Sentado à mesa do jantar, não coloque os cotovelos sobre a mesa. E não troque o garfo do peixe pelo da carne. Se seguir as regras de etiqueta, que existem há séculos, já é um desafio, imagine então adaptar-se às recentes normas de boa conduta da utilização dos dispositivos móveis e das redes sociais! Caso tenha atendido o celular no banheiro ou curtido um “pancadão” no ônibus, sem o fone de ouvido, você já infringiu duas da lista. Aliás, em Belo Horizonte, os Djs amadores que surgem nos transportes coletivos são os que mais irritam os usuários. Segundo pesquisa da Intel, quase 100% da população brasileira acredita que as pessoas precisam ter mais educação ao utilizar seus dispositivos em público, embora eles mesmos tenham hábitos questionáveis. “Os resultados da pesquisa da Intel demonstram, claramente, que a preocupação, de agora em diante, não será mais se compartilharemos on-line, mas como compartilharemos. Os dispositivos móveis nos permitem transmitir informações em tempo real, e a etiqueta nos ajuda a decidir como fazê-lo de maneira positiva”, afirma a autora e especialista em etiqueta Anna Post, do The Emily Post Institute. O Informátic@ conversou com alguns belo-horizontinos que contaram as atitudes alheias que mais os aborrecem nas redes sociais, como a postagem de assuntos irrelevantes. Confira ainda as dicas para ser um gentleman na web, com os autores do livro Etiqueta 3.0.
Boas maneiras na rede Pesquisa com internautas de vários países, inclusive o Brasil, aponta generalização da má educação digital. Livro ensina a ter etiqueta também no ambiente on-line
Sabe aquela
história do sujo falando do mal lavado? Pois é, 95% dos adultos
brasileiros gostariam que as pessoas tivessem mais educação ao acessar
seus dispositivos móveis em público, embora eles mesmos tenham hábitos
considerados inadequados. Esse é um dos dados curiosos apontados na
pesquisa sobre etiqueta móvel e compartilhamento digital, feita pela
Ipsos Observer, a pedido da Intel. O estudo foi realizado no Brasil,
entre junho e agosto deste ano, com uma amostra nacionalmente
representativa de adultos e adolescentes (entre 13 e 17 anos), com base
na população on-line. França, Japão e Estados Unidos também foram
pesquisados. Nos três países, o desejo por uma maior etiqueta móvel
atinge mais de 90% da população. A “epidemia” de má educação digital
desperta também a ira dos indonésios (98%), chineses (97%) e
australianos (94%).
Cada país elegeu a pior gafe cibernética. Nos Estados Unidos, por exemplo, escrever mensagens no celular enquanto se está dirigindo ganhou o primeiro lugar entre os motivos de desagrado. Para os franceses, falar alto em público é o hábito considerado mais rude. Já no Japão e no Brasil, é melhor você evitar escutar música muito alto em público. Os brasileiros também apontaram entre os piores fatores de incômodo, o excesso de compartilhamento na web. Isso num país em que, segundo revelou a pesquisa, cerca de metade dos adultos e adolescentes compartilham informações on-line diariamente. As fotos são as campeãs de publicações de 78% dos adolescentes.
VOCÊ É O QUE COMPARTILHA Nem só de erros gramaticais e da busca insana por amigos virtuais são feitas as gafes virtuais. Algumas envolvem punição mais séria por postagens impulsivas que vão desde o envolvimento do nome da empresa em um perfil pessoal até a publicação de fotos de outros sem permissão. Quem atesta é Líigia Marques, antropóloga e consultora em etiqueta, marketing pessoal e mídias sociais. Ela lançou no fim do ano passado, com Hegel Aguiar, o livro Etiqueta 3.0 – Você "on-line" & "off-line", que reúne dicas para usar as mídias sociais de forma consciente. Ligia entende que gafes virtuais são caracterizadas por situações em que a imagem de quem posta fica seriamente prejudicada.
O livro trata das bases da construção de um perfil em uma rede social. A autora procurou estabelecer um paralelo entre a etiqueta no mundo real e virtual. A antropóloga mostra que o perfil não é brincadeira, mas sim de uma ferramenta que pode colaborar positivamente ou muito negativamente para a vida das pessoas na realidade. “Mostramos desde a importância de definir o objetivo central ao decidir participar dessa ou daquela rede social, como fazer a construção de uma página e perfil que consigam criar um engajamento fiel e crescente das outras pessoas”, descreve.
Por ser um heavy user (pessoas que usam com muita frequência) das redes sociais, o brasileiro tende a cometer ainda mais gafes que pessoas de outras nações, mas os problemas acontecem em todo o mundo. A autora explica que não há uma receita para evitar erros na rede, mas algumas dicas são úteis para que você não se precipite e poste algo inadequado que possa prejudicar alguém. “Nosso lema é: ‘Você é aquilo que compartilha’. Ou seja: que imagem você está passando ao mundo por meio do que posta? É isso mesmo que gostaria de passar?”, ressalta.
NADA DE EXAGERO Sobre a exposição da vida pessoal na rede, a consultora explica que não há uma regra definida. Vale o bom senso para avaliar se não está sendo inconveniente. “Conteúdos do tipo ‘Adoro esmalte escuro’ (um dos exemplos verdadeiros do livro) mostram que a pessoa não tem nada melhor a dizer e deveria, portanto, evitar de postar naquele momento até ter algo relevante.”
E ser ativista de sofá, pode? “Ficar só na rede social e não fazer nada no mundo real pela causa é, no mínimo, estranho! Mas não vejo motivo para os ativistas serem crucificados. Quem não estiver interessado na causa defendida deve apenas parar de segui-los ou tirá-los do círculo de amigos”, afirma.
CHEFE É CHEFE Ser amigo do chefe na rede também é um grande dilema. Na opinião de Ligia Marques, a pessoa deve escolher suas amizades de acordo com o seu interesse e até mesmo conveniência momentânea. “Se o chefe pedir para ser adicionado não deveria haver motivos para não aceitar essa amizade, se o funcionário souber se portar na rede social. De qualquer forma, há como limitar um pouco o acesso às postagens por meio das configurações de privacidade”, esclarece.
Para a escritora, infelizmente a maioria dos perfis em redes sociais representam só o que o indivíduo gostaria de ser e não o que é . “Pregamos a transparência nas redes sociais, mesmo porque as mentiras logo serão descobertas. Mas este ainda é um longo caminho a ser trilhado”, afirma.
Etiqueta 3.0 – Você "on-line" & "off-line"
Reúne dicas para usar as mídias sociais de forma consciente. É composto por colagens de posts de várias redes sociais como forma de exemplificar os fatos comentados. Isso faz a leitura bastante leve e indicada para uma público de todas as idades, inclusive adolescentes.
etiqueta3ponto0.com.br
Editora Evora
. 184 páginas
. Valor: R$ 32,90
OS SEM NOÇÃO
Conversa no trono
Lugares e situações inapropriados em que os brasileiros compartilham informações incluem o banheiro (16%), cinemas (14%) e durante um encontro romântico (13%).
“Comi alface no almoço”
O excesso de compartilhamento foi um dos maus hábitos identificados – com pelo menos seis entre dez adultos e adolescentes dizendo acreditar que algumas pessoas divulgam informações além do necessário nas redes sociais. Entretanto, 40% dos entrevistados admitiu compartilhar informações pessoais diversas vezes ao longo do dia.
Com a boca no trombone
Usar dispositivos com o volume muito alto foi considerado altamente irritante por 62% dos entrevistados; 59% acharam o fim da picada falar ao telefone aos berros. Outros hábitos desagradáveis são os de falar ou digitar ao dirigir (53% e 49%, respectivamente) e assistir a conteúdo impróprio, como pornografia, em ambientes públicos (49%).
Morreu tão moço...
Usar dispositivos móveis para compartilhar informações é mais comum durante as férias (54%), eventos esportivos (24%), nas refeições (22%) e hospitais (20%), mas também, pasmem, acontece nos funerais (3%).
Barulho ambiente
O brasileiro é o campeão mundial de usuários que não se importam de escutar música em público sem fone de ouvido e com o volume nas alturas. Dos adultos com mais de 55 anos entrevistados, 77% consideram a prática extremamente incômoda.
Mentirosos à solta
Dos adultos entrevistados, 33% admitiram ter uma personalidade on-line diferente da vida real; 23% confessaram ter compartilhado informações pessoais falsas pela rede. Os homens são um pouco mais mentirosos do que as mulheres: 26% contra 21%.
ANTES DE PUBLICAR, PENSE:
O que estou postando pode prejudicar alguém?
Gostaria que postassem isso a meu respeito?
Qualquer pessoa poderia entrar na minha página agora sem que isso me causasse algum problema?
Estou nervoso, irritado na hora de postar?
Fonte: Ligia Marques
Cada país elegeu a pior gafe cibernética. Nos Estados Unidos, por exemplo, escrever mensagens no celular enquanto se está dirigindo ganhou o primeiro lugar entre os motivos de desagrado. Para os franceses, falar alto em público é o hábito considerado mais rude. Já no Japão e no Brasil, é melhor você evitar escutar música muito alto em público. Os brasileiros também apontaram entre os piores fatores de incômodo, o excesso de compartilhamento na web. Isso num país em que, segundo revelou a pesquisa, cerca de metade dos adultos e adolescentes compartilham informações on-line diariamente. As fotos são as campeãs de publicações de 78% dos adolescentes.
VOCÊ É O QUE COMPARTILHA Nem só de erros gramaticais e da busca insana por amigos virtuais são feitas as gafes virtuais. Algumas envolvem punição mais séria por postagens impulsivas que vão desde o envolvimento do nome da empresa em um perfil pessoal até a publicação de fotos de outros sem permissão. Quem atesta é Líigia Marques, antropóloga e consultora em etiqueta, marketing pessoal e mídias sociais. Ela lançou no fim do ano passado, com Hegel Aguiar, o livro Etiqueta 3.0 – Você "on-line" & "off-line", que reúne dicas para usar as mídias sociais de forma consciente. Ligia entende que gafes virtuais são caracterizadas por situações em que a imagem de quem posta fica seriamente prejudicada.
O livro trata das bases da construção de um perfil em uma rede social. A autora procurou estabelecer um paralelo entre a etiqueta no mundo real e virtual. A antropóloga mostra que o perfil não é brincadeira, mas sim de uma ferramenta que pode colaborar positivamente ou muito negativamente para a vida das pessoas na realidade. “Mostramos desde a importância de definir o objetivo central ao decidir participar dessa ou daquela rede social, como fazer a construção de uma página e perfil que consigam criar um engajamento fiel e crescente das outras pessoas”, descreve.
Por ser um heavy user (pessoas que usam com muita frequência) das redes sociais, o brasileiro tende a cometer ainda mais gafes que pessoas de outras nações, mas os problemas acontecem em todo o mundo. A autora explica que não há uma receita para evitar erros na rede, mas algumas dicas são úteis para que você não se precipite e poste algo inadequado que possa prejudicar alguém. “Nosso lema é: ‘Você é aquilo que compartilha’. Ou seja: que imagem você está passando ao mundo por meio do que posta? É isso mesmo que gostaria de passar?”, ressalta.
NADA DE EXAGERO Sobre a exposição da vida pessoal na rede, a consultora explica que não há uma regra definida. Vale o bom senso para avaliar se não está sendo inconveniente. “Conteúdos do tipo ‘Adoro esmalte escuro’ (um dos exemplos verdadeiros do livro) mostram que a pessoa não tem nada melhor a dizer e deveria, portanto, evitar de postar naquele momento até ter algo relevante.”
E ser ativista de sofá, pode? “Ficar só na rede social e não fazer nada no mundo real pela causa é, no mínimo, estranho! Mas não vejo motivo para os ativistas serem crucificados. Quem não estiver interessado na causa defendida deve apenas parar de segui-los ou tirá-los do círculo de amigos”, afirma.
CHEFE É CHEFE Ser amigo do chefe na rede também é um grande dilema. Na opinião de Ligia Marques, a pessoa deve escolher suas amizades de acordo com o seu interesse e até mesmo conveniência momentânea. “Se o chefe pedir para ser adicionado não deveria haver motivos para não aceitar essa amizade, se o funcionário souber se portar na rede social. De qualquer forma, há como limitar um pouco o acesso às postagens por meio das configurações de privacidade”, esclarece.
Para a escritora, infelizmente a maioria dos perfis em redes sociais representam só o que o indivíduo gostaria de ser e não o que é . “Pregamos a transparência nas redes sociais, mesmo porque as mentiras logo serão descobertas. Mas este ainda é um longo caminho a ser trilhado”, afirma.
Etiqueta 3.0 – Você "on-line" & "off-line"
Reúne dicas para usar as mídias sociais de forma consciente. É composto por colagens de posts de várias redes sociais como forma de exemplificar os fatos comentados. Isso faz a leitura bastante leve e indicada para uma público de todas as idades, inclusive adolescentes.
etiqueta3ponto0.com.br
Editora Evora
. 184 páginas
. Valor: R$ 32,90
OS SEM NOÇÃO
Conversa no trono
Lugares e situações inapropriados em que os brasileiros compartilham informações incluem o banheiro (16%), cinemas (14%) e durante um encontro romântico (13%).
“Comi alface no almoço”
O excesso de compartilhamento foi um dos maus hábitos identificados – com pelo menos seis entre dez adultos e adolescentes dizendo acreditar que algumas pessoas divulgam informações além do necessário nas redes sociais. Entretanto, 40% dos entrevistados admitiu compartilhar informações pessoais diversas vezes ao longo do dia.
Com a boca no trombone
Usar dispositivos com o volume muito alto foi considerado altamente irritante por 62% dos entrevistados; 59% acharam o fim da picada falar ao telefone aos berros. Outros hábitos desagradáveis são os de falar ou digitar ao dirigir (53% e 49%, respectivamente) e assistir a conteúdo impróprio, como pornografia, em ambientes públicos (49%).
Morreu tão moço...
Usar dispositivos móveis para compartilhar informações é mais comum durante as férias (54%), eventos esportivos (24%), nas refeições (22%) e hospitais (20%), mas também, pasmem, acontece nos funerais (3%).
Barulho ambiente
O brasileiro é o campeão mundial de usuários que não se importam de escutar música em público sem fone de ouvido e com o volume nas alturas. Dos adultos com mais de 55 anos entrevistados, 77% consideram a prática extremamente incômoda.
Mentirosos à solta
Dos adultos entrevistados, 33% admitiram ter uma personalidade on-line diferente da vida real; 23% confessaram ter compartilhado informações pessoais falsas pela rede. Os homens são um pouco mais mentirosos do que as mulheres: 26% contra 21%.
ANTES DE PUBLICAR, PENSE:
O que estou postando pode prejudicar alguém?
Gostaria que postassem isso a meu respeito?
Qualquer pessoa poderia entrar na minha página agora sem que isso me causasse algum problema?
Estou nervoso, irritado na hora de postar?
Fonte: Ligia Marques
Gafes cibernéticas
Ouvir música alta de celulares alheios é o que mais irrita mineiros. Postagens irrelevantes no Facebook, além das famosas correntes, também tiram usuários do sério
Diego Aguilar e Victor Guimarães: fanáticos assumidos |
Como legítimos heavy users (quem usa com frequência) de redes sociais, os jovens confessam que volta e meia ficam alheios ao ambiente à sua volta para prestar atenção no Facebook, Instagram ou Twitter. “Quando estou em um programa chato com alguns amigos, fico procurando outro pela rede”, diz Diego. Já Victor não precisa da desculpa do tédio em uma reunião para se ater ao seu iPhone. Independentemente de onde esteja, ele troca mensagens no Whatsapp e atualiza o Facebook todo o tempo. A tal ponto que incomoda o amigo, que se sente esquecido diversas vezes. “Não tenho um aparelho tão top e tenho mais dificuldade para me conectar à internet. Enquanto isso, ele fica navegando sem parar”, brinca Diego.
Apesar de compartilharem informações pessoais excessivamente no Face, ambos não têm piedade dos colegas quando o assunto é etiqueta móvel. “Não aguento aquelas correntes, do tipo ‘Se você acredita em Deus, compartilhe’, lembra Diego. “E aquele povo que coloca a foto de uma árvore com a mensagem ‘Sinto falta do seu sorriso’? O que tem uma árvore a ver com a mensagem?”, complementa Victor. O uso excessivo do caps lock, segundo Diego, também o irrita, além de muita abreviação durante um bate-papo.
Em relação ao uso do celular, Victor lembra dos DJs do metrô e o amigo se recorda daqueles que falam alto demais e compartilham o assunto com todos os passageiros do ônibus. “No 8001 (Santa Inês/BH Shopping), quando não é funk, é pagode ou música gospel”, conta Diego. Surpresa é descobrir que os dois atendem o telefone em um lugar, no mínimo, inusitado. “Imagine: eu estou conversando com alguém há 40 minutos e peço para esperar porque vou ao banheiro. Não dá! Você vai e a pessoa do outro lado da linha nem percebe", assume Diego.
CONTRA A ALIENAÇÃO Ao contrário dos jovens estudantes, o casal de namorados João Roberto Borba, de 27 anos, e Maíra Rodrigues Neves, de 24, abomina os conhecidos que ficam indiferentes à presença do outro, concentrados em seus celulares. Apesar de terem smartphones, eles garantem que não dão mais atenção ao mundo virtual do que o real, quando estão juntos. “Geralmente a gente olha a mesma coisa”, explica Maíra, flagrada na rodoviária de Belo Horizonte ao lado de João, conferindo no iPhone o gabarito de uma prova que eles fizeram. Contudo, a moça conta que o celular sempre fica à mão e que toda hora recebe ligações dos familiares que moram longe.
Donos de perfis em redes sociais, João Roberto e Maíra se irritam com postagens do tipo “Sábado, sol, praia, cachorro, família”. “Tudo que acontece na vida, a pessoa coloca. Se fez prova, conta que foi bem. Se comprou um esmalte, fala que é escuro”, comenta João. Ele também tem verdadeiro pavor das correntes que migraram do e-mail para o Orkut e, agora, chegaram ao Facebook. Já a namorada não curte a defesa de candidatos na rede e opiniões muito pessoais sobre temas polêmicos. Normalmente, ela ignora os posts. “Tem gente no Face que eu nem sei quem é”, esclarece, quando questionada sobre sua reação ao encontrar com os autores dos posts na vida real.
CADÊ SEU FONE? “Posso mandar uma mensagem rapidinho?”, respondeu Kaline Santos Machado, de 31, ao ser abordada para a entrevista. Formada em segurança do trabalho, ela estava passando o último feriado em Minas e retornava para Santos (SP). O que mais a irrita, contou, é ter de ouvir músicas de celulares de pessoas que não usam fones de ouvidos. “Todo dia, às 5h40 da manhã, tem um homem que coloca um pancadão para todo o ônibus ouvir”, reclama. Outro exemplo de falta de educação, para Kaline, é atender uma chamada, durante uma reunião. Conversar assuntos pessoais em voz alta, então, é o fim, lembrou.
Com um magnetismo especial para atrair pessoas sem noção o técnico em informática Rollian Santos, de 28, passa vários momentos de raiva durante o dia. Como Kaline, ele também reclama do som alto alheio. “Imagina se cada um colocar o que gosta no auto-falante do celular, dentro do ônibus? O pior é que todo mundo encara o sem-educação e ele não se toca”, protesta. Ele conta que só em casa fala despreocupadamente no celular. “Quando estou em ambientes públicos, prefiro falar sussurrando ou peço para ligar depois”, explica.
Rollian reclama também da indiferença de alguns amigos que costumam não dar atenção à conversa e se distraem, em meio a risadas solitárias, por coisas vistas no celular. Indiretas o cansam. “É aquela história: mil cairão ao seu lado e você permanecerá de pé. Acerta todo mundo, menos o alvo correto do post”, brinca. Mas para ele, o pior mesmo são as postagens em letras maiúsculas. “É como se a pessoa estivesse gritando comigo”, afirma.
ANTI-DJ DE ÔNIBUS
Neste ano, o vereador Léo Burguês de Castro (PSDB) resgatou o Projeto de Lei (PL) 908, que tramitava na Câmara Municipal de Belo Horizonte desde 2009. O projeto proíbe o funcionamento de aparelhos sonoros ou musicais no interior de veículos de transporte coletivo, salvo com fone de ouvido. O passageiro que não obedecer a regra terá que descer do ônibus ou metrô. Caso ele resista, a polícia poderá ser acionada. Aprovada em primeiro e segundo turno, a proposta está em fase de apreciação no plenário e ainda precisa passar pela sanção do prefeito Marcio Lacerda.
Saiba mais sobre esse assunto em outro post do blog sobre Netqueta:
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