Prevalência
do Tabagismo
Prevalência: é o número de casos existentes por determinada condição em determinado período de tempo.
A) No mundo: aproximadamente um terço da população mundial, acima de 15 anos, é composta por fumantes, ou seja, 1,2 bilhões de pessoas.
Estudos científicos revelaram um dado assustador: cerca
de 47% dos homens de toda a população mundial e 12% das mulheres são
fumantes.
Aproximadamente 2/3 dos fumantes de todo o mundo vivem em
10 países: China, Índia, Indonésia, EUA, Japão, Brasil, Bangladesh,
Alemanha e Turquia.
Veja na tabela abaixo a prevalência do tabagismo em
alguns países, de acordo com o último relatório da OMS (Organização
Mundial de Saúde) sobre a epidemia do tabagismo no mundo:
País |
Prevalência em adultos
(> 18 anos de idade) |
Argentina |
29,7% |
Bangladesh |
36,8% |
Brasil |
16,2% |
China |
35,8% |
Egito |
29,9% |
França |
29,9% |
Alemanha |
27,2% |
Indonésia |
34,5% |
Itália |
22% |
México |
18,9% |
Coréia do Sul |
29,1% |
África do Sul |
22,4% |
Turquia |
34,6% |
EUA |
23,2% |
Entre os anos de 2002 e 2006 a OMS patrocinou uma
pesquisa com o objetivo de avaliar a prevalência do tabagismo entre
adolescentes (13 aos 15 anos de idade), este estudo foi chamado de
“Global Youth Tobacco Survey Data”. Esta pesquisa classificou os
adolescentes de acordo com o consumo ou exposição ao tabagismo.
Questionou sobre o uso de cigarro nos 30 dias anteriores à pesquisa e
verificou se alguma pessoa fumou pelo menos um cigarro próximo ao
adolescente nos 7 dias anteriores à pesquisa.
Veja os resultados desta pesquisa em alguns países:
Prevalência do tabagismo entre adolescentes (13 aos 15 anos de idade) |
País |
Uso de cigarro nos últimos 30 dias |
Exposição à fumaça do cigarro nos últimos 7 dias (dentro da residência) |
Argentina |
Meninos: 17,2%
Meninas: 26,8% |
61,1% |
Brasil (Cidade do Rio de Janeiro) |
Meninos: 9,1%
Meninas: 12,9% |
35% |
Chile |
Meninos: 27,6%
Meninas: 39,2% |
60,6% |
Colômbia |
Meninos: 31,0%
Meninas: 33,4% |
6,7% |
México |
Meninos: 24,4%
Meninas: 23,2% |
51,6% |
Estados Unidos |
Meninos: 13,9%
Meninas: 13,6% |
57,2% |
B) No Brasil: Estudos estimaram que 32% da população brasileira acima de 15 anos são tabagistas, ou seja, 38 milhões de pessoas.
No período de 2002 a 2005, o Ministério da Saúde e o
Instituto Nacional do Câncer (INCA) realizaram uma pesquisa muito ampla,
denominada “Inquérito Domiciliar Sobre Comportamentos de Risco e
Morbidade Referida de Doenças e Agravos não Transmissíveis”, que teve
como um dos objetivos apurar a prevalência do tabagismo. Esta pesquisa
foi desenvolvida em 15 capitais brasileiras e no Distrito Federal.
A prevalência do tabagismo variou de 12,9% a 25,2% nas
cidades estudadas. Veja a seguir os resultados de acordo coma cidade
avaliada:
Prevalência do tabagismo de acordo com o sexo e a idade |
Cidade |
Sexo |
Idade |
|
homens |
Mulheres |
15 aos 24 anos |
25 aos 49 anos |
50 anos e mais |
Manaus |
45% |
55% |
31,5% |
52,9% |
15,6% |
Belém |
42,5% |
57,5% |
30,6% |
50,2% |
19,2% |
Palmas |
48,7% |
51,3% |
34,3% |
55,7% |
10,1% |
São Luiz |
43,5% |
56,5% |
32,6% |
50,6% |
16,3% |
Fortaleza |
44,2% |
55,8% |
28,5% |
49,2% |
22,2% |
Natal |
43,5% |
56,5% |
29,6% |
48,9% |
21,5% |
João Pessoa |
40,7% |
59,3% |
26,5% |
51,4% |
22,2% |
Recife |
43,1% |
56,9% |
24,5% |
49,1% |
26,4% |
Aracaju |
41,9% |
58,1% |
29,5% |
50,9% |
19,5% |
Belo Horizonte |
43,7% |
56,3% |
25,0% |
52,6% |
22,4% |
Vitória |
46,0% |
54,0% |
25,8% |
49,1% |
25,1% |
Rio de Janeiro |
40,7% |
59,3% |
19,9% |
48,4% |
31,7% |
São Paulo |
43,4% |
56,6% |
26,9% |
50,7% |
22,4% |
Curitiba |
44,7% |
55,3% |
24,0% |
54,2% |
21,8% |
Florianópolis |
44,5% |
55,5% |
22,8% |
48,6% |
28,6% |
Porto Alegre |
44,3% |
55,7% |
22,9% |
47,5% |
29,6% |
Campo Grande |
44,2% |
55,8% |
29,6% |
47,6% |
22,8% |
Distrito Federal |
43,4% |
56,6% |
30,0% |
52,2% |
17,9% |
Morbidade
do Tabagismo
Morbidade: morbidade corresponde ao
comprometimento provocado por determinada doença à saúde do paciente.
Ela pode ser expressa por vários indicadores, entre eles, o número de
consultas médicas, de hospitalizações, de dias ausentes do trabalho
etc. Em relação ao tabagismo leva-se em consideração a morbidade das
doenças em que o hábito de fumar é uma das causas do seu surgimento.
No Brasil são poucos os dados
disponíveis a respeito da morbidade das doenças. Entre eles temos o
número de hospitalizações no sistema público de saúde. As doenças que se relacionam com o tabagismo provocaram mais de um milhão de internações no ano de 2007.
Mortalidade: é o número de mortes provocadas por
determinada condição em determinado período de tempo. Em relação ao
tabagismo, leva-se em consideração as mortes provocadas pelas doenças
em que o hábito de fumar é uma das causas do seu surgimento.
A) No mundo: A
Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que aproximadamente 4,9
milhões de mortes por ano estão relacionadas ao tabagismo, ou seja, 10
mil mortes por dia.
B) No Brasil: No Brasil, acredita-se que cerca de 200 mil mortes por ano podem ser atribuídas ao cigarro.
Impacto
econômico do tabagismo
Custos: os custos representam os gastos
financeiros provocados por determinada doença ou condição. Esses custos
podem ser diretos, como os gastos com medicações, hospitalizações,
consultas, ou indiretos, como a perda de mão de obra no mercado de
trabalho.
No Brasil, as doenças relacionadas com o tabagismo
geraram gastos com internações no sistema público brasileiro, no ano de
2007, superior a 1,5 bilhões de reais.
O impacto do tabagismo no mercado de trabalho é enorme:
- os fumantes faltam ao trabalho 6,5 dias a mais por ano.
- os fumantes perdem 8% do tempo de trabalho com o ato de fumar.
- o tabagismo é uma das principais causas de morte precoce no mundo, gerando perda de mão de obra no mercado de trabalho.
Na tentativa de se largar o cigarro, pode ser necessária a participação do médico e sua equipe, bem como o uso de medicações. No entanto, o papel desempenhado pelo paciente será peça chave para o sucesso de tal empreitada.
Assim, é bastante útil a elaboração de um plano para auxiliar o paciente a abandonar o tabagismo. A seguir expomos algumas dicas que serão úteis nessa situação: 1 - Preparação para parar de fumar 2 - A ação de parar de fumar 3 - A manutenção sem o cigarro 4 - Eu não consegui parar de fumar
1 - Preparação para parar de fumar
|
A) Motivos
Descubra quais são os motivos que fazem com que você
continue fumando:
- "fumar me dá energia, me deixa mais animado",
o cigarro realmente exerce um efeito estimulante, porém
praticar atividades físicas, ter uma alimentação
saudável, ter uma boa noite de sono são medidas
que lhe proporcionarão um melhor desempenho nas suas atividades
do cotidiano. - "ter o cigarro em
minhas mãos me dá prazer", os rituais que cercam o ato de fumar, como
acender o cigarro,
levá-lo à boca ou simplesmente segurá-lo
tornam-se automáticos para o fumante. Medidas para
substituí-los, tais quais segurar uma caneta, chupar balas ou praticar
uma atividade manual (pintura, carpintaria, costura), podem
ser úteis.
- "fumo porque gosto", se você pensa dessa forma
saiba quais são os benefícios ao parar de fumar.
(veja em Tratamento do Tabagismo)
- "fumar reduz o meu estresse", lembre-se que existem
outras maneiras mais saudáveis de reduzir o estresse, como
praticar atividades físicas regularmente, ouvir música,
um bom banho, viajar ou ler um livro.
- "estou viciado", a dependência da nicotina pode
ser tratada com remédios, não hesite em procurar
o médico. (veja em o Tratamento do Tabagismo)
Anote em uma folha de papel os motivos que o levaram a parar de
fumar e a deixe bem a vista.
B) Marque a data para parar de fumar- A data deve ser marcada com uma certa antecedência (duas semanas). - Prefira dias mais tranqüilos. - Conte para seus familiares e amigos a respeito da decisão.
C) Dias que antecedem a data marcada
- Tente diminuir o número de cigarros fumados. - Descubra quais são
as situações em que a vontade de fumar é maior (exemplos: após o café,
ao beber bebidas alcoólicas, quando está ao telefone,
etc) e procure evitá-las.
- Retire da casa os produtos relacionados ao tabaco, como cinzeiros e isqueiros.
- Passe a fumar fora de casa, do carro e do ambiente de trabalho.
Dessa forma, reduz-se o cheiro de cigarro nesses locais e por conseqüência a tentação para fumar.
- Solicite aos familiares e amigos que não fumem perto de você e nem dentro de casa.
- Se há algum fumante que divide com você o ambiente
doméstico, convença-o a interromper o tabagismo, se não for possível
peça-o para não
fumar dentro de casa.
- Lembre-se dos benefícios que terá ao parar de fumar.
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2 - A ação de parar de fumar
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- No dia marcado, pare com o cigarro de maneira abrupta.
- Evite as situações que aumentem o desejo de fumar.
- Use a medicação prescrita pelo médico.
- Fuja da rotina e do estresse. - Para combater a ansiedade pratique atividade física, chupe uma bala.
- Nos momentos em que o desejo pelo cigarro for intenso,
a respiração labial pode ser útil: encha o peito de ar bem
profundamente, feche os olhos e exale o ar lentamente através dos lábios
semicerrados, durante a exalação fique relaxado e procure sentir todas
as partes do corpo, repita o processo sempre que preciso.
- Evite locais fechados em que possa haver pessoas fumando.
- Beba bastante água e procure comer alimentos mais leves.
- Lembre-se dos benefícios que terá ao parar de fumar.
- Não hesite em procurar o seu médico.
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3 - A manutenção sem o cigarro
|
-
Lembre-se: você é um dependente da nicotina, um único
cigarro pode levar ao insucesso do tratamento do tabagismo.
- Mantenha uma vida saudável, continue praticando atividades
físicas e se alimentando corretamente, dessa forma, você
reduz o ganho de peso.
- Evite a bebida alcoólica.
- Os sintomas de abstinência tendem a desaparecer após
4 semanas, porém se o desejo de fumar surgir realize a
respiração labial.
- Lembre- se dos malefícios do cigarro.
- Procure o seu médico sempre que necessário.
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4 - Eu não consegui parar de fumar
|
-
Saiba que a maioria das pessoas que abandonaram o tabagismo o
fizeram após 3 ou mais tentativas.
- Descubra os motivos porque não parou de fumar.
- Você está mais experiente e tem mais chances de
parar na próxima tentativa.
- Procure o seu médico e discuta as opções
de tratamento.
|
1 - Existe tratamento para parar de fumar?
|
Sim,
há tratamento que auxilia o fumante a largar o cigarro.
Embora, boa parte dos fumantes consiga abandonar o tabagismo por
conta própria, existe uma parcela considerável que
irá necessitar de auxílio médico e do uso
de remédios para largar o vício.
|
2 - Por que é importante parar de fumar?
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A
resposta parece ser óbvia, ou seja, evitar os danos provocados
pelo cigarro à saúde. No entanto, muitos fumantes,
principalmente os mais jovens, apesar de saberem disso não
desejam parar de fumar, alegando que têm uma vida ativa
e que o cigarro não interfere em nada. Isso surge em decorrência
de o indivíduo só perceber e valorizar os sintomas
das doenças provocadas pelo cigarro após anos de
exposição ao fumo. A seguir listamos os benefícios
obtidos ao abandonar o tabagismo:
- redução das chances de ter câncer;
- redução das chances de ter doenças do coração
e respiratórias;
- aumento da expectativa de vida (as chances de um fumante viver
até os 73 anos são de 42%, contra 78% dos não
fumantes);
- melhora do desempenho físico e sexual;
- melhora do paladar;
- melhora do olfato;
- melhora do hálito;
- economia por não comprar cigarros;
- bom exemplo para as crianças.
|
3 - Para o paciente que fuma há muitos anos, há, ainda, benefícios ao parar de fumar?
|
Sempre
haverá benefícios ao parar de fumar, mesmo para
aquele paciente que fuma há muitos anos ou que tem idade
avançada. Esse ganho se dará em termos de uma vida
mais saudável, com menos chances de adoecer.
Como exemplo, podemos citar que:
- após 2 a 12 semanas de abandono do fumo, há melhora
da circulação sangüínea;
- após 1 a 9 meses de abandono do fumo, há redução
da tosse e das infecções respiratórias;
- após 1 ano de abandono do tabagismo, há redução
de 50% no risco de infarto e angina;
- após 10 anos de abandono do cigarro, o risco de morte
por infarto torna-se igual ao de uma pessoa que nunca fumou.
|
4 - Qual o papel do paciente no tratamento do tabagismo?
|
É
fundamental o papel do paciente no tratamento do tabagismo. Para
que ocorra sucesso é necessário que o indivíduo
esteja predisposto a parar de fumar e discuta abertamente com
o médico as suas expectativas, suas angústias e
as opções terapêuticas que podem ser empregadas.
Além disso, deve haver envolvimento de toda a família
no auxílio ao paciente, incentivando-o e afastando-o das
situações em que ele habitualmente fumava (bebidas
alcoólicas, estresse, ambientes com fumantes etc).
|
5 - Quais são as medicações utilizadas no tratamento do tabagismo?
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Atualmente, há três tipos de terapia medicamentosa para o tratamento do tabagismo:
- Terapia de reposição de nicotina
- Bupropiona
- Vareniclina
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6 - Qual o tipo de fumante que necessitará de remédios para abandonar o cigarro?
|
Não
são todos os fumantes que precisarão de medicações
para largar o cigarro. Geralmente, serão aqueles que fumam
há mais tempo, fumam uma maior quantidade de cigarros por
dia ou que já tentaram parar e não conseguiram,
ou seja, aqueles que possuem maior dependência do cigarro.
No entanto, qualquer fumante pode procurar auxílio médico
para largar o cigarro. Pacientes com 5 ou mais pontos na escala
de dependência precisarão de medicamentos para abandonar
o tabagismo.
Teste sua dependência ao cigarro em "Qual a sua dependência
ao cigarro?"
|
7 - Por que a nicotina é utilizada no tratamento do tabagismo?
|
Como
foi visto anteriormente, a dependência da nicotina é
a principal causa de manutenção do hábito
de fumar. Quando o indivíduo fica sem fumar um certo período
tempo, os níveis de nicotina no sangue caem. Tal fato é
detectado pelo cérebro que prontamente reage "solicitando"
mais nicotina. Surge, então, a síndrome de abstinência
e a pessoa acaba fumando para aliviar os seus sintomas. Assim,
utiliza-se preparados de nicotina com objetivo de manter as concentrações
da substância no sangue em níveis semelhantes àquelas
obtidos com o cigarro.
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8 - Quais são as formas utilizadas para se administrar nicotina?
|
A
terapia de reposição de nicotina pode ser administrada
das seguintes formas
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9 - Como são usados os adesivos de nicotina?
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Primeiramente,
é importante destacar que a terapia de reposição
de nicotina não é uma terapia milagrosa, é
preciso que o indivíduo esteja preparado e motivado a parar
de fumar. Os adesivos, bem como as outras formas de reposição
de nicotina, dobram as chances do indivíduo manter-se sem
o cigarro. No dia marcado para interromper com o cigarro, os adesivos
de nicotina começam a ser empregados.
Eles são colocados sobre a pele, em local desprovido de
pêlos, promovendo a liberação lenta e constante
da nicotina. O adesivo deve ser trocado a cada 24 horas e deve-se
evitar colocá-lo no mesmo local que estava anteriormente.
Eles não impedem que o indivíduo pratique atividade
esportiva.
Existem adesivos com diferentes dosagens de nicotina (10, 20 ou
30mg). A dosagem ideal é determinada pelo médico,
de acordo com o grau de dependência do fumante. O tempo
ideal de uso do adesivo, bem como de qualquer forma de reposição
de nicotina não está bem estabelecido, podendo variar
de 4 a 16 semanas, de acordo com a resposta do paciente.
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10 - Como são usados os chicletes de nicotina?
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Ela
é usada pelo fumante nos momentos em que surge o desejo
de fumar ou os sintomas de abstinência do cigarro. O tablete
é colocado na boca e mastigado até que se sinta
o gosto amargo da nicotina ou formigamento na boca. Neste momento
a nicotina está sendo liberada e o fumante deve parar de
mastigar e acomodar o chiclete entre a gengiva e a bochecha. Quando
o sabor ou o formigamento desaparece, deve-se voltar a mastigar
o tablete até sentir o mesmo efeito. Este procedimento
deve ser repetido por até 30 minutos, quando o chiclete
é desprezado.
O chiclete pode ser utilizado de acordo com a necessidade ou a
cada 1 ou 2 horas. Além disso, é preciso evitar
o uso de bebidas durante o processo, pois os líquidos podem
diminuir a absorção da nicotina na cavidade bucal,
reduzindo a sua eficácia.
A goma de mascar é encontrada nas doses de 2 e 4mg, que
será escolhida de acordo com o grau de dependência
indivíduo.
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