Publicação: Estado de Minas 13/10/2011 04:00 - Caderno Informática
Derradeiro jogo da série Red faction traz de volta pontos-chave, como a capacidade de destruir cenários. História pouco cativante acaba desaparecendo em meio à ação
Houve um tempo em que os jogos de videogame seguiam uma lógica interna simples. O bonequinho andava, pulava na cabeça de seus inimigos, colecionava anéis/moedas/bananas e fim da história. Com o tempo, o enredo dos produtos ganhou força, obrigando os desenvolvedores a criar narrativas mais e mais complexas na tentativa de envolver o jogador.
Em Red faction: armageddon, os produtores tentam esticar uma história já bastante explorada nos títulos anteriores da franquia. O ambiente é o mesmo: uma colônia terrestre radicada em Marte disputando com os habitantes locais o domínio do espaço físico.
Desta vez, o jogador assume o comando de Darius Mason, neto de Alec (protagonista do jogo anterior), que precisa evitar a destruição dos terraformers – uma espécie de gerador de atmosfera que garante a vida humana no Planeta Vermelho.
Como fazer isso? É claro, atirando descontroladamente contra qualquer ser não humano presente em Marte. Destruição em nome da paz, aniquilando a população local e ocupando o território alheio, culpando o outro pelas mortes decorrentes do conflito. Nem é preciso ir muito longe para encontrar semelhanças com a política externa de alguns países.
No título que encerra a quadrilogia, o enredo segue a linha previsível de seus antecessores. Agora, o clima político é substituído pelo apocalipse de um planeta à beira do colapso. Em meio às explosões e hordas de alienígenas, um ou outro discurso melodramático dá o tom da história, sem muito sucesso. Após alguns minutos, os motivos da batalha ficam em segundo plano e o objetivo se converte, basicamente, em eliminar todo mundo do outro lado do front.
Atirando a esmo Para os criadores de Red faction, despedaçar alienígenas não é suficiente. As armas de Darius também podem destruir torres, caixas e estruturas que compõem o cenário, gerando um verdadeiro show pirotécnico na tela. Diferente de jogos como Grand theft auto (GTA) ou o clássico Blast corps (N64) – que praticamente funda o recurso –, em Red faction: armageddon a destruição do cenário não é um simples acessório. Durante boa parte do game, o jogador deve usar os prédios em redor para derrubar manadas de inimigos, poupando tempo nos combates corpo a corpo. Nas fases finais, o exagero na quantidade de inimigos evita parte do tédio e mantém a experiência desafiadora até os últimos minutos de jogo.
Como num RPG, o jogador pode comprar habilidades, resistências e armas conforme progride na história. Para isso, é necessário recolher salvages, a moeda de troca do jogo. O arsenal inclui granadas, dispositivos de eletricidade e uma impressionante arma magnética, com a qual você pode chocar dois objetos do cenário (ou mesmo os inimigos) entre si, matando dois coelhos com uma única cajadada. E, se toda a instabilidade inicial da história foi causada justamente pela destruição descontrolada da superfície do planeta, parece fazer pouco sentido dotar o protagonista de armas tão potentes. Nesse caso, entra em cena uma “arma de reparação”, capaz de construir caminhos, recriar geradores de força e revelar rotas. Nada muito divertido, mas pelo menos deixa a ação um pouco mais coerente.
A alternância entre a construção e a destruição do cenário compensa, até certo ponto do jogo, a perda do “mundo aberto” presente nos episódios anteriores. Em Armageddon, o gameplay volta à linearidade dos primeiros dois títulos (seu antecessor Guerilla se baseava num cenário open-world). Trajetórias errantes pela fase não duram muito – logo, o jogador é forçado a retomar a trilha e se dirigir ao próximo objetivo.
Ação destrutiva Nos outros estilos, a escolha pela jogabilidade em detrimento da narrativa se mostra acertada e é possível explorar as duas melhores funções do título. No modo Infestação, dá para reunir até quatro pessoas no cenário com um objetivo comum: destroçar o maior número de criaturas em determinado tempo. Já na opção Ruína, o alvo são as estruturas e edificações do cenário (aqui, apenas para um jogador). Sem roteiro ou cenas interrompendo a ação.
Nos momentos a céu aberto, Armageddon mostra sua verdadeira potência gráfica, com torres gigantescas de ferro e concreto prontas para vir abaixo com o potente arsenal de Darius. Boa parte do jogo, entretanto, se passa no subsolo. Aí, a profundidade de campo é limitada e o cenário, bastante repetitivo. A diversidade visual é garantida pelos diferentes monstros, que exigem do jogador habilidade e estratégia na escolha das armas.
Em termos de som, nenhuma grande surpresa. A trilha sonora composta por Brian Reitzell – responsável pela música de filmes como Encontros e desencontros (2003) e Maria Antonieta (2006) – ambienta bem as cenas de ação, embora muitas vezes seja solapada pelo som pouco interessante de armas e alienígenas.
Como título final da maior franquia da produtora Volition, Red faction: armageddon traz algumas horas de diversão sólida, mesmo derrapando em pontos fundamentais. Com uma história pouco consistente e um herói sem qualquer carisma, é melhor aproveitar o intervalo entre as fases para descansar a vista, pegar um refrigerante e se preparar para a próxima sequência de explosões.
Site Oficial:
http://www.redfaction.com/
Red Faction: Armageddon | |
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Cover art |
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Developer(s) | Volition, Inc. |
Publisher(s) | THQ, Syfy Games |
Distributor(s) | Valve Corporation (Windows) |
Composer(s) | Brian Reitzell[1] |
Series | Red Faction |
Engine | Geo-Mod 2.5 |
Platform(s) | Microsoft Windows PlayStation 3 Xbox 360 |
Release date(s) | NA June 7, 2011 AU June 8, 2011 JP June 9, 2011 EU June 10, 2011 |
Genre(s) | Third-person shooter |
Mode(s) | Single-player, Multiplayer |
Rating(s) |
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Media/distribution | Optical disc, Download, Cloud computing |
System requirements Microsoft Windows XP or Windows Vista or Windows 7 (Windows 95/98/ME/2000 are unsupported) Intel Core 2.93 GHz or AMD Athlon(TM) 64 9400+ processor 2GB RAM, 1024MB NVIDIA Geforce GTS 250 or Radeon R600 100% DirectX 9.0c or DirectX 10.1 compatible sound card, 10GB Space |
Análise: Red Faction: Armageddon
Publicação: 15/07/2011 PABLO RAPHAEL da Redação do UOL JogosConsiderações
Apesar de ser uma experiência limitada se comparado com "Red Faction: Guerrilla", "Armageddon" é um bom jogo de ação em terceira pessoa, com tiroteios intensos, uma boa variedade de armas e cenários destrutíveis. O modo "Infestation" garante uma vida extra para o jogo após o fim da campanha solo. O game firma a posição de "Red Faction" como uma das principais franquias da THQ, mas deixa a desejar pela linearidade de suas fases.Introdução
"Armageddon", novo episódio da série de ação futurista "Red Faction", da THQ, coloca o jogador no controle de Darius Mason, neto de Alex Mason, o herói revolucionário de "Red Faction: Guerrilla". Após o fracasso em uma missão, Darius se torna um minerador em Marte e, explorando túneis subterrâneos, precisa lutar contra uma horda de alienígenas capaz de extinguir a vida humana no planeta vermelho.Pontos Positivos
- Destruição total A ação em "Armageddon" é muito mais linear do que em "Guerrilla", mas a THQ preservou a capacidade destrutiva do herói: tudo no cenário pode ser derrubado, explodido ou desintegrado e o jogo estimula o uso desses recursos na hora de eliminar dezenas de inimigos de uma só vez. Ver uma usina inteira vir abaixo após alguns explosivos bem colocados é uma das coisas mais gratificantes em "Red Faction: Armageddon".
- Arsenal variado Darius tem um belo arsenal para enfrentar os alienígenas e destruir tudo pelo caminho: de armas tradicionais como o martelo e a escopeta até a Magnet Gun, que permite atrair dois alvos um contra o outro e assim despedaçar grandes estruturas, passando por lança-explosivos que colam no alvo antes de detonar, não faltam opções na hora dos tiroteios. Há também veículos, bem menos do que em "Guerrilla", mas os rápidos trechos sobre rodas ou no controle de um robô dão um pouco de variedade à ação e são muito divertidos.
- Modo Infestation Fora da campanha principal, "Armageddon" oferece dois outros modos de jogo: no "Ruin Mode" você precisa causar uma quantidade específica de dano ao cenário dentro de um limite de tempo. A diversão mesmo está no outro modo, chamado "Infestation", em que até 4 jogadores lutam contra hordas de alienígenas. São 30 estágios, progressivamente mais difíceis. Lembra muito o modo "Horde" de "Gears of War 2", e prolonga a vida útil do jogo, principalmente para quem aprecia partidas online com os amigos.
Pontos Negativos
- Fases lineares Após a grata surpresa que foi "Red Faction: Guerrilla" em 2009, é estranho que "Armageddon" seja tão linear. A exploração dos cenários é bastante limitada e as missões consistem basicamente em seguir em frente e eliminar os alienígenas ou cultistas que aparecerem pelo caminho. Sem as missões paralelas, facções e liberdade de ação do jogo anterior, "Armageddon" parece uma experiência bem limitada para os apreciadores do universo futurista da THQ.
- Cenários sem graça Você vai passar boa parte do tempo andando pelos subterrâneos de Marte em "Armageddon". Tanto tempo que, de repente, vai começar a apreciar as pequenas mudanças no ambiente: cristais aqui e ali em uma caverna, estruturas orgânicas em outra, restos de uma colônia humana em uma terceira e assim por diante. Mas, infelizmente, poucas mudanças reais são notadas no cenário da jornada de Darius, um retrocesso em comparação ao mundo aberto e variado do game anterior, "Red Faction: Guerrilla". A falta de variedade nos estágios de "Armageddon" restringe até o uso de armas como o Singularity Cannon, que gera um legítimo buraco negro em miniatura e merecia um cenário urbano cheio de antenas, torres e veículos para demonstrar todo seu poder de destruição.
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