CEF, o que seria proibido pela LRF. Com efeito, produzida, entre outras coisas, para conter o uso dos bancos públicos, ela proíbe que o Estado receba crédito de casa bancária por ele controlada.
Ocorre que a resposta do Advogado-Geral da União, neste particular, foi precisa. Na defesa oral apresentada perante os ministros, Luís Inácio Adams lembrou que, ao final de 2014, o Tesouro tinha a receber da CEF 141 milhões de reais. Onde já se viu tomador de empréstimo receber em lugar de pagar dívida contraída?
A charada se resolve se pensarmos que não houve empréstimo algum. Os ministérios têm um contrato de serviço com a CEF, que administra as sobrecitadas contas. Nos dias em que ela fica negativa, produz-se um haver em favor do banco, quando positiva, em favor do Tesouro, procedendo-se a um ajuste entre uns e outros. No caso de 2014, quem devia era a Caixa e não a presidente. Onde o crime, então?
A imprensa, se quiser prestar um serviço à democracia, tem a obrigação de destrinchar o que está contido nas milhares de páginas oficiais escritas sobre o caso. Diferentemente dos episódios de corrupção, tudo está à mostra e pode-se chegar a conclusões claras.
Ao governo cabe promover ampla campanha de esclarecimento. Se não o fizer, deixará o principal argumento pró-impeachment tomar conta do público por mera repetição.
Operação Zelotes vai pegar a RBS/Globo?
O Ministério
da Fazenda confirmou que, em sua 3ª fase, a Operação Zelotes cumpriu na
última quinta-feira (8) sete mandados de busca e apreensão e que a ação
tem como objetivo coletar novos documentos sobre o escândalo. Entre os
suspeitos estão o ministro Augusto Nardes, bancos privados, montadoras e
o grupo RBS, afiliado da Rede Globo em SC e RS.
Por Altamiro Borges*
Os barões da mídia devem estar preocupados. O Portal Imprensa
destacou nesta quinta-feira (8) que a "Polícia Federal deflagra nova
etapa da Operação Zelotes; RBS é alvo da investigação". Até agora, a
imprensa privada fez de tudo para abafar o escândalo das fraudes
fiscais, que envolve empresários de peso - como os sócios do Grupo
Gerdau e os donos da RBS, afiliada da TV Globo no Rio Grande do Sul e
Santa Catarina. Mas a operação segue em andamento e começa a dar os
primeiros frutos.
Segundo a reportagem, sete mandados de busca e apreensão foram determinados pela PF nesta nova fase das apurações. Iniciada em 26 de março passado, com o cumprimento de 41 mandatos de busca, a Operação Zelotes investiga os crimes de tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo perícias da Receita Federal, o assalto aos cofres públicos soma de R$ 5,7 bilhões. Mas há suspeita de que o rombo seja três vezes maior - bem mais do que o apurado na midiática Operação Lava-Jato. Apesar dos estragos, a mídia evita destacar o assunto - que envolve empresas de comunicação e poderosos anunciantes, além de figuras carimbadas da politica.
Entre os suspeitos estão o ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes - que teve seus 19 minutos de fama com a rejeição das contas do presidenta Dilma no TCU -, os bancos Bradesco, Safra, Pactual e Bank Boston, a montadora Ford, a BR Foods, a Petrobras, a Camargo Corrêa, a Light "e o grupo RBS, afiliado da Rede Globo nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul" - registra o Portal Imprensa, que dá mais detalhes da Operação Zelotes:
"O caso começou a ser investigado após denúncia anônima do conselheiro Paulo Roberto Cortez à Receita e à PF. Ele alegou que conselheiros recebiam propina para atrasar processos de grandes empresas que discutiam dívidas do 'tribunal administrativo da Receita'. O objetivo era reduzir ou até mesmo anular multas. A RBS seria uma das empresas com indícios mais fortes de participação no esquema de corrupção efetuado para não pagar impostos. O presidente-executivo do grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, chegou a ser convocado para depor na CPI do Carf".
Já em nota oficial, o Ministério da Fazenda confirmou que, em sua terceira fase, a Operação Zelotes cumpriu nesta quinta-feira (8) sete mandados de busca e apreensão e que a ação tem como objetivo coletar novos documentos sobre o escândalo. "As investigações têm apontado para a existência de irregularidades que consistiram na manipulação de decisões, mediante a atuação coordenada de agentes públicos e privados, com a finalidade de reduzir ou extinguir débitos tributários com o consequente prejuízo para a Administração Pública", afirma o texto.
Será que agora a RBS, afiliada da TV Globo, vai pagar por seus crimes? A conferir!
Segundo a reportagem, sete mandados de busca e apreensão foram determinados pela PF nesta nova fase das apurações. Iniciada em 26 de março passado, com o cumprimento de 41 mandatos de busca, a Operação Zelotes investiga os crimes de tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo perícias da Receita Federal, o assalto aos cofres públicos soma de R$ 5,7 bilhões. Mas há suspeita de que o rombo seja três vezes maior - bem mais do que o apurado na midiática Operação Lava-Jato. Apesar dos estragos, a mídia evita destacar o assunto - que envolve empresas de comunicação e poderosos anunciantes, além de figuras carimbadas da politica.
Entre os suspeitos estão o ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes - que teve seus 19 minutos de fama com a rejeição das contas do presidenta Dilma no TCU -, os bancos Bradesco, Safra, Pactual e Bank Boston, a montadora Ford, a BR Foods, a Petrobras, a Camargo Corrêa, a Light "e o grupo RBS, afiliado da Rede Globo nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul" - registra o Portal Imprensa, que dá mais detalhes da Operação Zelotes:
"O caso começou a ser investigado após denúncia anônima do conselheiro Paulo Roberto Cortez à Receita e à PF. Ele alegou que conselheiros recebiam propina para atrasar processos de grandes empresas que discutiam dívidas do 'tribunal administrativo da Receita'. O objetivo era reduzir ou até mesmo anular multas. A RBS seria uma das empresas com indícios mais fortes de participação no esquema de corrupção efetuado para não pagar impostos. O presidente-executivo do grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, chegou a ser convocado para depor na CPI do Carf".
Já em nota oficial, o Ministério da Fazenda confirmou que, em sua terceira fase, a Operação Zelotes cumpriu nesta quinta-feira (8) sete mandados de busca e apreensão e que a ação tem como objetivo coletar novos documentos sobre o escândalo. "As investigações têm apontado para a existência de irregularidades que consistiram na manipulação de decisões, mediante a atuação coordenada de agentes públicos e privados, com a finalidade de reduzir ou extinguir débitos tributários com o consequente prejuízo para a Administração Pública", afirma o texto.
Será que agora a RBS, afiliada da TV Globo, vai pagar por seus crimes? A conferir!
*Altamiro Borges é presidente do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé e secretário nacional de Mídia do PCdoB
15/10/2015 - 21ª reunião - CPI do CARF
Horário (O texto a seguir, após ser revisado, fará parte da Ata da reunião.)
09:30
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Bom dia a todos e a todas.
Em 15 de outubro de 2015, declaro aberta a 21ª Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito criada pelo Requerimento nº 407, de 2015.
Conforme convocação, a presente reunião destina-se à realização de acareação entre a Srª Gegliane Maria Bessa Pinto e Hugo Rodrigues Borges, em decorrência da aprovação do Requerimento nº 154, de 2015, de minha autoria.
Tendo em vista que a acareação, segundo o art. 229 do Código de Processo Penal, de aplicação subsidiária aos trabalhos da CPI, é um procedimento destinado a esclarecer pontos divergentes entre os depoimentos prestados, esta Presidência adotará a seguinte ordem de trabalho. Como já é de praxe, logo de início, passarei a palavra à nossa Relatora, Vanessa Grazziotin, e posteriormente aos nossos Senadores.
Aqui está o Senador José Pimentel, tão presente, ratifico.
Esclareço que os Parlamentares poderão formular suas perguntas a qualquer dos depoentes, sempre tendo em vista que a acareação destina-se a esclarecer pontos divergentes entre os depoimentos.
Portanto, solicito à Secretaria que conduza os depoentes à presente sala de reunião, por favor.
A Presidência informa que a convocada, Srª Gegliane Maria Bessa, obteve uma decisão, em caráter liminar, do Supremo Tribunal Federal para que lhe seja garantido o direito de permanecer calada perante esta CPI se assim
ante esta CPI, se assim o desejar, além da assistência do seu advogado, Dr. Marcus Vinícius Gusmão.
Cumprimento aqui, então, o Sr. Hugo.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Pois bem. À nossa esquerda, está o Sr. Hugo e, à nossa direita, está a Srª Gegliane, acompanhada do Dr. Marcus.
Passo, então, a palavra à nossa Relatora, Senadora Vanessa Grazziotin, para suas indagações.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Bom dia, Sr. Presidente, Sr. Senador José Pimentel, senhoras e senhores, Srª Gegliane, Sr. Hugo.
Sr. Presidente, hoje, gostaria de fazer uma sugestão a V. Exª. Participei de todo o primeiro momento com a Srª Gegliane – estive presente durante toda a reunião –, mas não acompanhei toda a reunião em que esteve o Sr. Hugo. Não tive essa possibilidade, porque precisei ausentar-me, precisei viajar.
Então, não me sinto muito à vontade, Sr. Presidente, para iniciar. Então, gostaria, dessa feita, de devolver a palavra a V. Exª, porque sei que a reunião em que fez a oitiva do Sr. Hugo foi prolongada. De fato, o Sr. Hugo contribuiu e colaborou bastante com esta CPI. Por isso, até para um melhor andamento dos trabalhos, passaria para V. Exª iniciar.
Sr. Presidente, antes de fazer isso, gostaria, primeiro, de tirar uma dúvida que tenho. O Sr. Hugo está aqui juntamente com a Srª Gegliane. Ambos trabalhavam no mesmo escritório, para uma mesma empresa, uma empresa de propriedade do Sr. José Ricardo. No exato local, também tinha participação societária – não sei se nessa ou em todas, porque, no local funcionava, pelo que temos conhecimento, várias empresas juntas – o Sr. Alexandre Paes dos Santos. Não é isso?
Inclusive a Srª Gegliane, quando deixou de trabalhar no escritório, foi trabalhar num negócio próprio, montado pelo Sr. José Ricardo, uma empresa de que ela mesma nos falou aqui: Divina Gula de Alimentos.
(Intervenção fora do microfone.)
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não, não é uma acareação. Estou apenas levantando.
Pelo que ambos disseram, não exerciam nenhum cargo de relevância. Eram apenas servidores daquele escritório: um sacava o dinheiro; a outra fazia uma contabilidade.
No entanto, vemos muita diferença entre os dois, Presidente. Vemos, por exemplo, o Sr. Hugo aqui, sozinho. O senhor não está com advogado, Sr. Hugo? (Pausa.)
Sozinho, sem advogado. Na primeira vez, a mesma coisa. Não dispunha de nenhum habeas corpus, não impetrou absolutamente nada.
A Srª Gegliane está aqui pela segunda vez com advogado e com habeas corpus. Então, parece-me que, por parte dos ex-patrões, existe uma diferença de tratamento.
A Srª Gegliane está bem amparada e, aliás, está numa situação extremamente delicada. A notícia que nós tínhamos, Senador Pimentel, era de que ela se encontrava com seu esposo, fora do Brasil, vivendo na África do Sul, em outro continente. Veio para cá por conta desse processo e aqui se encontra até hoje, sendo impedida de voltar a ter o convívio com seu esposo, porque assim a Justiça determinou.
E, aqui no Brasil, onde ela está, aqui em Brasília, ela está amparada. Então, acho que precisamos, com toda a sinceridade, Srª Gegliane, ter conhecimento de algo que a senhora insiste em omitir à CPI.
Então, eu perguntaria, e por isso fiz essa introdução, se a Srª Gegliane gostaria que, em vez de estarmos aqui
ao invés de estarmos aqui falando publicamente, sendo gravado tudo o que estamos falando em público, se a senhora não gostaria de ter essa reunião, que eu tenho a certeza absoluta de que será muito interessante, ainda mais se o Sr. Hugo proceder aqui agora, como fez na última reunião, se a senhora gostaria que fosse uma reunião reservada. Agora, isso só é possível se a senhora nos ajudar. Porque se a senhora for usar o seu direito de ficar calada, obviamente que nós não vamos fazer uma reunião reservada, secreta, para a senhora dizer que não vai falar nada.
A senhora preferiria? (Pausa.)
E ela quem responde, doutor.
(Intervenção fora do microfone.)
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Claro. O senhor tem todo o direito de se comunicar com ela.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Bom dia, Senadora! Bom dia a todos!
Desde o primeiro momento em que eu estava na África do Sul – eu estou lá – acompanhando o meu marido, que é Adido Militar, fui para lá porque o meu marido recebeu essa missão e nós estamos morando lá. Quando eu recebi o telefonema, pedindo a colaboração, em momento algum eu me recusei a vir e colaborar. Em momento algum eu cheguei aqui para não falar a verdade. De tudo aquilo que eu tinha conhecimento eu tenho falado. Eu não preciso mentir. Essa não é a minha índole. Se a senhora for procurar investigar a minha vida, a minha história de vida, eu não tenho esse caráter nem essa índole.
Eu vim aqui, desde o primeiro momento, disposta a colaborar com a verdade, com aquilo que eu tinha conhecimento e tenho feito isso. Vim aqui, com a passagem que esta Casa pagou de vinda e volta, com duas diárias que o Senado também pagou, que seria o tempo que eu ficaria aqui, no entanto, estou presa aqui, porque estou impossibilitada de voltar para a minha casa, estou aqui vivendo essa injustiça, porque eu não fiz nada, eu não tinha conhecimento de nada. Eu trabalhava em um lugar que, para mim, era um lugar normal como qualquer outro lugar. No entanto, eu estou aqui, longe da minha casa, do meu marido, da minha vida, impossibilitada de viver a minha vida.
Então, não tenho por que não falar a verdade naquilo que eu conheço, porque a prejudica sou eu. Eu estou sem o meu marido, sem a minha vida, sem a minha família. O meu marido está doente, precisando fazer exames, ele tem que ficar três dias internado; eu tenho um enteado de 12 anos e não tenho com quem deixá-lo. Nós estamos do outro lado do mundo, em um país onde é muito difícil. A minha casa, com um mês que eu estava lá, foi invadida por bandidos. Levaram nossas coisas todas, vocês devem ter esse conhecimento também. Inclusive o meu grande medo é: na África do Sul, quando eles pegam uma mulher branca, elas a estupra. E eles chegaram a me carregar no colo do meu quarto até o quarto de hóspedes. E pela misericórdia de Deus, pela graça de Deus, do qual eu sou muito devota, eu creio que foi Deus que não permitiu o pior.
Então, assim, eu não estou aqui para mentir. Eu não estou aqui para não falar a verdade. Essa não foi a minha intensão. Quando eu saí de casa para vir aqui colaborar com a verdade, eu saí com essa verdade e completamente disposta, tranquila para falar aquilo de que eu tinha conhecimento. Agora, eu não tenho como falar aquilo que, às vezes, vocês precisam ouvir se eu não tinha conhecimento. Eu não posso inventar história nem criar histórias. Isso não! Mas a verdade, eu estou completamente disposta a falar.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Srª Gegliane, primeiro eu quero dizer que nós sabemos da sua situação. E nós não estamos aqui para lhe provocar qualquer tipo de constrangimento. Esse não é o objetivo da CPI. Nós convocamos V. Sª novamente para que V. Sª possa colaborar com os nossos trabalhos.
Agora, V. Sª tem que entender que se encontra no Brasil, impossibilidade como a senhora própria disse – eu quero dizer que como mulher, como mãe, entendo muito a sua situação; pessoalmente, sou muito solidária a V. Sª –, mas que a senhora está aqui por uma determinação da Justiça. Eu não creio que a Justiça seja tão irresponsável ou leviana para tomar uma medida tão drástica, tão rígida contra V. Sª, se V. Sª não tivesse nenhuma informação e não tivesse absolutamente nada com o caso que está sendo investigado por nós, mas que está sendo investigado ...
por nós, mas que está sendo investigado com uma profundidade ainda maior pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, há mais tempo do que a CPI.
Então, se nós obtemos informações fartas, suficientes, para mostrar, Srª Gegliane, que muito do que a senhora falou não bate com que a gente ouviu de outros depoimentos, não bate com documentos que nós estamos analisando, imagina V. Sª, a Polícia Federal e o Ministério Público, que, repito, há mais tempo e com uma profundidade maior analisa o caso.
Mas o que eu perguntei foi se a senhora prefere fazer uma reunião reservada, porque eu, repito, nós não queremos lhe causar, pessoalmente, nenhum constrangimento. A senhora não é o alvo central da investigação, mas a senhora é uma peça importante para colaborar com a investigação. A senhora não está sendo acusada diretamente de cometer um crime, mas, se a senhora tem conhecimento de muita coisa que a senhora viu, que a senhora presenciou, que a senhora, como uma mera funcionária, colaborou e não diz ou passa informação que não bate com aquelas coletadas nos atos de investigação, aí a senhora se prejudica.
Então, eu pergunto se a senhora concordaria em colaborar connosco, manter um diálogo franco, aberto, sincero com o Sr. Hugo, pessoa com a qual a senhora trabalhou durante muito tempo, durante bastante tempo, e a quem a senhora remete que teria conhecimento de questões que a senhora não tem, por exemplo... Porque era uma movimentação de recursos em espécie assim bem interessante, o que não é comum e não é natural em uma empresa que trabalha com cheque, que trabalha com contas bancárias, com transferências e tudo mais. Onde os senhores trabalhavam, não, era dinheiro que era movimentado em espécie. A senhora diz: "Não, ele tirava o dinheiro, e eu não sei de mais nada. Esse já não é comigo." Então se a senhora gostaria que nós tirássemos todos da sala, todos que estão aqui, ficássemos só nós da Mesa e os Senadores e fizéssemos a sessão reservada.
Se a senhora prefere que seja assim, porque também estou entendendo que o seu estado é bem diferente hoje do que na primeira vez em que a senhora esteve aqui, e nós não queremos, eu repito, lhe causar qualquer constrangimento. O que nós queremos da senhora são informações – que a senhora colabore – de atos que não são de responsabilidade sua, apenas a senhora os exercia pela função que tinha como uma trabalhadora, uma servidora de uma empresa e de um escritório. Se a senhora prefere que esta reunião seja fechada ou se sente à vontade que ela siga da forma como está.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – Presidente, enquanto é feita a consulta, eu quero registrar que o nosso Senador Donizeti completa hoje 60 anos bem vividos.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Parabéns, Senador Donizeti. Que Deus continue lhe dando muita sabedoria, muita saúde e muitos anos de vida!!!
O SR. DONIZETI NOGUEIRA (Bloco Apoio Governo/PT - TO) – Preparado para viver os próximos 60.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Se o Senador Pimentel não tivesse falado a quantidade de anos, nós imaginaríamos que o senhor estava completando 40 anos de idade.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Então, V. Exª , a partir de hoje, é um homem sexagenário!
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E já pode andar no transporte coletivo sem pagar passagem, viu, Senador!
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Para mim, Senadora, não... É, realmente, a situação é constrangedora, estar aqui é constrangedor. Igual estou falando para senhora: nunca fiz nada de errado. Eu tenho uma história de vida, de trabalho, de honestidade e, assim, nunca peguei nada de ninguém, nunca fiz nada de errado nesta vida. Nunca. Nunca. Tenho total convicção e falo com toda clareza e tranquilidade do mundo para falar isso. Então, não tenho nenhum problema de ela ser aberta ou fechada, porque eu não tenho nada, já falei para senhora, a esconder. Eu não tenho nada para não falar a verdade.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Presidente, eu já sugeri que V. Exª começasse, mas eu só gostaria de fazer um questionamento preliminar: o seu advogado, Srª Gegliane, é pago por quem?
O SR. MARCUS VINÍCIUS BERNARDES GUSMÃO – Senadora, com licença. Pela ordem.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não, é o Presidente.
O SR. MARCUS VINÍCIUS BERNARDES GUSMÃO – Pela ordem.
Senadora, com licença.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não, é o Presidente.
O SR. MARCUS VINÍCIUS BERNARDES GUSMÃO – Pela ordem, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Dr. Marcus, a pergunta da Senadora Relatora foi feita à Srª Gegliane, viu?
Então, peço a V. Sª que, por favor, permaneça em silêncio e tenha contato tão-somente com a sua cliente.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Eu gostaria de ouvir dela.
O SR. MARCUS VINÍCIUS BERNARDES GUSMÃO – Eu gostaria de usar da palavra pela ordem, Excelência.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Aqui não tem uso da palavra pela ordem.
O SR. MARCUS VINÍCIUS BERNARDES GUSMÃO – Isso não é...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor não tem direito à palavra. O senhor está aqui tão-somente por causa do habeas corpus impetrado por V. Sª. Então, quem...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O que é de interesse do Senado os Senadores...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Responda, então, Srª Gegliane, por favor.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O seu advogado a senhora...
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu estou pagando.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Onde a senhora está trabalhando atualmente?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não estou trabalhando. Eu estou na África do Sul com meu marido, acompanhando o meu marido.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E a senhora obtém esses recursos para pagar o seu advogado de onde?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Com meu marido.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O seu marido lhe envia os recursos?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Na verdade, quando a gente foi embora daqui, a gente vendeu carro, vendeu... Antes de me casar com ele, eu tinha um apartamento e ele tinha outro. E, quando a gente casou, eu vendi todos os móveis desse apartamento, depois, quando a gente foi embora, vendi todos os móveis dos nossos apartamentos... Então, ficou um recurso aqui, que é nosso. Nós o estamos usando.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Esse recurso a senhora está usando para pagar ao seu advogado?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu estou pagando. Meu marido me manda também valores desde que eu estou aqui sem emprego, sem residência, sem... Eu fiquei aqui sem roupa, sem sapato, sem residência, sem... Na verdade, nem os meus pertences pessoais... Eu tive que comprar desodorante, eu tive que comprar perfume, porque nem isso eu tinha. Eu vim para ficar dois dias e estou aqui há mais de três meses.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Veja bem, Srª Gegliane: a senhora se envolveu nesse caso não porque tenha cometido qualquer ilícito diretamente, mas porque a senhora trabalhava numa empresa que está sendo investigada por, possivelmente, ter cometido não um, mas inúmeros ilícitos.
A senhora era funcionária do Sr. José Ricardo?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim, fui funcionária dele.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, a senhora foi envolvida no caso por causa da empresa dele, não é verdade? Vamos fazer um raciocínio juntas. Seria natural, Srª Gegliane, que a senhora chegasse para o seu antigo chefe e dissesse "olha, eu não tenho nada a ver com isso. Eu trabalhava para o senhor. Então, o senhor, por favor, me ampare!" Não há nenhum problema quanto a isso.
Eu, às vezes, me coloco no lugar, digamos assim... Se fosse comigo, se eu fosse uma secretária e estivesse longe daqui, mas fosse chamada e envolvida num caso... "Não tenho dinheiro, ganho pouco salário...," Porque adido militar, nós sabemos que o salário que ele ganha, ainda mais vivendo fora do País... Pode até receber em outra moeda, em dólar, mas são recursos que dão para a pessoa sobreviver. Não dá para a pessoa guardar, fazer fortuna, não é? Dá para sobreviver. Então, seria natural que a senhora dissesse a ele "o senhor, pelo menos, já que eu estou metida nisso por causa do senhor... Como eu vou ficar?"
A senhora nunca o procurou?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não. Nunca. Nunca. Nunca.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nunca? Em absoluto?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não. Nunca. Nunca.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A senhora sabe que está diante de uma CPI e tem que tomar muito cuidado.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim. Sim. Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nunca mais falou com ele?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E o seu sentimento em relação a ele qual é?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Raiva.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O seu sentimento em relação a ele é de raiva?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim, raiva, porque, honestamente – digo para a senhora –, eu nunca imaginei, convivendo com eles... Eu não falo só dele, mas do escritório. Eram pessoas que passavam honestidade. Você tinha que prestar conta de um real, porque ele desconfiava. Você tinha que estar sempre com cuidado. Ele era extremamente centralizador. E eu sempre... Eu chegava até a comentar que eu os achava inteligentes, bem-sucedidos, trabalhadores. Então, em momento algum eu imaginei que tivesse essa dimensão disso tudo, porque eles passavam... Eu não falo só dele, mas do escritório onde trabalhavam as pessoas, que eram tributaristas...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O Sr. Edson...
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – ..., o Sr. Alexandre Paes dos Santos...
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eles todos, como eu estou falando para a senhora, sempre passaram uma imagem de pessoas muito corretas. É como eu estou falando: era tudo muito controlado, tudo muito ali, na linha. Então, eu sempre olhei para eles... Eu até tinha admiração por eles, porque eu achei que eles eram bem-sucedidos, inteligentes, bem formados, pessoas capacitadas.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A gente pode recapitular a última vez que a senhora veio aqui? Por que mesmo a senhora deixou de trabalhar lá e foi trabalhar por conta própria?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – O Zé Ricardo saiu e montou outro escritório. Inclusive, eu
(...) Inclusive, entrei na Justiça do Trabalho para receber meus direitos. Ele ficou seis meses sem pagar salário, sem dar baixa nos meus direitos trabalhistas. Entrei na Justiça pra receber esses direitos. Ele ficou seis meses. E o que aconteceu? O restaurante já existia antes. O Alexandre abriu com a Natalie esse restaurante. Em seis meses, o restaurante deu um prejuízo de quase R$100 mil, por falta, acho, de cuidado, de fazer a coisa acontecer. E, então, o Alexandre falou assim: "eu te dou 10% para você fazer o restaurante acontecer; o restaurante está montado, está com esse prejuízo. Você quer apostar?" E eu falei: "quero, aposto". E fui ao Bradesco, peguei um empréstimo de cento e poucos mil para pagar o que devia, mais alguma coisa para eu reestruturá-lo como self service, já que ele era à la carte. Eu não acreditava em à la carte porque é uma coisa que não vai para frente, a meu ver. E realmente não foi, não aconteceu. E, aí, fui trabalhar e trabalhei muito, fizemos divulgação, reestruturamos, fizemos uma comida diferenciada, e o restaurante aconteceu. E o restaurante pega esse empréstimo até hoje, porque eu fiz em enormes parcelas.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A senhora é proprietária do restaurante ainda?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, quando fui embora, saí da sociedade.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas o empréstimo está em seu nome?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, não está no meu nome. O empréstimo está no nome do próprio restaurante.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, a senhora foi ao Bradesco e fez o empréstimo no nome do...
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Do restaurante. E esse empréstimo existe.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E essa pessoa tão honesta que a senhora achava que era, o Sr. José Ricardo, ficou seis meses sem lhe pagar, sendo tão honesto como a senhora achava?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim. É igual eu estou falando para a senhora: para mim, quando eu estava lá, trabalhando com ele, nunca imaginei. Sempre achei que era uma pessoa extremamente correta, com tudo.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas a senhora, que já trabalhou em outros locais antes, achava que uma empresa que manipulava tanto recurso em espécie, fazia tanto pagamento, tantas distribuições, e isso era algo que pudesse ser explicado, algo honesto, correto? Mexer com tanto dinheiro?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Olha, Senadora, os recursos que vi sendo repassados eram para sócios, para pessoas que trabalhavam com eles. Então, a meu ver, aquilo não tinha nada de errado.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Em dinheiro? Em espécie?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Alguns em espécie, outros em transferências.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas em espécie era muito.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Havia valores assim em espécie. Não consigo me recordar de valores, não consigo.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E tanta gente que não era sócio, que aparece em planilhas, em anotações suas, Srª Gegliane?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não. Poucas...Olha, vou dizer para a senhora: até cito as pessoas para quem foram feitos pagamentos.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Bom Presidente, vou passar, porque acho que V. Exª tem melhores condições do que eu de dar início.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Vou indagar ao nosso querido Senador Pimentel se ele...
A priori, faço um esclarecimento ao Dr. Marcos sobre o habeas corpus requereu para a sua paciente Srª Gegliane Bessa.
Aqui está dito o seguinte: ´"....requerem a concessão de medida liminar a fim de assegurar à paciente o direito público subjetivo de permanecer em silêncio ou deixar de responder às perguntas que possam gerar sua autoincriminação, bem como fazer-se acompanhar por seu advogado e de que com este comunicar-se durante a reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito". Pedem a confirmação da liminar requerida.
Portanto, o fato que V.Sª arguiu não condiz com habeas corpus.
O SR. MARCUS VINÍCIUS BERNARDES GUSMÃO – V. Exª me permite...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não, não permito. Não permito.
O SR. MARCUS VINÍCIUS BERNARDES GUSMÃO – Garante-me a lei, Excelência, Estatuto da Advocacia.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não, não permito. O habeas corpus está aqui, não permito.
O SR. MARCUS VINÍCIUS BERNARDES GUSMÃO – É a lei que me garante a palavra, Excelência.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Então, peço que V. Sª permaneça se comunicando tão somente com a sua paciente.
Vamos lá.
Srª Gegliane, percebo que a senhora foi usada dentro desse escritório, dentro dessa empresa. Não tenho dúvida (...)
... eu não tenho dúvidas mais.
O Sr. Hugo esteve aqui conosco e resolveu contar tudo aquilo com o que ele conviveu no escritório durante quase seis anos. E o sentimento que a senhora acabou de colocar aí, esse sentimento de raiva, o Sr. Hugo, aqui, que muito contribuiu com esta CPI, também colocou por diversas vezes...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Sim; muito maior. Além da raiva, o ódio.
Então, a conclusão a que eu chego, salvo melhor juízo, é de que não só o Sr. Hugo como a senhora foram usados por esses malfeitores, que a senhora, como disse aqui, achava serem pessoas de boa conduta.
E eu queria dizer à senhora, como disse ao Sr. Hugo, que aqui, nesta CPI, pode-se fazer a sua defesa,como ele fez a dele. Eu, inclusive, ajudei-o a fazer a sua defesa.
Se a gente pegar, Senador José Pimentel, as notas taquigráficas, poderemos observar ali que nós contribuímos com o depoimento do Sr. Hugo na sua defesa, onde ele coloca, claramente, que era ele que buscava aqueles milhões nos bancos, que entregava para a Srª Gegliane e, ainda, que hoje ele tem ódio, que ele tem raiva porque ele trabalhou, inclusive, em situação análoga à de escravo. Ele nos disse, inclusive, que era maltratado pelo Sr. José Ricardo, enfim.
Eu faço essa ponderação, Srª Gegliane, porque eu não esperava que a senhora chegasse aqui, vinda de tão longe, a nosso convite, e a senhora até hoje permanecesse aqui, no Brasil, longe do seu marido... Não era esse o nosso propósito; o nosso propósito era o de que a senhora viesse aqui e, realmente, contribuísse, como o Sr. Hugo contribuiu, e a senhora fosse embora cuidar da sua vida.
Esses malfeitores, Srª Gegliane, a única coisa que eles podem fazer é isso que estão fazendo: colocar um advogado à disposição da senhora. É só isso que eles podem fazer, e a senhora ter ódio e raiva deles. É só isso que eles podem fazer!
No final das contas, eu acho que eles vão se dar muito bem. Espero eu que não, mas é possível que eles se deem bem, porque eles têm milhões e milhões do dinheiro público em seus patrimônios. Isso está muito claro pelo trabalho da nossa CPI, pelo trabalho da Operação Zelotes da Polícia Federal.
Agora, eu vejo que a senhora, seguindo orientação do seu advogado, seguindo orientação, imagino eu, do José Ricardo, do Eduardo e do Édison Paes dos Santos, está sendo induzida ao silêncio.
Eu digo, com toda a sinceridade, Senador Pimentel, que, se fosse eu na situação da Srª Gegliane – e olha que não é fácil, porque a necessidade é difícil... Você precisa do emprego, você cai dentro de um escritório como esse, e o patrão o coloca para fazer um punhado de coisas que, como ela mesma disse, "achava que tudo aquilo fosse legal, que tudo aquilo fosse correto". Eu a entendo perfeitamente. E, assim, ela continuou os trabalhos dela. Se eu fosse ela, faria o que o Sr. Hugo fez: contaria logo tudo, iria embora e largaria esse povo, sem ter mais satisfações a dar a eles!
Eles foram, Srª Gegliane, covardes com a senhora. Essa que é a verdade: eles foram covardes com a senhora! Usaram a senhora; abusaram da sua boa-fé. E a senhor está aqui nessa situação, como a senhora colocou – e muito nos sensibilizou –, a defender esses malandros.
Agora, então, nós vamos começar a fazer perguntas...
vamos começar a fazer perguntas, e o Hugo está pronto. Desde o primeiro dia, ele disse: "Estou pronto. Eu falo o que vocês quiserem. Eu falo a verdade." O que senti dentro daquele escritório. E vai ficar muito constrangedor para a senhora não responder às perguntas, porque havia uma ligação muito grande entre o Sr. Hugo e a senhora. O Hugo buscava os milhões no banco. Como ele disse, praticamente, um trabalho de escravo. Vai lá. Busca. Pega. Se você levar um tiro de assaltante, é problema seu. Vai lá e busca o dinheiro. Ele chegava e entregava o dinheiro para a senhora. Isso está nas notas taquigráficas, na Operação Zelotes, nas planilhas. A senhora não vai ter como sair disso. E a situação da senhora vai só se agravando cada vez mais.
Então, eu pediria à senhora – já aos meus 55 anos de idade, com experiência que carregamos nas costas, vindo de família pobre – para contar logo o que a senhora sabe, porque nós mesmos aqui da CPI, eu, como Presidente desta CPI, posso intervir junto à Operação Zelotes inclusive para liberar a senhora. Quem está segurando a senhora aqui não é a CPI. É o Ministério Público Federal e a Polícia Federal.
Eu queria fazer essas considerações.
Vamos, então, começar aqui com algumas perguntas.
Já é sabido, então, que o Sr. Hugo é que buscava os milhões em banco. Não é, Sr. Hugo?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor buscava o dinheiro.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Buscava o dinheiro no banco.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O senhor sacava o dinheiro. A pedido de quem o senhor ia ao banco buscar?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Bom, o serviço de escritório, dessas despesas burocráticas do escritório, foi tudo direcionado para a Gegliane, porque ela tinha a sala dela, ela tinha todo... Não é?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas quem buscava o dinheiro?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu buscava o dinheiro.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E quem pedia para o senhor buscar esse dinheiro?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – A Gegliane, porque era a mando do Zé Ricardo. Ele dava ordem para ela, até porque a gente tinha planilhas de contas que iam vencer no dia. Obviamente, passava o telefonema, ligava no ramal e dizia... Se tivesse alguma coisa extra para fazer, então, ela acrescentava na planilha. Então, era feito o cheque, passado para mim tudo o que tinha para fazer e eu ia e despachava no banco.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora confirma que pedia ao Sr. Hugo para ir ao banco buscar o dinheiro?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim. Quanto a isso que o Hugo está falando, o que acontece? Tanto eu quanto o Hugo, a gente tinha acesso ao Sr. José Ricardo. Não era só eu ou só ele. Não! O Zé Ricardo tanto pedia para mim quanto pedia para ele. Entendeu? Então, assim... Ele precisava de algum valor de alguma coisa... E tinham as contas a serem pagas todos os dias. Todo o dia tinha uma planilhinha diária, até mesmo porque eu sou extremamente organizada. É igual eu falei para o senhor, o Zé Ricardo era centralizador, desconfiado. Então, assim, sempre tive o cuidado de cada centavo estar lá anotado para prestar conta das coisas dele. Então, tanto eu quanto o Hugo, qualquer um ia à sala dele, pegava, levava a planilha dos pagamentos...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Se ele precisava de alguma coisa, ele solicitava naquele dia, era colocado na planilha, ele assinava o cheque e o Hugo ia ao banco.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Se ele pediu algum valor, como era de costume ele pedir, solicitar valores, esse valor chegava, era repassado para ele. Esse valor não ficava comigo para eu fazer nada com ele. Se ele solicitava um valor, esse valor chegava dentro do escritório e ia para a mão dele.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O.k.
Então, tinha um cofre no escritório? Existia um cofre no escritório, Srª Gegliane?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim. Existia um cofre.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora tinha acesso à senha, a esse cofre?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Existia um cofre grande que ficava com o Hugo, atrás da mesa dele. Eu não tinha acesso a esse cofre. Eu não tinha a senha, nem tinha a chave.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – E qual é o cofre que estava do seu lado, na sua sala?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu tinha um cofre pequenininho...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, era grande!
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não!
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Era grande.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Pequeno.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Dessa altura aqui o cofre.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não. Esse era o cofre que ficava atrás de você.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, na sua sala. O que ficava na minha... Que nem era a minha sala, era a sala do Martins, que é um funcionário que tinha lá também...
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Depois você trocou de sala.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Troquei. Fiquei lá embaixo. Minha sala era só uma mesinha com uma cadeirinha, de frente para o banheiro.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Tá. Durante quase um ano, você ficou naquela sala e você usou aquele cofre grande.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Pouquíssimas vezes. Uma vez só, que foi um dinheiro que foi sacado e que o dinheiro ficou
que foi um dinheiro que foi sacado, e este dinheiro ficou nesse cofre por um dia ou dois dias e levaram o dinheiro, Dr. Eduardo, José Ricardo, sabe-se lá o que foi feito com esse dinheiro.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Então, a senhora confirma que havia um cofre também na sala da senhora?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu tinha um cofre pequeno.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O.k..
Ficavam alguns numerários nesse cofre?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Ficavam poucos numerários. A gente ficou tendo uma obra mais ou menos por uns seis, sete meses, alguma coisa assim, e sempre a gente mantinha dinheiro porque, todo final de semana, eu tinha que pagar trabalhador, às vezes, a gente tinha que comprar material, então, ficavam valores assim. E o que que ficava de valor nesse cofre? Pagamento de funcionários. Os funcionários retiravam valor, eram separados e, nesse pequeno cofre, ficavam valores até ir pagando, porque nem sempre estavam todos os funcionários no mesmo dia lá, no escritório. Então, às vezes, ficava guardado, um estava em algum lugar, outro, noutro, não dava para pagar todo mundo no mesmo dia.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas a senhora só pagava as despesas do escritório, só as despesas administrativas? Ou a senhora pagava alguns advogados, alguns conselheiros?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora chegou a fazer alguns pagamentos?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, nunca fiz pagamento para conselheiro, nunca conheci nenhum conselheiro. Eu fazia pagamento para advogados sim, os advogados do escritório, que eram associados, pessoas que, assim, eu achava que eram sócios do Zé Ricardo. Inclusive até, algumas vezes, cheguei até a comentar com o Sr. Hugo. Nossa, por que que essa pessoa recebe tanto...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Quem são essas pessoas, Srª Gegliane?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – O Sr. Edison.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Edison.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – O Sr. Gruginski.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O Gruginski.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É, o Juliano também, eu cheguei a fazer pagamento.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Juliano?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Juliano? Juliano? Quem é Juliano? É conselheiro o Juliano?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, eu acho que ele não é, não, não é conselheiro, ele tinha serviços com o Zé Ricardo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Juliano. Outros nomes que a senhora fazia pagamento?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – E os advogados que trabalhavam no escritório.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Os advogados?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora lembra nome?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Adriana.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Adriana.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Paulo Cortez.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O Paulo. Uhum.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É, deixe eu tentar lembrar aqui, é...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A Adriana é filha do Sr. Edison Rodrigues?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, a Adriana, não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ah! não, é a Megan, que é filha do Sr. Edison, né?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É Adriana, Paulo Cortez, Clara.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Clara? O sobrenome dela, a senhora tem? Da Clara?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Venusta.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Hã?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não lembro.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Venusta.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ve?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – ...nusta. É um nome, tem uns seis nomes, se não engano.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Venusta.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Deixe eu ver se tinha mais alguém. Estou esquecendo de alguém? O Eduardo, né?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Uhum.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eduardo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O Eduardo.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – E a Ivanise, né?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ivanise?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É, mas ela era parte da família, então, não...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ivanise.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – ...mas mesmo assim, ela tinha um salário mensal, então...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ela tinha uma retirada?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É, mensal.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ivanise.
Sr. Hugo, o senhor viu ou assistiu a Srª Gegliane fazendo alguns pagamentos sem serem administrativos?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Olha, até isso, isso é verdade mesmo o que ela está falando, porque era mensalmente esses pagamentos que eram feitos, né? Então, como ela estava falando desse cofre na minha sala, foi assim que mudamos para a QL 14 que houve um saque, e, agora, não me lembro o valor, se foram 200 mil, mas foi assim blocos de notas fechados com notas de 50. E esse valor ficou nesse cofre a que ela está se referindo e ficava nessa minha sala. Ela também tinha acesso à chave desse cofre. E, aí, conforme o Zé Ricardo ia solicitando, esse dinheiro era entregue para o Zé Ricardo, ou era para o Zé Ricardo, ou era para o Dr. Eduardo. Então, demorou um dia esse dinheiro no cofre, um dia, dois dias, mais ou menos, e não sabemos o que foi que ele fez com esse dinheiro, e acredito que ela também não saiba. Tá, acabou aí. Então, esses pagamentos eram feitos mesmo. Ela tinha pequenos valores que a gente sacava no banco e deixávamos nesse cofre, para fazer esses pagamentos, só que teve aquele saque que falei, de 1,2 milhão, em que saquei três vezes de 400 mil, e que esse valor ficou no cofre dela.
Então, veja bem, o Zé Ricardo passava ordem para ela, digamos: separa 100 mil que fulano vai vir buscar. Acredito, não sei se ela sabia também quem era essa pessoa, mas era feito. Um envelope A4, onde era colocado esse valor dentro, era embrulhado e repassado para essa pessoa. Tudo o que ela falou no início, concordo com ela, da gente olhar para eles, a gente ver que eram pessoas idôneas, que tinham respeito, nós respeitávamos eles mesmo,
respeitávamos eles mesmo, porque tínhamos essa confiança neles. Por isso, o que era mandado a gente fazia, na boa. Mas eu e Gegliane nos questionávamos lá dentro sobre algumas atitudes, alguns repasses. A gente questionava isso: "Para onde vai... O que é esse dinheiro? Para que é?" Entendeu?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Srª Gegliane, o Sr. Hugo fazia, também, alguns pagamentos? A senhora se lembra de ele fazer alguns pagamentos?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO (Fora do microfone.) – Ele fazia o pagamento...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A terceiros?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Fazia o pagamento dessas pessoas, também. Algumas vezes, ele separava e pagava a eles, também – esses advogados.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES (Fora do microfone.) – Discordo, ouviu?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – E pagamentos a terceiras pessoas, estranhas, além desses nomes que eu citei para o senhor, eu nunca fiz e nunca vi ninguém fazendo lá dentro.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Mas eu vi. A Gegliane... É isso que eu acabei de falar. Havia, sim, esse pagamento, Gegliane.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Você pegava o envelope A4, o Zé Ricardo ligava no seu ramal...
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Nunca.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – "Você separa 50 mil, 100 mil, 200 mil, que fulano..."
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – E entregue para ele.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Entrega para ele.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não. Entrega para ele.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Para o Zé Ricardo, não.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Para ele. Para o Zé Ricardo, Hugo.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – A pessoa tocava a campainha...
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Nunca.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Vocês investigaram as recepcionistas?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É. É o...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Vocês já investigaram as recepcionistas que estavam lá?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Isso.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Porque elas podem confirmar isso que estou falando.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Porque a pessoa tocava o interfone, a sacolinha direto na mão, e...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Me permite, Sr. Hugo?
Srª Gegliane, nós temos um e-mail em que o Zé Ricardo pede à senhora...
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Vá até o cofre, coloque o dinheiro dentro deste envelope...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Está vendo? Então...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E entrega para as pessoas tais.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Nós temos esse e-mail.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhor.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Nós temos o e-mail. Nós temos o e-mail em nosso poder.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Então... Agora, o Sr. Hugo está colocando que a senhora colocava esse dinheiro no envelope e entregava a algumas pessoas.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Isso não é verdade. Eu não...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. É, sim.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu até separei envelopes conforme o Dr. José Ricardo pediu, mas eram entregues a ele. Eu nunca entreguei...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Eram entregues a essas pessoas, tanto... Olha, tanto é verdade que em uma situação, parece que você foi ao banheiro, ou você ia sair, ia fazer alguma coisa, e você pediu que quando essa pessoa chegasse que eu entregasse essa sacola destinada a essa pessoa.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Hugo.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Era até um rapaz, era motorista, que foi buscar. Aí eu falei assim: "Gegliane, ele não apareceu, não". Então, essa sacolinha ficou em seu poder lá na sala.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Hugo, nunca foi colocado valor em sacola.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Claro, foi!
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Nunca! Hugo, nunca.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Claro, Gegliane, eu vi. Eu pegava a sacola para você para você colocar o dinheiro, como é que não tem?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Nunca! Nunca, Hugo. Nunca. Nunca.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Para a Gegliane: se não eram valores, o que havia na sacola?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Nunca houve sacola, Senadora. Ninguém pegando sacola, lá. E eu peço...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu não estou te acusando de nada, não, mas isso eu vi com meus olhos. Eu estava lá, eu presenciei.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu peço que a senhora convoque recepcionistas, para alguém dizer, lá dentro da empresa, quando aconteceu isso; quando houve esse tipo de movimentação dentro da empresa.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Teve, sim. É, porque elas abriam a porta, elas sabem quem é.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Exatamente.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A senhora falou aqui que fazia depósito. Logo no início, a senhora disse assim: "Olha, eu não fazia entrega de dinheiro para nenhum estranho. Fazia para quem estava no escritório." E citou aqui o nome do Sr. Edson – Edson era sócio.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Sócio na empresa, nós sabemos – e também Conselheiro do Carf.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Edson Rodrigues.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Conselheiro do Carf.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Edson Rodrigues.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então a senhora diz que nunca entregou nada, não sabia de conselheiro. Era Conselheiro do Carf.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Ah.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O Sr. Edson. A senhora não sabia disso?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não. Eu sabia que ele era sócio do José Ricardo.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E o José Ricardo a senhora não sabia que era do Carf, também?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, o Zé Ricardo eu sabia que era Conselheiro.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E o Sr. Edson a senhora não sabia que era do Carf?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Perfeito.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Presidente, me permita... É que...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O Sr. Gruginski... O senhor deixa só eu concluir essa minha linha de raciocínio?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Perfeito.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O Sr. Gruginski também era sócio.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sócio.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E esse Juliano, quem é esse Juliano?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Esse Juliano estava sempre lá. Não sei dizer para a senhora.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Como é o nome dele, inteiro?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Juliano Nardes.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Juliano Nardes.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É. Ele estava sempre lá.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Perfeitamente. É o sobrinho do Sr. Nardes, Conselheiro do TCU?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não sei se ele é sobrinho, eu não conheço a vida do Juliano. Eu conheço...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Mas é Sr. Juliano Nardes, a senhora confirma?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Ele era advogado?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Ele era advogado.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – É sócio da empresa?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Ele não era sócio, mas trabalhava com o Zé Ricardo. Ele estava sempre no escritório...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E ele recebia muito dinheiro?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não posso dizer para a senhora valores que ele recebia. Eu não tenho como dizer para a senhora quais eram os valores que ele recebia. Isso eu não...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, as planilhas que a senhora enviava para... A senhora mesmo disse que ele era muito "correto", entre aspas, não é?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Gostava de tudo explicado. Então esse Juliano que aparece aqui era esse Juliano Nardes. E quem é tio?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não sei. Essa...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas a senhora escreveu.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não. Vou explicar para a senhora o que é esse tio. O Zé Ricardo pediu algumas retiradas e um dia ele me pediu: "Me traz uma relaçãozinha com as retiradas e as datas." Eu levei para ele, e ele próprio escreveu códigos nessas retiradas. Não fui eu, não tenho conhecimento de quem é que...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Quem escreveu o código?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – O José Ricardo. E ele...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Esse tio, então, é código
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Esse Tio, então, é código do José Ricardo.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Exatamente.
E ele me pediu o seguinte: "Coloca isso no arquivo, porque, quando eu precisar disso aqui, eu quero ter acesso." Eu peguei, digitei no e-mail, porque eu falei: "É a maneira mais prática de ele ter acesso a isso." E mandei, mas eu nunca perguntei para ele e nem sei quem é, que código é esse ao qual agora ele se refere como Tio.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – E com qual frequência o Sr. Juliano ia lá com a senhora?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Senador Randolfe Rodrigues, a palavra estava com a Relatora...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não, não, não. Podemos... Não há problema.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Então, vamos fazer o seguinte: tínhamos acertado a priori, Senador Randolfe Rodrigues – é uma satisfação tê-lo aqui conosco –, que a palavra primeiramente seria concedida a nossa Relatora, e ela me devolveu a palavra. Eu consultei o Senador José Pimentel, sei que ele iria fazer uso, e ele disse que não. Eu estou aqui com diversas perguntas, mas, com todo o prazer, eu passo a V. Exª a palavra, para que V. Exª, então, faça as suas indagações, por favor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Não, Presidente, não são indagações. Eu queria só continuar nessa linha que a Srª Gegliane..., que está ajudando a mim e à Senadora Vanessa. E eu estava perguntando qual era a frequência com que o Sr. Juliano frequentava...
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Olha, ele ia bastante ao escritório. Não posso dizer para o senhor uma frequência certa, mas pelo menos umas duas vezes na semana ele passava lá para falar com o Zé Ricardo, passava lá. Ele não tinha sala lá.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Vamos tentar pegar um fio da meada para a gente poder entender. Então, o Gruginsky disse que era sócio, o Sr. Edson também, e o Juliano não. E a senhora escrevia na planilha. O que a senhora escrevia na planilha? Quem pagava para o escritório e para quem o escritório pagava, ou seja, entrada e saída normal?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim, sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Aí há o que a senhora mesmo disse, está lá Juliano 200 mil, Tio 200 mil, Tio 200 mil. Como que eram feitos essas pagamentos? Quem fazia? De que forma?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Pois é, olha só, o Zé Ricardo solicitava valores. Esses valores chegavam e ele ficava com eles. Algumas vezes...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Os valores que a senhora fala é o dinheiro?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Isso.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Ele solicitava dinheiro e vocês, o Sr. Hugo ou a senhora, tiravam o dinheiro do banco e o dinheiro ia para lá.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Era guardado no cofre?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Muito difícil, o dinheiro não ficava guardado em cofre. Quando ele pedia um valor, às vezes, até o próprio Hugo ia lá levar o valor para ele, porque eu falava assim: "Hugo, deixa lá com ele pra mim!" O Hugo deixava. Às vezes, o Hugo: "Não, não vou, não. Estou apressado!", não sei o quê. Então, eu pegava e levava para ele. Entendeu?
Então, quando ele solicitava um valor...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O Sr. Zé Ricardo.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim, o Sr. José Ricardo.
Quando ele solicitava um valor, aquele valor chegava, e a gente já repassava pra ele.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Perfeito.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – O que ele fazia ou deixava de fazer...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não, não, mas como é que aparecia o nome do Ju aqui? A senhora não só passava para ele, porque a senhora registrava.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E como que era repassado para o Sr. Juliano o dinheiro?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É isso que eu estou explicando para a senhora, umas, duas ou três vezes, o próprio José Ricardo deixou o valor para eu entregar para o Juliano.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Em dinheiro?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Em dinheiro.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Um envelope?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim, o dinheiro num envelope.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Aí a senhora disse que não tinha envelope, não tinha dinheiro, que...
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, eu disse para a senhora que eu fiz pagamento e o nome do Juliano está aí para as pessoas que eu paguei. E é óbvio que, quando eu ia pagar, eu colocava num envelope...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, para o Juliano foi dado um envelope em dinheiro. E para o Tio?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, nunca entreguei nada para o Tio, já expliquei para a senhora.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Quem entregava o dinheiro para o Tio? Isso, porque, da mesma forma que a senhora escreveu Juliano na planilha, a senhora escrevia Tio e mandava por e-mail. Quem era esse tio?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu estou explicando para a senhora que isso era um código do Sr. José Ricardo, não sou eu.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Com que ele chegava para a senhora e dizia tanto? Como é que é? Explica isso aqui para a gente.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu acabei de explicar para a senhora. Ele pedia retiradas. As retiradas que ele pedia eu nunca sabia, não tinha como saber para quem eram.
Então, estava sempre assim: retirada JR, retirada Jr. E aí algumas retiradas ele colocou códigos. E, como era código, eu coloquei na planilha de receitas e despesas o que ele tinha colocado.
Eu não sei quem é Tio, porque eu nunca perguntei, mesmo porque não é do meu interesse. Ele mandou colocar Tio e, a meu ver, poderia ser o tio dele, sei lá quem.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Nós não tínhamos autoridade de perguntar, mesmo porque...
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Nunca que eu iria perguntar para o meu chefe quem era fulano ou ciclano e por que ele tava fazendo um pagamento.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, todos os pagamentos feitos ao Sr. Juliano eram pagamentos feitos em espécie?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Todos em espécie.
A senhora saberia dizer por que isso?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhora.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – E quantos
dizer por que isso.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhora.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – E quantos foram?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não me recordo exatamente assim... Mas eu acho que eu me lembro de uns dois ou três que ele, o José Ricardo, me pediu para fazer para o Juliano.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – De quanto, mais ou menos, cada um?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Valores, eu não tenho como lembrar. Não lembro.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A senhora não lembra valores como R$0,5 milhão?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, não lembro.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não lembra que os valores eram R$500 mil...?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, mesmo porque, algumas vezes...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Valor significativo, diferentemente de pagar R$10 mil, R$5 mil. Estamos falando de R$0,5 milhão.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Deixa eu explicar uma coisa para a senhora. Ele pedia para você fazer retiradas, aquela retirada você entregava para ele. Duas vezes que ele pediu e deixou alguma coisa coisa para o Juliano, ele já deixou um envelope fechado e falou assim: "O Juliano vai passar aqui e vai pegar isso aqui". O que acontece? Eu não sei quanto tinha lá dentro. Eu sei que tinha dinheiro, porque, quando o Juliano chegou, ele abriu o envelope, contou e ainda falou assim: "Está faltando". Eu lembro essa cena. E eu falei: "Juliano, isso aí é com o José Ricardo. Ele deixou isso aí. Eu não tenho nada com isso. Você fala com ele".
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não, mas a senhora não entregava só envelope, a senhora fazia planilhas, a senhora colocava o valor na planilha. Como a senhora sabia...?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – O que ele determinava.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, a senhora sabia, quando estava entregando, quanto é que entregava e quantos vezes entregou.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu já acabei de falar para a senhora: eu entreguei duas ou três vezes valores para o Juliano...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E a senhora escrevia quanto a senhora entregava.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – As planilhas... Eu não tenho como me lembrar valores. As planilhas estão aí, a senhora pode ver. Eu não tenho como lembrar valores que eu entreguei ou deixei de entregar, em espécie. Valor, valor.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Hugo, você ouviu falar em tio lá, no escritório?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, esse Juliano eu já vi algumas vezes. No momento em que passava na recepção do escritório, às vezes, ele estava lá. Vinha com a moto, com o capacete na mão, sabia que ele era o Juliano, mas houve mesmo de ele ir ao escritório para pegar dinheiro.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A senhora saberia dizer que serviço ele prestava para o qual recebia recursos em espécie?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhora. Não sei qual era o tipo de serviço que ele prestava.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas ele dava expediente no escritório?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, ele não dava expediente lá. Ele passava algumas vezes no escritório.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Passava para fazer o que no escritório?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Às vezes, ele ficava...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Pegar dinheiro?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não... Ele, às vezes, chegava lá e ficava trancado na sala com o Dr. José Ricardo. O que eles conversavam, faziam eu não faço ideia.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Só isso? Ele não tinha mesa, não trabalhava, não fazia nada?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Só ia lá pegar os envelopes com dinheiro vivo?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Ele ia lá, ele ficava na sala com o José Ricardo, ele tinha reuniões com o José Ricardo e, algumas vezes, ele passou para pegar valores.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Todas as pessoas que tinham negócios com o escritório do Sr. José Ricardo, como ele, recebiam dinheiro assim em envelope, em espécie?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Algumas vezes, o Edson recebeu envelope, o Gruginski também recebeu em espécie. Outras vezes, em depósito, transferência.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E quem é Dr. Piva?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não conheço o Dr. Piva. Eu acho que, duas vezes, o Dr. José Ricardo deixou valor para entregar para essa pessoa. Eu não conheço. Eu só vi essa pessoa aquelas duas vezes e...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A senhora teve...
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – E nunca, nunca vi no escritório antes.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A senhora teve algum problema com o Dr. Piva?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu lembro que, uma vez, ele me destratou. Não sei exatamente... Não consigo recordar como foi, o que aconteceu, mas, uma vez, ele me destratou.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas destratou assim por causa de quê?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não lembro. Não lembro.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas a senhora nem o conhecia, e ele já chegou a tratando mal?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Pois é. Não conhecia. E, realmente, já tentei lembrar o que aconteceu. Eu lembro que teve alguma coisa, que eu fiquei chateada, mas eu não me recordo exatamente do quê.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E o Juliano a tratava bem?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Normal.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Ou teve algum problema com ele?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, nunca me tratou mal o Juliano. Nunca.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nunca teve problemas?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nunca?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, que eu recorde, não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E por que o José Ricardo, com frequência, dizia estar insatisfeito com o Sr. Juliano?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, não lembro.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Eles brigavam?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Nunca vi eles brigando, não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas a senhora nunca teve notícia? Se a senhora se comunicava com o Dr. José Ricardo, ele falava isso?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não. Eu me comunicava com o Dr. José Ricardo como uma funcionária normal. O José Ricardo não falava o que acontecia, não falava dos negócios dele, do que ele fazia ou deixava de fazer.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas temos informações, por escrito, inclusive, de que o Sr. José Ricardo teria repreendido tanto o Dr. Piva, que a senhora não sabe dizer... O Dr. Piva recebia recursos também?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu acabei de falar para a senhora que, por duas vezes, eu vi ele recebendo... Eu entreguei
duas vezes, eu vi ele recebendo... Eu entreguei valor que o José Ricardo deixou para ele.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E quais eram os valores a senhora não lembra.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, ele se reportou à senhora dizendo que estava tomando satisfações e repreendendo tanto o Dr. Piva quanto o Juliano por terem tratado mal. A senhora não recorda desse fato?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não. O Piva sim, o Juliano não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Qual a empresa que o Sr. Juliano tinha, que trabalhava junto no escritório.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não sei, não lembro o nome da...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Quem que manipulava os contratos do escritório?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Os contratos do escritório ficavam com o Dr. José Ricardo, ele não deixava a gente ter acesso a contrato de cliente.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Quando ele queria uma nota, ele anotava os dados no papel.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Ele nunca me entregou contrato.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E os contratos não eram arquivados na empresa?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Com ele.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Com ele, em uma pasta dessas de A a Z, daquelas pretas, com um gancho. Ficavam ali nas pastas plásticas, por ordem alfabética.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A empresa Ecoglobal, vocês ouviram alguma vez falar sobre essa empresa?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu não, não ouvi.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu acho que eu já ouvi, mas assim, não...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Já ouviu?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu ouvi alguma coisa de Ecoglobal, mas não sei falar...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A senhora fazia depósito para essa empresa? Fez alguma vez depósito bancários?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não me recordo se foi feito depósito para essa empresa.
ORADOR NÃO IDENTIFICADO – Também não me recordo.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas a senhora tratava sobre contratos com o Dr. José Ricardo. A senhora falava com ele sobre contratos entre o escritório e outras empresas.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhora. Não tratava de contrato. Nunca tratei de contrato.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Olha, a gente tem um e-mail aqui em que a senhora diz: "O Juliano não trouxe os documentos, nem o contrato assinado".
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Então, veja bem...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A senhora escreveu isso, agora diz que não tinha acesso a contrato.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Isso aí, posso explicar para a senhora perfeitamente. Ele saiu e falou assim: "O Juliano vai passar aqui, vai deixar uns documentos e vai deixar um contrato assinado." Por isso que eu falei: Ele passou e não deixou. Não porque eu tratava de contrato.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Era ordem mesmo que ele impunha lá e tinha que resolver isso.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Então, a senhora não sabe falar de nenhum contrato assinado entre...
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhora. Nunca.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – ...as empresas?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não. E isso aí, exatamente, ele saiu e falou: "O Juliano vai deixar isso aqui". O Juliano chegou sem isso aí.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E a RBS, a senhora ouviu falar dessa empresa lá no escritório?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Já ouvi falar sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O que a senhora...
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não me recordo se foi feito nota fiscal para essa empresa, eu não consigo lembrar, assim, mas eu já ouvi esse nome RBS.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas a senhora viu ligado a quê? De que forma?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Igual eu estou falando para a senhora, não lembro de foi emitida alguma nota para essa empresa, não me recordo assim dela. Mas o nome eu já vi.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não sabe dizer que tipo de trabalho havia realizado, pelo escritório do Sr. José Ricardo, com essa empresa?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É igual eu estou falando para a senhora, se havia trabalho realizado, eu não tenho conhecimento disso. Eu lembro do nome. Não sei se foi porque teve alguma nota emitida para essa RBS, não me recordo.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas as planilhas era a senhora que fazia.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E a senhora fez lançamentos em planilhas de valores significativos da RBS.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Então foi emitido nota dessa RBS. É isso que eu estou falando para a senhora, o nome eu me recordo, só que eu não sou um computador para chegar aqui e lembrar de fatos há...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – De quase R$3 milhões.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Mas não era meu.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Uma delas.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não tenho como gravar valores de uma coisa que...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Como que esse valor, porque a senhora escrevia na planilha, chegou à empresa?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Ele chegava através de uma nota fiscal.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não, valor através de nota fiscal? Como chegava, depositava em banco, entregava um envelope?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim, a nota fiscal era emitida, enviada ao cliente, o cliente depositava o valor na conta da empresa.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E aí esse dinheiro que era depositado na conta da empresa, era todo sacado, em espécie, na boca do caixa?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhora. Eu vou explicar uma coisa aqui para a senhora quanto a esses valores de saque. A gente pagava as contas e se ele solicitasse algum valor, era tudo no mesmo cheque, eram todas as contas
era tudo no mesmo cheque, eram todas as contas do dia, era um cheque só. Você chega no Bradesco, o Bradesco pega aquele cheque e ele retira como saque. Então, aparece o valor total do cheque como saque.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Mas isso não quer dizer que aquele valor foi completamente sacado. Aí o Bradesco sacava o valor inteiro do cheque e ele ia pagando as contas, e o saldo que sobrava, algumas vezes, ele solicitava que levasse dinheiro para ele; aquele saldo, o Seu Hugo levava e era repassado a ele.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Entendeu?
Então, assim: os valores que constam como saque, todos os cheques que eram emitidos, até mesmo para pagar. Não era todo dia que ele pedia valor.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Mas todo dia havia valores a pagar. Eles tinham uma despesa muito alta, mesmo porque a família inteira era paga por esse valor do escritório.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Então, assim: todo mundo da família deles que tinham uma despesa alta. A mãe, o irmão, o outro irmão, a irmã, ele próprio, eram todos pagos com valor da empresa. Então, esse cheque era feito no valor total, chegando no Bradesco ele era retirado como um saque. Mas isso não quer dizer que era sacado aquele valor todo.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Isso eu entendi, mas os pagamentos do escritório, o que sobrava era muito dinheiro. E por que esse dinheiro era sacado em espécie e entregue para as pessoas em envelopes? Por que que, já que eram contratos, assim como o escritório do Sr. José Ricardo recebia o dinheiro por depósito bancário, por que que ele... Se ele subcontratava pessoas ou outras empresas, por que ele também não depositava? E ele fazia todos esses pagamentos em espécie, tirando. E não era pouco dinheiro, não; era muito dinheiro.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não tenho como dizer isso para a senhora, porque....
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Aí é que está: nós não sabíamos, mesmo.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – ... eu não tinha como questionar. Eu não tenho como questionar o meu chefe do porquê que ele está fazendo pagamento em espécie e não em depósito. Ele determinava e eu obedecia, nós obedecíamos ordens.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E a senhora achava isso normal?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Olha, Senadora, é tipo assim: eu achava que... Eu, até, algumas vezes, falava para ele: "Seu Zé Ricardo, faz transferência, porque é tão perigoso." E ele falava: "Não me questione. Pegue o valor e pronto!"
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Então, assim: eu não tenho que questionar o meu chefe se ele está levando muito ou pouco dinheiro. Isso não existe.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas a senhora achava que isso era normal e que ele era uma pessoa muito séria e honesta.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mesmo agindo desse jeito.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É, nós tínhamos essa convicção.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim, eu...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Mas a gente podia fazer o quê? Iríamos lá falar? "Vamos na delegacia?" Não tinha como, não é?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não achava que o fato de ele pegar valores, isso, eu, honestamente, não achava que ele estava fazendo alguma coisa. Mesmo porque, igual eu estou falando para a senhora, ele sempre passou um perfil de uma pessoa muito correta, muito honesta.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente. A gente desconfiar é normal – não é? – por conta dessa movimentação toda, mas, até, então, a gente confiava.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O Igor, a senhora já ouviu falar nessa pessoa?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu ouvi falar nesse Igor uma vez que o Dr. José Ricardo tinha um valor, acho que era para o Juliano, e aí ele falou assim que não era para.... Ele redistribuiu o valor do Juliano, mas esse valor estava com ele e ele mesmo redistribuía. Ele mesmo anotou para mim para que eu anotasse no controle para ele. Eu não conheço essa pessoa. Não conheço.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nunca viu?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E os pagamentos que eram feitos, eram feitos só em moeda nossa, em reais?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E dólar ou outro tipo de moeda?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, não.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu nunca vi moeda...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Também não.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – A única vez que eu vi moeda em dólar foi quando ele foi viajar, ...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso, é verdade.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – ... que ele pediu para ir ao banco e...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Trocar.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não fazia pagamento em dólar ou em outro...?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, nunca vi dólar no escritório.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Eu indago ao Senador Randolfe Rodrigues...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Sim, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – ... se quer fazer uso da palavra?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Sim, Sr. Presidente.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Com a palavra, Senador.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Obrigado, Sr. Presidente.
Eu não sei se já foi perguntado, Srª Gegliane, mas, se foi, eu quero reiterar: com que frequência o Sr. Hugo entregava dinheiro em espécie para a senhora?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não posso dizer, assim, uma frequência. Era uma coisa, a rotina de um escritório. Quando havia alguma coisa a pagar – não é? –: os salários de funcionário; a parte administrativa, ficamos uns sete meses fazendo reforma, então, esses pedreiros, essas pessoas que trabalhavam em reforma, elas
essas pessoas que trabalhavam em reformas eram pagas todo final de semana, entendeu? Então, não há como dizer para o senhor a frequência disso. Era um escritório com uma rotina normal.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Em espécie, sempre?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Os funcionários eram pagos em espécie, e os pedreiros também.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Esse dinheiro, onde era guardado?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Esse dinheiro chegava e já era repassado, porque, quando a gente pegava um valor, para fazer determinado pagamento, já ia ser feito o pagamento.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Qual a maior quantia que a senhora chegou a guardar no escritório?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não me recordo de valor que eu cheguei a guardar no escritório.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Mas era guardado lá.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Dificilmente ficava valor guardado no escritório. Como eu estou explicando para o senhor, se fosse o Zé Ricardo que solicitasse um valor, na hora em que chegava do banco o valor já era repassado para ele. Se fosse um valor para pagamentos de funcionário, pagamentos de alguma pessoa, que estava prestando algum serviço no escritório, era feito. Não havia o costume de deixar dinheiro guardado no escritório. A não ser coisa pouca, algo diário, às vezes para abastecer um carro, coisas corriqueiras da área administrativa do escritório.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – A senhora separava dinheiro em envelope? Havia alguém que ajudava nesse serviço?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Todas as vezes em que o Zé Ricardo solicitava o valor, era sempre colocado num envelope e passado para ele. Nunca levei dinheiro sem ser organizado dentro do envelope.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – A senhora entregou envelopes, e esses envelopes todos eram entregues no período em que a senhora trabalhou no SGR, não é isso?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – J.R.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Na...
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – J.R. Silva.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Na SGR não?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu trabalhei na J.R. Silva.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – E a senhora chegou a entregar para alguém desta outra empresa – a SGR?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – A SGR é uma empresa do Zé Ricardo também. E o Edson e o Gruginsk, que eram sócios, não sei até quando, como é que era a sociedade deles – eu não tenho conhecimento disso –, mas eles receberam valores, pagamentos.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – E qual foi mesmo o período em que a senhora trabalhou?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu trabalhei de dezembro de 2009 até – eu acho – agosto de 2012.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – O seu salário, como é que era pago?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – O meu salário era pago como o de todos os outros funcionários.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – em espécie?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Regularmente?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Nunca houve atraso?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Houve. Quando ele saiu do escritório, para montar um outro escritório, ele largou todos os funcionários e ficou devendo seis meses de salário e todos os direitos trabalhistas. Tanto é que eu entrei na Justiça, para que ele pagasse os meus direitos trabalhistas. Inclusive, o meu imposto de renda está com problema, porque ele recolheu o meu imposto e não pagou o imposto para a Receita.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Isso aconteceu com você também, Hugo?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. O meu salário é bem pequeno.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – E a Consultoria tinha dívidas?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Dívidas... Como assim?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Dívidas. Dívidas. Tinha dívida com alguém, com pessoas, com empresas, com banco...
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu acho que... Eu não me recordo disso, mas, se eu não estou enganada, eu acho que ele tinha um empréstimo no banco. Não me recordo muito. Não consigo lembrar.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Vamos ver se a senhora consegue lembrar mais alguma coisa. Vou insistir naquelas perguntas anteriores.
A senhora teve um período lá, em 2010, em que a senhora enviou um um e-mail para o Sr. José Ricardo, no qual a senhora diz a ele que, conforme o acerto e a solicitação que ele lhe passou, seguem os valores e as datas. Valores de pagamentos. Aí temos aqui "Ju", com um total de quase um milhão de reais, novecentos e pouco, e aí as parcelas que eram pagas e as datas. E aqui temos um "Tio". Do mesmo jeito. O total e as datas. E o valor. Valores altos também. Para o Ju, que era o Juliano, a senhora disse que entregava um dinheiro para ele no envelope. E para o Tio?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Nunca entreguei. Como eu já falei para a senhora, eu nunca entreguei nada para alguém com esse nome nem conheço essa pessoa.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas a senhora
Nem conheço essa pessoa.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas a senhora escrevia?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu escrevia aquilo que o Zé Ricardo mandava.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E a senhora nunca teve ideia de quem era esse tio?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não. Nunca.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nunca teve ideia?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E como eram feitos esses valores pagos ao tio?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não tenho ideia.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Porque eram muitos valores, em datas próximas, e a senhora fazia esse registro.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu fazia esse registro conforme o Zé Ricardo mandava.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E quem ia tirar o dinheiro do banco?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES (Fora do microfone.) – Eu que ia tirar o dinheiro do banco.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E como esse tio recebia o dinheiro?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES (Fora do microfone.) – Não sei. É isso que eu estou falando. Houve, sim, alguns pagamentos que foram buscados por DOC, por envelope...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Quem?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – A gente não sabe quem é. Eu não sei. Eu acredito que a Gegliane também não saiba, porque era uma ordem dele.
Era ordem do José Ricardo. Então, eu acredito que ela também não sabia. Ele falava assim: "Tal horário vai vir tal pessoa e você entrega pra ele".
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Permite-me, Senadora?
Sr. Hugo, quando o senhor esteve aqui – e eu disse, logo no início da minha fala, hoje, na abertura dos trabalhos –, V. Sª contribuiu muito conosco, não é? Dizendo inclusive que a senhora Gegliane era administradora do escritório.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Está nas notas taquigráficas nossas aqui.
E que esses pagamentos, esse dinheiro que o senhor ia ao banco e buscava, o senhor entregava para ela, e ela, então, fazia todos os pagamentos.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente. Quando eu chegava, ela fazia...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Só mais um minuto.
Que ela, então, fazia todos esses pagamentos. Fazia pagamentos inclusive a terceiro.
O senhor simplesmente buscava esse dinheiro.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Em espécie.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Em espécie.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E ela pagava funcionários e os consultores do escritório.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – As despesas. O serviço diário, burocrático, do escritório. Era uma vez... Pela emissão das notas fiscais, dá pra saber quando entrava essa quantidade de dinheiro, entendeu? Não era todo dia, era uma vez ou outra.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Certo.
Srª Gegliane, essa afirmação do Sr. Hugo – e ele aqui ratifica – que esses pagamentos do escritório eram feitos pela senhora, porque a senhora era a contadora, a administradora do escritório, a senhora confirma essa declaração que o Sr. Hugo fez aqui na CPI?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Senador, eu não sou contadora. O escritório tem um escritório de contabilidade. Eu nunca tive conhecimento em contabilidade, como estão falando.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É verdade.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não sou secretária. No escritório existia uma secretária, entendeu? E eu era assistente administrativa do escritório.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O Sr. Hugo colocou que a senhora era a administradora.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não. Quem administrava o escritório era o José Ricardo e o Eduardo. Eu era assistente deles.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – De organizar as contas, de fazer... Deixar tudo organizadinho.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas o pagamento quem fazia era a senhora Gegliane?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Era, porque ela tinha a planilha e já sabia para onde e o que nós tínhamos que pagar. Então...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Para onde ia o dinheiro?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente. Emitia o cheque. Aí a briga minha e dela de ir lá pegar a assinatura, porque ninguém queria vê-lo. Mas ia lá e acabava discutindo. Ou eu ia, às vezes, ou ela ia. Ela teve aquele valor, ia no banco... É aquilo que eu te falei, lembra? Que fazia os pagamentos. Ora o banco não tinha dinheiro para me devolver, porque o limite é até cinco mil; às vezes sobravam sete... Onde eu fazia aquela transaçãozinha que colocava na minha conta e pegava... pra resolver o problema.
Então, vinha com esses recibos, pagamento de tudo que foi feito, entregava pra ela e ela organizava nas pastas tudo certinho, porque ela é bem organizada mesmo. Ela lançava na planilha. Por quê? Porque quando ele perguntava pra ela, ela já sabia... Sabia assim, porque estava anotado e porque foi ele que pediu. Então estava tudo certinho, porque ele cobrava muito mesmo. Se faltasse um centavo, ela tinha que explicar por que faltou aquele centavo, entendeu?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Certo.
A origem... O Senador Randolfe estava com a palavra, aí a Senadora Vanessa pegou a palavra, eu peguei a palavra, aí virou um bate-bola.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Não se preocupe, Presidente, faz parte da dinâmica.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Então vamos continuar no bate-bola. Deixe-me só fazer mais uma pergunta ao Sr. Hugo e à Srª Gegliane.
A origem desses dinheiros. Porque sobre os pagamentos a senhora já disse que fazia pagamento para o Gruginski, para o Edson, para o Juliano, para o Adriano, para o Paulo Cortez, para a Clara – eu não sabia desse nome –, para o APS, para a Ivanice, não é? Para a Meigan Sack também, eu imagino.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não? Para a Meigan não?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não. Eu nunca vi a Meigan antes. Nunca a vi no escritório. Nunca fiz nenhum pagamento pra ela. Nunca nem... Eu vi o nome dela aqui na operação...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A origem desse dinheiro? O Hugo ou a senhora podem me dizer a origem desse dinheiro que você
Pode me dizer a origem desse dinheiro que vocês, em especial você, Hugo, que ia buscar no banco, e também a senhora que administrava, segundo o Hugo, o escritório? Qual a origem desse dinheiro? Da onde vinha esse dinheiro?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Então, está na nota fiscal. O dinheiro vem... Aquelas notas emitidas... (Fora do microfone.)
...vêm dali, do nome, da razão da empresa que depositava.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Quais são essas empresas? A senhora pode dizer, Srª Gegliane? A senhora se lembra de algumas dessas empresas que faziam esses pagamentos mais vultosos?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não consigo lembrar o nome das empresas, mas tem na planilha que o senhor tem acesso todas as entradas. Quando está lá, receitas e despesas, as receitas, nunca entrou nenhum valor na conta do escritório que não fosse emitida uma nota fiscal.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Nunca. Então, assim, podia ser um valor alto ou podia ser R$20. Existia uma nota fiscal para o valor entrar.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E quem emitia essa nota fiscal era a senhora?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Às vezes. Às vezes o Hugo.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Às vezes eu.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Hugo emitia muito mais, porque eu detestava datilografar.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Tinha uma máquina eletrônica.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Hugo, você disse que quem emitia essas notas fiscais era a Srª Gegliane.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Tanto eu quanto... Não, tanto ela e às vezes eu, porque eu sabia datilografar...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Você não colocou isso para nós.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Então, eu posso não lembrar.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Você colocou que só buscava o dinheiro no banco e entregava para a Gegliane.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, buscava, mas tinha uma nota... O Zé Ricardo já deixava escrito na nota: emite essa nota. Então, eu fazia na máquina porque ela não sabia mesmo datilografar...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Então, você não era tão somente o motorista.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Você fazia mais alguma coisa.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É aquilo que eu te falei, muita coisa. Por isso que eu estou te falando que meu trabalho era muito estressante, porque eu ficava o dia todo na rua.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Agora, Presidente, veja, todo dinheiro, a Srª Gegliane falou, todo recurso que entrava tinha nota fiscal, portanto, a empresa registrava.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E por que esse cuidado na hora de fazer os pagamentos não eram tomados? Por que a gente tem várias notas, nós já verificamos vários contatos entre a senhora e o Sr. José Ricardo, em que tratam da seguinte questão: olha, aquele dinheiro que já foi retirado – valores altos, repito, acima de R$500 mil, quase R$1 milhão – guarde bem e coloque nos envelopes e coloque esses nomes e eles vão aí pegar. A senhora mesma disse que Juliano ia lá e pegava. E o tio? Quem entregava o envelope do tio? A senhora escrevia o nome no envelope, botava, separava o dinheiro e entregava para o Dr. José Ricardo?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu separava... Eu não colocava nomes em envelope. Ele pedia... Se ele pedisse valores separados, era feito conforme ele tinha solicitado. Mas eu nunca escrevi nome de ninguém em envelope, porque, quando ele solicitava um dinheiro, ele não me dizia para que era. Depois, ele pedia a planilha onde estava anotado "retirada José Ricardo", "retirada JR", "retirada JR".
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Por quê? Porque todas as retiradas que ele fazia eu anotava como retirada JR, porque eu não sabia para onde era. Ele, depois, falava assim: "Anote aqui isso aqui." Códigos, entendeu? E aí eu anotava conforme ele pedia, para que depois...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas houve alguns pagamentos em que ele lhe pediu cuidado: "Olha, o dinheiro tem que ficar bem guardado. Tome cuidado. Escreva no envelope e coloque que... E a senhore entregue." Então, a senhora fez todo o procedimento porque ele lhe disse isto:
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhora.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – "Tome cuidado e entregue esse dinheiro."
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Ele não... Eu tenho certeza de que não foi dessa maneira como a senhora está colocando. Ele pediu para eu separar. Ele nunca falou para eu escrever o nome de ninguém em envelope. Eu tenho certeza absoluta disso. Eu nunca escrevi nome de ninguém no envelope e ele nunca me mandou...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Só escrevia os nomes na planilha?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu escrevia: retirada JR e quando ele pegava aquela retirada e botava código, eu transferia, sim, para a planilha conforme ele tinha colocado.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É verdade.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – O nome "tio" quem escrevia?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Hã? Ele.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Ele.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Ele.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Permita-me, Senadora Vanessa.
Hugo, os valores escritos "tio" você lembra para quem era repassado o dinheiro?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Nunca ouvi falar. Ele não falava mesmo, não adianta, ele não falava para mim, não falava para ela. Por isso que ela anotava "destinado a JR", porque ela já sabia que isso era ele que tinha que resolver. Mas ela não sabia mesmo, porque o José Ricardo era assim. Você dava ordem e você não tinha que questionar, entendeu? Tinha que proceder daquela maneira.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Então, o famoso tio vocês nunca viram?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, nunca vi e nunca ouvi esse nome, não. Nem...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Mas o tio você viu? Estava lá?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu ouvi... Ele escreveu e eu repassei isso para ele. Por quê? Quando ele colocou nos valores códigos, ele falou assim: "Eu vou precisar disso. Coloca isso no arquivo para quando eu precisar eu ter acesso." Eu redigitei a informação que ele tinha me dado no e-mail e mandei para o e-mail dele, porque era a maneira de quando ele precisar estar lá para ele ter acesso.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – A senhora... Só para ficar bem claro aqui de quem estamos tratando, e agora não é do tio, é do Juliano, a senhora disse que é o Juliano Nardes. A senhora podia me descrever como é fisicamente o Sr. Juliano Nardes?
Juliano Nardes?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Ele é magro, tem o cabelo na cor do do senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – A idade média?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não sei quantos anos ele tem, mas ele não é velho. Ele é jovem, é uma pessoa jovem. Deve ter uns 30...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Entendi. Perfeito. Só para caracterizar mesmo quem é.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO. Fora do microfone.) – Ela já disse o nome. É o Juliano Nardes, então...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – É, mas nunca se sabe, Presidente. Às vezes, o cidadão pode alegar que é homônimo. Então, é bom ficar claro quem é, ficar bem caracterizado quem é.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – É verdade.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A senhora já ouviu falar... Lá no escritório, por acaso, ele falava, tratava assim de pagamento a ministro?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhora.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nunca viu nenhuma anotação? Nunca ele escreveu isso na planilha?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não. Esse nome ministro ele nunca colocou em planilha.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A senhora nunca viu nada?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não. Estou tentando lembrar, mas não. Eu acho que nunca vi.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Custos, ministro?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Me permite, Relatora?
A senhora encontrou com a ex-Ministra Erenice Guerra no escritório alguma vez?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não eu ter encontrado. Já a vi no escritório sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ela ia frequentemente ao escritório?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Como posso dizer para o senhor? Eu não sei qual é a frequência que o senhor está me perguntando. Que ela ia ao escritório, ia.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Duas vezes por semana, por exemplo?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Tinha semana que ela até passava lá uma ou duas vezes. Aí, depois, ela sumia. Então, não tinha uma coisa certa de toda semana passar lá. Não. Eu já vi várias vezes a Ministra lá sim, mas uma coisa que não era uma rotina, que não era...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ela tinha negócio com o Sr. Alexandre?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Aí eu não sei responder para o senhor, porque os negócios deles...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora se lembra de ter feito algum pagamento a ela?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E ao ex-Ministro Silas? Também passava sempre pelo escritório?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Passava. Ele andava, às vezes, no escritório. Depois, ele sumiu completamente. Nunca mais nem...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Ele ia com frequência?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não era uma coisa com frequência, mas ele andava lá, passava uma vez na semana. Um período, ele realmente andou frequentando, só que depois ele sumiu.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E o contato dele no escritório era mais c om o Zé Ricardo ou com o Alexandre Paes dos Santos, APS?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Honestamente, eu não sei dizer com quem era o contado dele, porque eles chegavam, entravam numa sala de reuniões. E, às vezes, eu nem sabia quem estava dentro da sala de reuniões.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Essa reunião que ocorreu com o ex- Governador Cid Gomes, lá do Ceará, com o Zé Ricardo e o APS, conforme relatado pelo Sr. Hugo, a senhora tem conhecimento dessa reunião?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu vi o Governador, sim, lá no escritório, mas o que eles trataram, se eles tiveram reunião, isso eu não sei dizer para o senhor. Que ele esteve no escritório, esteve.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Uma só vez ou mais vezes?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Uma só vez. Só vi uma vez.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Com o José Ricardo ou com o Alexandre?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Estava todo mundo junto. Estava todo mundo junto.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora fez algum pagamento a alguém do Ceará ou recebeu alguma importância de alguma empresa do Ceará?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – O trabalho que o Sr. Alexandre Paes realizava era o mesmo trabalho que o Sr. José Ricardo?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não sei dizer para a senhora o trabalho que cada um realizava, mas eu posso dizer para a senhora que eu acho que não era, porque, até onde sei, o Sr. Alexandre não tem conhecimento tributário para realizar as atividades que o Zé Ricardo realizava, mas eu não sei...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas o que eles tinham em comum nos negócios? Ou eram só empresas que funcionavam ali?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não sei falar isso para a senhora, porque eu não tinha conhecimento do que eles tratavam, qual era a relação deles, o que eles tinham juntos. Não sei.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora nunca entregou um envelope para a ex-Ministra Erenice?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhor.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ou ao ex-Ministro Silas?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Nunca entregou um envelope a eles não?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – A alguém encaminhado por eles?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – E Parlamentares? A senhora tem conhecimento de algum Parlamentar que foi lá no escritório? Algum emissário representante dos Parlamentares?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhor.
um emissário representante dos Parlamentares?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Tem alguma notícia de Parlamentares com quem tenha tido contato?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES (Fora do microfone.) – ...era só para entregar o processo dele e ir embora. Não teve...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Para Parlamentares, a senhora nunca teve nenhum tipo de contato, nenhum representante?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Não entregou nenhum envelope?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Hugo, no sentido que o Senador Ataídes perguntou, as mesmas perguntas: Você senhor chegou a ver a ex-ministra Erenice, o Sr. Silas Rondeau?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu vi algumas vezes... É o que ela falou, mesmo. Ela não ia com frequência, às vezes ia dois dias, dava uma sumidinha, depois aparecia de novo, fazia aquela movimentaçãozinha no escritório e ia embora. Depois sumiu.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Qual era a movimentação?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Olhe só, Senador, ele prestou uma informação interessante. Qual foi o motivo pelo qual a ex ministra Erenice Guerra se ausentou de vez do escritório? Qual foi o motivo que a levou a isso?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – O motivo eu não sei, porque isso não dava para...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não, o senhor nos disse aqui, a imprensa.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Ah tá, é verdade, bem lembrado. É porque uns repórteres descobriram e tal, por conta da movimentação. De vez em quando, alguns ficavam plantados ali na frente do escritório. Então, o José Ricardo questionou nesse sentido, porque não queria a imagem dele vinculada, aquela coisa e tal. E aí começaram a dispersar.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Que período foi este?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu não me lembro. Com sinceridade, eu não me lembro.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Entendi.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Mas eu acredito que seja... Como nós nos mudamos, foi aquilo que ela falou, mais ou menos em agosto de 2012. Foi quando o José Ricardo desmembrou a sociedade com o Dr. Alexandre e foi para outro escritório, partiu dali já. Poucos dias antes, eles começaram já.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Então, a ex-ministra frequentava o escritório até meados de 2012.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente, por aí. Não de muito tempo, não. Ela começou um mês, mais ou menos, por aí, dois meses, ficou essa ida dela ao escritório, mas poucas vezes. Mas aí começou a ter uma frequência maior e depois dispersou.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Tinha reuniões?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Tinha reuniões lá, sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – E em relação ao ex-ministro Silas Rondeau?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu o vi pouquíssimas vezes lá.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Menos que a ex-ministra Erenice?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Bem menos, pouquíssimas vezes. Confirma?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Confirmo.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Você fala com muita ênfase.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É porque eu o vi, mesmo.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Você fala com muita ênfase da ex-ministra Erenice. Fala inclusive... Pelo visto, ela tinha uma frequência.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Tinha uma frequência lá. Depois dispersou por conta disso, dos repórteres passando.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Da presença da imprensa.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É.
E aí eu acho que houve um desentendimento entre eles. Porque você fica ouvindo conversinhas daqui e dali, então você mais ou menos assimila alguma coisa.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Conte-me aí quais eram as conversinhas.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, no sentido de repórteres. "Dá uma olhadinha para mim, vê se tem algum repórter aí."
Então, não tinha ninguém, passava com o carro pela garagem. Aí a gente, às vezes, ficava olhando, para ver se...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Você chegou já a ser abordado nesse sentido? "Dá uma olhadinha, vê se tem repórter?"
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Já, para dar uma olhada.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Por ela?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, por ela, não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Pelo representante dela?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Pelo José Ricardo.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Ah, tá. Isso quando ela ia lá?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Quando ela ia lá.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Permita-me, Senador. Quem é esse representante que lhe pedia para verificar?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – O José Ricardo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O próprio José Ricardo?
Srª Gegliane, a senhora tem conhecimento desse fato, de que a Srª Erenice, quando ia ao escritório, pedia ao pessoal que tomasse cuidado, olhasse para ver se a imprensa não estaria ali por perto?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhor. Nunca ninguém me pediu para olhar nada, para verificar nada, assim, se tinha imprensa. Não, nunca.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O volume de dinheiro que corria mensalmente ali dentro, a senhora tem noção desse volume de dinheiro? O mês em que a senhora viu mais dinheiro dentro daquele escritório? O volume, em espécie, que passou durante os trinta dias, por exemplo. Um milhão, dez, vinte, trinta?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Senador, assim, lembrar de valores que passaram...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Uma base.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Mas, eu me lembro de que ele pedia valores tipo 200, 250, entendeu?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas a senhora viu milhões passarem por ali?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu vi milhões chegarem à conta e vi milhões indo para a conta pessoal dele, para uma fazenda que eles tinham, de café.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Terra Fértil. Fazia muitos pagamentos?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu vi milhões indo para a conta da mãe dele. Eu vi milhões sendo...
para a conta da mãe dele. Eu vi milhões sendo pagos de despesas pessoais de todos eles.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Milhões?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É, porque, assim, quando eu digo isso para o senhor, o senhor pode constatar, pegando o extrato bancário, para ver que eu estou realmente falando a verdade. Realmente foram milhões para o Edson, milhões para a mãe dele, milhões para a agropecuária Terra Fértil, que era fazenda de café.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Aquela ação trabalhista que o ex-sócio do Zé Ricardo, Cortez...
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora esteve nesta audiência, não é isso?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora foi...
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Intimada.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – ...indicada.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Indicada pelo Zé Ricardo?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
O SR. ATAÍDES OLIVEIRA (Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Pelo Paulo Cortez, como testemunha de que ele trabalhava com o Zé Ricardo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Que recebeu 1 milhão e 200 do Zé Ricardo, é isso?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, a ação trabalhista que o Paulo Cortez colocou contra o Zé Ricardo foi a respeito de salários mensais que o Zé Ricardo não pagou para ele.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas eu gostaria de fazer, novamente, uma pergunta que eu fiz logo no início. A origem desse dinheiro, de onde vinha esse dinheiro para abastecer esse escritório e fazer esses diversos pagamentos? Vocês não se lembram de nenhuma outra empresa que foi feita...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Só, não... A RBS.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Você sempre colocou bem claramente...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, a RBS eu me lembro perfeitamente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A RBS.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – ...de um valor que era em torno de 13 milhões mesmo, que isso entrou na conta.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Veio de onde esse dinheiro?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Da RBS, da própria RBS.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Da RBS, desculpa.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Da RBS.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Da RBS para o escritório.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Para o escritório. Teve a tal... Eu não lembro o nome, mas é alguma coisa Maltoni, que tinha também diversas...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mauri Maltoni.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Qual era o valor?
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – E por que esse dinheiro que entrou e teve nota, porque, quando ele saia, ele saia em envelopes, sem nota e sem nada?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Pois é. Aquilo, uma parte dos arrecadadores pediam, levavam... Tiravam do banco e levavam para ele 200 mil, 300 mil. Realmente era entregue diretamente para ele. Daí, o que ele fazia com esse dinheiro a gente não sabe.
Agora, teve aquele milhão, que eu me lembro perfeitamente de 1 milhão e 200 que foi tirado da conta do Idep, que eu saquei, foi em três vezes, foram dias seguidos de 400 mil, e esse dinheiro ficou no cofre. Era esse dinheiro que ele mandava: "Gegliane, separa aí tanto e leva para fulano." Era isso aí.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Idep?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Idep.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Idep, era o instituto do Zé Ricardo, não é?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Então, a RBS, então, uma certa vez, repassou 13 milhões?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – A RBS passou 13 milhões. Para a gente, ela...
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não me recordo de valores, quanto, mas todos...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP. Fora do microfone.) – Mas recorda a RBS?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É, da RBS eu me recordo, sim. Não me recordo de valores, mas todos os valores que entraram foram... Entraram com nota fiscal.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Entendi.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Tudo, o imposto pago, tudo certinho.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu estou falando para o senhor, não tem como eu lembrar de valores, mas tem como o senhor...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Pelas notas fiscais.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – ...ter os valores.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas outras empresas, o que você lembra? Você se lembra?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, mas, assim, eu não lembro, não. Tinha outras empresas lá, mas era valor menor, muito pouco, não chegava a 50 mil, não, bem menos. É por conta de assessoria mesmo, de processo que não tem ligação com o Conselho. Era contato que já tinha mesmo, assim, quando eles montaram a empresa.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Esse dinheiro da RBS, esses 13 milhões, Srª Gegliane, que eu volto aqui a repetir que o Sr. Hugo disse que a senhora era administradora e era a pessoa de confiança do Zé Ricardo. Porque a senhora era a pessoa de confiança do Zé Ricardo.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, eu não era a pessoa de confiança do Zé Ricardo, Senador; eu era uma funcionária normal. Não tinha isso de ser...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ela não era uma pessoa de confiança?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Sim, porque é muito organizada, ela fazia as coisas. Então, ele confiava nela nesse sentido, porque ela é muito organizada: qualquer coisa que ele falasse na hora, já estava com um papel na mão para mostrar, justamente para ela... Para dizer que ela fez alguma coisa errada ou isso, ou aquilo. Então, estava tudo certinho, ali, anotado do jeito que ele pediu.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Então, a senhora gozava, então, dessa admiração do Sr. José Ricardo?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Tanto que eu questionei, porque a Gigliane sabe, porque ele me escrachava mesmo, que a Gegliane é inteligente, e eu que não sabia de nada. Então, para mim, está tudo certo; quanto mais responsabilidade para ela, para mim, eu só recebia... Vou dar o meu trabalho na equipe, vou fazer na rua, está tudo certo. Eu ficava contando, dava 18 horas para ir embora.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E, voltando novamente atrás, a Srª Gegliane então é que administrava o escritório.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Administrava, tanto que aquela planilha que eu te falei, que você fez uma planilha gigante, de 2009 a 2012, você mandou na gráfica imprimir dois canudos gigantes, que eram para o Dr. Alexandre e Dr. Zé Ricardo fazer a contabilidade deles e saber quem devia para quem, que, no final das contas, no frigir dos ovos, o Ricardo saiu devendo 2 milhões, tantos que, às vezes, eu ia no escritório pegar correspondência, e o Dr. Alexandre falava: "Cadê o José Ricardo? Eu preciso receber o meu dinheiro? Onde foi que ele enterrou esse dinheiro?" Todo mundo, as recepcionistas, todo mundo ouviu essa história, entendeu?
Então, assim, essa
história. Então, assim, essa planilha é que facilita. É como eu falei, se tivesse a planilha na mão para você saber de onde veio e para onde foi.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Vocês receberam alguma importância em cheque?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Era ordem de pagamento que chegava em banco?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Era nota fiscal.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E lá então o Hugo ia buscar esse dinheiro.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente. Pagar contas.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Aí você chegava e entregava esse dinheiro para a Srª Gegliane.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Pequenas quantias para ela. Às vezes uma quantia maior direto para o José Ricardo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Houve uma pequena contradição porque o senhor naquele dia disse que todo o dinheiro era entregue para a Gegliane.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – A parte maior, milhões.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O volume maior era passado a Srª Gegliane.
Sempre em espécie?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Sempre em dinheiro. Eu chegava na mesa dela e conferia valor por valor ali, para saber se eu entreguei o valor correto. Porque na verdade ela estava recebendo um dinheiro e ela tinha que conferir se estava no mesmo valor correto.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O José Ricardo e o APS, o Sr. Alexandre, vocês se lembram se vocês tiveram alguma reunião na Casa Civil alguma vez?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não tenho como falar para o senhor sobre reuniões, porque a gente não tinha nem conhecimento. Porque quem cuidava de reuniões, de agendamento era a secretária deles. Eles tinham uma secretária.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Como é o nome da secretária?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Primeiro foi Rejane, depois foi Lúcia. Eu não lembro o sobrenome delas. Elas cuidavam de agendamento, das reuniões. Várias vezes tinha gente na sala de reunião que não sabia nem quem estava lá.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Uma pergunta interessante, Srª Gegliane, e percebo que a senhora está contribuindo, está falando aqui conosco, não é Senador Randolfe? Houve uma retirada do escritório Saliba, do Dr. Saliba. Houve uma retirada em 2009 a 2011 de R$10.260,00. Eu pergunto à senhora ou ao Hugo: se referia a que? É uma retirada de pró-labore, um pagamento por serviço prestado? A senhora se lembra de alguma coisa?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhor, não tenho como saber de que foi não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não lembra.
A senhora se lembra de ter feito algum pagamento ao escritório Saliba?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não lembro.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Eu sei que esse escritório funcionava lá dentro, mas eles eram independentes...
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eles funcionavam independente de qualquer coisa. Eles pagavam aluguel.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O que quer dizer essa Holden, Dr. Silas, contida na planilha de despesa 2011?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não sei.
O SR. PRESIDENTE (Aloysio Nunes Ferreira. Bloco Oposição/PSDB - SP) – O Hugo disse em um depoimento aqui anterior que houve uma reunião num escritório e tal e aqui já ficou esclarecido.
A contradição aqui que acho interessante, a presença do Sr. Silas e Erenice Guerra no escritório. Disse que Erenice Guerra esteve uma vez no escritório de José Ricardo.
A Srª Gegliane disse isso. Você disse que a Srª Erenice tinha uma frequência maior. E agora a senhora também está confirmando que ela também ia lá mais rotineiramente.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Algumas vezes.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Isso foi muito bom, porque esclareceu esse contradito aqui.
Outro fato aqui é que o Hugo disse que antes do rompimento da sociedade entre o APS e José Ricardo, ocorrido em 2012, Erenice Guerra e Silas faziam visitas constantes.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Eu só quero tirar uma dúvida.
A senhora disse que não, e o Sr. Hugo reafirmou, que não mexiam com outras moedas, além de real, a não ser em viagem.
Como era, a senhora pode falar?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Viagem de férias, viagem normal.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Do Sr. José Ricardo.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Era dólar?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim. Eu acho que foi dólar, não lembro. Não lembro se ele... Acho que foi dólar, não consigo me recordar.
... Acho que foi dólar, não consigo me recordar. Foi...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES (Fora do microfone.) – Foi dólar, eu lembro. Foi quantidade pouca mesmo, só para viagem mesmo.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Normal.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO. Fora do microfone.) – E quando aconteceu isso?
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Quando foi isso?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Ah, não lembro. Data, não tenho como...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES (Fora do microfone.) – Normalmente, era meio do ano, não era? Ou início de ano. Viagem internacional. Não são negócios, não.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É, ele viajou... Viagem com a família de férias.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas a senhora se lembra de ter feito algum comunicado com ele em que a senhora perguntava "o que faço com os euros?"?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A senhora que escreveu, Srª Gegliane.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Mas, então, com certeza, ele deve ter pedido para pegar euro também para essa viagem, porque eu lembro que ele viajou à Europa, viajou... Ele fez uma viagem, e foi um mês de férias.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Quem era Honorato?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Honorato?
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Honorato.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Tinha uma pessoa chamada Honorato que às vezes ia ao escritório, mas eu não sei nada sobre ele.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mas ele trabalhava no escritório?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Ele ia algumas vezes... Honorato... Eu não estou me recordando. Era um senhorzinho que ia às vezes lá procurar o Dr. José Ricardo.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Porque as anotações que a gente tem, elas não indicam que seja uma compra de moeda estrangeira para algo específico; indicam que havia moedas estrangeiras para mais de uma coisa...
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – ... porque a senhora se refere a um valor que uma pessoa levaria e a outros valores: "o que faço com os outros valores?".
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, não tinha.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – A senhora escrevia isso.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, não tinha outras moedas dentro do escritório. Não tinha. As vezes que tinha, que eu me recordo que teve alguma coisa, foi quando ele foi viajar, e ele pediu, realmente, moedas. Não me recordo... Eu só lembro de dólar, não lembro valores, mas foi para a viagem dele. E do Eduardo também. O Eduardo também viajou.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES (Fora do microfone.) – Eu vi mesmo ele falando para o pessoal comprar.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO. Fora do microfone.) – Você chegou a ir comprar...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES (Fora do microfone.) – Não. Comprar, não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – ... a ir comprar euros?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES (Fora do microfone.) – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – E por que desses euros, então, que a Senadora está indagando, Srª Gegliane?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não me recordo de nada em euro. Não...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas está escrito.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não me recordo.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM. Fora do microfone.) – Pela senhora.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não... Não me recordo de nada em euro. Eu volto a falar: se teve alguma coisa de euro, foi para a viagem deles. Eles viajaram, tanto o Eduardo quanto o Zé Ricardo, e eles realmente tinham moedas.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Perguntas, Senador Randolfe?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Sim.
Srª Gegliane, vamos voltar a uma questão anterior. O Sr. Eduardo Gonçalves Valadão a senhora conhece?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Qual a relação dele com o Sr. José Ricardo?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eles eram sócios.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Eles eram sócios.
A senhora tinha acesso aos e-mails que eles trocavam um com o outro?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Com as comunicações que eles tinham?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhor. Não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – A senhora nunca teve nenhuma informação sobre isso?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não. E-mail entre eles? Não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – O período em que a senhora – me permita, voltando. O período em que a senhora trabalhou lá foi de 2009, dezembro de 2009...
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Dezembro de 2009...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – ... a agosto de 2012?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Isso.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Dentre as informações trocadas entre o Sr. José Ricardo e o Sr. Eduardo Gonçalves, em algum momento ele pediu para a senhora cumprir alguma tarefa relacionada a Parlamentares?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Entregar algo para algum Parlamentar?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – A senhora não tem notícia de Parlamentares que tenham frequentado lá o escritório?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Voltando aqui...
Qual a relação que o escritório tinha – se a senhora tem conhecimento – com a consultoria, a empresa Marcondes e Mautoni?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não tenho conhecimento de qual era a relação deles.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Mas o senhor... O empresário Mauro Marcondes e a esposa dele, Cristina Marcondes, frequentavam o escritório?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu nunca vi eles lá. Nunca vi.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Não? A senhora nunca teve contato?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, eu nunca vi.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Entendi.
Perguntando, Presidente, ainda, só para um esclarecimento aqui...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO. Fora do microfone.) – Fique à vontade, Senador.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – ... perguntando para o Sr. Hugo. Aliás, na verdade, para o Sr. Hugo e para a Srª Gegliane. Esse repasse de que vocês falaram ainda há pouco para a RBS, ou melhor, o depósito da RBS para o escritório...
da RBS para o escritório. Acho que você, Gegliane, falou que foi a maior movimentação que você já viu lá. Essa foi a maior movimentação?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – 13 milhões, não é isso?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não lembro o valor exato, não posso confirmar o valor para o senhor, porque não me recordo.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – São 13 milhões, Hugo?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Em torno de 13 milhões.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Vocês não sabem a título de que era esse depósito? Não tem informação?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – De um tempo, eles já estavam com esse processo rolando, porque eles estavam muito ansiosos para sair esse processo, e me parece que perderam, deu um revertério no processo, aquela coisa e tal, e ficou por isso mesmo, eles foram tentar ver se conseguiam novamente ganhar esse processo. E ganharam.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – O escritório.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – O escritório.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Os outros depósitos que eram feitos...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Então, o Dr. Edson, o Dr. Gruginsky, todo mundo trabalhou nesse processo. É quando esse dinheiro entrou, eles receberam a parte deles, foi transferido, foi isso mesmo, o imposto foi pago...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Senador...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Pois não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Esse pagamento, Sr. Hugo, ao Gruginsky, por exemplo, desse dinheiro, alguma coisa foi paga diretamente a algum conselheiro em atividade nesta época, Srª Gegliane, Sr. Hugo?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Conselheiro, não, só mesmo ao Dr. Edson, ao Dr. Gruginsky...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora se lembra de, em algum momento, pagar alguma importância a algum conselheiro da ativa?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhor.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Só a ex-conselheiros?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Só a essas pessoas as quais eu...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ao Gruginsky, ao Edson, à Drª Adriana, ao Paulo Cortez.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eles eram sócios mesmo, eram esses mesmos, entendeu, mas de conselheiros...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Então, esses 13 milhões foram divididos entre os sócios?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente, tanto que tem planilha com esse valor, para onde foi, entendeu?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Entendi. Fora os sócios, a senhora não lembra, D. Gegliane, de entregar para mais ninguém.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não lembro e, assim, que eu presenciasse, não vi entregando nada para outras pessoas.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Acho que você falou em dinheiro para Mantoni e Marcondes, é isso?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Entrou, a nota foi emitida, depositada.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Entrou ou saiu?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Entrou, depois, com cheque, vai fazendo esses pagamentos, como falou, não é um valor total, vai fazendo pagamentos e tudo, pega um pouquinho para levar para o escritório...
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – É só bom deixar claro aqui que esse dinheiro, nós vimos aqui, ele foi para os sócios, que pediam retirada em espécie e repassavam entre as pessoas que receberam. No dinheiro, tem esse tal de tio e o Juliano, sem nota fiscal, sem registro, não sei em planilhas, e tantos outros também. Então, não é... E havia, inclusive, um contrato, que eles não têm conhecimento, mas havia um contrato. Agora, se há um contrato e se é legal, porque distribuir dinheiro em espécie?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Exatamente.
Hugo, você conheceu o Mauro, da Marcondes?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Como?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – O Mauro Marcondes, você conhecia, chegou a ver?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, só pelo nome mesmo, mas em nota fiscal.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Só o nome da empresa.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Só o nome da empresa.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Nem a esposa dele, a Cristina Marcondes?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Eles não frequentavam o escritório, não tinha...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Eu não conheço, então, não sei se foram também, para eu ver pessoalmente.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Você só sabia das relações do escritório?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É, por conta da nota fiscal mesmo, você vê o nome, como aquele processo do Conselho. Como eu manuseava muito para poder organizar para ele poder julgar, vinham, no Diário Oficial, aqueles processos que iam ser julgados. De tanto manusear isso, você acaba memorizando.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Senador...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Pois não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Uma informação que o Sr. Hugo nos prestou aqui, que nos causa uma tremenda estranheza. Quero prestar essa informação a V. Exª, se V. Exª, porventura, ainda não tem essa informação de que esses ex-conselheiros, Senador Randolfe, já é de conhecimento aqui da Senadora Vanessa, saíam e montavam escritórios. Esses escritórios, inclusive, eram escritórios familiares. Então, o Sr. Edson chegava e deixava, o Sr. Edson, inclusive, era auditor da Receita, pediu demissão de um belo salário, com um currículo extraordinário dentro da Receita Federal, e colocou um escritório, botou sua filha como conselheira, a Srª Meigan Sack. Mas o que nos causa estranheza, que o Sr. Hugo disse, é que esses processos, Senador Randolfe, eram decididos dentro dos escritórios
(...) decidido dentro dos escritórios. O Sr. Hugo disse que no dia do julgamento ele pegava todos aqueles processos, botava dentro do carro e levara para o CARF, ...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Isso.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – ... para o Conselho Administrativo ...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Exatamente,
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – ... e colocava sobre a mesa do conselheiro.
A senhora tem essa informação também, Srª Gegliane?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não senhor.
Como o Hugo falou, eu nunca manuseie nenhum processo, nenhum.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Ela não tinha mesmo ligação mesmo ... (Ininteligível.)
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Eu só queria fazer essa colocação.
Veja que barbaridade, Senador Randolfe.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Sr. Hugo, o senhor chegou a presenciar divisão de dinheiro em envelopes?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Lá? Não?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Nunca ...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Nunca.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – ... teve essa circunstância?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – ...situação?
Voltando ainda àqueles 13 milhões. Aí eu pergunto para o Hugo se ele tem conhecimento e para a senhora, Dª Gegliane.
Sabe se depois daquele depósito, houve algum pagamento, alguma transferência para o Sr. Juliano Nardes?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não tenho como dizer para o senhor datas de quando foram feitos alguns pagamentos pra o Sr. Juliano, eu sei que foram feitos, mas eu não tenho como dizer datas pra o senhor.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Então, deixe-me tentar precisar com a senhora.
Qual foi a data em que os 13 milhões entraram na empresa?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não me recordo.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – O ano?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não consigo me recordar de datas.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Não, o ano, o mês. Pode ser.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, não lembro. Não tenho como dizer isso para o senhor poque eu realmente não me recordo de datas.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Entendi. Mas a senhora não ...
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu, na verdade, sou péssima de datas, eu quase não sei nem a data do meu aniversário nem do meu marido.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Tá.
A senhora trabalhou entre dezembro de 2009 a agosto de 2012, a senhora, entre esse período, a senhora não tem uma ideia de qual ano foi esse depósito?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, mas isso o senhor pode ...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Lembra?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não, não lembro mais ou menos,
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – O senhor tem ...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não sei foi 2011, 2012.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – O senhor tem dados.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Mas tem a nota.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Tem nota.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Tá. Perfeito.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – A data da nota fiscal.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – O que eu lhe perguntar é o seguinte, após isso, após isso, a senhora tem lembrança de ter feito a entrega de algum envelope ao Sr. Juliano Nardes?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É exatamente isso que estou falando pra o senhor. Não tenho como lembrar de datas, mas isso, o senhor pode ter acesso nas ... né? ... nas planilhas que eram feitas.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Não, nas planilhas eu poderei ter do depósito, a entrega do envelope, isso aí, eu não vou ter em planilha, né?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – A retirada do valor tem data.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Tem.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Entendeu?
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Ah, entendi.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Tudo que é ... tudo era extremamente organizado conforme o José Ricardo pedia. Não tem ...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Mas, nas planilhas tem data das entregas, inclusive para o Sr. Juliano.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Tem data da retirada.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Da retirada.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Isso.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Da entrega dos valores para eles.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Sr. Presidente, eu não tenho mais perguntas.
Só queria, eu acho que depois desse depoimento, me parece, das informações prestadas por Dª Gegliane e pelo Hugo, me parece imperioso, aqui, nesta CPI, Sr. Presidente, Srª Relatora, apreciarmos um requerimento quebrando o sigilo bancário e fiscal do Sr. Juliano Nardes, e também o sigilo telefônico do Sr. Juliano Nardes.
Pelo menos, é necessário neste momento, termos essas informações, e acho que um de nós desta Comissão pode preparar, protocolizar esse requerimento, acho que essas informações que Dª Gigliane e o Sr. Hugo prestam são importantíssimas aqui para a CPI, me parece que é necessário aprofundarmos qual a relação que o Sr. Juliano tinha com o Sr. José Ricardo da Silva e com os outros, com o Sr. APS, enfim, com os outros sócios.
Além disso, queria comunicar a V. Exª que também estarei protocolizando um requerimento solicitando a quebra do sigilo bancário do Sr. José Ricardo, sigilo bancário e fiscal, a transferência do sigilo bancário e fiscal do Sr. José Ricardo e da empresa SGR.
Eu reputo, eu queria agradecer ao Hugo e agradecer à Gegliane, as informações que eles prestaram a esta CPI, na minha avaliação, foram prestigiosas, são de muito valor, abre luzes sobre outro caminho para investigação nossa, nós temos um personagem novo, ao que parece aqui, pelo menos, um personagem oficializado aqui, que é o Sr. Juliano Nardes, e que antes até de solicitarmos qualquer convocação a ele,me parece que é necessário, fundamental fazermos o requerimento de transferência dos sigilos bancários e fiscal e telefônico
sigilos bancário, fiscal e telefônico.
Obrigado, Presidente, satisfeito.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Senador Randolfe, vejo que é de bom alvitre, sim, diante dos fatos tão evidenciados aqui, envolvendo o nome do Sr. Juliano Nardes.
Peço a V. Exª que faça esse requerimento e ele tem que obedecer um prazo para o julgamento e nós, nessa próxima sessão da semana seguinte que vamos aqui designar, talvez seja para próxima quinta-feira, colocaremos então em votação.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Assim procederei, Presidente, e só comunicando também os requerimentos de transferência do sigilo bancário, fiscal e telefônico do Sr. Sérgio Ricardo, das duas empresas dele, SGR e a J.R Silva.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Se não me falha a memória, esse sigilo bancário, telemático, do José Ricardo já foi quebrado e já temos na nossa...
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Mas me parece que não temos das empresas, não é, Presidente?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Pedimos também das empresas, se não me falha a memória.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – A secretaria da CPI poderia confirmar se já foi aprovado o requerimento de transferência dos sigilos fiscal e bancário das empresas SGR e JR Silva?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não há problema, faça o requerimento e se, porventura, já tiver realizado esse procedimento, desconsideramos.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Perfeitamente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas é de bom alvitre.
O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP) – Obrigado, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Passo a palavra à Senadora Vanessa.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Acho que escapou ou não estou me recordando se tivemos alguma resposta em relação, chegava dinheiro em espécie no escritório também?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nunca?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Só do banco, quando emitia cheque ou sacava, mas, de outra maneira, não.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não.
E de que contas eram sacadas?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Era da conta da SGR, J.R Silva que eram feitas essas movimentações e uma vez ou outra do Idep.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Só das empresas ligadas? De fora, nunca receberam nada, nem envelope nem dinheiro, que você se recorde.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Nem envelope nem nada.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Obrigada, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Srª Gegliane, antes de fazer minhas considerações finais, quero voltar novamente, porque nos surpreende, como a Senadora Vanessa colocou logo no início, que o Sr. Hugo venha aqui sem a representação de uma advogado, sem uma habeas corpus, mas V. Exª veio acompanhada do Dr. Marcus, de um habeas corpus, e a senhora, como disse o Senador Randolfe hoje, contribuiu bastante com os nossos trabalhos e tenho muito a agradecer.
Volto a perguntar à senhora, quem está pagando esses honorários ao advogado?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora mesmo?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora tem recursos para tal?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Tenho, eu e meu marido.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – É?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora poderia falar quanto é que a senhora está pagando de honorários?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Estou pagando...
O SR. MARCUS VINÍCIUS BERNARDES GUSMÃO (Fora do microfone.) – Mais uma vez, Excelência?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Estou perguntando à Srª Gegliane, peço a V. Sª que permaneça em silêncio.
O SR. MARCUS VINÍCIUS BERNARDES GUSMÃO (Fora do microfone.) – Isso é violação de prerrogativa, Excelência.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Estou perguntando a V. Sª...
O SR. MARCUS VINÍCIUS BERNARDES GUSMÃO (Fora do microfone.) – A CPI da Petrobras deu o mesmo problema e aqui vai dar de novo?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora pode falar quanto está pagando?
O SR. MARCUS VINÍCIUS BERNARDES GUSMÃO (Fora do microfone.) – Não, isso não de nenhum interesse da CPI.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não estou perguntando ao senhor.
Por favor, vou repetir mais uma vez, permaneça em silêncio, obedeça a liminar. Peço ao senhor, o senhor não está aqui numa audiência de tribunal, falando com um magistrado, o senhor está numa Comissão.
O SR. MARCUS VINÍCIUS BERNARDES GUSMÃO (Fora do microfone.) – O Estatuto da Advocacia me garante a palavra, Excelência.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não atrapalha a sua cliente, por favor.
A senhora responde sim ou não.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Estou pagando o meu advogado.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas a quantia a senhora poderia dizer?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É um valor que eu consigo pagar.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora não quer dizer quanto não?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Se o meu advogado não quer falar quanto estou pagando para ele, posso garantir para o senhor que não é nada absurdo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – É a senhora? Não é o Zé Ricardo que está pagando, não é o APS?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não é ninguém que está pagando, sou eu. Sou eu e ele dividiu em várias parcelas.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – O.k.
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Como ele disse, ele pode mostrar o contrato para o senhor.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Srª Gegliane, Sr. Hugo,
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Srª Gegliane, Sr. Hugo...
Srª Gegliane, hoje, qual é o conceito que a senhora tem do José Ricardo e do Alexandre? Qual é o conceito que a senhora faz deles? A senhora disse, logo no início, que hoje tem raiva dele. O Hugo deixou muito claro, no seu depoimento a esta CPI, que tinha ódio e raiva do José Ricardo, porque o José Ricardo fazia dele não só um funcionário; ele o usava não só como funcionário, mas também como um escravo. E o Hugo deixou também muito claro para nós que se arrependeu amargamente de ter trabalhado, durante vários anos, nesse escritório. Eu inclusive perguntei ao Hugo se ele voltaria a trabalhar com o José Ricardo com um salário extraordinário, por exemplo, de R$50 mil. Ele disse: "Não. Foi o maior arrependimento da minha vida, e eu jamais retornaria a esse escritório." Inclusive o Hugo chegou a fazer empréstimo no nome dele para o escritório. Foi isso mesmo?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. Foi não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Você fez um empréstimo de R$19 mil?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Não. É meu. Esse é meu, pessoal.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Aquele foi seu?
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Está, está.
Qual é o conceito que a senhora tem, hoje, então, diante de tudo por que a senhora está passando – esses constrangimentos, estar longe do seu marido? Como a senhora vê, então, o José Ricardo, o Sr. Alexandre Paz e os demais, Edson Cortez, as pessoas que estavam lá no escritório? A senhora os vê como pessoas honestas, pessoas de boa conduta, ou a senhora tem um conceito de que aquele escritório era um ninho de corrupção dentro do Carf? De compras e de julgados dentro do Carf? Qual é o conceito que a senhora tem? A senhora poderia falar para nós?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Posso. Eu posso falar para o senhor o seguinte: o meu conceito, hoje, é de estar vivendo uma grande injustiça na minha vida. Por quê? Porque eu não fiz nada, eu não tinha conhecimento de nada. O meu erro foi ter nascido – não digo pobre –, mas precisei trabalhar, fui atrás de um emprego e não tinha bola de cristal nem era adivinha para saber o que acontecia.
Então, quando você tem um emprego, você trabalha, você recebe e disso você sobrevive. Era isso que acontecia na minha vida, inclusive fazia vários outros trabalhos extras, como o Hugo pode confirmar. Eu vendia Natura, vendia Boticário...
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – É verdade.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – ... fazia trabalhos manuais, dava aula à noite.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Mas qual é o conceito da senhora?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu vou chegar.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Eu não tenho dúvida de que a senhora realmente foi usada. Não tenho dúvida.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Para mim, que sou uma pessoa honesta, que fui uma pessoa que sempre botei Deus acima de tudo – sou uma pessoa muito religiosa –, jamais, se soubesse que isso aconteceria lá dentro, eu estaria num lugar desses, porque esse não é o meu lugar, essa não é a minha índole. Eu jamais estaria num lugar, se eu soubesse que era corrupto.
O que eu sinto hoje é dor, dor por estar sofrendo uma injustiça, porque o que eu estou vivendo é injusto, injusto. Eu fui tirada de casa. Meu marido está doente. Eu sofri um câncer. Eu já passei muitas coisas na minha vida, mas eu digo para o senhor que viver um câncer é pequeno diante disso que eu estou vivendo, desse absurdo todo. Por quê? Porque é exatamente isto que eu estou falando para o senhor: quem vê cara não vê coração.
Eu cheguei a cogitar a hipótese de querer fazer Direito, porque eu admirava os meus chefes. Inclusive o Hugo começou a fazer Direito.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Foi.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – O José Ricardo começou a pagar o curso de Direito para ele, mas ele não deu continuidade, porque ele tinha preguiça de estudar. Então, ele não queria estudar. Ele dizia assim: "Eu vou para a aula dormir? Ah, não. Eu já estou velho, cansado. Eu não quero." Eu falava: "Hugo, aproveita a oportunidade. Vai estudar." Falava isso com ele. Eu falei: "Poxa, aproveita que o José Ricardo está lhe proporcionando isso e vai." Ele: "Não, eu estou cansado."
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Mas não era o José Ricardo. Era o Dr. Ivani. Era o Dr. Ivani que arcava, porque ele não queria pagar na hora para mim.
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Então, assim... Hoje, é de indignação, de dor, de olhar para essas pessoas e ver... É desumano colocar você numa situação tão injusta como essa.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – O José Ricardo não gostava de mim, não. Ele não gostava. Nunca gostou de mim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Está.
O conceito que a senhora tem, então, do José Ricardo e do Alexandre é um conceito de pessoas honestas, sérias?
A SRª GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, senhor. Como eu vou dizer que essas pessoas são honestas e sérias, quando me colocam numa situação de injustiça desse tamanho?
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Perfeito.
uma situação de injustiça desse tamanho.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Perfeito. Eu entendo senhora então. Entendo perfeitamente esta raiva que a senhora tem. E se fosse eu, não seria diferente. Foi o que exatamente o sentimento que o Sr. Hugo nos colocou aqui. Eu percebo que o Ministério Público e Polícia Federal, nessa Operação Zelotes... Eu espero que tão logo a senhora contribua mais ainda com eles, tão logo eles liberam a senhora, para a senhora tocar a sua vida, não é?
Eu vejo, Srª Gegliane e Hugo, que nada é por acaso. O que a senhora está passando é porque a senhora fez parte daquilo lá. Por força de circunstância ou não, a senhora fez parte daquilo. A senhora é uma pessoa muito esclarecida. O Hugo também é uma pessoa muito esclarecida. Talvez, por força de circunstância, vocês toparam aquilo. Mas eu imagino que vocês percebiam, como o Hugo disse – está aqui nas notas taquigráficas –, que achava aquilo muito estranho, não é, Hugo? A senhora achava aquilo muito estranho ou a senhora achava aquilo muito normal?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Na verdade, Senador, eu achava... eu até chegava a comentar assim: nossa, mas vai muito dinheiro para o Edson, muito dinheiro para o Gruginski. Inclusive o Hugo, que tinha conhecimento e já trabalhava há muito tempo com o Zé Ricardo, falou assim: "Além dos contratos que eles tê juntos, o Zé Ricardo ainda tinha empréstimo com o Edson, que ainda pagava empréstimos. Então...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora trabalhou em outra empresa antes, não é?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Sim.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora viu esses mesmos procedimentos nessa empresa, de dinheiro vivo assim?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Não.
Então, causava à senhora também estranheza aquela movimentação daquela forma, não é?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É aquele fato, não é? É como eu falei para o senhor: eu não tinha como julgar as atitudes. Cada pessoa trabalha de um jeito. Então, se ele trabalhava daquela maneira... Você, poxa! Uma vez, eu até cheguei a falar para ele: por que não faz transferência? Por que tirar... E aí ele me deu um... Não é? Então, não cabia a mim questionar por que que ele queria daquela maneira. A empresa era dele, o dinheiro era dele, e você obedece ordens, você não questiona.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Só para encerrar e fazer o agradecimento, só para tirar mais uma dúvida. O escritório do Dr. Saliba funcionava dentro do escritório do escritório do Zé Ricardo? Eu pergunto à senhora e ao senhor.
O SR. HUGO RODRIGUES BORGES – Fica dentro... O escritório era grande. Então, tinha vários cômodos na casa. Ele ficava numa parte mais para o fundo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Ah, está. O escritório do Dr. Saliba funcionava dentro. A senhora confirma?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eles alugaram um um espaço, eles pagavam um aluguel por esse espaço, mensalmente, e eles tinham... era meio que independente, não tinha nada misturado.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora fez o contrato de aluguel? Foi a senhora que o fez?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não senhor. Quem fez foram eles.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora sabe qual era o valor desse aluguel?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não me recordo assim, mas...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Como é que a senhora sabe que era um aluguel? Como é que a senhora pode afirmar?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Porque eles mesmos falavam que o aluguel....
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Eles quem?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – O Zé Ricardo. O Saliba... Quando ele foi para lá, o Saliba vai alugar uma parte aqui...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora recebeu algum dinheiro de aluguel desse escritório?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Eu não lembro. Acho que ele depositava na conta.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Na conta do Zé Ricardo?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Do escritório.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Do escritório?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – É.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – A senhora não tem esse controle?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Não, nem recordo. Falando assim, eu não me recordo.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – É fácil a gente ter acesso a esse contrato de aluguel?
O SR. GEGLIANE MARIA BESSA PINTO – Acho que é só o senhor solicitar que eles devem...
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Vamos solicitar esse contrato, por favor.
Senador Pimentel, tão ocupado aqui, nesta Casa, Líder do Governo, está em tudo quanto é canto. É igual à televisão de rodoviária: não desliga para nada. É sempre um prazer enorme ter o senhor aqui com a gente, Senador Pimentel. Eu repito sempre esse prazer de ter V. Exª aqui com a gente aqui.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – Nosso Presidente, eu quero começar registrando que, quando chega próximo ao final do ano, uma série de proposições que estavam num rito relativamente calmo se acelera. Nós fizemos ontem aquele debate sobre a ampliação das competências das Assembleias Legislativas, e como queremos, na quinta-feira, estar com esse processo concluso,
quinta-feira estar com esse processo concluso. Fui convidado para ajudar naquele debate em que V. Exª, Senadora Vanessa, esteve muito presente. Nós queremos chegar à quinta-feira já com o texto ajustado, juntamente com o relator, para que a gente possa votar na próxima quarta-feira aquela importante matéria das nossas Assembleias Legislativas. Por isso, terminei me ausentando. Mas como eu tenho tranquilidade aqui na condução por parte da nossa Senadora Vanessa e por V. Exª, Senador Ataídes, eu fico mais tranquilo. Por isso, me perdoe a ausência temporária.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Até peço, Senador, se me permite – essa nossa PEC que muda o formato do Carf, que está na Agenda Brasil – para V. Exª intervir para nós e ver se, a partir do ano que vem, a gente tenha um novo Carf, que a gente feche aquelas portas, ou melhor, aquelas porteiras da corrupção, porque se essa paridade continuar existindo... O Hugo disse na última vez em que ele esteve aqui conosco que esses processos desses conselheiros eram levados para os escritórios. Lá nos escritórios é que eles davam os pareceres e depois o Hugo – no caso do José Ricardo – é que levava esses processos e os colocava na mesa do conselheiro julgador. Ou seja, não tem como essa coisa funcionar licitamente. É impossível. Então, vamos acelerar. Eu peço a V. Exª para intervir – V. Exª tem uma força enorme aqui, e não poderia ser diferente – para a gente, a partir do ano que vem, ter um novo Carf. Também há outras proposições da nossa Senadora Vanessa Grazziotin.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – Sr. Presidente, com relação à proposta de emenda à Constituição de autoria de V. Exª, que todos nós desta CPI subscrevemos, ou seja, demos apoiamento, eu entendo que nós precisamos, rapidamente, trazê-la para a Comissão de Constituição e Justiça, porque é obrigatório passar por ali e, em seguida, levar a Plenário. Vou conversar com o nosso Presidente Renan Calheiros para que nós possamos, na próxima semana, fazer essa distribuição e, a partir daí, dar essa celeridade.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Já está com a relatoria do Senador Delcídio.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – Então é só pedir a ele o parecer.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Por favor.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Apoio Governo/PT - CE) – Faremos isso. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Oposição/PSDB - TO) – Pois bem, eu agradeço a presença do Hugo, mais uma vez. Hugo, você está sempre muito disposto. Agradeço muito a sua presença. Agradeço as informações. Agradeço também a Srª Gegliane Bessa. Espero, Srª Gegliane, que o mais rápido possível a senhora possa retornar à sua vida normal.
Eu repito, Senador José Pimentel: tanto o Hugo quanto a Srª Gegliane foram usados, foram abusados por esses elementos. A Srª Gegliane disse que hoje o sentimento é de raiva. O Sr. Hugo disse que não é só raiva, como também ódio. Então, percebe-se que eles foram realmente usados. Quero agradecer também a presença do Dr. Marcos. Peço-lhe desculpas por algum contratempo. Eu dispenso V. Sªs, mais uma vez agradecendo.
Não havendo mais nada a tratar, dou por encerrada esta aludida reunião.
Acaba de chegar aqui o nosso querido Deputado Florence.
Muito obrigado a todos.
(Iniciada às 9 horas e 33 minutos, a reunião é encerrada às 11 horas e 48 minutos.)
Especial: É tudo um assunto só!
Criei uma comunidade no Google Plus: É tudo um assunto só
http://plus.google.com/u/0/communities/113366052708941119914
Outro dia discutindo sobre as manifestações do dia 15, sobre crise do governo e a corrupção da Petrobrás eu perguntei a ele se tinha acompanhado a CPI da Dívida Pública. Então ele me respondeu: Eu lá estou falando de CPI?! Não me lembro de ter falado de CPI nenhuma! Estou falando da roubalheira... A minha intenção era dizer que apesar de ter durado mais de 9 meses e de ter uma importância impar nas finanças do país, a nossa grande mídia pouco citou que houve a CPI e a maioria da população ficou sem saber dela e do assunto... Portanto não quis fugir do assunto... é o mesmo assunto: é a política, é a mídia, é a corrupção, são as eleições, é a Petrobras, a auditoria da dívida pública, democracia, a falta de educação, falta de politização, compra de votos, proprina, reforma política, redemocratização da mídia, a Vale, o caso Equador, os Bancos, o mercado de notícias, o mensalão, o petrolão, o HSBC, a carga de impostos, a sonegação de impostos,a reforma tributária, a reforma agrária, os Assassinos Econômicos, os Blog sujos, o PIG, as Privatizações, a privataria, a Lava-Jato, a Satiagraha, o basômetro, o impostômetro, É tudo um assunto só!...
A dívida pública brasileira - Quem quer conversar sobre isso?
Escândalo da Petrobrás! Só tem ladrão! O valor de suas ações caíram 60%!! Onde está a verdade?
O tempo passa... O tempo voa... E a memória do brasileiro continua uma m#rd*
As empresas da Lava-jato = Os Verdadeiros proprietários do Brasil = Os Verdadeiros proprietários da mídia.
Sobre o mensalão: Eu tenho uma dúvida!
Trechos do Livro "Confissões de um Assassino Econômico" de John Perkins
Meias verdades (Democratização da mídia)Spotniks, o caso Equador e a história de Rafael Correa.
O caso grego: O fogo grego moderno que pode nos dar esperanças contra a ilegítima, odiosa, ilegal, inconstitucional e insustentável classe financeira.
O Mercado de notícias - Filme/Projeto do gaúcho Jorge Furtado
Questões de opinião:
Eduardo Cunha - Como o Brasil chegou a esse ponto?
As histórias do ex-marido da Patrícia Pillar
Luiz Flávio Gomes e sua "Cleptocracia"
Comentários políticos com Bob Fernandes.
Ricardo Boechat - Talvez seja ele o 14 que eu estou procurando...
InterVozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social
Ajuste Fiscal - Trabalhadores são chamados a pagar a conta mais uma vez
Como o PT blindou o PSDB e se tornou alvo da PF e do MPF - É tudo um assunto só!
Sobre a Ditadura Militar e o Golpe de 64:
Dossiê Jango - Faz você lembrar de alguma coisa?
Comissão Nacional da Verdade - A história sendo escrita (pela primeira vez) por completo.
Luiz Carlos Prestes: Coluna, Olga, PCB, prisão, ALN, ilegalidade, guerra fria... Introdução ao Golpe de 64.
A WikiLeaks (no Brasil: A Publica) - Os EUA acompanhando a Ditadura Brasileira.
Sobre o caso HSBC (SwissLeaks):
Acompanhando o Caso HSBC I - Saiu a listagem mais esperadas: Os Políticos que estão nos arquivos.
Acompanhando o Caso HSBC II - Com a palavra os primeiros jornalistas que puseram as mãos na listagem.
Acompanhando o Caso HSBC III - Explicações da COAF, Receita federal e Banco Central.
Acompanhando o Caso HSBC V - Defina: O que é um paraíso fiscal? Eles estão ligados a que países?
Acompanhando o Caso HSBC VI - Pausa para avisar aos bandidos: "Estamos atrás de vocês!"...
Acompanhando o Caso HSBC VII - Crime de evasão de divisa será a saída para a Punição e a repatriação dos recursos
Acompanhando o Caso HSBC VIII - Explicações do presidente do banco HSBC no Brasil
Acompanhando o Caso HSBC IX - A CPI sangra de morte e está agonizando...
Acompanhando o Caso HSBC X - Hervé Falciani desnuda "Modus-Operandis" da Lavagem de dinheiro da corrupção.
Sobre o caso Operação Zelotes (CARF):
Acompanhando a Operação Zelotes!
Acompanhando a Operação Zelotes II - Globo (RBS) e Dantas empacam as investigações! Entrevista com o procurador Frederico Paiva.
Acompanhando a Operação Zelotes IV (CPI do CARF) - Apresentação da Polícia Federal, Explicação do Presidente do CARF e a denuncia do Ministério Público.
Acompanhando a Operação Zelotes V (CPI do CARF) - Vamos inverter a lógica das investigações?
Acompanhando a Operação Zelotes VI (CPI do CARF) - Silêncio, erro da polícia e acusado inocente depõe na 5ª reunião da CPI do CARF.
Acompanhando a Operação Zelotes VII (CPI do CARF) - Vamos começar a comparar as reportagens das revistas com as investigações...
Acompanhando a Operação Zelotes VIII (CPI do CARF) - Tem futebol no CARF também!...
Acompanhando a Operação Zelotes IX (CPI do CARF): R$1,4 Trilhões + R$0,6 Trilhões = R$2,0Trilhões. Sabe do que eu estou falando?
Acompanhando a Operação Zelotes X (CPI do CARF): No meio do silêncio, dois tucanos batem bico...
Acompanhando a Operação Zelotes XII (CPI do CARF): Nem tudo é igual quando se pensa em como tudo deveria ser...
Acompanhando a Operação Zelotes XIII (CPI do CARF): APS fica calado. Meigan Sack fala um pouquinho. O Estadão está um passo a frente da comissão?
Acompanhando a Operação Zelotes XIV (CPI do CARF): Para de tumultuar, Estadão!
Sobre CBF/Globo/Corrupção no futebol/Acompanhando a CPI do Futebol:
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