http://video.google.com/videoplay?docid=7459435141264492511
Você tem que encontrar o que você ama.
Estou
honrado de estar aqui, na formatura de uma das melhores universidades
do mundo. Eu nunca me formei na universidade. Que a verdade seja dita,
isso
é o mais perto que eu já cheguei de uma cerimônia de
formatura. Hoje, eu gostaria de contar a vocês três histórias da minha
vida. E é isso. Nada demais.
Apenas três histórias.
A primeira história é sobre ligar os pontos.
Eu
abandonei o Reed College depois de seis meses, mas fiquei enrolando por
mais 18 meses antes de realmente abandonar a escola. E por que eu a
abandonei?
Tudo começou antes de eu nascer. Minha mãe
biológica era uma jovem universitária solteira que decidiu me dar para a
adoção. Ela queria muito que eu fosse adotado por pessoas
com curso superior. Tudo estava armado para que eu fosse adotado no
nascimento por um advogado e sua esposa. Mas, quando eu apareci,
eles decidiram que queriam mesmo uma menina.
Então
meus pais, que estavam em uma lista de espera, receberam uma ligação no
meio da noite com uma pergunta: "Apareceu um garoto. Vocês o querem?"
Eles disseram: "É claro."
Minha mãe biológica
descobriu mais tarde que a minha mãe nunca tinha se formado na faculdade
e que o meu pai nunca tinha completado o ensino médio. Ela se
recusou a assinar os papéis da adoção. Ela só aceitou meses mais tarde
quando os meus pais prometeram que algum dia eu iria para a faculdade.
E, 17
anos mais tarde, eu fui para a faculdade. Mas,
inocentemente escolhi uma faculdade que era quase tão cara quanto
Stanford. E todas as economias dos meus pais, que eram da
classe trabalhadora, estavam sendo usados para pagar as mensalidades.
Depois de seis meses, eu não podia ver valor naquilo.
Eu não
tinha idéia do que queria fazer na minha vida e menos idéia ainda de
como a universidade poderia me ajudar naquela escolha. E lá estava eu,
gastando todo o dinheiro que meus pais tinham juntado durante toda a vida. E então decidi largar e acreditar que tudo ficaria ok.
Foi
muito assustador naquela época, mas olhando para trás foi uma das
melhores decisões que já fiz. No minuto em que larguei, eu pude parar de
assistir às matérias obrigatórias que não me interessavam e
comecei a frequentar aquelas que pareciam interessantes. Não foi tudo
assim romântico. Eu não tinha
um quarto no dormitório e por
isso eu dormia no chão do quarto de amigos. Eu recolhia garrafas de
Coca-Cola para ganhar 5 centavos, com os quais eu comprava comida.
Eu andava 11 quilômetros pela cidade todo domingo à noite para ter uma
boa refeição no templo hare-krishna. Eu amava aquilo.
Muito
do que descobri naquela época, guiado pela minha curiosidade e intuição,
mostrou-se mais tarde ser de uma importância sem preço. Vou dar um
exemplo:
o Reed College oferecia naquela época a melhor
formação de caligrafia do país. Em todo o campus, cada poster e cada
etiqueta de gaveta eram escritas com uma bela letra de mão.
Como eu tinha largado o curso e não precisava frequentar as aulas
normais, decidi assistir as aulas de caligrafia. Aprendi sobre
fontes
com serifa e sem serifa, sobre variar a quantidade de espaço entre
diferentes combinações de letras, sobre o que torna uma tipografia boa.
Aquilo era bonito, histórico e artisticamente sutil de uma maneira que a ciência não pode entender. E eu achei aquilo tudo fascinante.
Nada
daquilo tinha qualquer aplicação prática para a minha vida. Mas 10 anos
mais tarde, quando estávamos criando o primeiro computador Macintosh,
tudo voltou. E nós colocamos tudo aquilo no Mac. Foi o
primeiro computador com tipografia bonita. Se eu nunca tivesse deixado
aquele curso na faculdade, o Mac nunca teria tido as fontes
múltiplas ou proporcionalmente espaçadas. E considerando que o Windows
simplesmente copiou o Mac, é bem provável que nenhum computador as tivesse.
Se
eu nunca tivesse largado o curso, nunca teria frequentado essas aulas
de caligrafia e os computadores poderiam não ter a maravilhosa
caligrafia que eles têm. É claro que era impossível conectar
esses fatos olhando para frente quando eu estava na faculdade. Mas
aquilo ficou muito, muito claro olhando
para trás 10 anos depois.
De
novo, você não consegue conectar os fatos olhando para frente. Você só
os conecta quando olha para trás. Então tem que acreditar que, de alguma
forma, eles vão se conectar no futuro. Você tem que
acreditar em alguma coisa - sua garra, destino, vida, karma ou o que
quer que seja. Essa maneira de encarar
a vida nunca me decepcionou e tem feito toda a diferença para mim.
Minha segunda história é sobre amor e perda.
Eu
tive sorte porque descobri bem cedo o que queria fazer na minha vida.
Woz e eu começamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20
anos. Trabalhamos duro e, em 10 anos, a Apple se transformou
em uma empresa de 2 bilhões de dólares e mais de 4 mil empregados. Um
ano antes, tínhamos acabado de lançar nossa maior criação - o Macintosh - e eu tinha 30 anos.
E
aí fui demitido. Como é possível ser demitido da empresa que você
criou? Bem, quando a Apple cresceu, contratamos alguém para dirigir a
companhia. No primeiro ano, tudo deu certo, mas com o tempo
nossas visões de futuro começaram a divergir. Quando isso aconteceu, o
conselho de diretores ficou do lado
dele. O que tinha sido o
foco de toda a minha vida adulta tinha ido embora e isso foi
devastador. Fiquei sem saber o que fazer por alguns meses.
Senti
que tinha decepcionado a geração anterior de empreendedores. Que tinha
deixado cair o bastão no momento em que ele estava sendo passado para
mim.
Eu encontrei David Peckard e Bob Noyce e tentei me
desculpar por ter estragado tudo daquela maneira. Foi um fracasso
público e eu até mesmo pensei em deixar o Vale [do Silício].
Mas,
lentamente, eu comecei a me dar conta de que eu ainda amava o que
fazia. Foi quando decidi começar de novo. Não enxerguei isso na época,
mas ser demitido da Apple foi a melhor coisa que podia ter
acontecido para mim. O peso de ser bem sucedido foi substituído pela
leveza de ser de novo um iniciante, com menos certezas sobre
tudo. Isso me deu liberdade para começar um dos períodos mais criativos
da minha vida. Durante os cinco anos seguintes, criei uma companhia chamada NeXT, outra companhia chamada Pixar e me apaixonei por uma mulher maravilhosa que se tornou minha esposa.
A
Pixar fez o primeiro filme animado por computador, Toy Story, e é o
estúdio de animação mais bem sucedido do mundo. Em uma inacreditável
guinada de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu voltei para a
empresa e a tecnologia que desenvolvemos nela está no coração do atual
renascimento da Apple.
E Lorene e eu temos uma família
maravilhosa. Tenho certeza de que nada disso teria acontecido se eu não
tivesse sido demitido da Apple.
Foi um remédio horrível, mas
eu entendo que o paciente precisava. Às vezes, a vida bate com um
tijolo na sua cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que
a única coisa que me permitiu seguir adiante foi o meu amor pelo que
fazia. Você tem que descobrir o que você ama. Isso é verdadeiro tanto
para o seu
trabalho quanto para com as pessoas que você ama.
Seu
trabalho vai preencher uma parte grande da sua vida, e a única maneira
de ficar realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo
trabalho.
E a única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz.
Se
você ainda não encontrou o que é, continue procurando. Não sossegue.
Assim como todos os assuntos do coração, você saberá quando encontrar.
E, como em qualquer grande relacionamento, só fica melhor e
melhor à medida que os anos passam. Então continue procurando até você
achar. Não sossegue.
Minha terceira história é sobre morte.
Quando
eu tinha 17 anos, li uma frase que era algo assim: "Se você viver cada
dia como se fosse o último, um dia ele realmente será o último." Aquilo
me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, eu olho
para mim mesmo no espelho toda manhã e pergunto: "Se hoje fosse o meu
último dia, eu gostaria
de fazer o que farei hoje?" E se a resposta é "não" por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa.
Lembrar
que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já
encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo -
expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou
falhar - caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas
importante. Não há razão para não seguir o
seu coração.
Lembrar
que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a
armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há
razão para não seguir seu coração.
Há um ano, eu
fui diagnosticado com câncer. Era 7h30 da manhã e eu tinha uma imagem
que mostrava claramente um tumor no pâncreas. Eu nem sabia o que era um pâncreas.
Os
médicos me disseram que aquilo era certamente um tipo de câncer
incurável, e que eu não deveria esperar viver mais de três a seis
semanas. Meu médico me aconselhou a ir para casa e arrumar
minhas coisas - que é o código dos médicos para "preparar para morrer".
Significa tentar dizer às suas crianças
em alguns meses tudo aquilo que você pensou ter os próximos 10 anos para dizer. Significa dizer seu adeus.
Eu
vivi com aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, à tarde, eu fiz uma
biópsia, em que eles enfiaram um endoscópio pela minha garganta abaixo,
através do meu estômago e pelos intestinos. Colocaram uma
agulha no meu pâncreas e tiraram algumas células do tumor. Eu estava
sedado, mas minha mulher, que estava
lá, contou que quando
os médicos viram as células em um microscópio, começaram a chorar. Era
uma forma muito rara de câncer pancreático que podia ser curada com cirurgia. Eu operei e estou bem.
Isso
foi o mais perto que eu estive de encarar a morte e eu espero que seja o
mais perto que vou ficar pelas próximas décadas. Tendo passado por
isso, posso agora dizer a vocês, com um pouco mais de
certeza do que quando a morte era um conceito apenas abstrato: ninguém
quer morrer. Até mesmo as pessoas
que querem ir para o céu não querem morrer para chegar lá.
Ainda
assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca
conseguiu escapar. E assim é como deve ser, porque a morte é muito
provavelmente a principal invenção da vida. É o agente de
mudança da vida. Ela limpa o velho para abrir caminho para o novo. Nesse
momento, o novo é você. Mas algum dia, não muito distante,
você gradualmente se tornará um velho e será varrido. Desculpa ser tão
dramático, mas isso é a verdade.
O seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de um outro alguém.
Não fique preso pelos dogmas, que é viver com os resultados da vida de outras pessoas.
Não deixe que o barulho da opinião dos outros cale a sua própria voz interior.
E
o mais importante: tenha coragem de seguir o seu próprio coração e a
sua intuição. Eles de alguma maneira já sabem o que você realmente quer
se tornar.
Todo o resto é secundário.
Quando eu
era pequeno, uma das bíblias da minha geração era o Whole Earth Catalog.
Foi criado por um sujeito chamado Stewart Brand em Menlo Park, não
muito longe daqui. Ele o trouxe à vida com seu toque
poético. Isso foi no final dos anos 60, antes dos computadores e dos
programas de paginação. Então tudo
era feito com máquinas de escrever, tesouras e câmeras Polaroid.
Era
como o Google em forma de livro, 35 anos antes de o Google aparecer.
Era idealista e cheio de boas ferramentas e noções. Stewart e sua equipe
publicaram várias edições de Whole Earth Catalog e, quando
ele já tinha cumprido sua missão, eles lançaram uma edição final. Isso
foi em meados de 70 e eu tinha a idade de vocês.
Na
contracapa havia uma fotografia de uma estrada de interior ensolarada,
daquele tipo onde você poderia se achar pedindo carona se fosse
aventureiro.
Abaixo, estavam as palavras:
"Continue com fome, continue bobo."
Foi
a mensagem de despedida deles. Continue com fome. Continue bobo. E eu
sempre desejei isso para mim mesmo. E agora, quando vocês se formam e
começam de novo, eu desejo isso para vocês. Continuem com fome. Continuem bobos.
Obrigado.
http://video.google.com/videoplay?docid=7459435141264492511
Magazine Luiza
Bem Vindo ao Blog!
Pesquise no Google:
http://sites.google.com/site/jogosdinheirointernet/magazineemocione
Anuncie aqui - Planos a partir de R$200,00 por mês.
http://sites.google.com/site/jogosdinheirointernet/magazineemocione
Anuncie aqui - Planos a partir de R$200,00 por mês.
1 ano : R$2.400,00 (R$200,00 mensais)
6 meses : R$1.350,00 (R$225,00 mensais)
3 meses : R$750,00 (R$250,00 mensais)
2 meses : R$550,00 (R$275,00 mensais)
1 mês : R$300,00
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário